Capitulo 42 - Sinfonia sombria
Capítulo 42 – Sinfonia sombria
Pov Liz
As mãos hábeis de Lia a despiram completamente e a próxima coisa que fez foi colar seu corpo nu ao dela. Tinha verdadeira devoção em sentir aquela pele gostosa e suave. Levou a mão até o cabelo dela e puxou-o de leve, fazendo-a lhe oferecer o pescoço livremente. Ali era o seu lugar favorito no mundo todo, onde o cheiro de sua irritadinha era mais concentrado e quente.
Ch*pou e mordeu de leve até fazê-la soltar gemidinhos de excitação, o que apenas despertou ainda mais o seu tesão. Liz a fez passar as pernas por sua cintura e sustentou-a daquela forma por alguns segundos enquanto degustava seus seios deliciosos e intumescidos. Podia sentir como ela já estava molhada, totalmente pronta e à sua mercê. Adorava a forma como Lia se entregava naqueles momentos.
— Você é muito gostosa, Liana! — declarou rouca e depois abocanhou seu mamilo esquerdo com vontade.
— Você que é! — A irritadinha respondeu e mordeu os lábios em seguida, apurando o contato.
A rockeira a pôs no chão e ajoelhou aos seus pés e observou o quanto o sex* lisinho estava encharcado. Sua boca aguou e sem mais demoras, pôs seus lábios sobre ela, degustando da quentura e daquele sabor salgado entre suas pernas. Jamais se cansaria de tomá-la daquela forma, era gostoso e íntimo demais. Havia passado a semana toda querendo fazer isso.
— Hummm... — Lia gem*u de forma devassa. Ela abriu ainda mais as pernas e puxou a cabeça de Liz contra si, aumentando a pressão do contato. — Que delícia!
Aquela voz desejosa e cheia de tesão lhe deixava pirada. Abocanhou o sex* dela com vontade e com a língua, pressionou o clit*ris pulsante. Isso apenas deixou-a ainda mais louca. Por algum tempo, Liz brincou apenas com a língua ali e quando Lia começou a rebol*r freneticamente em sua boca, parou os movimentos e tal qual como previra, a irritadinha grunhiu de frustração.
— Puta que pariu, Liz. Não para!
— Eu não vou terminar tão cedo com você hoje.
Liz provocou-a e lhe deu mais um beijo no sex* encharcado. As duas se viam apenas com as luzes do reflexo da cidade lá embaixo, estava tudo perfeito como sempre, apenas uma coisa faltava para complementar. Música.
— Me espera aqui, já volto!
Levantou-se, foi até o quarto e logo voltou com sua caixinha de som, sua companheira fiel, e o dildo. Queria muito usá-lo novamente.
— Que tal a gente usar isso de novo? — Liz ergueu o objeto e logo a face de Lia se acendeu em um sorriso indecente.
— Adorei a ideia.
Lia foi rebol*ndo até ela e tomou seus lábios em um beijo desejoso. Liz ficava extremamente atraída quando ela ficava tão receptiva e desejosa daquela forma. Levou uma das mãos até seu bumbum e acariciou-o lentamente, apalpando e arranhando. Amava aquela parte do corpo dela, era firme e carnudo do jeito que gostava.
Com mais uma decidida puxada de cabelo, colou os lábios em seu pescoço e dessa vez lhe deu um ch*pão com vontade, com certeza ela ficaria com uma marca ali, mas não ligou, o tesão a governava naquele momento. Liz a puxou até o único sofá que havia ali na sala e ele era bem alto. Havia comprado nesse modelo pensando justamente para usá-lo daquela forma.
Sem cerimônia, jogou Lia sobre o sofá e abotoou o cinto do dildo em si mesma, isso tudo sob o olhar devorador da namorada. Liz soltou seu típico sorriso sapeca e prendeu os cabelos de Lia na sua mão.
— Você me quer assim?
— Quero muito! — respondeu atrevida e desejosa.
Liz aproximou-se e beijou-a com volúpia e levou as mãos até seus seios, eriçando os mamilos dela com seus dedos ansiosos. Foi distribuindo beijos por todo o seu corpo. A irritadinha se insinuava de forma maliciosa ao sentir seus toques, ela estava pulsando de tesão, mas adorava enlouquecê-la até seu limite.
— O que você quer que eu faça com você? — sussurrou sobre seu umbigo e depois lambeu ao redor daquela área até a púbis lisinha dela. Nesse momento, Lia soltou um gemidinho.
— Faz o que você quiser comigo!
Liz sentiu uma pulsação ainda mais forte em seu sex* ao escutar aquela frase.
— Sabe que você me deixa doida quando diz isso?!
Lia enlaçou a sua cintura com as pernas e abraçou-a pelo pescoço, fazendo com que suas bocas colassem.
— Mostra o quanto você fica louca!
Sem mais delongas, a rockeira a fez virar-se de costas, deixando-a de bruços no sofá, se ajoelhou, ficando com a boca no mesmo nível que o bumbum empinado dela. Liz adiantou-se e abocanhou uma de suas nádegas, depois, sem pensar racionalmente no que fazia, deu um tapa forte nela. Lia ofegou em surpresa, mas Liz ouviu o tom de riso e isso significava que ela estava gostando.
