Boa tarde amigas, deixo vocês com a primeira parte da batalha final...espero que gostem. bjs e ótimo final de semana.
Capitulo 23 - A batalha final - Parte I
CAPÍTULO 23 - A Batalha Final - Parte I
Não deu tempo de aparar as arestas, nem de explicações, todos precisavam de algum treino e estudo de estratégias para o confronto com Irina. Alice se antecipou, sentindo correr muito forte em suas veias o sangue de sua família, pela primeira vez sentiu a força das ancestrais e de muitas que morreram nas fogueiras e pelas mãos de extremistas.
- Amigos, eu não sei o que nos espera, mas, saibam que se algo acontecer comigo, quero que continuem a tradição da minha avó, vamos buscar Maitê, se a deusa permitir quero que ela seja a minha sucessora quando me for, agora, preciso ir ao quarto da vovó. Sâmia, chame a convenção das bruxas, peça que Melissa as reúna, em meia hora preciso de todas aqui...
Janine passou o dorso da mão nas lágrimas que desciam pelo rosto moreno, prendeu os cabelos castanhos com algumas mechas douradas que pareciam queimadas pelo sol e olhou Alice com todo o seu amor, lógico estava sentindo medo, mas, misturado a esse sentimento tinha um enorme orgulho da bruxa que a namorada havia se tornado. Alice percebendo sua emoção seguiu até Janine, olhando os detalhes do seu rosto bem desenhado, lembrou do sorriso com covinhas, dos olhos que se apertavam quando ria, do corpo moldado pela ginástica e delicadamente a afagou, depositando um suave beijo nos lábios, aconchegou Janine em seus braços, percebendo que havia apagado as tatuagens e tirado os piercings, não queria ter nada na pele que virasse alvo para Irina e seu bando.
- Quer que eu vá com você amor?.
- Não meu bem, algumas coisas precisam ser feitas em solidão.
Alice seguiu até o quarto da avó, no caminho foi deixando para trás os últimos medos e inseguranças, se pudesse voltar o tempo faria tudo diferente, mas, o tempo não para e não tinha como lamber suas velhas feridas. Quando entrou no quarto sentiu que era outra, olhou ao redor procurando um velho baú onde a avó guardava as roupas e instrumentos mágicos e percebeu que estava encostado, quase escondido no final do quarto, levantou a tampa e foi como se os objetos tivessem se iluminado e para sua surpresa estava tudo muito limpo e cheirando a lavanda, tirou as roupas que estava bem dobradas e vestiu tudo o que estava ali esperando por ela, cada peça que colocava ia sentindo uma força imensa entrando em seu corpo. Quando terminou olhou para si admirada, a capa negra de capuz com a parte interna roxa ia até os pés, o vestido negro que seguia até os joelhos parecia ter um estilo medieval, percebeu que o decote acentuava os seios brancos que Alice nunca valorizou, passou as mãos nos cabelos loiros que foram transformados em ruivos caidos até a cintura em pesados cachos, pegou um espelho e viu que os olhos estavam violeta e disse para si que jamais negaria sua existência como bruxa e seguiu escolhendo os instrumentos, pegou a varinha mágica, um athame de prata e a vassoura que estava encostada no baú, já ia seguir quando ouviu:
- Alice?.
Virou reconhecendo a voz, não saberia precisar a emoção que estava sentindo naquele momento.
- Vovó Helena, quantas saudades, me desculpe ter negado nossa tradição, queria te dizer tanta coisa...
- Minha Lila, como está linda e vejo que está com os cabelos da época em que foi minha filha, lá na antiga Escócia, se quiser voltar a ser loira, lembre-se que tem só até a próxima lua cheia. Alice, não se culpe, você se apoderou da sua força, sinto daqui o seu kir, o seu poder, saiba que tudo tem seu tempo nessa vida, tem hora para tudo, estou orgulhosa de você, não esqueça nunca, você é capaz Alice, você tem algo que jamais Irina vai entender, você tem esse seu coração amoroso, você sofre por amar demais, por se doar as pessoas, mesmo as que não valem a pena em minha opinião de avó. Não deixe que o mundo tire isso de você, agora vá meu amor, não tenha medo e seja feliz...
