Eureka!
Eureka!
* * *
...
Fiquei um tempo brincando com Mari, enquanto Nina preparava algo para comermos. Cenas vinham a minha mente com tanta velocidade que meu cérebro começou a doer cada vez mais, atingindo um ponto de dor em que desmaiei. (Está ficando chato essa "desmaiação", né. Eu sei. Mas são tantas emoções.)
* * * *
Acordei naquela cama novamente, parecia já ser de manhã novamente. Agora a dor de cabeça era mais suportável, como se fosse a época em que eu e minha prima apostávamos quem bebia mais, e no outro dia nos arrepend..
--EUREKA!! - Gritei contente.
Em um piscar de olhos Nina e Mari estavam entrando no quarto.
--Que foi, tia? - Mari perguntou assustada.
--O que é isso, Mika? Enlouqueceu foi?
--Eu lembrei Nina, eu lembrei!
Elas sorriram animadas, pareciam realmente felizes por mim. Nina fez uma cara de curiosa ao se sentar na cama.
--Então conte-me tudo, não me esconda nada!
--Conto sim. Posso me levantar primeiro?
--Vamos tomar café primeiro! Te esperamos lá embaixo. --Falou pegando Mari no colo e saindo.
Fiz o mesmo processo que no dia anterior, minha perna parecia bem melhor e com um novo curativo. Lavei o rosto e desci. Estava louca para ver aquela bela e brava índia. Fui o mais rápido possível para cozinha, mas para minha decepção Raíra não estava lá.
--Senta aqui, Tia!
--Obrigada, Mari. Onde está Raíra? - Perguntei sentando.
--Não voltou ainda. - Disse Nina com certa preocupação na voz.
--Ainda não? Então vou atrás dela. - Falei com (desespero) valentia!
--Mika, relaxa! Logo, logo ela chega. Agora toma seu café! - Obedeci mesmo a contragosto.
Conversamos amenidades, depois que terminamos fomos continuar a conversa na sala. Mari estava concentrada brincando de boneca na rede.
--Filha? filha? - Mari olhou. --Preciso ter uma conversa de adulto com a Tia Mika, depois nós 3 vamos até o riacho. O que acha? - Disse dando um beijinho na testa de Mari que concordou na hora. Super empolgada.
Fomos para cozinha. Chegando lá Nina já foi me interrogando.
--Então seu nome é Micaella mesmo. Henry realmente é seu marido? Ama ele? Há quanto tempo está casada? Você é realmente gaúcha ou só tem sotaque? Onde é que você mora? Como veio parar aqui? Teve muitos namorados? Com quem e com quantos anos você perdeu.. - Não a deixei completar.
--Chega Nina! - Falei rindo da curiosidade/euforia dela.
--Desculpe, querida! É que me empolgo fácil, mas me responda tudo, por favor!
--Ok! Bom, meu nome é Mikaella Albuquerque Di Baggio, 28 anos, nasci e cresci no RS, moro em SP desde dos 24. Sou casada com Henry há.. não me lembro bem de tudo. Que dia é hoje?
--Hoje é sexta 16/02. Por quê? Vai há algum lugar? - Perguntou arqueando as sobrancelhas.
--Boba. É que estou casada há quase 4 meses. Casei com Henry porque meu pai me obrigou. Detesto ambos!
--Nossa, por quê? O Ruivo não é de se jogar fora, ainda mais com o corpão dele, compensa. - Disse gargalhando e se abanando.
--Nada compensa ali. São dois arrogantes, gananciosos e sem escrúpulos. Meu pai ameaçou me deserdar, rebaixar-me de cargo e cortar todos meus luxos se não me casasse com aquele neandertal! Os odeio do fundo do meu coração. - Demonstrei todo rancor que sentia.
--Nossa, Mika. E por que ele fez isso? O que você aprontou, hein? Ou ele não precisava de motivos?
--Bom, ele sabia que eu amava o luxo e minha profissão. Eu era a pura "ostentação" e dedicação ao trabalho. Sempre trabalhei muito, gastava muito mais. Roupas, sapatos, restaurantes caros, viagens, motorista, as melhores baladas, os melhores.. - Travei ao lembrar o que eu fazia.
--O quê? - Perguntou curiosa.
