• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • If I should fall, perpetual run
  • Capitulo 57. A semana mais longa - Parte 4

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Simplesmente
    Simplesmente Aconteceu - 1ª Temporada
    Por Cris Lane
  • Maktub
    Maktub
    Por Sam King

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

If I should fall, perpetual run por JennyB

Ver comentários: 3

Ver lista de capítulos

Palavras: 3792
Acessos: 2833   |  Postado em: 15/07/2020

Capitulo 57. A semana mais longa - Parte 4

 

“Eu estou indo para o Brasil. As coisas não podem ter terminado desse jeito, temos que conversar!”.

            Antes que Alice deixasse o celular transcorrer entre seus dedos, outra mensagem apareceu no visor.

“Por favor, eu preciso que você me responda, porque eu realmente não conheço nada dai, e não faço ideia de onde você mora”.

            Um sorriso tomou seus lábios, mas era um sorriso de puro desespero. Evellyn vir até o Brasil era algo sério, porque ela jamais imaginou que a outra seria capaz de vir até aqui atrás dela, ainda mais com ela sabendo do seu amor declarado por outra pessoa. As mãos de Alice ficaram geladas pelo nervoso que lhe subiu pelo corpo, e ela se sentiu mal pela situação, pois sabia que precisaria dispensá-la e provavelmente magoá-la outra vez. Afinal, Emily estava acordada, e Alice não desperdiçaria sua segunda chance por nada nesse mundo.

“Evellyn, não me entenda mal, mas você não precisa vir até aqui”. – Enviou a mensagem depois de minutos tentando digitá-la.

“Você e eu, não vai acontecer mais”. – No mesmo instante em que a morena enviou essa mensagem, uma nova notificação chegou.

“Tarde demais”. – Do outro lado, Evellyn se ajeitava na poltrona do avião no qual já havia embarcado há algum tempo. Ela já estava na primeira conexão do seu voo, no aeroporto de Frankfurt na Alemanha.

            Alice passou a mão sobre a testa franzida, sem saber o que dizer. Ela levantou no quarto e andou de um lado para o outro, pensando na melhor forma de encerrar as coisas com Evellyn de uma vez por todas. Demorou quase meia hora até que ela enviasse outra mensagem.

“Quando você chega?” – Aquela mensagem ficou horas sem ser respondida, ou até mesmo lida. O avião já havia decolado, e o celular colocado em modo avião por Evellyn.

            A morena quase não conseguiu pregar o olho naquela noite, tensa demais com a noticia para que pudesse relaxar, e os poucos momentos em que conseguiu pegar no sono sempre eram interrompidos por algum sonho maluco onde Evellyn se negava a ir embora do Brasil, ou a perseguia por onde quer que andasse nas ruas de Porto Alegre.

            Na manhã seguinte, uma nova mensagem de Evellyn apontou no visor do seu celular, comprovando o que Alice já havia imaginado: Ela já estava a caminho quando enviou a primeira mensagem.

“Já estou em solo Brasileiro, no Aeroporto de Guarulhos”.

“Você pode me esperar no Aeroporto da sua cidade? A previsão de chegada é para as 11:35h”.

“Por favor” – Enviou uma nova mensagem quando o silêncio de Alice perdurou.

“Em qual terminal e portão você irá desembarcar?” – A advogada estava buscando em seu guarda-roupas algo para se vestir.

“Terminal 2, portão 22”

            Alice estava uma pilha de nervos, e o fato de não ter dormido muito bem não a ajudava. Seus olhos estavam cansados, e sua vontade de ir até lá estava abaixo de zero. Mas seria de extrema covardia deixar Evellyn sozinha no Brasil. Ela não conhecia a cidade, e seria imaturo da parte de Alice deixa-la plantada por lá, ou deixa-la sem resposta. Elas tinham uma história, e por mais que a morena nunca tenha escondido dela os seus sentimentos pela ruiva, ela não podia negar essa conversa cara a cara. Evellyn precisava saber que as coisas haviam mudado, precisava saber que Emily havia acordado, e que por este motivo ela não tinha chance alguma com ela.

            O caminho até o Aeroporto foi penoso e Alice foi incapaz até de tomar café da manhã naquele dia, havia perdido a fome.

