MARI e ANA por MahLemes
Aqui vai o segundo capítulo, meninas.
Capitulo 2 - Aproximações
Capítulo 2 - Aproximações
No dia seguinte sentamo-nos juntas novamente. A conversa fluiu entre nós quatro, mas eu percebi que todas as perguntas da Ana eram direcionadas a mim, e enquanto eu a respondia, ela parecia nem piscar. Por mais incrível que pareça eu estava gostando de toda aquela atenção, e mais estranho ainda, eu senti que cada vez mais eu me interessava pelo que ela falava.
A semana passou e estávamos completamente enturmadas umas com as outras. Tínhamos combinado ir em um barzinho na sexta, mas a Nanda e a Júlia tiveram que ir para casa, pois a Júlia ia ao trote do amigo que tinha passado na segunda chamada e a Nanda ia conhecer o sobrinho que havia nascido antes do previsto. Eu e a Ana decidimos ir ao barzinho assim mesmo, já que era isso ou ficar em casa atoa.
O barzinho era bem tranquilo. Tinha dois ambientes diferentes, sendo um com música ao vivo e mesinhas onde as pessoas podiam se sentar e conversar. O outro ambiente era dividido do primeiro por uma porta dupla e era uma boate com DJ. Chegamos um pouco cedo, de forma que conseguimos uma mesa fácil. Sentamo-nos e logo começamos a beber. Estávamos animadas, então fomos direto à caipivodca.
-Mas me conta, Ana, o que te trouxe a minha bela cidade?
-Como assim o quê? A faculdade, claro! - ela respondeu confusa.
-Isso eu sei, né! Mas por que essa faculdade? Conhece alguém que estudou aqui?
-Na verdade não, mas é uma faculdade bem conceituada, você sabe. E também foi a melhor em que passei. Mas e você? Chegou a tentar outra ou só aqui mesmo?
-Só aqui. Sair de casa não deve ser algo fácil, e seria besteira tendo uma boa faculdade na porta de casa.
-É, não é fácil mesmo sair de casa. Sinto muita falta da minha família e das mordomias. -Quando falou isso era nítido que estava segurando as lágrimas. - Ai, Mari, estou com muita saudade deles, eu estou muito carente! -Nessa hora ela deixou escapar uma única lágrima. E então meu coração se apertou e eu a abracei forte, tentando confortá-la. Aquele momento pareceu durar uma eternidade e ao mesmo tempo apenas um segundo. Quando a soltei do abraço ela já havia conseguido se livrar das lágrimas que ameaçavam cair. Por um momento sua expressão parecia surpresa e feliz, mas isso foi rápido, o que me fez acreditar que eu havia lido errado sua expressão. Pedimos mais uma rodada de bebidas e fomos para a boate do bar.
Dançamos muito naquela noite, afinal a bebida já havia nos desinibido. Alguns homens chegaram em nós, mas decidimos que íamos nos divertir sozinhas. Foi só na hora de ir embora que me lembrei que não estava de carro e agradeci muito, pois não estávamos na mínima condição de dirigir. Chamamos um táxi e logo que entramos nele a Ana se escorou em mim e dormiu. Não consegui acordá-la de forma alguma. O máximo que consegui foi fazê-la se manter em pé se minha mão não saísse de sua cintura, o que me obrigou a dispensar o taxi e subir com ela até seu apartamento. Acho que nunca agradeci tanto uma invenção quanto a do elevador naquela noite. Não tenho a mínima ideia de como consegui não cair do salto apoiando-a no estado que também estava.
Quando a coloquei na cama caí junto com ela e acho que ali mesmo apaguei, porque acordei no dia seguinte com o sol na cara e 12 ligações perdidas da minha mãe no meu telefone. Acordei assustada, sem saber onde estava, mas meio segundo depois a Ana entrou no quarto com um copo na mão.
-Acordou, bela adormecida? Achei que ia ter que dar um beijo pra te acordar. Toma, suco e dipirona. Ah, e seu telefone não para de tocar. Tentei te acordar pra você atender, mas parecia que estava em coma.
Aceitei o copo e o comprimido, mas tudo que eu conseguira registrar tinha sido "achei que ia ter que dar um beijo pra te acordar". Ela ficou me olhando, esperando alguma resposta, algum sinal de entendimento, mas minha mente ainda estava muito nublada. Não sei se pela bebida ainda, se por estar acordando ou pelas palavras que processava.
-Oi? Mari? Você já acordou ou é algum tipo de sonâmbula? -perguntou Ana começando a ficar preocupada.
