Quinn estava muito ansiosa naquela sexta-feira. Ela já tinha mentido para a mãe que dormiria na casa de Cathy para que pudesse passar a noite com Sophie e estava tendo dificuldades em esconder a felicidade. Ela descobriu que era muito mais fácil esconder as emoções quando vivia triste e vazia, agora que estava alegre, precisava se esforçar muito para a felicidade não transbordar de si. Principalmente quando via Sophie pela escola, sempre linda e olhando-a de rabo de olho.

 

Naquele dia em especial ela parecia brilhar! A aula de Ginástica foi ainda mais desafiadora que o normal, pois com a antecipação de ter aquele corpo só para si no final do dia, Quinn sentia um calor tomando conta ao ver Sophie se exercitando. O mesmo aconteceu quando chegou a hora do treino.

 

Naquele dia Lisa não pode comparecer pois estava doente e precisariam de um center substituto. Quinn ia se oferecer, mas Melissa foi mais rápida e ela precisou segurar a irritação. Trocou um olhar cúmplice com Kevin, já tinha dito a ele que a menina estava interessada em Sophie, mas ele não acreditava.

 

Treinaram algumas jogadas e depois de um tempo Sophie sugeriu que revezassem a posição para que Melissa também pudesse aprender melhor suas rotas como recebedora. Dessa vez Quinn não perdeu tempo para se oferecer, mas não resistiu em provocar Sophie como de costume.

 

– Acho que posso fazer, se você conseguir se controlar e não ficar secando a minha bunda! – falou irônica.

 

Percebeu que Sophie queria rir da situação.

 

– Não prometo nada – brincou.

 

– Eu não acho que ela consiga se controlar! – Leslie implicou – Não olhar para a bunda da Lisa é moleza, agora a sua, amiga, ela não vai resistir!

 

– Está com ciúmes, Leslie? – ironizou Sophie – Não se preocupe, tem Sophie suficiente para todo mundo – piscou para ela.

 

– Eca! – Leslie fez uma careta.

 

Nas primeiras jogadas, Sophie realmente teve uma grande dificuldade em se controlar e até errou dois passes muito fáceis. Ficou distraída com a visão de Quinn, sabendo que teriam um encontro em pouquíssimo tempo. “Maldito nervosismo”, pensou Sophie sentindo o coração palpitar mais forte de antecipação.

 

– Graças a Deus que temos uma center feia! – implicou Leslie novamente – Nossa quarterback não consegue se controlar olhando para uma bunda bonita! Iríamos perder feio se não fosse a feiura da Lisa!

 

– Não seja malvada, Leslie! É demais para o olho lésbico dela desviar de mim! – debochou Quinn e as duas riram.

 

– Claro! Por que você se acha irresistível – ironizou Sophie entrando na brincadeira.

 

– Eu não acho! – disse Quinn chegando perto de Sophie e completando de forma sedutora – Eu sei que sou!

 

A quarterback não conseguiu esconder o desejo e engoliu seco. “Ela vai pagar por isso mais tarde”, riu internamente. Se antes as provocações de Quinn já eram divertidas, depois que elas haviam começado a se encontrar ficaram ainda melhores. Era um delicioso jogo que deixava as duas excitadas.

 

– Precisamos de um homem como center! – Leslie falou.

 

– Kevin, é melhor você ser o próximo para ela conseguir se concentrar – disse Quinn.

 

Ele estava precisando se controlar para não rir da situação.

 

– Não é exatamente um homem, mas dá para o gasto – debochou Leslie.

 

– Engraçadinha – desprezou Kevin aproximando-se para ocupar o lugar de Quinn.

 

 

 

 

 

Assim que o treino chegou ao fim, Quinn foi se arrumar em casa. Havia combinado com Sophie de chegar na casa dela uma hora depois do treino, que era o tempo que precisaria para tomar um banho, se trocar e pegar suas coisas.

 

Chegando em casa, ela se surpreendeu pela mãe já ter voltado do trabalho.

 

– O que está fazendo aqui essa hora?

 

– Não estava me sentindo bem e voltei mais cedo – falou tentando esconder um pequeno frasco de bebida.

 

Quinn respirou fundo. Não queria lidar com aquilo naquele momento. Era para ser um dia feliz.

 

– Achei que fosse dormir na Cathy – falou a mãe.

 

– Eu só passei para tomar banho e pegar algumas coisas... Já vou sair – ela falou subindo rápido as escadas.