Abocanhou o sex* molhado dela por trás e naquele momento, a namorada rendeu-se ainda mais. Era gostoso pegá-la por trás e brincou com a língua em seu clit*ris por longos e torturantes minutos. Queria fodê-la daquela forma, de quatro, mas iria deixá-la completamente louca e preparada para isso.
Lia não havia mentido quando falara mais cedo que estava a fim de fazer zoada naquela noite, pois seus gemidos safados estavam altos e ecoava por todo o apartamento.
— Aaaah, Liz... você me ch*pa tão gostoso!
— Você é muito gostosa, Liana. Adoro te ch*par assim!
Liz podia sentir como ela estava já quase pulsando para goz*r e parou rapidamente com os movimentos da língua no sex* dela. Levantou-se do chão onde estava ajoelhada e inclinou-se um pouco. Com a namorada ainda de quatro, Liz pegou o dildo e o roçou levemente por toda a extensão do sex* dela, fazendo com que lubrificasse o objeto com sua excitação. Não conseguia nem descrever o tesão que sentia ao fazer isso.
Com o pulso e respiração acelerados pela expectativa do que viria a seguir, posicionou bem o “p*nis” em sua entrada e penetrou-a lentamente. Era uma sensação única fazer aquilo, não sabia explicar. Quase podia sentir como se fosse mesmo engolida por ela. Assim que se pôs totalmente dentro dela, Lia soltou um gemido e recostou a cabeça no encosto do sofá, ficando totalmente à mercê de Liz.
Mordeu os lábios e moveu-se devagar, cadenciando de leve os movimentos de seu quadril. Ainda tinha receio em machucá-la, mas despreocupou-se quando sentiu que ela levou a mão até o seu quadril, em uma tentativa de fazê-la aprofundar os movimentos. Levou as mãos até seu bumbum gostoso e começou a se mexer com mais vigor dentro dela.
Não tardou para que os gemidos dela voltassem a preencher o cômodo. Liz se sentia molhar completamente ao vê-la sentindo tanto prazer daquela forma. Sem mais se controlar, Liz aumentou a velocidade e viu como ela grunhia em aprovação. Os estalos de pele contra a pele se misturaram aos gemidos intensos dela e a música que tocava.
Passou as mãos nas costas já suadas dela e a arranhou com vontade, fazendo Lia soltar mais um gemido de dor e prazer. Logo enroscou os cabelos dela nos seus dedos e puxou-os fazendo com que a irritadinha inclinasse a cabeça para trás.
— Você gosta assim? — perguntou. Queria apenas confirmar se a namorada estava mesmo gostando daquela posição.
— Eu adoro! Me come com vontade!
Fogo vivo se alastrou pelas veias de Liz ainda mais. Lia sempre a surpreendia de todas as formas possíveis. Se sentiu a mulher mais sortuda do mundo naquele momento. Ela era tudo o que já havia sonhado, era tudo o que queria e precisava fazê-la sua para sempre.
— Puta que pariu, Lia!
Levou uma de suas mãos pela frente até alcançar o clit*ris da namorada e começou a estimulá-lo com os dedos ao mesmo tempo que a estocava por trás. Os gemidos aumentaram gradativamente junto do movimento de seus quadris. Sentia que poderia fazer aquilo a noite toda de tanto tesão que sentia.
Percebeu como ela já estava a ponto de goz*r, mas ainda queria mais, por isso saiu de dentro dela sem aviso e cessou os movimentos dos dedos. Antes mesmo que Lia pudesse protestar, virou-a de frente para si e deitou-a no sofá completamente, se pondo entre suas pernas e logo voltando a penetrá-la e atiçá-la com o dedo em seu ponto mais sensível.
— Assim me mata de tesão, Liana. — grunhiu entre dentes. Estava com um desejo louco, ainda mais forte do que das outras vezes. — Você é uma safada!
Mais uma vez Liz rebolou o quadril vigorosamente contra ela e mordeu os lábios ao vê-la tão entregue e sentindo prazer. Lia puxou-a e a abraçou possessivamente pelo pescoço, unindo os corpos. Era ainda mais gostoso a sensação deles suados, deslizando um pelo o outro. Desceu a mão pelo corpo dela e ficou a estimular também sua feminilidade e observou como o prazer dela aumentou com isso. Dessa vez nada iria pará-la.
Quando sentiu Lia prestes a goz*r mais uma vez, levou a mão até o pescoço dela e sufocou-a cuidadosamente no exato momento em que ela se esvaiu em um êxtase intenso. O gemido foi tão alto e rouco como em nenhuma outra vez. Sorriu devassa e satisfeita quando viu-a se contorcer de prazer embaixo de si.
Soltou o pescoço dela quando a viu ficar com o rosto avermelhado e começou a tossir ao mesmo tempo em que sorria satisfeita. Não tinha nem palavras para descrever a satisfação que sentiu ao fazê-la goz*r tão gostoso daquele jeito. Ao menos no sex* Liz podia admitir que sabia bem como fazer.
