Capitulo 15
Ainda lembro do dia que meus pais estavam tão animados porque eu, a garota bolsista da facul da elite foi a candidata escolhida para entrevistar o poderoso chefe de família e dono da indústria automobilista Valente.
Miguel Valente podia ser tudo com sua historia de vida marcante e pelo trabalho sério e de grande renome no meio em que trabalhava mas tudo que eu pensava na época era na hipocrisia do publico ignorar a cortina que escondia os podres de pessoas como ele.
Quando eu a garota da facul cheia de moralidade e acreditava que sonhos eram mais fácies de se realizar descobri estudando sua vida antes do nosso encontro que ele nos bastidores da fama tinha uma historia bem mais sombria que a do serio homem de jeito marcante.
--Vejo que mais uma vez encontrou o caminho de casa e mais uma vez como um filhote perdido.—disse ele com sua voz um pouco rouca e cansada mas ainda possuía a calmaria que me lembrava.
--É muito bom te ver também pai.—disse Rafa com o olhar baixo contida em sua pose ereta e séria. Dava pra ver que ela tentava manter o respeito na frente dele.
--Venha cá.—ele a chamou e ela o abraçou.—pelo menos não esta fedendo a bebida. Que milagre é esse?
--Minha..amiga precisa de ajuda.—ela falou tentando mudar completamente de assunto e os olhos de Miguel veio a mim.
--A mocinha calada não era tão calada há alguns anos atrás não era? O que aconteceu?—perguntou ele e era claro que ele também se lembrava de mim.Rafa estava no meio disso completamente perdida.
--Se conhecem??—perguntou ela a mim.
--Graças a um trabalho de faculdade,eu..descobri umas coisas sobre SEU pai.
--(rs) deveria ter visto, no meio da festa Rafa. Sorte a minha que estávamos em família. Seria difícil encobrir o que ela me aprontou.
--Só não achei certo dar créditos a um mafioso!—falei e enquanto Rafa arregalava os olhos surpresa ele sorria a mim.
--Acredite minha jovem, tento não ser desde aquele dia.eu tento. Sentem-se.—apontou ele para a sala e o olhar da Rafa sobre mim era tão cheio de interrogações como também era envergonhado.
Rafa e eu nos sentamos em um sofá e ele em outro a frente de nós. Logo três xicaras de café foram trazidas também e servidas a nós.
--Você não apareceria aqui tão cedo para me pedir algo no mínimo impossível não é Rafa?—falou ele a Rafa que já se deliciava com o café.
--Quase impossível.—respondeu ela com um sorrisinho.
--(rs)..falem.
Rafa me deu essa honra. Contei tudo a ele e foi nítido ver sua frustração ao ouvir o nome foguinho ser lembrado tantas vezes. O caso era ela me ferrou e claro também ferrou a filha dele. A gravação estava em minhas mãos e nem mesmo toda aquela historia conseguia perturbar aquele homem.
--Sempre ela..por que não estou surpreso?!!
Rafa que já estava em silencio desde a primeira vez que mencionei foguinho se ergueu e caminhou ate uma escadaria no meio da casa e sumiu da minha visão e claro fui muito bem analisada durante minha distração para sua saída dramática.
--Desde o dia que essa foguinho apareceu na vida dela foi o dia mais triste para mim. Eu estava irritado..graças a você. Tudo que eu acreditava estava caindo por terra..Rafa sequer sabia do nosso triste passado trágico. Uma linhagem de décadas de italianos com suas gangues e segredos vivendo em seus esconderijos e usando suas mascaras. Foi demais para ela..ela me viu na minha pior forma..ela bebeu alguma coisa hoje?—eu sentia arrependimento em sua voz e claro anos se passam e Miguel parecia estar trilhando um diferente caminho daquele que eu conhecia tão bem.era algo bom já que ele recebeu de braços abertos sua filha.
--Tivemos um dia corrido.—respondi.
--(rs) isso não existe para ela. Vejo que ela já encontrou um novo motivo para se manter sóbria.
Eu queria acreditar e ate escondi o sorriso em meu rosto forçando-o a fechar, pois quando se tratava de Rafaela a imprevisibilidade parecia ser costume.
--Podemos ajuda-la a encontrar mais pistas mas tem que esta ciente de que se eu souber que a situação ficou grave demais para ambas tomarei o controle da situação e se for preciso a eliminação de suspeitos e provas. Não posso deixar rastros que guiem ate esta família.
--Mas isso..não estaria certo.
--Políticos na cadeia ainda é novidade nesse país querida. Será que se esqueceu do que eu disse a você da ultima vez? Até a lei escolhe seu lado dependendo do caso.
Entreguei a caneta e nunca vi um trabalho meu me preocupar tanto. Miguel entregou a gravação para seus homens que de imediato atenderam seu pedido para investigar o hospital e os respiradores.
--E quanto a comunidade?