            Ao chegar, ainda esperou alguns minutos até avistar a loira saindo pelo portão de desembarque. Seus olhos acompanharam os passos da outra, que usava óculos escuro em forma quadrada, e uma jaqueta jeans por cima de um cropped preto, contrastando com a calça skinny bege.

            Evellyn estava tão atenta ao celular em suas mãos, aguardando desesperadamente por uma mensagem de Alice que sequer notou que a morena já estava próxima dela.

-- Evellyn! – Usou de um tom alto, ao ver a outra passar por ela.

            A loira parou no mesmo instante, curvando-se para certificar-se de que era realmente Alice que a chamava.

-- Você não me respondeu, eu achei que... – Foi se aproximando para abraça-la. – Que você não viria.

-- Você me conhece, eu não faria isso. – Alice retribuiu o abraço e um sorriso forçado assumiu seus lábios, ela estava desconfortável com a visita inesperada.

-- Eu sei. – Guardou o celular na bolsa de colo. – Mas eu também sei que aparecer assim do nada não foi a melhor decisão.

            Alice manteve-se em silêncio, preferindo não deixa-la chateada com o fato de concordar com o que havia acabado de ouvir.

-- Mas então... – Ela tirou os óculos e sorriu após encontrar os olhos castanhos dos quais ansiava tanto em rever. – Eu reservei um quarto em um hotel aqui da cidade. Não sabia se você iria me receber, então preferi encontrar algum lugar para ficar. – Seu semblante estava tão tenso quanto o da morena a sua frente. – Eu também não pretendia te incomodar mais do que o necessário. Mas eu precisava falar com você. Eu tentei...

-- Evellyn, não vamos conversar aqui, ok? – A morena parecia incomodada com o fato de a outra tentar iniciar a conversa logo de cara. Ela também estava com pressa para colocar um ponto final nisso tudo, mas conversar em um aeroporto já era demais.

            A loira assentiu, acompanhando Alice até o carro após pegarem sua mala. Decidiram ir até o hotel onde Evellyn ficaria hospedada para deixar a bagagem e fazer o check-in.

            O percurso havia sido tranquilo, e Alice acabou ficando mais calma quando a conversa entre elas direcionou-se as paisagens e locais pelos quais passavam. Evellyn estava empolgada por conhecer a cidade natal da morena, e embora sua estadia ali tivesse seus dias contados, naquele instante ela aparentou esquecer-se disso.

            Evellyn havia se hospedado no hotel Laghetto Viverone Moinhos, e ainda durante seu check-in, investiu em Alice de maneira incisiva.

-- Mudo a reserva para um quarto para dois? – Olhou-a por cima do ombro, ainda com os braços debruçados sobre o balcão.

            Alice arqueou uma das sobrancelhas, e respondeu-a de forma ríspida.

-- Lógico que não. – Balançou a cabeça, reprovando a atitude da outra.

            A morena recusou-se a subir até o quarto com Evellyn, principalmente depois do convite descarado. Aguardando-a no lobby do hotel para que pudessem almoçar em algum lugar tranquilo e conversar sobre o motivo dela ter ido até o Brasil.

-- Eu conheço um restaurante aqui perto, é bem tranquilo e ele tem algumas opções de massas, como você gosta. – Alice respondeu-a quando foi questionada do local onde iriam comer.

            O restaurante era bem diferente do que Evellyn esperava, as mesas ao ar livre tiravam a formalidade do lugar, mas de forma alguma o deixavam menos elegante ou atrativo. Árvores grandes e belas traziam sombra ao lugar, e um cheiro gostoso de ar fresco. Elas sentaram em uma mesa mais afastada, conquistando a privacidade que precisariam para conversar enquanto comiam.

            Evellyn iniciou uma conversa branda, buscando saber como a morena estava desde o dia em que havia retornado para o Brasil, e isso permitiu que elas tivessem uma refeição tranquila, livre de assuntos que poderiam alterar seus ânimos. Mas Alice não conseguiu aguentar por muito tempo, sua ansiedade a corroía de dentro para fora, e bastou uma brecha para que ela interrompesse a loira.

-- Evellyn, porque você está aqui? – O corpo de Alice enrijeceu, e seus dedos brincavam com um guardanapo sobre a mesa.

A loira encarou os olhos de Alice com certa surpresa pelo tom daquelas palavras. Inflou seus pulmões para manter a calma, e só então respondeu.

