POV FERNANDA

-Não acredito que Julia estava caindo no papinho daquela mulher novamente. – Disse com raiva e Elis acabou escutando.

-Você está com ciúmes senhorita? – Ela deu um gole na bebida e sorriu.

-Não! Claro que não. – Observava Julia toda sorridente no palco. – Só acho que Julia não tem bom senso.

-Isso se chama ciúmes, mas eu entendo. – Elis me segurou pelos ombros. – Acho que já está na hora da gente ir.

    Fomos pra casa Tito ficaria com Felipe, Cláudio e Helen nem sei por onde andavam então Elis achou melhor ficar comigo e não me deixar sozinha.

-Eu durmo aqui no sofá. – Elis disse já de roupas de dormir.

-Não seja boba Elis, minha cama nos cabe. – Ela me olhou interrogativa. – Somos amigas, e eu não vou agarrar você.

-Claro que não vai, você está afim de agarrar a Julia. – Ela gargalhou e eu lhe joguei uma almofada.

     Os dias se passaram e o humor de Julia não estava tão amargo, talvez seja Sarah quem tem a feito estar de bom humor. Só de pensar naquela mulher meu sangue fervia, e parece que ela estava sempre ali pra me provocar. As duas juntas no elevador me deu náuseas, que mulher mais sem sal Julia agia como uma boba alegre quando estava próximo a ela, que raiva dessas duas. Eu nem consegui almoçar direito, sempre me vinha as duas na cabeça, será o que elas estavam fazendo? Almoçando mesmo? Aff que saco!

-Fernanda você pode vir até minha sala? – Aquela voz me causou um certo arrepio na espinha.

-Estou indo. – Desliguei e fui em direção à sala de Julia, com o coração acelerado e não entendi a o motivo.

- Licença, posso entrar? – Bati e ela estava concentrada em algo no computador.

-Entra! – Ela não me olhou de inicio. – Fernanda, você como representante de Luíza precisa me acompanhar em uma conferencia que teremos em Brasília, isso seria problema pra você?

-Não, problema nenhum. – Julia levantou olhar com um sorrisinho.

-Ótimo!  É importante para o escritório, e não podemos anular isso. – Eu prestava atenção em cada palavra. – Era só isso, Sarah nos enviará o cronograma, obrigada Fernanda, já pode ir.

     Julia está brincando com a minha cara, só pode. Não acredito que íamos a um evento daquela sirigaita, aff Julia me paga por isso. Fui pra minha sala e nem vi a hora passar, estava com raiva e preciso desestressar. Liguei pra Elis e pedi ela pra gente se encontrar e algum bar, acabou que chamamos Cláudio e Helen também. Estávamos em um barzinho da zona leste, e estava incrivelmente lotado pra uma quarta feira, Cláudio não estava bebendo, pois ele ia ser o motorista da rodada. O papo estava animado, Elis arrancava risos de todo mundo, era incrível como todo mundo se dava bem com ela. Em uma das mesas mais a frente tinha uma moça que não parava de encarar então resolvi bancar o cupido.

-Elis, olhe disfarçadamente em três mesas a sua esquerda. – Ela virou igual a menina do exorcista. – Eu disse disfarçadamente.

-Hahaha, não me aguentei. – Ela gargalhou e moça ficou sem graça.

-Aquela moça não para de olhar pra você. – Elis pareceu surpresa. – Mas agora ela deve estar super sem graça.

-Você acha que eu devo ir até lá? –Ela parecia preocupada. – Quer dizer, você vai ficar bem se eu for até lá?

-Elis não se preocupe comigo, eu vou ficar bem. – Eu segurava suas mãos. – Eu mais do que ninguém quero que você seja feliz, e quero sua amizade por um longo tempo mocinha.  

-Nossa eu não vou casar com ela Hahaha. – Ela gargalhava com seu jeito bobo. – Eu só vou até lá oferecer um drink.

-Eu sei sua boba, mas vai logo antes que ela desista. – Elis me deu um beijo no rosto e foi até a mesa da moça.

    Fiquei ali suspirando e segurando vela pra Cláudio e Helen, os dois tentavam disfarçar, mas era evidente o quanto estavam afim um do outro. Cláudio era um cara bacana e merecia alguém como Helen, certeza de que os dois dariam super certo.

-Fê? Vou deixar você em casa e depois levo Helen até a casa dela. – Cláudio disse quando encerramos a conta.