Ficou parada por alguns segundos enquanto a observava se recuperar do orgasmo intenso que acabara de ter e lentamente foi saindo de dentro dela. Liana era boa demais para ser verdade. Tinha muita sorte de tê-la encontrado. Se sentia quente e seu corpo estava completamente suado devido os movimentos que fizera. Adorava quando faziam sex* suarento daquela forma, era a melhor maneira de cansar seu corpo e esvaziar a mente. Estava com falta dela.
— Estava inspirada hoje! — Lia soltou por fim e lhe soltou um sorriso safado. — Era tudo o que eu queria. Senti falta das nossas sacanagens.
Liz gargalhou perversa. Como poderia ter uma ligação, uma harmonia assim tão forte com Lia? Ela estava se sentindo da mesma forma. Seja lá o que fosse, não queria perder aquilo nunca mais.
— É a saudade e porque você também me deixa doida!
As duas se olharam nos olhos por alguns segundos. Liz rapidamente contemplou os traços delicados dela, os cabelos castanhos, seu nariz perfeito e seus lindos lábios agora avermelhados. Não queria mais ninguém em sua vida que não fosse Lia.
— Te amo! — acabou soltando na emoção. Estava cada vez mais fácil dizer aquilo, principalmente quando ela soltou aquele lindo sorriso e beijou-a.
— Isso é música para os meus ouvidos — Lia retirou sua cinta e inverteu as posições, agora ficando por cima e colocou a coxa entre suas pernas, fazendo com que a pele atritasse contra seu sex* e em seguida disse satisfeita. — Hummm... está bem molhadinha!
Elas sorriram uma para a outra e a namorada começou a provocá-la com sua perna. Podia se sentir pulsando por ela. Queria relaxar e se perder em um gozo intenso que só ela poderia proporcionar.
— O que você quer que eu faça? — Lia perguntou, seduzindo-a com lambidas na orelha.
— Me ch*pa bem gostoso!
O próximo movimento da namorada foi abocanhar seu sex* com vontade. A língua dela sabia exatamente onde e como torturá-la. Liz tinha que admitir que nenhuma outra garota havia se preocupado tanto em lhe dar prazer como sua irritadinha fazia. Ah, e como ela sabia lhe ch*par gostoso!
A irritadinha parou os movimentos de súbito e subiu pelo seu corpo. Lhe beijou, fazendo-a sentir o próprio gosto e sussurrou em seu ouvido:
— Fica de quatro para mim! — pediu com anseio.
Liz ficou surpresa mais uma vez e sorriu com a atitude. Lia se soltava sempre mais e mais, e não podia mentir, adorava quando ela estava solta daquela forma. Rapidamente fez o que ela ordenou e se pôs de quatro no sofá. Ao olhar para trás pode ver a expressão devoradora no rosto da namorada e aquilo a incendiou. Ela estava de boca aberta e passou a língua pelos lábios.
Sem demora viu quando Lia ajoelhou-se e logo sentiu a boca lhe tomando por trás, assim como havia feito com ela. Liz sentiu um prazer indescritível com aquela posição e não demorou até os seus gemidos virem à tona. Estava sensível demais e podia sentir a língua de Lia ainda mais intensamente.
Quando deu por si já estava de boca aberta e mordendo o sofá à sua frente. Estava gostoso demais e não queria que ela parasse. Por sorte, a namorada continuou com os movimentos de forma incessante. Sentiu uma ardência de prazer tomar conta do seu sex* e suas pernas começaram a tremer com o orgasmo que vinha a seguir.
— Aaaah... eu vou goz*r gostoso! Puta que pariu!
Aquela sensação de leveza, alegria e prazer tomaram conta de seu corpo e o gemido que se seguiu nem conseguia controlar, era como se fosse outra pessoa a gritar. Soltou um sorriso de satisfação junto de sua respiração ofegante. Lia ainda a ch*pava, mas já estava extremamente sensível.
— Para amor! — Liz pediu, mas ela apenas continuou a ch*pá-la.
Não estava mais aguentando a tortura, precisava de alívio. Caiu de costas, saindo da posição e forçando Lia a parar. Ela estava com a face quase toda molhada e a olhou com malícia. Liz adorava quando ela estava assim.
— Está gulosa hoje, não é?
A irritadinha deitou sobre seu corpo.
— Quando você pede para parar aí é que tenho vontade de continuar! — revelou sapeca e lhe deu um sorriso safado.
— A gente tem a noite toda. Só preciso recuperar um pouco a energia.
— Já cansou? — fingiu surpresa. — Eu quero mais.
— Você ainda vai me matar, Liana.
— Mas vai valer a pena!
Ela sustentou a namorada sobre seu corpo por alguns minutos deliciosos. Ficaram ali na penumbra, apenas sentindo a quentura dos corpos e se beijando.
— Eu comprei champanhe, está na geladeira. Quer um pouco?
O olhar da namorada acendeu novamente. Ela gostava quando usavam bebidas na hora do sex*. Elas beberam metade da garrafa antes de recomeçarem a sessão de amassos novamente. Liz podia sentir suas bochechas e entranhas arderem e esquentarem com o álcool. Não tardou até que o desejo fosse reacendido.