-- O que você acha Alice? – Ponderou o olhar entre os olhos e a boca da morena, que travou o maxilar em uma feição tensa. – Se você não se lembra, nós ficamos juntas por mais de um ano...

-- Mas você sabia q... – Foi interrompida.

-- Sim, eu sabia Alice. Você nunca escondeu de mim que seu coração pertencia a essa tal Emily. Assim como nunca escondeu a situação dela. – As palavras saíram amargas. – Mas nós tivemos uma história, e você não tem como negar que sentiu algo por mim... Eu sei que sentiu. – Evellyn afirmou mais para si do que para a morena sentada a sua frente.

            Seus olhos cruzaram-se com os dela algumas vezes, e o mistério que eles transbordavam dava-lhe pontadas no estomago.

            Os dedos de Alice brincaram com o guardanapo a sua frente, e por diversas vezes, seus olhos fugiram do alcance da loira, buscando qualquer coisa naquele restaurante que pudesse lhe deixar mais confortável com aquela conversa, mas foi em vão. A presença de Evellyn deixava-a completamente tensa, e o teor da conversa fazia com que seu coração apertasse no peito. Afinal, Evellyn havia sido uma pessoa maravilhosa na vida dela, e isso era algo que Alice jamais negaria, nem mesmo se pudesse.

            A loira entrou em sua vida quando tudo encaminhava-se de mal a pior, quando Alice já estava certa de que nem mesmo a distância da situação de Emily a permitiria encontrar um pouco de felicidade novamente. Durante aqueles meses em que Alice perdia-se nas noites afundada em álcool, Evellyn conseguiu se aproximar, com uma cautela e cuidados dos quais a morena sequer se lembrava que existiam.

            Com o passar dos meses, Evellyn trouxe-lhe de volta a esperança, e os poucos momentos de alegria que adentravam em sua vida novamente permitiu com que a morena começasse a organizar a sua vida, retornando para a realidade de que tanto precisava. E esse foi o ponta pé inicial para que ela se deixasse ser amada por Evellyn, em uma tentativa falha de sentir-se da mesma forma.

            A gratidão que Alice sentia por tudo que a loira havia feito por ela foi o que mais doeu.

-- Evellyn... – Sua voz saiu baixa, e o canto de seus olhos curvaram-se para baixo, trazendo uma forma diferente ao seu rosto antes tão intenso. – Eu não seria capaz de esquecer tudo o que vivemos. – Alice não teve coragem de olhá-la nos olhos. – E eu não vou mentir que me doeu o fato de ter sido tão ruim para você.

-- Você não foi. – Interrompeu-a, com certo contentamento transbordando dos olhos. Seus lábios prendiam um sorriso discreto. – Eu sabia no que estava me enfiando, Alice. E eu aceitei todos esses pontos no nosso relacionamento. – A morena olhou-a de soslaio. – E eu até tentei não me entregar tanto para você porque eu sabia de todos os riscos. – As palavras ressentidas alfinetavam seu coração, e saiam parecendo rasgar a garganta. – E quando você foi embora, eu pensei que tudo ficaria bem, mas... – Engoliu a vontade que sentiu de chorar, não permitindo sequer que lágrimas se tornassem presentes em seus olhos. – Eu sinto a sua falta, Alice. – Admitir isso em voz alta doeu mais do que esperava.

            A morena fechou os olhos durante uma respiração profunda, e seu coração implorou para que aquelas palavras tivessem sido fruto da sua imaginação. Alice não era burra, e muito menos inocente ao ponto de acreditar que a sua sinceridade sobre a situação com Emily seria suficiente para evitar que Evellyn se apaixonasse por ela, mas ela desejou que tivesse sido, principalmente agora.

            Evellyn era uma mulher de personalidade forte, e também intensa nas coisas que dizia ou fazia, mas seu receio em relação ao sentimento de Alice por outra pessoa jamais permitiu que ela demonstrasse a forma como realmente se sentia, forçando-a a assumir uma postura que não se enquadrava com o que ela realmente era. E fazer isso por tanto tempo, talvez a tivesse transformado nessa pessoa, em alguém que não se permitia chorar na frente dos outros, ou mostrar qualquer coisa que pudesse parecer fraqueza.

-- Eu não posso ficar com você, Evellyn. – As palavras atingiram-na como um balde de água fria, e a reação da loira a partir daquele momento foi estranha até mesmo para ela.