 

Daquela vez a mãe havia aguentado bem menos tempo longe das bebidas e Quinn sabia que os momentos ruins retornariam rápido. Ela estava na fase de voltar a beber escondido, logo depois disso, ela começaria a ficar irritada com Quinn pois inevitavelmente a filha reclamaria de algumas de suas atitudes como faltar trabalho, dirigir alcoolizada, não comer... Eventualmente sua irritação iria crescer tanto ao ponto de agir de forma física por qualquer descontentamento. Por fim iria chutar o balde e deixar a casa cheia de bebidas novamente.

 

Talvez até sumisse por alguns dias. Eleanor fazia isso sempre que chegava ao fundo do poço e perdia o emprego. Sumia e deixava Quinn sem notícias. Quando ela era menor, sempre se desesperava nesses momentos, com medo da mãe ter sofrido algum acidente ou pior. Com o passar dos anos já vivera isso tantas vezes que havia se acostumado.

 

Quinn afastou as memórias ruins da cabeça. Não iria se estressar naquele dia! Era um momento especial! Tratou de colocar o sorriso de volta no rosto e se arrumar rapidamente.

 

Quando se despediu da mãe, ignorou o cheiro de álcool que ela emanava e fingiu não ver o frasco de bebida embaixo da almofada da sala.

 

Sophie havia acabado de tomar banho e ainda estava com os cabelos molhados quando Quinn chegou. Como as duas iriam passar a noite juntas, estavam vestidas com roupas mais informais. As duas vestiam shorts e enquanto Sophie usava apenas uma blusa básica, Quinn usava uma propositalmente muito decotada.

 

Antes de falarem qualquer coisa, as duas se beijaram de forma doce.

 

– Eu senti vontade de fazer isso o dia inteiro – disse Quinn.

 

– Eu também! – respondeu Sophie – Afinal, você é mesmo irresistível – brincou referindo-se à provocação do treino.

 

Quinn riu e as duas finalmente entraram. Sophie pegou a mochila que ela levara com roupas e colocou-a numa mesa perto da escada para levarem para seu quarto quando subissem.

 

– Então – começou Sophie com seu típico nervosismo – Eu meio que preparei algo para você... Parecia ser uma ótima ideia quando pensei ontem à noite, mas agora parece meio bobo...

 

– Ei – interrompeu Quinn segurando sua mão carinhosamente – Por mais que eu ache super fofo seu jeito envergonhado, não precisa ficar nervosa perto de mim!

 

– Estou trabalhando nisso – riu Sophie – Vem, vou te mostrar.

 

Pegou-a pela mão e foram andando até a mesa da sala que estava lotada de diferentes comidas.

 

– Você me contou que a sua mãe nunca deixava você comer certas coisas para não engordar, então eu achei que seria legal fazer uma janta hoje só com as comidas que você sempre gostou e nunca podia comer. Eu não sei cozinhar, então depois do treino eu saí para comprar um monte de besteira! Tem batata frita, pizza, bolo, chocolate, donuts, vários tipos de bala e claro, o seu preferido: sorvete! – explicou Sophie ainda um pouco nervosa.

 

Quinn nem acreditou naquilo tudo. Abriu um enorme sorriso pelo gesto atencioso. Sophie havia preparado algo muito especial, que mostrava não apenas que queria agradá-la, mas que havia prestado muita atenção em tudo que falaram no último encontro e havia compreendido ela.

 

– Foi muito boba a ideia, né? – perguntou Sophie ansiosa diante da demora de Quinn.

 

– Não! É perfeito – disse indo beijá-la de forma doce – Eu amei!

 

– Sério?

 

– Muito sério!

 

As duas se sentaram à mesa lado a lado para comer e Quinn estava em êxtase com todas aquelas opções.

 

– Isso vai me engordar tanto! – brincou depois de comer o terceiro donut e o segundo pedaço de pizza.

 

– E daí? – falou Sophie – Engorde! Seja feliz!

 

– Ainda vai me achar gostosa se eu engordar? – brincou.

 

Sophie olhou no fundo de seus olhos antes de responder.

 

– Com certeza!

 

As duas se beijaram e Quinn já começava a sentir novamente aquele calor incontrolável tomando conta de si. Suas mãos já começaram a puxar Sophie pela blusa, para que chegasse mais perto e as duas esqueceram da mesa de comida por alguns minutos, aproveitando o sabor das bocas uma da outra.

 

– Você é o que há de mais delicioso nessa casa hoje – falou Quinn – E olha que eu amo sorvete!

 

– Falando nisso, deixa eu pegar no congelador para você – falou levantando-se – Talvez eu tenha exagerado um pouco na comida.

 

– Ah, você acha? – riu Quinn.

 

Ela havia, com certeza. Aquela comida poderia alimentar no mínimo quatro pessoas.

