MARI e ANA por MahLemes
Capitulo 1 - O resgate
Capítulo 1- O resgate
Eu era apenas mais uma garota tentando me enturmar na faculdade. Na escola sempre sonhei que na faculdade tudo seria diferente. Eu teria muitos amigos que me entenderiam e pensariam não igual, mas ao menos parecido a mim. Não que eu me importasse com quantidade, mas eu queria muito me enturmar. No segundo dia de aula me parecia que todos já estavam à vontade como se fosse o fim do semestre. Parecia-me que conversavam como se conhecessem há anos, e eu sentia como se continuasse sem conhecer ninguém. Ao entrar na sala escolhi uma carteira e me sentei, tentando não parecer muito isolada, mas logo descobri que a tentativa fracassou.
- Oi, eu sou a Ana. -Disse uma menina de cabelos negros, olhos castanhos claros, de estatura mediana e com um corpo avantajado que eu havia reparado no dia anterior.
-Oi, Ana, meu nome é Mariana, mas pode me chamar de Mari! -Respondi muito agradecida por alguém ter ido me "resgatar".
-Por que você não se senta ali do outro lado comigo e as meninas? Assim a gente se enturma melhor.
-Claro! - Na hora pensei que aquela era um anjo que ia me salvar do isolamento.
Fui para o outro canto da sala e conheci ainda a Júlia e a Nanda. A Júlia era um pouco acima do peso, baixinha, loira e branquíssima, daquelas que parece até mesmo ser albina. Usava uns óculos de armação bem descolada, daqueles que poucas pessoas têm coragem de usar, mas que não podia combinar melhor com seus olhos esverdeados. A Nanda já era o oposto da Júlia, chegava a ser cômico as duas juntas. Ela tinha 1,75 de altura, era negra, tinha o cabelo muito escuro que caía em cachos bem pequenos, bem anelado. O mais surpreendente e marcante nela era o contraste da sua pele com os olhos, que eram azuis como uma bola de gude.
Conversamos um pouco e descobri que nenhuma delas era da cidade, o que era normal, já que estávamos numa universidade federal. Eu era a única "nativa", e elas acabaram me elegendo guia oficial. As aulas passaram rápido e logo veio o intervalo. Fomos à cantina, comemos e conversamos mais ainda. Combinamos que íamos almoçar juntas e depois dar uma volta pela cidade para aproveitar que não teríamos aulas à tarde.
Logo o almoço chegou e fomos a um restaurante ali perto mesmo, onde quase todo mundo da faculdade ia. Passamos a tarde toda andando pelo centro da cidade. Mostrei as lojas, restaurantes, livrarias e outras utilidades para quem ainda está se estabelecendo numa nova cidade. Já eram quase sete horas quando as deixei em casa e elas me chamaram para conhecer o apartamento que dividiam.
Ele não era muito grande, mas tinha três suítes, uma sala, uma cozinha e um lavabo. Aqueles apartamentos já eram feitos pensando em estudantes da faculdade próxima. Os quartos estavam uma bagunça enorme, já que os armários ainda não haviam sido instalados, mas a sala e a cozinha pareciam não pertencer àquele ambiente, de tão organizados.
-Por que você não janta com a gente, Mari? -Perguntou Ana com uma cara de quem não aceita um não como resposta.
-Certeza que não vai ser um incômodo? -Perguntei olhando para a Nanda e a Júlia.
-Claro que não! -Responderam as três juntas.
-Além de que temos que te agradecer pelo tour que nos proporcionou hoje! -Completou Ana, sendo apoiada pelas outras.
-Ah, então se é para o bem do povo, digo que fico! -Respondi fazendo graça.
-Meu Deus, que nerdice!
-Nerdice mas você entendeu, né, Nanda? -Disse Júlia caindo na risada.
-Mas e essa janta, sai ou nem? -Perguntou Nanda tentando mudar o assunto.
-Nossa, que menina esfomeada! -Brincou Ana - Mari, você me ajuda aqui na cozinha enquanto as meninas arrumam a mesa?
-Claro! Do que você precisa?
-Vou fazer macarrão ao molho branco, o que acha?
-Hum... Já tô até com água na boca!
-Então enche essa panela de água que eu vou pegar os ingredientes.
-Genteeeee, para tuuuudo! -Gritou Ana.
-Que isso, Ana? O que aconteceu? -Perguntou Júlia que veio correndo da sala com a Nanda logo atrás.
-Não tem maisena aqui!
-Como assim? Nós compramos ontem, tenho certeza! -Respondeu Júlia
-Eu já olhei três vezes, e não me lembro de ter comprado. -Nessa hora, por um milésimo de segundo me pareceu que a Ana estava mentindo descaradamente, mas como não havia nenhum motivo para isso, ignorei esse pensamento.
-Faz sem mesmo. Uma amiga minha faz um molho branco divino que não vai maisena. -Disse para Ana.
-Você pirou, Mari? Minha receita vai maisena e ponto. Se não for com maisena eu não faço! E sim, sou muito chata quando se trata de fazer comida! -Já respondeu Ana sem nem ao menos esperar a próxima pergunta.
-Tudo bem, tem um supermercado a dois quarteirões daqui. Eu vou lá e compro. -Me ofereci.
-Nada disso! Você é nossa convidada! As meninas vão lá, certo? -Respondeu prontamente Ana.
-Claro, senta aí e relaxa, Mari! -Ao falar isso as duas saíram e nos deixaram no apartamento.
Colocamos o macarrão para cozinhar e ficamos conversando. Já me sentia íntima da Ana, como se fôssemos amigas de infância. As meninas chegaram e a Ana foi logo preparando o molho, pois estávamos mortas de fome. A janta foi divertida, o papo ótimo, mas tive que ir, pois já estava tarde e no dia seguinte tínhamos aula cedo.
Quando estava saindo, as meninas se despediram de mim e a Ana disse que me acompanharia até lá embaixo. Fomos conversando mais um pouco, e quando fui me despedir dela ganhei um abraço forte e um beijo estalado na bochecha. Achei diferente, mas devia ser o jeito dela, afinal, não tinha uma base para comparação.
Fim do capítulo
E aí, pessoal, o que acharam do primeiro capítulo? Deixem seus comentários!
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Manubella
Em: 24/07/2020
Bem ainda não posso dizer muita coisa mais estou gostando da leitura, estou mim familiarizado vamos ver no que vai dar mais tenho certeza que irei gostar 😘
Resposta do autor:
Obrigada, Manubella!
Continue a leitura e faça críticas! Estou aberta à elas!
Beijos
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Rosa Maria
Em: 23/07/2020
Olá...
Excelente capítulo de abertura já despertou curiosidade... leitura leve e muito bem escrita.
Beijo
Rosa 🌹
Resposta do autor:
Obrigada, Rosa!!!
Espero que continue assim!!
Beijos!
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brinamiranda
Em: 20/07/2020
Oi, gostei bastante do primeiro capítulo, vou continuar, continue, escrever nos abre portas a um novo mundo...
Resposta do autor:
Obrigada!! Siim, é muito gostoso... Descobrimos coisas sobre nós que não tínhamos ideia quando nos envolvemos na escrita...
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