-- Alice, eu não ligo se você ainda amá-la. Eu não me importo de estar em segundo lugar na sua vida. Eu amo você. – Evellyn atropelava as palavras. – Eu amo você, e eu não me importo se você não puder retribuir isso, eu... – Sua voz embargou, e aquilo trouxe-lhe uma estranha sensação. Seus olhos ardiam e a visão ficou turva, mas nenhuma lágrima caiu. – Eu não quero ficar sem você. Eu não consigo ficar sem você.

            Alice sentiu seu estomago embrulhar, e a cor fugiu-lhe do rosto. Ela não teve reação diante das palavras da loira, permanecendo imóvel enquanto seus olhos mediam o semblante desapontado da outra.

            Evellyn nunca escondeu que gostava dela, e nunca mediu seus cuidados com Alice, mas amor... Amor talvez fosse uma palavra forte demais. Os minutos em que permaneceu em silencio observando a loira implorar para que ela voltasse com ela a correu de dentro para fora. E embora suas palavras teimassem em sair, seus pensamentos estavam a todo vapor, negando-se a acreditar naquilo, martelando as novas informações de forma quase brutal. Vê-la humilhar-se dessa forma deixava-a angustiada, e de algum modo, irritada. Seu coração pertencia a outra mulher, e Evellyn sabia disso.

-- Evellyn, PARA! – O timbre mais elevado chamou a atenção de algumas pessoas próximas a mesa, fazendo com que Alice abaixasse o tom da voz, mesmo que a contragosto – Só para. Por favor.

-- Eu só estou te pedindo mais uma chance, Alice. Só isso. – Evellyn esticou a mão em uma tentativa falha de tocar a mão da morena.

-- Emily saiu do coma. – Falou firme ao puxar sua mão para si, evitando o contato.

            Evellyn ficou pálida, e seu coração contraiu-se tão forte dentro do peito que foi possível sentir aquela dor fisicamente, como se seus pulmões e coração se negassem a continuar trabalhando.

-- Ela... Ela saiu? – O medo atravessou seu rosto, e as palavras soaram trêmulas.

            Alice consentiu em um balançar de cabeça. Aquilo era tudo que ela conseguia fazer agora. A situação na qual Evellyn havia a colocado ao vir inesperadamente para o Brasil não era fácil para nenhuma das duas, e agora a loira tinha plena certeza de que não seria nada fácil recuperar aquela mulher para si.

-- Ela está bem? – Perguntou a contra gosto após longos segundos de um silêncio doloroso e constrangedor.

            Evellyn se sentiu horrível por ter desejado uma resposta negativa, deixando-lhe com um nó na garganta.

-- Na medida do possível, sim. – Seus olhos alcançaram o rosto de Evellyn, e foi impossível não se sentir mal ao vê-la com uma expressão embotada.

            Alice sabia o quanto isso poderia abalar a loira, e sabia que havia feito errado em não ter enviado uma mensagem sequer para ela desde que havia retornado ao Brasil. Ela tinha total consciência de que também era responsável por essa atual situação, mas a notícia do despertar de Emily a envolveu de tal forma que foi impossível pensar em qualquer outra coisa que não fosse a ruiva, ou nela mesma. A morena não conseguia pensar em qualquer outra coisa que não fosse recuperar o grande amor de sua vida, e por mais que pudesse se sentir egoísta ao pensar desta forma, Alice não apostaria no tempo novamente. Afinal, agora ela sabia que o único tempo que se tem é o presente.

-- Ah. – Seus olhos enfrentaram os da morena outra vez. – Então nós não... – Foi incapaz de continuar quando Alice se antecipou.

-- Não.

            Evellyn sentiu seu estomago revirar, e o amargor que sentiu em sua boca veio em consequência da primeira rejeição que teve em sua vida. A loira nunca havia se envolvido dessa forma com outro alguém antes de Alice, e todas as vezes em que teve alguém em sua vida, ela era quem escolhia partir. O sentimento que tomou seu corpo cuidou de deixar-lhe completamente enjoada. Suas mãos esfriaram em questão de segundos e as pontadas que sentiu no peito fizeram-na querer sumir dali. Era simplesmente horrível ouvir um não, e agora Evellyn sabia disso.