--Aqueles bandidos brincam de chefões do crime com a vida daquelas pessoas. É lamentável ver que eles sequer entendem que sua família e seu bairro devem ser respeitados. E dependendo da situação final tudo pode mudar naquele lugar. Por enquanto, suba e aproveite a casa.
--Assim estaremos perdendo tempo. Aquele caminhão..
--Amanda,eu não perco tempo eu compro. vá, não se preocupe.
Ele sorriu de modo gentil que me passava confiança de que tomaria a melhor decisão e por isso segui ao encontro de Rafa com um peso mais leve nos ombros para carregar.
Eu tinha que confiar de que tudo ia acabar bem tanto para mim como para ela. Encontrei seu quarto no meio de tantos quartos devido a porta entreaberta e as vozes saudosas que ouvi sair de lá.
--Fico feliz que esta bem filha.—era a mãe dela em seu quarto,por isso parei no portal da porta antes de aparecer.
--Eu estou tentando mãe.—Rafa respondeu e senti uma certa convicção.
--(rs) eu só queria que tentasse mais...Amanda não é? Esse é o seu nome?—ela perguntou e isso me assustou. Como ela tinha me visto dali? Como ela sabia que eu estava ali?Abri a porta e avistei as duas sentadas na cama.
O sorriso no canto da boca de Rafa me deu confiança em relação a senhora e seus olhos sobre mim.
--Me desculpe por isso.—eu estava vermelha de vergonha mas ela manteve o sorriso no rosto que não se abatia.
--(rs)..eu só tenho a agradecer a você. Trouxe minha filha de volta e aqui estarão seguras ate esse problema se encerrar. Devem estar com fome né? vou pedir para prepararem algo maravilhoso para comer. Fique a vontade.
Ela partiu do quarto e fechou a porta. Os pais de Rafa pareciam bons de mais para ser verdade.
--Ta..já pode dizer que o mundo é louco demais. Poderíamos ter nos conhecido há muito tempo se tudo tivesse sido diferente. —falei assombrada daquela dura realidade.
--Diferente você diz tipo ter conhecido a Amanda certa?(rs)..acha que teríamos dado certo? Pelo menos amigas?
--...talvez não.(rs) eu me lembro de ter chegado naquele prédio magnifico e luxuoso para simplesmente discutir com ele no meio da festa. Todos nos olhavam e ele ficou lá caladão ouvindo toda minha indignação.
--Naquele dia ele estava furioso com a garota da faculdade.(rs) Ele bufava por todos os lados dizendo que nunca tinha sido tão humilhado e acabou falando e mostrando demais. Um mafioso..eu fugi naquele mesmo dia quando ouvi ele e minha mãe discutirem. Em casa ele era o pai atencioso e na rua um assassino. Foi ai que conheci foguinho! Ela me fez esquecer muita coisa..coisa que me arrepiavam a alma e me enchiam de nojo porque a otária aqui ainda quis provas do que ele fazia no armazém no porto com seus seguranças.eu nunca soube quem tinha sido a garota que fez o grande Miguel Valente perder sua paz e fico feliz que tenha sido você.
--(rs) Naquele dia eu não parava em pensar em voltar aqui. Era loucura mas não saia da minha cabeça. Não sabia do dano que eu poderia causar. Você ta sorrindo, mas eu me sinto responsável..
--(rs) não se culpe.eu fiz minhas escolhas e você fez as suas. Não precisa se culpar de nada já que o destino queria nosso reencontro e estamos aqui.—ela se ergueu da cama e estendeu a mão a mim.eu não me controlei e a abracei e quando ela me apertou em seus braços eu quase chorei.—eu não vou deixar de gostar de você por causa do que fez a meu pai Amanda.(rs) na verdade eu queria agradecer.
--Eu só quero ter certeza.—a soltei de meu abraço mas ver aqueles olhos tão próximo aos meus e aquela boca mais uma vez ela me ganhou.
Eu a beijei e não queria que o tempo passasse.
Seguimos ao banho e pelo caminho nosso rastro de roupas ficou marcado e mais uma vez eu só queria ela grudada ao meu corpo, beijando e mordendo cada pedaço dele. Seus dedos ela soube bem usar e foi dentro daquela banheira que tive que me segurar para aguentar toda sua vontade sobre mim. Como eu queria voltar no tempo para aproveitar o que perdi, para aproveitar os dias em que fiquei sozinha quando poderia estar com ela. Seu beijo me conformava e estar nos braços dela ate a espuma sumir da banheira me fez me sentir segura como nunca.
--Acha que pode dar certo? eu e você?—perguntei e ela me olhou curiosa.
--Então quer dizer que nada esta ganho?
--(rs) me diz você..
--Sei o que esta pensando. Não sou uma alcoólatra, mas tenho grande potencial e sei que meus problemas ainda não foram resolvidos mas..eu queria muito tentar..pelo menos tudo de novo.do começo e do jeito certo.
--Então posso mesmo esperar?
--(rs) com toda certeza.
Fim do capítulo
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