 

– Eu não sabia exatamente o seu sabor preferido de sorvete e não quis perguntar para o Kevin porque aquele fofoqueiro com certeza iria te contar e eu queria que fosse surpresa! Então eu meio que comprei um pouco de tudo! – falou retornando para a sala com muitos potes pequenos de diferentes sabores.

 

Precisou fazer duas viagens para colocar todas as opções em cima da mesa.

 

– Você é louca! – riu Quinn.

 

– Vamos ter sorvete aqui para você por muito tempo!

 

– Só mais uma desculpa para eu vir te visitar!

 

– Foi tudo friamente calculado – brincou.

 

Quinn olhava para os sorvetes como uma criança.

 

– Então, sem mistério! Qual o seu preferido? – perguntou Sophie.

 

– Chocolate com menta! – falou Quinn segurando o pequeno pote em suas mãos com um sorriso infantil.

 

– Eu devia ter adivinhado! É a sua cara!

 

– Por que diz isso? – perguntou já começando a dar as primeiras colheradas.

 

– Por que tem uma frieza vinda do frescor da menta, mas é ao mesmo tempo doce por conta do chocolate. É um sabor mal compreendido por muitos! Tem uma cor verde linda, é muito intenso e acaba assustando algumas pessoas – aproximou-se de Quinn – Mas depois que você prova, o sabor fica com você – e então completou sussurrando bem perto do seu ouvido – É inesquecível!

 

– E como você se sente em relação ao chocolate com menta? – Quinn sussurrou de volta olhando-a nos olhos.

 

– Eu simplesmente não consigo tirar da cabeça! Só consigo pensar em comê-lo o tempo todo! – falou de forma sensual.

 

Quinn sorriu, largou a colher na mesa e passou um pouco de sorvete no dedo indicador.

 

– Podemos resolver isso – disse de forma sexy, oferecendo o dedo para Sophie.

 

Sem tirar os olhos dos de Quinn nem por um segundo, Sophie lambeu seu dedo de forma sedutora. Quinn nem reparou que sua boca abriu instintivamente, estava completamente hipnotizada e apesar do gelado do sorvete em suas mãos, sentia um enorme calor.

 

Sophie aproximou-se dela em câmera lenta e a beijou de forma ao mesmo tempo apaixonada e gentil. Segurou o rosto de Quinn com as mãos de forma carinhosa e deu pequenas mordiscadas em seu lábio inferior.

 

– É definitivamente meu novo sabor favorito – sussurrou em seus lábios.

 

– Talvez a gente devesse devolver os sorvetes para o congelador – falou Quinn – Seria um desperdício eles derreterem enquanto estaremos bem ocupadas! – falou com segundas intenções.

 

– Com certeza! – falou Sophie dando mais um rápido beijo nela – Eu vou guardar tudo e você relaxa, tudo bem?

 

Quinn assentiu e foi aguardar sentada no sofá da sala. Estava tão feliz com a forma como Sophie estava mimando ela que não conseguia parar de sorrir. Ela voltou alguns minutos depois e sentou-se ao seu lado, bem perto.

 

– Eu realmente amei a surpresa! – falou Quinn de forma carinhosa – Significa muito para mim!

 

– Que bom! – disse Sophie fazendo um carinho em seu rosto – Eu queria fazer algo especial!

 

– Estar aqui com você é muito especial! – falou Quinn antes de novamente beijá-la.

 

Naquele momento nenhuma das duas tinha pressa. Elas queriam que o tempo mudasse e cada minuto passasse a ter mil segundos. O fogo que estava no corpo delas não era uma fogueira incontrolável, e sim uma chama quente e paciente que tomava o tempo necessário para queimar as coisas a sua volta. Queriam conhecer cada detalhe do corpo uma da outra como se estivessem se sentindo pela primeira vez. O beijo era calmo e ao mesmo tempo intenso. Não queriam que ele acabasse nunca e precisavam descobrir com a língua cada cantinho da boca da outra. Por vezes tinham a vontade de se fundirem ali mesmo, com as línguas entrelaçadas.

 

As mãos também queriam fazer parte do jogo e com toda a calma do mundo exploravam as curvas uma da outra ainda por cima da roupa. Por sorte os shorts eram curtos e as duas conseguiam sentir o calor ao apertarem as coxas.

 

Ao mesmo tempo que aquilo parecia ser tudo o que precisavam, não era suficiente. Os lábios não se desgrudavam por nada, como se fosse impossível de respirar se estivessem separados. Quinn movimentou-se para sentar no colo de Sophie, querendo sentir mais do seu calor.

