Florença por lorenamezza
Capitulo 17 A ESPERA
Lorena não aceitou bem a ideia de ter que dividir Marina
com Giane, se ela tivesse realmente que se casar com ele, não
haveria futuro entre elas. Dúvidas pairavam sobre sua cabeça,
seu coração, antes cheio de alegria, estava agora tomado por
desconfiança. Ligou para Francesca, precisava conversar com
alguém:
— Oi, Francesca, tudo bem? Se estiver à toa hoje, passa na
loja para conversarmos.
— Conversar? Eu te conheço, aconteceu alguma coisa,
passo no fim da tarde, o.k.? — Francesca realmente conhecia
a amiga.
— Não consigo te enganar, não é mesmo?! Espero você
para tomarmos um vinho então. Vou ficar no restaurante aqui
do lado da loja.
No fim da tarde, Lorena fechou a loja, sentou-se na Trattoria
Zà Zà e esperou que Francesca chegasse.
— Oi, amiga, demorei muito? — Francesca cumprimentou
Lorena.
— Não, acabei de fechar a loja, só tomei duas taças. Tome
aqui a sua, tim-tim! — brindou.
— Como está a loja? E o coração? — Francesca sorriu.
— A loja, graças a Deus, está bem, muito trabalho, mas eu
adoro. E o coração está bem, preocupado, mas bem.
— Preocupado? Por quê? Pensei que vocês estivessem bem,
se bem que te avisei, desculpe, me preocupo com você, é só
isso, não tenho nada contra a garota.
— Ela gosta de mim, só que a mãe dela ficou doente e complicou,
não conseguiu terminar o noivado, pediu um tempo
para fazer isso. — disse chateada.
— Você consegue fazer isso? Pensar que ela vai estar com
ele, fazendo tudo com ele?
— Ela disse que não vai ter mais nada com ele — Lorena
parecia confiante.
— Será mesmo? Eles são noivos, ele vai cobrar isso.
— Eu quero acreditar nela, Francesca, mas fico preocupada,
você sabe que não gosto dessas coisas. Sair com alguém comprometida,
ter que dividir. Mas, às vezes, não tem como fugir.
Nós nos gostamos de verdade. Acho que terei de aceitar por
enquanto.
— Você que sabe, eu quero te ver bem. Se você estiver feliz,
tudo bem. Agora, deixa eu te falar, sabe quem perguntou
de você? Luna, aliás, faz tempo que ela pergunta de você, acho
que tem interesse. É solteira, bonita, bem sucedida. Se as coisas
não derem certo com Marina... — Francesca riu e pediu outra
garrafa de vinho.
— O.k., já falamos de mim. E você, Francesca? — desconversou
Lorena.
— Bom, eu estou na vida, não quero ninguém, mas nunca
estou só, você sabe como sou. Qualquer hora eu sossego.
Conversaram animadas, contaram segredos, riram, isso ajudou
Lorena a relaxar um pouco. Porém, quando foi embora,
seu coração ficou triste novamente.
Marina teria mais trabalho, conseguiu um estágio nos dias
em que não estava estudando, daria aulas de História da Arte.
Durante o horário de almoço, passou na loja para ver Lorena:
— Oi, Lorena, tudo bem? — entrou na loja com um baita
sorriso, alegrando o ambiente.
— Oi, Ma, que felicidade ver você! — Lorena a abraçou
com carinho — Como está sua mãe?
— Está melhor, só ainda meio devagar nos afazeres de casa,
então, acaba sobrando para mim e minha tia.
Foram para o fundo da loja e mataram as saudades. Beijaram-
se e se abraçaram efusivamente.
— Só vim dar uma passada, estou na correria com os trabalhos.
Vamos nos ver no fim de semana, tá bom?
— Sim, foi ótimo te ver, deu para matar um pouco a saudade!
Fica com Deus!
Lorena ficou muito feliz por Marina tê-la procurado. Seu
coração estava animado de novo.
