Escolhas e Consequências
Jéssica.
- Ei gatinha, vamos ao Lá shake? - olhei para minha amiga, e era incrível que as vezes a vida nos dá anjos em forma de amigos. E era assim Claudia era.
- Ah Clau, hoje eu tenho que terminar um projeto, que já adiei bastante.
- Pois é, se já adiou muito, não te custa nada adiar mais um pouco. sei o que você mais precisa nesse momento é um delicioso milk-shake e se divertir um pouco. Pois isso sim é um verdadeiro programa para um sábado à noite. - Ela me olhou e viu que não estava muito confiante, e decidiu apelar. - Ah velho, faz tempo que não saímos, sinto falta da minha amiga. E além do mais, quero lhe apresentar Michele, daqui a pouco ela vai achar que você é uma amiga imaginaria. - Pra completar ela faz aquele olhar de cachorro que caiu da mudança, não tinha como fugir.
- Quanto drama Clau. Tá bom, eu vou, mas... Vou ficar pouco tempo, pois tenho que realmente terminar esse projeto. - Na verdade nem sabia se esse era o real motivo de não querer sair de casa. Sabia que normalmente Clara me ligava a noite.
- Não demora, e fica bem gata. Só assim você arranja uma namorada, e larga dessa mulher invisível. - Revirei os olhos e sorri, Clau era assim. Ela sabia da existência de Clara na minha vida, porém nunca tinha visto, para ela, não era saudável nutrir um sentimento por alguem que não correspondia e muito menos queria fazer parte da minha vida. Sem contar o fato de nunca termos ficado. Por esses motivos Claudia sempre pegava no meu pé para eu abrir mão da "mulher invisível".
Fui me arrumar, optei por um vestido de alça, leve solto e alcinha. Pouca maquiagem, e uma rasteirinha. La Shake, era um lugar muito bom, conhecido pelos melhores milk-shake, diversos tipos de bebidas e brinks, lanches, petiscos. O ambiente era bem dividido, o arquiteto fez um excelente trabalho, sem contar que lá tinha boliche, sinucas, e pebolins. Resumindo, o lugar era bem frequentado pelos jovens. Clau, decidiu que iriamos no carro dela, com a desculpa de que ela tinha vindo com o carro. Mas sabia que ela não queria que cada uma fosse nos seus receptivos carros, para dificulta a minha volta para casa. Passamos na casa de Michele, ela era uma garota muito legal, faziam um belo casal. Chegamos no La shake, e como de costume, estava bem movimentado, sentamos de frente a entrada, o que era estranho, pois sempre ficávamos na área dos jogos.
- Não creio que irei ficar segurando vela a noite toda! - Revirei meus olhos e as meninas começaram a rir.
- Relaxa a noite é uma criança, e você não irá ficar sozinha a noite toda.
- Por que diz isso, estão tramando alguma coisa?
- Larga de ser besta, e aproveita a noite. - Elas voltaram a se beijar, e nesse exato momento a porta se abri, e pude ver Clara entrando com mais duas garotas.
Como o um ser humano pode ser tão preso a paradigmas? Ainda estou sem acreditar, na coragem que ela teve de me ignorar por completo, poderia dizer que ela não me viu, mas ela viu, e decidiu ir embora sem ao menos me dar um aceno. Tudo bem, ela nunca especificou nada em nosso relacionamento, cai na real Jéssica! Qual relacionamento? Estou começando a achar que nem amizade existe entre nós duas. Eu que criei a ilusão de que um dia ela ia cair na real, e ver que ela já era adulta, dona da própria vida, e se entregar de vez. Minha amiga percebeu a minha expressão.
- Que foi, Jéh?
- Era ela, era ela. Me viu, e decidiu ir embora.
- "A mulher invisivel?"
- Sim...
- E por que você acha que ela fez isso?
- Eu não sei... - Mentira, eu sabia muito bem porque, ela tinha vergonha, e provavelmente não queria se expor. Eu tinha chegado no meu limite com ela, minha vontade era de ir embora.
- Gente, acho que já vou. Michele, foi um enorme prazer em conhecer você.
- Epa, epa! Você não vai a lugar algum. - Virou para sua namorada – Amor, sua amiga vai demorar muito?