Nessa hora meu telefone tocou de novo e me tirou do transe. Atendi e era minha mãe preocupada, perguntando onde eu estava, e depois que a assegurei que estava bem ela ficou furiosa por não ter tido notícias minhas. Foi então que percebi a dor de cabeça que eu estava. Desliguei o telefone, tomei o comprimido, bebi o suco em um gole, virei para o canto, coloquei o travesseiro no rosto e dormi de novo. Acho que não troquei uma palavra com a Ana. Nem um "muito obrigada" eu me sujeitei a dizer.
Estava sonhando que alguém me acariciava o cabelo e falava alguma coisa. E então eu acordei com a Ana fazendo exatamente isso olhando nos meus olhos e sorrindo. Não pude deixar de sorrir de volta.
-Agora sim. Isso é uma pessoa, não aquilo que acordou mais cedo aqui. Boa tarde!
-Boa tarde? Ai, que vergonha! -eu disse escondendo o rosto com o travesseiro.
-Para com isso e vamos almoçar! Aproveita que estou de bom humor e preparei uma lasanha que é receita de família! -disse Ana me repreendendo e se divertindo ao mesmo tempo.
-Nossa, agora você me ganhou com certeza! Lasanha? -eu disse me levantando da cama em um pulo só.
-Então é assim que te conquista? Pelo estômago? -disse Ana com um sorriso enorme no rosto.
-Isso nós vamos descobrir agora. Será que essa lasanha é tão boa assim? -eu respondi com água na boca. -Você sabia que esse é o meu prato preferido?
-Sim, você me disse no dia que jantou aqui. Por isso mesmo que eu fiz.
-Nossa, estou podendo! -eu disse rindo.
-Sempre! Mas agora chega de conversa fiada e vai tomar um banho que em dez minutos a lasanha estará pronta.
-Mas eu não trouxe nenhuma roupa, Ana.
-E daí? Te empresto uma. Acho que vestimos igual.
-Ai, muito obrigada, estou pregando de suor.
-A roupa e a toalha já estão no banheiro. Se quiser usar desodorante o meu está em cima da pia.
-Quanta eficiência! -respondi a caminho do banheiro.
Entrei no banheiro e em dez minutos tomei meu banho.
-Que ducha divina essa sua. -disse para Ana ao chegar à cozinha com meu cabelo molhado meio jogado e a toalha na mão. -Onde posso pendurar isso?
-Divina mesmo. -disse Ana meio distraída. Não me pareceu que ela falava da ducha, mas logo em seguida ela voltou ao normal e completou: -Pode pendurar aqui no varal. -E apontou para um varal que eu não havia notado ainda.
-Que cheiro delicioso! Está pronta? -perguntei com água na boca.
-Está sim. Estava te esperando sair do banheiro para tirar do forno senão ela esfria.
A mesa estava pronta com os pratos, talheres e copos todos arrumados como se fosse um almoço formal. Uma jarra de suco compunha a mesa junto com um aparador que acabara de ser preenchido com a apetitosa lasanha.
-Que delícia! -eu disse após experimentar. Dessa vez percebi que a Ana me olhava com um misto de felicidade e triunfo, como se precisasse muito da minha aprovação.
-Fico feliz que tenha aprovado minha receita. -disse Ana com um sorriso no rosto.
-A receita e a cozinheira estão aprovadíssimas! -respondi com sinceridade, afinal a lasanha estava divina. Com essa frase minha seus olhos pareceram brilhar.
Após almoçarmos resolvemos ir ao shopping ver se tinha algum filme legal passando. Mas antes tivemos que pegar um taxi até minha casa, afinal eu tinha que trocar de roupa e pegar o meu carro. Chegando lá apresentei Ana aos meus pais, que a receberam com muito carinho, troquei de roupa e fomos embora.
Ao chegarmos ao cinema tinha uma sessão de um filme de comédia começando naquele minuto. Resolvemos assistir esse mesmo, já que estávamos querendo rir um pouco. Acertamos na escolha, afinal o filme era engraçadíssimo. Saindo do cinema decidimos andar um pouco pelas lojas e depois comer algo na praça de alimentação.
Acabamos escolhendo comer na Subway, já que o lanche era mais leve. Dividimos um de 30 centímetros, afinal estudante está sempre duro. Depois de comermos fomos embora. No caminho para a casa de Ana começou a tocar aquela música "Girls just wanna have fun". Cantamos igual a duas retardadas. Acabamos dividindo histórias da nossa infância e adolescência. Estava tão divertido que ainda ficamos paradas uma hora na porta da casa dela conversando.