Quando Alice retornou a sala todos estavam empenhados estudando os mais diversos tipos de feitiços, tanto de defesa, quanto de ataque e conta ataque, Melissa estava explicando o último e mais importante, o "vedrix", o feitiço da morte imediata, todos pararam para admira-la, a mudança externa era incrível, mas, a interna era ainda mais impressionante, olhou em volta percebendo os muitos olhares, as bruxas haviam parado o treino, foi preciso impor a voz em um pedido, "continuem, por favor", por fim, olhou rapidamente e de forma mágica por todos os compartimentos da casa, só para garantir, sorriu quando viu que estava tudo muito protegido, não corriam perigo algum, havia selado tudo, os sigilos de proteção desenhados em cada porta e janela eram eficazes, de forma que nenhum ser entraria ali sem ser convidado, nem mesmo Irina.
Chegaram a Praia do Arpoador antes do prazo, montaram uma tenda e embaixo dela estavam dispostas confortáveis cadeiras e uma mesa com água e alguns alimentos energizados. Não estavam se importando com o movimento de pessoas que aos poucos iam indo embora do lugar, alguns passavam rindo, outros mais se benziam, e um rapaz bêbado com o intuito de arrumar uma parceira de fim de noite, parou para perguntar se iam a uma espécie de Halloween.
Melissa se adiantou, seguiu até o rapaz colocando as mãos na cintura, riu ao reparar um par de olhos meio vesgos e alcoolizados que olhavam de sua brilhante bota negra até seus olhos, riu ainda mais alto quando viu o rapaz colocando os braços para trás e ficando na ponta dos pés, também empinou o peito ao perceber que a bruxa tinha evidentes centímetros a mais. A bruxa cruzou os braços percebendo que os olhos vesgos admiravam sua pele negra e os cabelos cacheados que caiam fartos até a altura dos ombros, o rapaz buscou aproximação, pensando "ainda dobro essa gata" ao mesmo tempo em que encarava os brilhantes olhos negros, se aproximou mesmo que com passos vacilantes. Melissa riu, encostou a palma da mão em sua testa e falou baixinho em seu ouvido "sobrium est". O rapaz balançou a cabeça assustado quando se deu conta que não tinha sobrado nada do álcool que havia consumido, fez uma cruz com os dedos, logo depois se benzeu, falou "credo" e saiu correndo sem olhar mais nada.
- Melissa, você devia poupar sua energia, e o que significa "sobrium est"?.
- Desculpe Alice, não resisti, inventei o feitiço na hora, digamos que foi uma licença poética...Hahahahah.
As 23h Irina e seu bando chegaram a praia, todos estavam vestidos com macacões de látex da cor prata. Bruna trazia Maitê adormecida em seus braços.
- Devolve minha filha! - gritou Sâmia.
Irina se aproximou com o seu bando, encarou a todos, e avisou:
- Vamos combater lealmente Alice, a luta será na arena de luz, mano a mano, um contra um, sem interferência, eu escolho um do meu bando e você escolhe um do seu. Se ganharem vou embora para Aldebaran e não retorno mais, prometo também tirar o meu DNA de todas as crianças que espalhei, elas serão apenas humanas, mas, se eu ganhar você Alice, vai ter que gerar um filho meu, gêmeos na verdade, um menino e uma menina, e vai ter que ser minha consorte. É justo, não é?.
- Alice, não aceite esse desafio - gritou Janine de onde estava.
- Não se preocupe meu amor, vai ficar tudo bem.
Com a mão, Irina criou a arena de luz, era um campo dividido ao meio, a luta começava com o lançamento do dado mágico, para ver quem iniciaria o lançamento do feitiço.