Dessa vez as duas se entregaram a um gostoso 69 no tapete macio da sala mesmo. Entre frases desconexas e palavrões, Liz gozou primeiro, mas continuou empenhada em fazer Lia goz*r novamente. Não tinha preço vê-la de contorcer de prazer com seus toques. Não havia nada mais gostoso na vida.
Após mais um orgasmo delicioso, Liz deitou-se entre as pernas dela e descansou a cabeça sobre seu sex* gostoso e molhado. Era tão bom ter toda aquela intimidade com ela. A namorada começou a fazer carinho em seus cabelos e depois de algum tempo, perguntou:
— Você não sente mesmo falta das suas aventuras?
A pergunta lhe surpreendeu. Nunca mais Lia havia tocado naquele assunto. Ergueu a cabeça para olhá-la, mas ela estava com o olhar distante para a cidade além da janela de vidro. Engatinhou sobre ela até que seus lábios estivessem a milímetros de distância.
— Por que eu sentiria falta?
— Não sei. Achei que teríamos problemas com isso. Eu tinha tanto ciúmes de você e medo de você me deixar para ficar com as outras.
— Você não tem razão para temer nada, minha linda. Não quero saber de outra pessoa.
— Liz, você se entregou mesmo à nossa relação — Lia sussurrou manhosa em seus lábios. — Foi a maior felicidade da minha vida quando você disse que ia tentar ficar sério comigo.
Liz sorriu ao lembrar-se do começo. Era sempre gostoso reviver a euforia do início.
— Como eu teria chances de resistir a esse seu jeitinho? Quando a gente se beijou a primeira vez eu sabia que eu estava fudida e que eu não ia querer mais outra boca na minha.
Respondeu com sinceridade e viu que ela ficou surpresa ao ouvir aquilo. Liz se sentiu diferente por ela desde o início, apenas tentou se enganar por medo.
— Mas você fugiu tanto, não queria nada sério!
— Eu acho que estava tentando me enganar, sabe? Por medo de me apegar. Sempre foi diferente com você, sempre! Eu nunca tinha me sentido daquela forma antes.
— Ainda não consigo acreditar quando você me fala essas coisas!
Lia abraçou-a pela cintura e pôs a cabeça entre seus seios, cheirando-os. Sem se conter, Liz pegou as mãos delas nas suas e prendeu-as contra o chão. Foi até seu ouvido e sussurrou:
— Você é a única para mim! — começou a distribuir beijinhos pelo pescoço dela enquanto falava. Lia apenas a escutava de olhos fechados, apreciando o contato. — Você mexe com o meu coração da mesma forma que mexe com o meu tesão. O que mais eu poderia querer na vida?
Lia abriu os olhos e fitou-a de forma intensa e emocionada. Liz estava totalmente exposta ali com ela e nada parecia mais certo do que isso, aproveitou o momento e apenas continuou:
— Sabe uma coisa que eu amo em você?
— O quê? — perguntou ela curiosa.
— Que em um momento você fala toda apaixonada que me ama e logo depois pede para eu te foder bem gostoso de quatro. Ah, me deixa louca! — Liz distribuiu beijos pelo seu pescoço e colo. — Você é tudo que eu sempre sonhei, mesmo que nunca tivesse procurado. Como eu posso sentir falta de alguma coisa tendo uma mulher que nem você?
Lia tinha lágrimas nos olhos e automaticamente os seus também marejaram um pouco. Como alguém poderia ainda dizer que aquilo era errado? Era verdadeiro o que sentiam uma pela outra, puro e verdadeiro. Jamais deixaria que ficassem entre as duas.
A noite foi bem aproveitada e gostosa. Liz levou o som para perto da piscina e as duas ainda se atreveram a nadar nuas. Cobertura tinha as suas vantagens. Lá pelas duas da manhã foram dormir vencidas pelo sono. Colocaram o colchão no meio da sala e dormiram agarradas, apreciando a vista das luzes da cidade. Literalmente sentia que não precisava de mais nada.
No domingo as duas acordaram tarde e saíram apenas para almoçar fora. Não foram para o condomínio e voltaram para o apartamento. Elas queriam apenas aproveitar a companhia uma da outra. Estavam deitadas no colchão da sala ainda, como na noite anterior e conversavam.
— O que achou do apartamento? — perguntou ansiosa. Queria muito fazê-la mudar de ideia sobre o seu pedido.
— Achei incrível, é claro! Eu amei.
— Aprovou mesmo?
— Está aprovado, sim — Lia sorriu e passou e fez um carinho de leve em sua testa. — Eu sei que você ainda está esperando uma resposta, mas eu ainda não me decidi.
Cada vez que Lia lhe dava uma negativa, seu coração doía um pouco. Até entendia o lado da namorada, o fato de ela querer ter as próprias conquistas com mérito e não depender de seu dinheiro, entendia tudo isso, mas será que Lia não poderia tentar mudar um pouco seu estilo de vida pelas duas? Não valia a pena se entregar àquilo que sentiam?
Liz deu de ombros e suspirou pesadamente. Não queria parecer chateada e estragar o momento, mas era impossível agir como se isso não lhe machucasse. Lia apenas a olhava com atenção e parecia sentir culpa por estar agindo daquela forma.