            Sem que tomasse consciência de onde realmente estava, a loira se levantou em um rompante, pegando sua bolsa de colo e dirigindo-se em passos apressados para fora do restaurante. Estava tão entorpecida pelo que havia acontecido que sequer reparou que todas as pessoas do restaurante dirigiram seus olhares a ela. E o que lhes chamavam atenção era o rosto e olhos avermelhados, olhos estes que embora estivessem envoltos em lágrimas, não ousaram deixar que nenhuma delas lhe escorresse pelo resto. Ao chegar na calçada, seus olhos percorreram de um lado ao outro da rodovia, e só então ela se recordou de que não fazia ideia de onde estava, ou de como retornar para o hotel. Isso a enfureceu.

            Seus dedos afundaram na palma de suas mãos, e suas unhas cumpridas marcaram-na. Seu rosto torceu-se em uma mistura de angústia e raiva, e as lágrimas que ousaram descer pelas suas bochechas rapidamente foram enxugadas. Evellyn deixou uma respiração pesada escapar ao se dar conta de que precisaria retornar até a mesa.

            Alice terminava de acertar a conta com o garçom quando notou a presença da loira parada ao lado da mesa, poucos minutos após a saída repentina dela. Seus olhos percorreram-na até alcançar seu rosto completamente rubro.

-- Será que você poderia me levar até o hotel? – Evellyn foi incapaz de olhá-la, completamente sem graça pela situação embaraçosa que havia se colocado ao sair da mesa daquele jeito, principalmente depois de ter se humilhado para tê-la de volta.

-- É claro. – Alice assentiu enquanto se levantava.

            No percurso até o hotel, nenhuma das duas ousou dizer uma palavra. Para Alice, não havia nada que pudesse ser dito para confortar o coração de Evellyn, não agora, não até que ela digerisse toda a informação. E a loira estava tão envergonhada que não seria capaz de questioná-la sobre nada daquilo.

-- Obrigada. – A loira desceu em frente ao hotel, permitindo-se olhar Alice uma última vez.

            O semblante da morena estava enrijecido, e ela não se permitiu olhar para Evellyn novamente. Doeria demais vê-la daquela forma.

-- Fica bem, ok? – Alice engoliu seco quando percebeu que Evellyn já havia se afastado do carro em passos apressados.

            A tarde que a loira passou sozinha naquele quarto de hotel deixou-a completamente transtornada, envolta em uma angústia que rapidamente misturou-se a raiva. Evellyn não conseguiria mentir para si mesma agora, no fundo do seu coração ela queria que Emily jamais tivesse acordado, e estava tudo tão claro agora. As mentiras que havia contado para si mesma e para Alice durante todo esse tempo esvaíram do seu corpo junto a cada lágrima que dolorosamente escorreu pelo seu rosto. Evellyn tateou as bochechas e olhos com veracidade, impedindo que futuras lágrimas pudessem se formar. Todos as reações de seu corpo tinham algo em comum: raiva. A loira imergiu em suas lembranças ao lado de Alice, tentando buscar qualquer sentimento bom que pudesse acalmar seu coração agora, mas tudo que lhe vinha à cabeça eram os momentos em que viu a morena chorando por causa de outra, ou alertando-a sobre seu sentimento. Recordou-se de todas as vezes em que afirmou em voz alta que não iria se apaixonar por ela, que mentia ao dizer que ficaria feliz se Emily acordasse, e todas essas lembranças lhe deixaram enjoada.

            Evellyn correu para o banheiro, mas seu corpo não rejeitou o almoço, na verdade, ele estava rejeitando suas lembranças, seus sentimentos, tudo em relação a sua história com Alice.

 

Horas mais tarde, casa dos Harley.

            Emily havia passado o dia com sua mãe, tentando entender sua estrutura familiar como um todo, envolvendo histórias do pai que não conhecia, e também de seus avós maternos que moravam na Holanda. Seus pensamentos vez ou outra divagavam sobre a conversa que havia tido com Anne no dia anterior, aumentando seus questionamentos em relação a quem realmente era Alice Butckovisky, e aquilo a fez digitar e apagar algumas mensagens em seu celular. A ruiva queria olhá-la nos olhos durante essa conversa, mas ao mesmo tempo em que ansiava por vê-la para esclarecer isso de uma vez por todas, ela também estava tensa e preocupada. Emily estava morrendo de medo de não ser capaz de se controlar na presença da morena. Pensar em Alice significava reviver as lembranças daquele toque em seu rosto, ou até mesmo da respiração quente que sentiu ao alcance de seus lábios quando quase se beijaram e os sinais dessa lembrança podiam ser percebidos em todo o seu corpo. Era preocupante.