 

Sophie passou as mãos por debaixo da blusa de Quinn, sentindo a quentura de suas costas. Não resistiu em desabotoar o sutiã e ouviu Quinn gem*r com o toque levantando a cabeça. A boca de Sophie rapidamente buscou os seios dela e passou a beijá-los e sugá-los ainda por cima da roupa. Depois de alguns minutos de provocação, Quinn retirou a blusa e o sutiã com a ajuda de Sophie que pode explorar os seios com a boca de forma mais livre.

 

Ela ouviu a sinfonia de gemidos de Quinn aumentar quando levou uma das mãos para o seu sex* e passou a acaricia-lo por cima do short. Aquilo pareceu acendê-la tanto, que Quinn rapidamente empurrou Sophie para que deitasse no sofá, colocando-se em cima dela.

 

As duas voltaram a se beijar de forma intensa e Quinn ajeitou-se para que seu quadril e o de Sophie ficassem em sintonia. Sentiu-a gem*r embaixo de si e movimentar o sex* instintivamente buscando o de Quinn.

 

A intensidade do beijo e o roçar dos sex*s, mesmo com roupa, fizeram Quinn enlouquecer a ponto de achar que goz*ria ali mesmo.

 

– Você é uma delícia – ouviu Sophie dizer quando finalmente abandonou seus lábios para se concentrar em seu pescoço.

 

Quinn sonhava com aquilo há muito tempo: poder sentir o gosto do corpo de Sophie. Ela tinha pressa e ao mesmo tempo paciência. Não queria apressar aquele momento. Esperara tanto por ele! Precisava aproveitar cada segundo e estender o tempo o máximo possível, como quando não se quer que uma comida gostosa acabe e as colheradas são pequenas, de forma a adiar o inevitável fim. Por isso Quinn demorou beijando o pescoço de Sophie, os seios sobre a blusa... Revezava e voltava para seus lábios para então retornar novamente ao corpo. Depois de alguns minutos finalmente tirou sua blusa e mordeu os lábios ao olhar seu sutiã de renda.

 

Tomou o seu tempo para terminar de despi-la completamente, entre beijos em sua boca e em todo o corpo. Provocou um pouco mais antes de tirar a calcinha molhada, lambendo a peça de roupa e deliciando-se com os gemidos cada vez mais altos de Sophie e sua feição de puro desejo.

 

– Quanta tortura – ouviu-a dizer num sussurro.

 

– Eu não estou pressa – falou voltando a beijar sua boca.

 

Sophie a apertou contra si com força, tentando matar um pouco da fome que sentia naqueles lábios deliciosos nos seus. Instintivamente levou as mãos até as nádegas de Quinn, fazendo com que ela se movimentasse de encontro com seu corpo.

 

Depois de mais uns minutos de provocação, Quinn finalmente preparou-se para fazer o que mais sonhava: sentir o gosto do sex* de Sophie. Sorriu de forma sedutora antes de começar a ch*pá-la com muito desejo. Não havia nada mais reconfortante do que sentir a mulher que amava se contorcendo de prazer e gem*ndo alto até chegar no clímax.

 

Assim que Sophie gozou, Quinn reparou na mudança da respiração e deitou-se novamente em cima dela, beijando-a com intensidade.

 

– Por que você ainda está de short? – perguntou Sophie com um sorriso safado.

 

– Estou esperando você tirar – sussurrou de forma sedutora.

 

– Vamos resolver isso agora! – disse Sophie mudando de posição com agilidade e ficando deitada por cima de Quinn – Minha vez agora! – falou e observou a mulher embaixo de si morder os lábios.

 

Sophie vingou-se da tortura anterior também tomando o seu tempo para aproveitar o gosto de todo o corpo de Quinn. Posicionou o próprio sex* em sua coxa e ouviu o gemido delicioso de Quinn ao sentir o quanto estava molhada. Perdeu-se em seus seios por longos minutos antes de retirar o restante de sua roupa e se colocar em cima dela. Sentiu Quinn segurar suas nádegas sem pudor comandando a movimentação de seus corpos. Quando sentiu que ela estava quase no clímax, parou a movimentação e desceu rapidamente com os lábios para senti-la goz*r em sua boca.

 

Voltou a deitar em cima dela, observando seu rosto completamente transtornado pelo ápice de prazer. Não demorou nem dois minutos para Quinn puxá-la pela nuca até seus lábios novamente. E as duas continuaram o processo de se sentirem, sem pudor, sem vergonha, com uma entrega sem igual. Parecia mesmo que a concepção do tempo havia mudado e que aqueles momentos que dividiam não eram compostos por minutos e sim por anos, vidas... Eram pequenos momentos infinitos.

Fim do capítulo