— Amor, desculpe...
— Não precisa dizer mais nada! — pressionou um dedo sobre os lábios dela suavemente e acariciou-os. — Eu realmente entendo o seu lado, mas acabo ficando chateada. Vai passar, ok? Só não vamos mais falar nisso.
— Tem certeza? — perguntou parecendo preocupada.
— Tenho. Também não quero te pressionar.
— Você sempre me compreende e respeita — Lia aproximou-se e beijou-a com ternura. — Obrigada!
— Claro que sempre vou te respeitar.
Elas se encararam e sorriram uma para a outra. Liz sabia que com jeitinho e paciência sempre conseguia o que queria da namorada, talvez isso pudesse funcionar nessa questão também.
O cansaço da correria da semana tomou conta do seu corpo naquele momento. A cama era macia e aconchegante e estava abraçada ao amor de sua vida. Naquele momento era tudo o que precisava. Deram um cochilo pela tarde depois de toda a conversa.
Quando acordou-se já era quase noite e Lia estava sentada no sofá, estudando pelo celular. “Ela nunca deixaria de ser uma nerd” pensou consigo mesma e sorriu. No telefone havia uma mensagem de Luísa convidando as duas para jantarem no condomínio junto dela, os primos e Artur. Como haviam tido tempo para se aproveitarem, resolveram juntar-se a eles.
Cedo da manhã na segunda-feira, Liz levou a irritadinha até o aeroporto para que ela pudesse voltar para casa. As duas se despediram com um selinho e um abraço apertado.
— Boa sorte na prova, amanhã!
— Obrigada!
— Me liga assim que souber o resultado, tá bom?
— Hum! — Lia exclamou com deboche e ficou sem entender.
— O quê?
— Se você me atender, né? — replicou com sarcasmo.
Admitia que na empresa acabava ficando sem tempo de checar sempre o telefone, mas pensava que Lia não tinha se incomodara com aquilo já que não havia falado nada, afinal, ela sabia que estava no trabalho. Precisava ter mais atenção nesses detalhes com a distância e suspirou antes de responder calmamente.
— Desculpe, irritadinha. Você tem razão. É que às vezes é uma correria que acabo não conseguindo prestar tanta atenção no telefone. Eu vou ter mais cuidado.
A expressão da namorada se suavizou aos poucos e finalmente ouviram a chamada para o seu voo.
— Te ligo, então!
— Vou ficar esperando. Posso só pedir um favor?
— Qualquer coisa.
— Se você tiver um tempinho pode dar uma passada no meu bar? Sei lá, ver como estão as coisas por mim?
Lia pareceu ficar surpresa com o seu pedido e sorriu satisfeita.
— Claro! Já que amanhã vou para cidade eu posso ficar para dormir e ir lá à noite.
— Obrigada!
— Nem precisa agradecer. É o mínimo.
Ficou ali até vê-la sumir no portão de embarque e como já estava atrasada, foi-se logo embora. Dirigiu calmamente até a empresa e foi o caminho todo escutando música. Os porteiros logo liberaram sua entrada assim que viram seu carro. Estacionou e assim que fechou a porta, mirou seu próprio reflexo no vidro.
Quem diria que um dia estaria ali e vestindo roupas executivas e formais? Estava mesmo mudando e por um momento refletiu sobre seus antigos hábitos. Sentia falta de usar suas “roupas de rockeira” como a tia mesma gostava de falar, mas não poderia vestir-se assim ali. Ao menos fora da empresa, ainda usava o mesmo estilo.
Às vezes as coisas aconteciam tão rápido que nem se dava conta. Sentia falta da rotina na outra cidade, dos meninos da banda, das apresentações e também do seu bar. Precisava se encontrar com Tom para resolver algumas questões, ele estava segurando as pontas sozinho naquelas semanas, ao menos Lia daria uma volta por lá.
Passou pela recepção e as meninas lhe cumprimentaram com educação, mas reparou que Amanda não estava lá como de costume. Assim que saiu do elevador, foi até sua baia dar continuidade a um projeto que havia começado com seus colegas.
— Bom dia! — cumprimentou a todos com sua simpatia usual.
A manhã foi apressada como sempre e cheia de trabalho. Já passava das dez quando ouviu a voz de Amanda falar atrás de si:
— Bom dia, Liz!
Virou-se para olhá-la. A morena vestia suas roupas formais e exalava elegância como sempre. Liz não podia mentir que ela era uma mulher muito linda.
— Bom dia, Amanda! — respondeu educadamente. Percebia como a mulher à sua frente estava feliz e ela parecia querer falar algo. — Tudo bem!
— Tudo ótimo! Estava tendo uma seleção para ver quem seria a nova secretária do senhor Artur e eu consegui a vaga! Vim agora do RH, eles acabaram de me dar a notícia.
— Uau! Mas são ótimas notícias. Parabéns, você merece! — A rockeira estava mesmo feliz pela conquista da outra. Isso significava que as duas trabalhariam no mesmo andar e se veriam mais por consequência.
— Obrigada! Queria só compartilhar a notícia. Vamos nos ver mais por aqui.