- Eu escolho Kevin - Falou Irina olhando o rapaz de longos cabelos prateados, pele translúcida e olhos de coloração laranja.
Alice olhou o bando, percebeu a força que Kevin tinha e escolheu uma das bruxas de Melissa, uma jovem alta, de cabelos curtos, espetados e castanhos, seu rosto andrógino, assim como sua roupa, "e eu escolho Cassandra".
A bruxa sorriu, buscando sua força na beleza do lugar, captou a energia da Pedra do Arpoador, enquanto olhava atentamente o Morro Dois Irmãos e a Pedra da Gávea ao fundo. Organizou uma espécie de embornal, onde estavam os seus instrumentos mágicos e ficou atenta ao lançamento do dado mágico, Cassandra ganhou a vantagem, e tentou conter sua animação, sabia que precisava marcar esse ponto. Olhou firme para o adversário, com os olhos apertados, enquanto girava em sua mão uma espécie diferente de flor que se expandia e recolhia enquanto lançava sementes e folhas no ar. Kevin estava pronto para desviar, tirou de dentro da roupa um bastão iluminado que teria como objetivo rebater o ataque. Sem vacilar Cassandra lançou a flor de luz no ar, em direção ao adversário, fazendo um efeito inesperado, assim, a rosa reverberou indo parar diretamente no peito de Kevin, o rapaz tentou se levantar, mas, não conseguiu lançar o seu feitiço, desmaiando em seguir.
Irina fechou a arena de forma momentânea, caminhou até Kevin, que com muita força conseguiu abrir os olhos enquanto ofegava buscando se recuperar. Em um único gesto, Irina se abaixou, tirando de dentro do seu peito algo parecido com uma maçã de luz que foi apertando com força entre os dedos de sua mão, quando terminou uma poeira brilhante foi levada pelo vento.
- É, e gostava muito desse rapaz...uma lástima.
Alice estava com vantagem, escolheu Ranya, uma jovem de longos cabelos ruivos e lisos, de grandes olhos cor de mel, a ruiva balançou a cabeça, transformando as capa e os adereços, era uma legítima guerreira medieval. Ranya olhou a todos e rapidamente forjou um dragão rosa e lilás que lançava raios em formato de pequenas rosas.
Irina riu, se contorcendo inteira, enquanto encarava Alice e as demais.
- Como vocês conseguem ser tão ridículas...eu escolho Luran.
O menino se adiantou, se posicionando, Ranya olhou Irina, apontando o dedo.
- O que é isso, não vou guerrear contra um menino.
Luran riu alto, sua risada era cortante, fria, externando uma total ausência se sentimentos.
- Não por isso querida!!. - Falou duro, para logo se transformar em um guerreiro medieval, com músculos acentuados e uma clave imensa.
- Alice!! - Gritou Irina, para depois continuar - vamos tornar isso melhor, se Luran vencer, o meu próximo guerreiro vai ter direito a escolher o adversário...
Alice foi até as bruxas perguntando a opinião de todas, como concordaram seguiu até Irina e estendeu sua mão "feito!".
Ranya mal tinha se posicionado quando recebeu a clave direto em sua cabeça, ficou tonta e imediatamente o dragão desapareceu, assim como todas as suas armas, olhou ao seu redor e percebeu que não tinha muitas alternativas, juntou a mão em garra para conjurar o feitiço "firewall", criando uma muralha mágica em torno de si. Luran com sua clave, destruiu as pedras, seguindo com uma adaga girante em direção a Ranya que estava caída no chão, a ruiva sentiu uma dor lancinante ao ser atingida na perna, mas, não tinha forças para reagir, o guerreiro seguiu sem piedade, atingindo vários locais não vitais, queria machucá-la, queria uma morte lenta, quando Ranya percebeu que era uma questão de vida ou morte, buscou todas as forças que ainda tinha e conjurou "vedrix mortem". O guerreiro imediatamente transformou-se em Luran, dissolvendo como fumaça no ar.