-Não se preocupe, eu vou de uber. – Olhei pra outra mesa e Elis parecia empolgada demais pra ir embora agora. – Só vou até ali avisar Elis, e vocês podem ir.

- Tem certeza? – Helen perguntou e concordei com um aceno, me despedi deles e fui lá despedir de Elis.

    Com muito custo Elis desistiu da ideia de querer me acompanhar até em casa, ela estava empolgada lá com a garota e eu não podia ser estrega prazeres. O lugar que eu estava era péssimo pra encontrar motoristas disponíveis, então resolvi ir até a rua de trás, lá tinha um ponto de taxi e seria melhor pra mim. Juntei minha bolsa ao me corpo e fui andando até lá, meu coração gelou quando alguns caras que estavam na esquina começaram com uma abordagem nada respeitosa. Não sabia o que fazer, eles me olhavam de forma estranha, estava morrendo de medo, pensei em atravessar a rua e vi que dois deles começou a se aproximar. Foi quando ouvi um carro parando e uma voz muito conhecida me mandando entrar no carro.

- Você está louca de ficar andando por aqui uma hora dessas Fernanda? – Julia me reprendia enquanto dirigia. – Eu nem quero imaginar o que aconteceria.

-Eu estava indo atrás de um Taxi. – Ela apertava o volante com raiva.

-Você não sabe que essa área aqui é perigosa? – Eu ainda estava tremendo pelo medo. – Por que você estava andando aqui sozinha uma hora dessas?

-Eu não estava sozinha, mas precisei ir pra casa. – Eu falava em um tom mais baixo que Julia.

-Fernanda por que não pediu pra sua namoradinha te deixar em casa? – Ela gritava e eu ficava mais nervosa. – Ou ela tinha algo melhor pra fazer?

-CHEGA! – Ela parou o carro. – Agradeço muito por você ter aparecido por lá naquela hora, mas não da você o direito de me julgar, ou intrometer em minha vida.

-Eu só estava preocupada. – Julia tinha parado em frente ao meu prédio. – Não precisa ficar nervosa!

-Eu só quero entrar e tentar esquecer isso. – Já ia descer do carro quando ela me segurou.

-Espera! – Eu olhei pra ela e lembrei como ela me olhava quando nos conhecemos. – Me desculpe, não quis ser inconveniente, só achei estranho ela deixar você lá sozinha.

-Eu quem quis vir embora, e nós não temos nada. – Eu sei que ela precisava ouvir aquilo. – Elis e eu não somos namoradas Julia.

-Não? – Ela sorriu. – Me desculpe por isso!

-Mas o que você estava fazendo na zona leste uma hora dessas? – Perguntei curiosa. – Estava me seguindo?

-NÃO! – Ela parecia nervosa, mas logo se recompôs. – Sarah mora por lá, e eu fui deixa-la em casa.

-A claro! Sarah. – Cruzei os braços com raiva. – Luíza sabe de vocês duas?

-Luíza não tem nada pra saber. – Ela tinha um sorriso irônico. – Até porque nós duas já não estamos mais juntas.

- Entendi, eu preciso subir. – Era inacreditável Julia se envolver com a ruiva novamente. – Tchau Julia.

-Não vai me convidar pra subir? – Julia sorria com malicia.

-Não, acho que Sarah deve ter convite melhor. – Sai do carro e bati a porta no impulso.

     Que ódio de Julia, que ódio de Sarah, entrei em casa tentando processar o que tinha acontecido naquela noite, talvez eu tenha sido um pouco mal agradecida com Julia, mas meu ciúmes gritou mais alto, como ela era cara de pau de ainda perguntar se eu a convidaria pra subir, era uma safada mesmo. Fui tomar um banho e esquecer esse da horrível. Amanheceu e eu nem tinha dormido ainda, fiquei pensando em Julia e no que tinha ocorrido na noite anterior, agradecia a Deus por nada ter acontecido comigo, e por Julia ter aparecido por lá bem na hora. Me arrumei e tomei meu café, passaria na sala de Julia e me desculparia pela minha grosseria, e agradeceria ela mais uma vez. Helen estava atrasada hoje e isso era estranho, pois ela sempre chegava antes de todo mundo, à noite com o Cláudio rendeu, fui em direção à sala de Julia e entrei sem ser anunciada.

-Bom dia Julia, preciso falar com você. – Quando olhei pra frente meu humor mudou na hora, Sarah estava sentada na mesa de Julia e ela sentada na cadeira, as duas estavam em um papo super animado. – Me desculpe, não sabia que você estava acompanhada.

Fim do capítulo