Liz percebeu que ela tinha um lindo sorriso nos lábios e uma expressão de expectativa na face. “Eita” pensou em alerta. Era impressão sua ou ela estava tentando se aproximar? Tinha experiência o suficiente para saber que Amanda parecia interessada em si. Seu ego inflou por alguns segundos, não era santa afinal, mas aquilo não era nada. Nunca iria trair Lia.
— Fico mesmo feliz pela sua conquista. A gente se fala depois, então? — tentou esquivar-se e cortar o assunto. Não iria dar esperanças a ela. — Preciso mesmo terminar esse projeto.
— Claro. Foi mal! Bem, vou lá agora.
— Ok. Boa sorte com seu novo cargo.
— Obrigada, Liz.
Disfarçadamente observou-a se afastar com aquele rebol*do decidido. Balançou a cabeça para tentar afastar os pensamentos indevidos e focou em seu trabalho. Próximo às onze colocou seu telefone perto e ficou a observar se recebia alguma ligação da namorada. Havia pedido que ela lhe avisasse quando desembarcasse.
Estava concentrada resolvendo algo sobre o projeto com os rapazes que quase não viu quando Artur saiu do elevador e passou apressado para a sua sala. Ele parecia preocupado e dispensou quando algumas pessoas tentaram se aproximar para lhe perguntar algo.
Sem demora foi até a sala dele e bateu na porta, porém, não obteve nenhuma resposta. Entrou mesmo assim e encontrou-o arrumando sua mesa e falando apressado ao telefone:
— Eu já estou chegando, obrigado!
Ele parou assim que a viu na sala e desligou o telefone.
— Algum problema na empresa? — perguntou preocupada e sem perder tempo.
— Na empresa não — Artur andou até ela com cuidado. — Nos falamos depois, Liz. Eu preciso ir agora.
Ele pediu. No entanto, ela não se moveu e voltou a falar com firmeza:
— Eu sei que está rolando alguma coisa faz tempo e nem você nem a tia Luísa me dizem o que é! Artur, isso é alguma coisa sobre o acidente dela?
Os dois se encararam por um tempo e Artur suspirou pesado. Ele afastou-se e sentou em uma das poltronas.
— Por que está me perguntando isso?
— Eu não sou cega e nem estúpida. Desde que tudo aconteceu, vocês ficaram sempre me alertando. Pedindo para ter cuidado e não confiar no Flávio. Ele teve algo a ver com isso?
Artur levantou-se e andou nervosamente pela sala, parando em frente à grande janela. Obstinada, foi até ele novamente.
— O que está acontecendo?
O mais velho olhou-a e balançou a cabeça. Ele estava relutante, mas parecia querer dizer algo.
— Não é assim tão simples, Liz.
— Me diz o que aconteceu, por favor!
— O acidente, não foi bem um acidente — ele sussurrou de volta e olhou ao redor. — Assim que Luísa ficou consciente ela me contou que os freios não estavam funcionando devidamente. E quando recuperamos o carro a perícia viu que, de fato, alguém havia mexido neles.
Liz sentiu um solavanco no estômago ao ouvir aquilo. Sua boca ficou seca e pôde sentir os batimentos do coração acelerarem de medo. Não acreditava que aquilo estava mesmo acontecendo.
— Ela disse que não lembrava de nada — pensou em voz alta e sentou-se quando sentiu as pernas tremerem um pouco. — Foi o Flávio?
— Nós não sabemos se foi ele — Artur sentou-se ao seu lado e pegou firme em sua mão. — Luísa não contou nada por medo. Ela não queria que isso se espalhasse. Se alguém foi capaz de fazer isso, pode fazer qualquer coisa e ela não queria envolver nem você ou os filhos.
— Puta que pariu! Vocês não deveriam ter escondido isso. Faz quase um mês desde o acidente e eu não estava sabendo de nada, porr*! — levantou-se abruptamente. Estava enérgica com o choque. — Artur, isso é muito sério! Alguém tentou matar minha tia.
— Shhhhiu! — Ele levantou-se também e se aproximou novamente. — Temos que ter cuidado, Liz! Você quer vir comigo, então? Suponho que uma hora você ia acabar descobrindo mesmo.
— Para onde está indo?
— Nós contratamos um investigador profissional. Ele vem trabalhando em sigilo com a polícia desde que o resultado da perícia saiu.
Liz sorriu de nervoso. Aquilo parecia coisa de seriado policial. Não havia caído a ficha ainda de que tudo era real. Sua cabeça começou a doer de tanto pensar no assunto.
— Não vamos sair juntos daqui, ok? — Artur trouxe-a de volta para a realidade.
— O quê? — perguntou sem entender.
— Você vem comigo ou não? O investigador disse que encontrou uma coisa.
— Claro que vou!
— Ok. Eu vou descer, sair normalmente no meu carro e vou te esperar na esquina. Você me segue. Consegue dirigir agora?
— Ah... — estava mesmo se sentindo abalada, mas teria que ser forte naquele momento. — Consigo sim!
— Ótimo! Espera alguns minutos e pode descer. Tenta se recompor um pouco, não quero que ninguém perceba nada.