No sábado, Lorena trabalhou animada, olhava para a porta
a toda hora na esperança de Marina chegar mais cedo, porém,
eram já duas da tarde e ela ainda não havia aparecido. Então,
Lorena recebeu uma mensagem: “Terei de desmarcar com
você, minha mãe não está muito bem, prefiro não sair com ela
assim, além do mais, Giane está vindo, não consigo sair, mas eu
vou te compensar por isso, sinto muito.”.
“Tudo bem, Marina, cuide de sua mãe. Vamos nos ver outro
dia. Beijo.”.
Lorena ficou arrasada, além de não poder vê-la, imaginá-la
junto com Giane. Foi para casa, abriu uma garrafa de vinho,
sentou-se na cadeira debaixo do sombreiro. Seu amigo Chicote
sentou-se a seu lado e ali ficaram até Lorena adormecer.
Marina estava preocupada com a mãe, desde que havia passado
mal, nunca mais fora a mesma. Vivia cansada, parecia que
seus 56 anos estavam pesando. Quando Giane chegou, Marina
o tratou com certa frieza.
— Oi, amor, há quanto tempo, estava com saudade! — tentou
beijá-la.
— Oi, tudo bem? — beijando-o no rosto.
— O que houve?
— Nada, Giane, estou preocupada, só isso.
— Como está sua mãe?
— Hoje não está bem, tá lá em cima, vá vê-la. Ela irá gostar.
— Vou sim. É o seguinte, vou ficar por aqui hoje e pensei
em darmos uma volta, namorar um pouco. O que você acha?
— Vou pensar, minha mãe não está bem, prefiro ficar aqui
com ela.
— O que está acontecendo com você? Parece desanimada,
anda me afastando...
— Só tenho tido muito trabalho, preocupação, só isso, por
favor, não encana — e deu-lhe um grande beijo.
— Tá bom, mas precisamos sair um pouco só nós dois, estou
sentindo falta.
Marina não gostava da ideia de mentir para Giane e também
não sabia até quando conseguiria evitá-lo. Pensava em
abrir logo o jogo, mas era impossível. Como faria para afastá-lo
durante a noite? Pensava em Lorena a todo instante.
Durante a noite, assistiram a um filme até que chegou a
hora de dormir. Giane tirou a roupa e se deitou ao lado de Marina,
abraçou-a por trás, beijou seu pescoço, começou a acariciá-
la.
— Giane, por favor, não estou no clima — e se desvencilhou
de seu abraço.
— Faz tempo que não fazemos nada, tô com saudade —
voltando a abraçá-la.
Novamente, ela se esquivou dele:
— Giane, por favor, para.
— Parar com o quê? — Giane saiu do sério — Parar de te
querer? O que está acontecendo com você? De uns tempos
para cá, vive fugindo de mim. Você é minha noiva e tem de fazer
amor comigo — e tentou agarrá-la à força.
— O que você está fazendo? Eu não quero fazer amor com
você! E fale baixo, meus pais estão dormindo.
— Por que não quer, por acaso tem alguém? Tem outro?
Giane estava furioso, enquanto Marina só pensava em não
terminar naquele dia para não chatear sua mãe.
— Não tenho ninguém, apenas não estou no clima, os dias
têm sido corridos. Ficamos afastados, mas está tudo bem, já
conversamos sobre isso.
— Não sei por quanto tempo vou aguentar. Boa noite.
Ele se virou para o lado e dormiu, enquanto Marina chorava
em silêncio. Depois dessa noite, teve certeza do que queria.
Pensava em Lorena e em como queria estar com ela naquele
momento.
Pela manhã, ao acordarem, Giane se desculpou:
— Marina, eu sei que você está se sentindo pressionada
com sua família, trabalho, pós e noivado, sobre o qual eu nem
te consultei. Vou embora agora e, semana que vem, nós conversamos,
precisamos de um tempo — arrumou suas coisas e saiu.
Marina ficou em silêncio, demonstrando consentimento.
Ficou aliviada por não precisar, naquele momento, ter de pôr
um fim no relacionamento, não com sua mãe doente.
Fim do capítulo
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