--Hum.. Hotéis.. Motéis luxuosos.. - Falei envergonhada, travei de novo.
--Safadinha! --Disse ela gargalhando. - Começou, agora continua!
--Pelo menos duas vezes na semana eu levava... pessoas.. para motéis/hotéis.. as vezes fazia com que essas.. pessoas cedessem as minhas vontades. Pagava bem por isso, as vezes. Eu era meio que uma.. Dominatrix, sempre fui meio adepta ao sadomaso. - Falei encabulada, mas ela (sorrindo safadamente*) fez um gesto para eu continuar. -Bom, sempre fui discreta em relação a esse meu lado, mas um dia sai com a pr.. pessoa errada na noite errada. Henry que é muito convencido, obsecado por mim ou melhor pelo meu dinheiro, acho. Nunca dei chances, ele (com ego doendo) desconfiou que eu estivesse apaixonada por outro homem e se sentiu "ameaçado". Então, em uma 'bela noite estrelada', me seguiu até uma.. boate g.. boate, me viu saindo de lá com a pessoa e seguindo para um motél com a.. determinada pessoa. Por azar, essa.. pessoa é parente dele. Henry sabia que meu pai o adorava como se fosse um filho. Logo, ligou para ele, mentiu dizendo que namorávamos e que eu o estava traíndo. Ainda contou que me seguiu até em frente ao motel em que eu havia entrado com.. com a pess..
--Mika, para de enrolar! Diz logo que era uma mulher. Tá na cara que sua rasterinha é 44. - Dei tão na cara assim ou ela é esperta demais? o.o
--Okay, Sabichona! Realmente, era com mulheres. A que sai naquela noite é uma prima do Henry, bissexual super assumida. Ele possesso de raiva contou para meu pai que eu estava traindo ''para piorar era com mulher'' e que não era a primeira vez.
--Como seu pai reagiu? - Perguntou com a expressão como se estivesse vendo filme de suspense.
--Acreditou naquele cretino, ficando furioso comigo também. Não sei como conseguiram, mas em uma hora, os seguranças do meu pai estavam arrombando a porta. E eu com um aparelho de choque em uma mão e a outra.. , estava deitada sobre.. Em resumo, ela estava amarrada na cama com a boca na "botija". Eles estancaram na porta em primeiro momento, mas logo meu pai veio pra cima de mim como se fosse um touro cego de raiva, me batendo ali mesmo. Os seguranças desamarraram a menina que juntou as roupas e saiu correndo. Me enrolei em um lençol, ele me arrastou até o carro, me xingando de tudo quanto é coisa ruim, que eu envergonhava o nome dele, que isso não ficaria assim, pois era uma abominação e blá, blá, blá. (Não, ninguém fez nada para intervir. Brasil.) Marcou meu casamento para a semana seguinte, eu disse que jamais me casaria com Henry. Então, ''meu querido pai'' falou tudo aquilo, não tive muita escolha, pois eu não queria perder tudo! Depois que me casei não podia sair se não fosse com "meu marido" ou com seguranças do meu pai. Ele me falou que eu não precisaria morar com Henry, pois eu não o merecia, no entanto deveria fingir que éramos um casal feliz para as câmeras. (Foi naquele momento que percebi a escolha de merd* que fiz. Bens materiais não servem para nada se não tem sua liberdade, seus direitos respeitados. Mas era meio tarde, eu estava presa.)
--Sua vida virou de ponta cabeça nesses últimos meses, hein. Seu pai que é abominável. - Disse séria, mas logo deu um sorrisinho malicioso completando.
--Que bom que gosta de mulheres, Mika. Agora fica tudo mais fácil. Entendo muito bem seus olhares (nada discretos) agora. -Falou apertando minha mão. Fiquei séria. Eu interessada nela? Como assim?!
--O que quer dizer com isso? Tu não pens..
--Calma aí, mocinha! Eu gosto de sapo, não de sapa, muito menos perereca. - Falou ficando séria. Não resisti, comecei a rir.
--Então por que disse aquilo? - Perguntei.
--Você é tapada mesmo ou está pagando promessa? - Disse meio impaciente. Fiquei confusa. (Mas do que ela estava falando?).
. . .
Fim do capítulo
Continua...
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