Liz ficou ali na sala processando toda a informação que havia recebido, tentando conter seu medo e ansiedade. Não queria acreditar que Flávio pudesse estar envolvido naquilo. É claro que nunca confiara nele e que o tio nunca fora uma pessoa agradável ou confiável, mas ser um assassino? Teve ânsia em imaginar isso.
Após alguns minutos sozinha, saiu da sala, disfarçando o desconforto o melhor que pôde. Por sorte já passava das onze e avisou aos seus colegas que já iria almoçar. Já em seu carro, ficou alguns instantes segurando o volante com força e tentando manter a calma. Não era à toa que a tia e Artur estavam tão estranhos ultimamente.
Saiu da empresa e dobrou a esquina como Artur lhe dissera. Logo avistou o carro dele parado próximo a um posto de gasolina. Deu sinal de luz e ele saiu assim que reconheceu seu carro. Liz estava tão distraída que não teve nem cabeça para colocar música e apenas ouvia a própria respiração pesada.
Assustou-se quando seu telefone tocou. Não estava com vontade de falar com ninguém, mas ao olhar no visor, viu o nome de Lia. Resolveu atender e disfarçar o nervosismo.
— Já chegou linda?
— Já sim, acabei de desembarcar.
— Ok. Foi bom o voo? — parecia perguntar as coisas no automático.
— Normal. Você ‘tá bem?
— Sim, só apressada com as coisas, não se preocupe.
— ‘Tá certo. Bem, liguei apenas para dizer que já cheguei — disse ela carinhosa. Ouvir o tom de voz ameno dela lhe relaxou um pouco. — Vou deixar você voltar para o seu trabalho.
— A gente se fala mais tarde?
— Sim. Quando você chegar em casa me liga.
— Ligo sim, minha linda. Até mais tarde!
— Até.
Alguns poucos minutos depois, Artur começou a se afastar um pouco da cidade e entraram por um caminho de terra. Eles dirigiram até um sítio que havia ali próximo à pista. Havia um portão grande de ferro e estava fechado. Após alguns segundos o portão abriu, liberando a passagem dos dois.
A propriedade não era tão grande e estava cercada por altos muros. De fora, a paisagem enganava muito, mas assim que observou o local, viu que tudo ali era bem moderno e que havia uma casa bem no centro do terreno, que mais parecia uma espécie de escritório. Estacionaram o carro e Artur esperou-a descer do carro.
— Você está bem? — ele parecia preocupado.
Liz apenas acenou com a cabeça e os dois entraram na casa. Como ela imaginara, era um escritório por dentro. Não haviam muitos funcionários e foram até a pequena recepção.
— Boa tarde. O senhor Cortez me espera. Sou Artur Castro.
A recepcionista parecia ser descendente de japonês, pois tinha os olhos puxados. Ela estava bem maquiada e parecia simpática, mas sem perder o ar sério.
— Boa tarde, Sr. Artur. Pode subir, ele está à sua espera.
— Obrigada!
— Por nada!
Os dois andaram lado a lado e Artur sussurrou enquanto subiam a escada.
— Ele é um dos melhores detetives aqui no Brasil e é um homem confiável.
— Eu nem sabia que existiam detetives assim no Brasil.
Artur não se controlou e acabou rindo de sua fala.
— Existe sim, só precisamos conhecer as pessoas certas para encontrar esse tipo de serviço.
Pararam em frente à grande porta branca no escritório onde havia o nome gravado: Hugo Cortez. Assim que entraram o homem tinha um livro nas mãos e imediatamente apagou o cigarro que estava fumando.
— Bom dia! — ele saudou-os e se levantou da cadeira indo abrir a janela que ali tinha. — Desculpem por isso, não os vi chegando.
— Tudo bem, Hugo — Artur respondeu e em seguida apresentou-a. — Esta é a Liz, sobrinha da Luísa.
O investigador era um homem bem alto, grisalho e usava bigode. Ele e Artur deram as mãos em cumprimento. Logo ele voltou a atenção para Liz.
— Olá, senhorita Lisandra!
— Olá!
— Eu já contei tudo para ela essa manhã, Hugo. Espero não ter nenhum problema. Pode falar tudo na frente dela.
— Tudo bem. Vamos lá então — Hugo esfregou as mãos uma na outra e virou a tela do computador para que os dois vissem. — Bem, da última vez que nos falamos por vídeo chamada, eu tentei analisar cada passo que ela deu naquele dia. Revistei tudo, busquei em todas as câmeras de vigilância possível e enfim. Segundo os relatos da Luísa, ela dirigiu por pouco tempo depois que saiu da tal reunião na outra cidade, correto?
— Sim, foi isso que ela me falou — confirmou Artur. Liz apenas observava atentamente a tudo o que o investigador explicava.
— Então a perícia me disse que para os freios estarem daquela forma com pouco tempo dela dirigindo na estrada, significava que eles haviam sido recentemente mexidos. Os cabos quase que totalmente cortados, então eu pensei no mais óbvio. Luísa disse que saiu daqui e foi direto para a outra cidade e que foi diretamente para lá.