-- Eu vou dar uma volta. – A ruiva falou em um tom elevado para que sua mãe pudesse ouvi-la da cozinha.

-- Aonde você vai? – O timbre preocupado fez Emily querer revirar os olhos. Estava cansada de toda essa atenção voltada para ela.

-- Sair com a Alice. – Mentiu.

            A ruiva não pretendia vê-la no dia de hoje, na verdade, ela esperava que sair de casa para conhecer novos bairros da cidade pudessem lhe distrair de tudo que envolvesse a morena, e de certa forma, ela conseguiu.

            Emily pegou um Uber para transitar pela cidade, e vez ou outra descia em algum lugar que ainda não havia descoberto, parando a viagem no meio do caminho na maioria das vezes, e foi em uma dessas paradas que encontrou a Praça da Matriz. A ruiva percorreu os arredores da praça, conhecendo cada cantinho, e enquanto aguardava o novo Uber, deparou-se com uma cena inusitada.

            Poucos metros a frente da calçada de onde estava, uma mulher de estatura mediana e muito bem vestida andava de um lado para o outro, carregando um semblante tão ou até mais perdido que o da ruiva quando saiu sozinha pela primeira vez após o coma. Emily tentou conter o riso, mas seus lábios teimosos tomaram uma volta acentuada nos cantos. Seus olhos acompanharam os movimentos da outra, e sem que tomasse consciência dos seus movimentos, se aproximou.

-- Você... – A voz soou quase inaudível. – Você está bem? – Firmou a voz. – Posso te ajudar?

            A loira travou por alguns segundos.

-- Só pode ser brincadeira! – Soltou assim que seus olhos se encontraram com o semblante já conhecido.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meninas,

Boa noite!

 

Acabei dando uma passadinha um pouco antes do previsto, rs.

Espero que tenham gostado da leitura, porque domingo tem mais!

 

Um grande beijo!


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 57 - Capitulo 57. A semana mais longa - Parte 4 :
Mille
Mille

Em: 24/07/2020

Oi jenny

Vi ler esse capítulo que não li, rapaz a Alice só pode ter feito alguma pegadinha com autora, que só coloca ela em enrascada.

E agora Evelin terá a chance de detonar a Alice ou ajudar a se acertar com a ruiva. O que acho difícil depois da Alice afirmar que não quer  voltar com ela. 

Bjus 


Resposta do autor:

Oi Mille!

Vou te falar que, adoro um bom romance misturado ao drama, então já sabe né... Vem situações inesperadas por aí!

 

De loucas o passado da Alice está cheio hahaha

 

Um grande beijo!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

patty-321
patty-321

Em: 16/07/2020

Pqp. Alice não dar sorte mesmo. É ainda por cima a ruiva encontra a loira. Fudeu.


Resposta do autor:

Ela certamente não passou na fila da sorte! Vamos ver se passou na fica da persistência rs

Responder

[Faça o login para poder comentar]

lay colombo
lay colombo

Em: 16/07/2020

Não creio q as duas já vão se encontrar puta merda kkkkkkk, Alice do céu como tu é azarada mulher.

Fiquei mal pela Evelyn pq sentimento a gente não controla, não importa q a Alice tenha deixado extremamente claro q o amor da vida dela é a Ruiva, como dizia Selena Gomez "the heart wants, what It wants", vamo fazer oq né ?

Jenny meu anjo eu li todas as tuas respostas e fico feliz por vc gostar dos meus comentários, eu tô sempre acompanhado a história, talvez eu não comente uma vez ou outra pq ando um cu pra comentar nas coisas, mas eu amo muito essa história e vou acompanhar até o final com certeza, te adoro minha princesa ❤️


Resposta do autor:

Ei lay!!

Exatamente!!! Já dizia a sabia Selena Gomes hahahaha

P.s. também te adoro muito! Obrigada por continuar seguindo fielmente essa história.

 

Pretendo divulgar mais uma história aqui no site, mas para não deixá-las nessa saga do aguardo, irei postar ela apenas depois de concluída. Ou com pelo menos muitos capítulos iniciais rs.

 

Um grande beijo!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web