Bruna gritou de onde estava e Irina cerrou os punhos, olhando a fumaça brilhante que seguia o seu rumo, enquanto seus guerreiros olhavam com uma expressão de lamento. Ranya saiu de olhos baixos, o dragão e suas armas retornaram e com um único movimento, a bruxa os diminuiu transformando-os em madeira até caber em uma bolsa, aos poucos suas vestes de bruxa retornaram, só assim pode levantar da arena para cuidar dos seus ferimentos, Irina ficou olhando sem nada entender, Ranya estava triste e já saia em direção as amigas, quando retornou mancando até Irina só para dizer.
- Nunca comemoramos a morte de alguém...
As batalhas seguiram com evidentes pontos de vantagens para o time de Alice, algumas bruxas estavam feridas e precisavam de cuidados especiais, mas, depois da morte de Kevin e Luran não aconteceu mais nenhuma outra, portanto, seguiram sem baixas em nenhum dos lados. Completamente exaustas Alice e Irina decidiram que os times precisavam se reunir para repor as energias, separaram-se e ao longe notaram que alguns poucos transeuntes que passavam por lá se reuniam em pequenos grupos aplaudindo animadamente, achavam que estavam filmando uma novela.
Após retornarem depois de um breve descanso, Bruna se antecipou, estava animada para guerrear, olhou Alice com desdém e escolheu Janine como adversária, jogando uma luva em seu rosto, pelas leis mágicas, cabia a desafiada aceitar ou não. Alice pediu inúmeras vezes a Janine que não aceitasse o desafio, que ela batalharia com Bruna e depois com Irina tranquilamente, mas, Janine não declinou e seguiu firme para o campo de batalha, antes foi até Alice, envolveu a namorada pela cintura e a trouxe para perto de si, beijando-a ardentemente, todos aplaudiram inclusive o bando de Irina, que só parou ao ver o olhar de reprovação da chefe.
Janine prendeu os cabelos, plasmando uma de suas roupas dos anos 60, era um vestido floral colorido e seguiu firme e decidida. Bruna por outro lado estava disposta a tudo, tinha aprendido recentemente um feitiço forte e eficaz,que tinha como objetivo roubar todos os dons e magia do adversário, e foi com esse pensamento que avançou para cima de Janine, estava em vantagem pois havia ganhado nos dados e poderia atacar primeiro, ajeitou o corpo e começou a conjurar um feitiço em latim "Lucrum unibus est alterius damnum...", ou seja, "a desgraça de uns é o bem de outros', mas, ao finalizar a frase, no lugar de roubar os dons de Janine, enviou todo o seu fluido vital e todos os anos que viveria encarnada aqui na Terra compactados em uma bola de luz, Janine fechou os olhos, estava tonta diante a luminosidade que se agigantava em sua frente, piscou algumas vezes sem nada entender e fazendo o possível para não ser atingida, não teve como, a luz e os fluidos entraram por onde seria o seu coração, diante do baque se sentiu pesada, tentou e não conseguiu mais levitar, desmaiou quando percebeu que ao redor do seu corpo espiritual foram nascendo vasos, artérias, músculos,órgãos, esqueleto, pele...enfim, ganhou rapidamente uma estrutura corporal, era como se tivesse renascido, por outro lado, Bruna virou espírito e gritou ao ver que seu corpo simplesmente virou pó.
- Irina...faça...alguma coisa...
- Bruna, não tem como reverter o que fez...
.
CONTINUA...
Fim do capítulo
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brinamiranda Autora da história
Em: 26/07/2020
Pois é Marta hahahaha...mas, acho que essa possivelmente seja uma chance dela melhorar, nem que seja apenas como alma rsrsrs
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Marta Andrade dos Santos
Em: 26/07/2020
Kkkkkk o feitiço virou contra o feiticeiro Bruna se foi.
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