— Ela disse mesmo que não havia parado em local nenhum. Saiu de casa e só parou quando chegou ao Hotel onde teria a reunião.
— Exato! O carro dela ficou estacionado em uma ala privativa e ela ficou nesse local por quase três horas. Eu chequei as câmeras de vigilância e por sorte consegui encontrar isso.
Ao dizer isso, Cortez clicou no play e o vídeo começou a ser reproduzido. A filmagem era boa e estava colorida. No vídeo, um homem com uma roupa acinzentada e usando boné, se aproximava do carro de Luísa e deitava ao chão, indo para debaixo do veículo e lá ficando por um bom tempo. Não fazia ideia de quem poderia ser aquele indivíduo.
O detetive avançou o vídeo mais um pouco para quando o homem finalmente se levanta e vai embora depois do serviço feito. Infelizmente não dava para ver bem o seu rosto devido ao boné que ele usava.
— Eu não acredito nisso! — Liz exclamou revoltada esfregou as mãos no rosto se sentindo exasperada. — Isso é muita maldade!
— Sim, Liz. Muita maldade. Não consigo entender uma pessoa que faz uma coisa dessas.
— Mas eu consegui uma melhor filmagem do rosto dele. Vejam!
Rapidamente o detetive mudou para outro vídeo, agora o homem passava na recepção e embora ele tentasse esconder o rosto, conseguiram ver com mais nitidez as suas feições. Liz não fazia ideia de quem era aquele homem.
— Vocês conhecem esse homem? — Cortez perguntou e ficou analisando-os cuidadosamente.
— Não faço ideia de quem seja! — A rockeira respondeu imediatamente, mas Artur continuou olhando bem para a tela. — Você sabe quem é, Artur?
— Infelizmente não — ele olhou-a e balançou a cabeça em negativa. — Estava vendo se reconhecia, mas nada. — Alguém só pode tê-lo contratado para fazer isso!
— Foi o que eu pensei. Foi por isso que chamei você até aqui. Já estou tentando descobrir quem é esse homem. Procurei registros dele na entrada do prédio, mas o nome que ele usou é falso. Só o que temos é essa imagem, por enquanto. Preciso de um adiantamento maior para seguir essa pista.
Liz sentia que sua cabeça estava prestes a explodir com toda aquela situação. Estava mal e pediu licença para ir até o banheiro. Talvez sua pressão tivesse baixado com aquele baque. Já no banheiro, apoiou-se um pouco na pia e lavou o rosto. Tinha vontade de chorar e gritar ao mesmo que também queria sair por aí esmurrando quem fizera algo tão monstruoso com a tia. Nada poderia explicar tal ato. Voltou a si quando ouviu uma batida na porta.
— Liz, você está bem? — era Artur do outro lado.
— Sim, já estou indo, obrigada!
Depois de mais alguns segundos tentando se recompor, saiu e voltou para a sala onde os dois estavam.
— Você está bem, senhorita? — Cortez perguntou preocupado. — Não é uma situação fácil de aceitar, mas precisamos manter a calma. Sei que logo vamos conseguir descobrir quem é esse homem e conseguiremos fazer justiça.
Liz se sentia entorpecida, não conseguia explicar. Ainda não queria acreditar no que estava acontecendo, era demais para que pudesse lidar. Por isso, permaneceu apenas calada enquanto Artur e ele conversavam, ajustando detalhes.
— Assim que eu tiver mais notícias, manterei contato.
— Ficaremos no aguardo, Hugo. Obrigado por isso.
— E lembrem-se, quanto menos pessoas souberem disso, melhor. Apenas por enquanto. Precisamos descobrir quem é esse homem primeiro e chegar até ele. Não podemos fazer alarde.
— Ok, estamos sendo discretos.
— Ótimo!
Liz não conseguia falar nada, apenas tentava processar o fato de que alguém queria mesmo matar sua tia. Será que nunca teria sossego em sua vida? Primeiro a tragédia toda com os próprios pais antes e agora isso?
Ao lembrar dos pais foi que se deu conta. Será que o que havia acontecido com os dois havia sido realmente a verdade. Um acidente e um enforcamento ou será que alguém os havia assassinado também?
— Liz, você consegue dirigir?
— Sim, apenas preciso tomar um pouco de ar primeiro.
Os dois sentaram em um sofá que havia na recepção.
— Eu não acredito que alguém tenha feito isso! — exclamou incrédula. — Será que Flávio teve mesmo algo a ver com isso? Aquele filho da puta!
— Infelizmente não temos como provar que possa ter sido ele, mas foi a primeira pessoa que nós pensamos. Foi uma atitude covarde e assassina. Seja lá quem tiver feito isso.
Liz teve vontade de se bater ao lembrar-se que ainda quis acreditar na redenção de Flávio assim que a tia sofrera o acidente. Se sentia uma completa idiota. Como conseguiria olhar para Flávio depois de saber tudo aquilo?
Queria apenas sair correndo e deixar todos os problemas causados por dinheiro em sua família. Será que Flávio havia matado seus pais também?
***
Fim do capítulo
Como sempre, me desculpem mesmo por essa demora, mas escrevi de todo o coração e espeo que gostem!
Beijinhos!
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