Quando cheguei em casa e olhei o celular tinha uma mensagem dela:
--Adorei os passeios, que eles se repitam, mas que você não mais ronque na minha orelha! Kkkkkk ;*--
Respondi prontamente:
--Eu também adorei, mas eu não ronco!--
Menos de um minuto depois chegou a resposta:
--Tenta dormir ao seu lado e depois me conta kkkk--
--Não sabia que roncava. ://--
--Calma, estou brincando, você não ronca, mas dorme igual a uma pedra. :)--
--Ah, isso eu sei. Kkkk--
--Boa noite e bons sonhos! ;)--
--Boa noite para você também! E ótimos sonhos! ;*--
No domingo fui para a fazenda da família e acabei nem encontrando com as meninas, que haviam chegado de madrugada. O dia foi ótimo, andei à cavalo, nadei com os meus primos e tirei fotos lindas.
Na segunda foi tão fácil acordar que eu até mesmo estranhei, eu estava ansiosa para ir para a faculdade, mas não tinha ideia do porquê. Chegando lá encontrei as meninas no mesmo lugar de sempre, mas estavam só a Nanda e a Júlia. Não tinha nenhum sinal da Ana.
-Bom dia, meninas!
-Bom dia, Mari! - responderam juntas.
-Onde está a Ana? -perguntei preocupada.
-Ela não estava se sentindo bem essa manhã. Disse que vomitou a noite toda e estava muito fraca para vir pra aula hoje. -respondeu Nanda.
-E vocês deixaram ela sozinha em casa? -perguntei já desesperada.
-Nós insistimos para uma de nós ficar com ela uma parte da aula e revezar depois para não perdermos todas as matérias, mas ela não aceitou. -respondeu Júlia chateada.
-Ah sim. Mas como ela estava quando a deixaram?
-Ela ainda estava fraca, mas tinha comido umas torradinhas e não tinha vomitado mais. -disse Nanda.
-Menos mal, então. -respondi aliviada. -Mas o que ela acha que pode ser? Comeu alguma coisa estragada?
-Não pode ser, comemos as mesmas coisas ontem, e nenhuma de nós saiu de casa. Mas pensando bem agora, Júlia, você se lembra que ela acordou ontem meio cansada, com o estômago ruim, mas que logo que tomou café melhorou?
-É mesmo, tinha esquecido disso. -respondeu Júlia.
-Mas então não pode ser nada que ela comeu, já que teria passado mal ontem então, e também comemos as mesmas coisas ontem. Passei o dia todo com ela. -disse pensando em outros motivos.
Nessa hora a professora pediu silêncio e começou a aula. Essa aula se estendeu até o intervalo, ou seja, foram três aulas inteiras durante as quais não consegui concentrar na matéria. A única coisa que eu pensava era em como a Ana estava. Não queria mandar mensagem e acabar acordando-a.
Quando bateu o sinal e a professora nos liberou fui direto falar com as meninas.
-Gente, vou aproveitar que essa próxima aula é mais tranquila e vou ver como a Ana está. Ela pode estar precisando de alguma coisa. Estou preocupada. Vocês me passam a matéria depois, por favor?
-Claro, Mari, vai lá, e nos mande mensagem avisando como ela está. - disse Júlia.
Eu já estava quase saindo da sala quando a Nanda me gritou. Voltei e ela me entregou as chaves de casa.
-Toma, Mari, assim você não precisa tocar o interfone. Vai que ela conseguiu dormir um pouco. Não vou precisar das chaves, eu vou voltar pra casa com a Júlia de qualquer forma.
-Bem pensado, Nanda. Muito obrigada! -dito isso saí quase correndo para o apartamento das meninas.
Quando cheguei lá abri a porta bem lentamente para não fazer barulho caso ela estivesse dormindo. Olhei na cozinha, no lavabo, no quarto e não a encontrei. Chamei e não houve resposta. Resolvi olhar no banheiro apesar de não ter tido resposta. Quando abri a porta ela estava deitada no chão. A princípio imaginei que estava tão fraca que tinha acabado adormecendo lá mesmo. Mas ela não acordava de forma alguma.
Fim do capítulo
E aí, o que acharam? Quinta posto mais um capítulo para vocês!
Comentar este capítulo:
Rosa Maria
Em: 23/07/2020
Uauu adorando...
Já vou favoritar para não perder um só capítulo espero que não se incomode? Kkk
Beijo
Rosa 🌹
Resposta do autor:
Obaaaa!!!
Acabei de postar o capítulo 3! Corre lá.
Beijoooos!!!
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brinamiranda
Em: 20/07/2020
Ah, gostei...é tão gostoso esse comecinho de romance e todo encantamento do início, não é?. Continue e se puder dá uma passadinha e da uma olhadinha no meu livro, chama A bruxa e a Spirit Doll....meu primeiro também.
Resposta do autor:
É demais mesmo... O frio na barriga, a expectativa, o primeiro beijo... Apesar de amar estar numa fase madura no meu relacionamento sempre sinto saudade do início e do seu encantamento.
Vou ler sim e comentar também!
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