- Não, não vai, ela disse que já estava a caminho. Olha ela ai. - E nossa, devo admitir que ela era linda. Estava sofrendo por amor, e não cega. Michele se levanta. - Meninas, essa aqui é Fernanda, minha amiga, e nova na cidade. Então vamos ajudar para que ela se entrose, e se divirta muito! - Falando isso olhou para mim e deu uma piscadela, e percebi que a noite era uma criança!
Eu estava triste, mas decidir não ficar me martirizando, já havia feito tudo que estava no meu alcance. Mas nunca saia do lugar. Uma hora ela demostrava que queria me beijar, que queria estar comigo, que me deseja, mas em outra ela vinha com a conversa do quanto é errado, e que eu deveria me libertar do mal que é ser homossexual. Então decidir aproveitar a noite, Fernanda, a amiga de Michele, realmente era uma companhia agradável. No final da noite decidimos, que amanhã deveria continuar. E como a única que tinha casa e não apartamento, ficou decidido que iria ser na minha casa.
Acordei um pouco mais tarde, não tinha conseguido dormi muito bem a noite, a imagem de Clara me ignorando, não parava de me atormentar. Faço me higiene matinal, e desço para me alimentar, assim que chego na cozinha a campainha toca, as meninas já haviam chegado, foi meu pensamento. Assim que abro a porta, Clara entra.
- Estava com saudades? - Não acredito que ela teve a audácia de vim com as brincadeiras dela!
- O que faz aqui?
- Bom dia pra você também!
- Saia agora da minha casa. - Estava no meu limite com Clara, e ter a coragem de aparecer, me fez perder por completo a paciência.
- Nossa, são modos de tratar uma amiga que vem te visistar?
- Ah Clara, poupe me. Você não é minha amiga, e nem sei o que estais fazendo na minha casa.
- Ok, ok. Só preciso ir ao banheiro.
-Mas não demora, eu estou esperando visita. E como não quero que se “exponha” é melhor você ir. - Nunca gostei tanto de ser irônica, como eu gostei nesse momento.
-Que visita?!
- Vai logo, Clara.
Não demorou muito, e a campainha tocou, primeiro momento me preocupei, pois sabia que Clara estava no banheiro. Mas ai pensei bem, “se ela quer ser invisível, então que seja.”
- Gatinha, pronta pra hoje?
- Tem opção?
- Tem sim, tem várias. - Essa foi a vez de Fernanda falar, e tenho certeza que foi nada inocente.
- Tô vendo que hoje realmente promete- Michele estava demonstrando ser o par perfeito para Clau.
- É Claudia, você achou sua pareia. Michele, bom ver você novamente, e você também Fernanda ...
- Concordo! - Ela me jogou uma piscada de olho, e percebi que a pouca timidez de ontem, tinha se dissipado por completo.
Ficamos jogando conversa fora e rindo bastante. Quando Michele decidiu jogar verdade e desafio, pedi para as meninas subirem e ligarem o som, que eu pegaria as bebidas.
- Eu te ajudo a subir as bebidas! - Se prontificou de imediato, Fernanda. As meninas já subiram logo, quando Fernanda voltou a falar – Sabe, essas brincadeiras sempre rolam de beijar... Né? E pra não ficar tão estranho poderíamos treinar um pouco.
Nesse momento já nem sabia se Clara estava no banheiro ainda pois tinha deixado a porta da casa destrancada. Mas sabia que eu tinha que me permiti, sou livre, então por qual motivo não iria me permiti?
- Devo concordar com você, não podemos passar vergonha no jogo. - Dizendo isso fui me aproximando e puxando ela para mim e a tomei com um beijo. Foi um beijo bom, macio. Mas não tinha paixão.
Após o beijo, pegamos as bebidas, Fernanda subiu na frente, e eu antes de subir fui no banheiro e já não tinha mais ninguém. Fui até a porta, e tranquei.
Fim do capítulo
Mais um capitulo, essa semana posto mais dois!
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Rosa Maria
Em: 24/07/2020
Olá...
Mais um capítulo ficou com gostinho de quero mais, já curiosa pelo próximo.
Beijo
Rosa 🌹
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