Florença por lorenamezza
Capitulo 7 A PRAIA
Lorena foi embora rindo sozinha, sabia que havia algo entre
elas, pensou que poderia rolar sim e, se não rolasse, também
não teria problema, uma boa amizade sairia dali.
Já Marina ficou intrigada, pensou em Lorena antes de dormir,
será que estaria se interessando por ela? “Lorena é muito
legal, como é gostoso conversar com ela... Por que estou
pensando nela? Imagine, eu tenho namorado... Mas é tão bonitinho
quando ela disfarça para não olhar para mim! Saco,
lá estou eu pensando nela de novo, sai da minha cabeça! Vou
dormir que é melhor”.
No domingo bem cedo, Lorena acordou inspirada, queria
ir almoçar em um lugar diferente, mas não queria ir sozinha,
ligou para Francesca, mas ela viajara com o namorado, ligou
para Vittorio, mas ele havia chegado tarde da noitada e não
conseguiu levantar, ligou até para Luna, mas ela teria de abrir
o café, então, por fim, resolveu mandar uma mensagem para
Marina: “Quer almoçar em Viareggio comigo? Devo sair daqui
a uma hora, se estiver a fim, manda um oi.”
Ela não esperava resposta, mas a mesma veio antes do que
imaginava. Seu telefone tocou, era Marina. Deu um frio na
barriga, atendeu rapidamente:
— Alô, Marina, tudo bem, recebeu minha mensagem?
— Recebi, eu só liguei para dar um oi.
— Ah, está bem, oi então — ficou sem entender.
— Você disse que se eu quisesse ir, era para dar um oi, eu
quero ir almoçar com você sim, lerdinha!
Lorena riu da sua inocência, marcaram de se encontrar na
estação central. Colocou um shortinho curto que deixava suas pernas torneadas à mostra, uma camiseta regata branca e rasteirinhas,
usava também um chapéu branco e óculos estilo
aviador. Estava pronta para arrasar. Queria causar boa impressão
à Marina.
Logo que chegou à estação, seu coração parou por um segundo,
Marina, como sempre, arrasava no visual, estava de
short jeans, porém mais curto do que o seu, uma blusa verde
de alcinha, óculos estilo Audrey Hepburn, também usava
rasteirinha, nem parecia ter 26 anos, parecia uma menininha
linda.
— Nossa, Marina, você está linda, parabéns! — disse totalmente
sem graça.
— Obrigada, Lorena, você também está muito bonita! —
sorriu e entrou rapidamente no carro. — Vamos logo, o sol
está nos chamando!
— Vamos, então, o que estamos esperando?!
E partiram rumo à praia.
Após conversarem um pouco, Lorena não se conteve e
comentou:
— Eu notei que você fica um pouco desconcertada quando
está comigo, como naquele dia em que você não conseguiu
me apresentar à sua amiga.
— Desculpe, Lorena, eu não sei como dizer, fico nervosa
perto de você e nem sei por quê.
— Será porque eu te contei que sou gay? — preocupou-se.
— Não, já disse que não, apenas você me deixa nervosa,
sei lá.
— Tá bom, vamos nos divertir! Hoje, vou te levar em um
restaurante que conheci há um tempo, chama-se San Martino,
lindo, bem aconchegante, tem um nhoque maravilhoso, você
vai gostar.
— Pode me levar, confio no seu bom gosto, tenho certeza
de que vou adorar. Agora, sem querer ser indiscreta, diga-me,
por que uma pessoa como você está solteira?
— Uma pessoa com eu? Como assim? — perguntou intrigada.
— Não me leve a mal, você é bonita, bem sucedida, batalhadora
e super simpática, como está solteira? Você é um partidão!
— disse rindo.
— Obrigada pelos elogios, mas tenho defeitos também, é
que você me conhece há pouco. Estou solteira, porque as mulheres
pisam na bola, dizem-se apaixonadas, mas não se abrem
totalmente, querem ter um relacionamento e ter o mundo. De
vez em quando, temos de fazer algumas concessões. E eu sou
muito tranquila, já tenho a minha vida, quero sossego.
— Tá bom, moça séria, sabia que eu não conheço Viareggio?
— Não? Pode deixar que eu mostro tudo, conheço de cabo
a rabo.
Lorena foi mostrando tudo a ela, contando cada história vivida
na sua época de faculdade e como gostava daquele lugar.
Marina prestava atenção em como Lorena falava, gostava de
notar cada detalhe, sua boca, sua mão nervosa mexendo a todo
instante.
— Um colega de faculdade morava aqui e, nos fins de semana,
vínhamos para curtir. Ele se mudou para Roma, mas não
mantive contato com ele, apenas com a cidade.
Marina se encantou com Viareggio e com todo aquele mar
que se apresentava tão garboso naquele lugar. O nhoque era
tudo que Lorena falara, o restaurante ficava numa rua que dava
passagem para o mar, sobre uma ponte, a vista que se abria era
deslumbrante. Marina se pegou olhando casais namorando e
não pensou em Giane, mas sim no quanto estava feliz de estar
ali com Lorena. Seus olhares se cruzaram, surgiu um pequeno
sorriso.
— Vamos caminhar um pouco? Logo vai escurecer e o pôr
do sol é qualquer coisa de maravilhoso! — convidou Lorena
delicadamente.
Enquanto caminhavam na beira do mar, brincaram, molharam-
se e, nesse clima de romance, um beijo surgiu entre elas.
Um beijo leve, doce e breve. Suspiraram juntas.
— Desculpe, podemos ir embora? — pediu Marina, desvencilhando-
se de Lorena.
— Tudo bem, vamos — Lorena ficou com vergonha.
A viagem de volta pareceu mais longa do que realmente
era, devido ao brutal silêncio entre as duas. Marina aparentava
cansaço e acabou dormindo, mas a cabeça de Lorena estava
a mil. Pensou em um monte de coisas, Marina tinha namorado
e o mesmo era seu principal financiador, poderia não só
perder a amiga, como também o negócio. Mas rolou e não tinha
como voltar atrás.
Quando chegaram à estação: — Marina, desculpe, eu acabei me deixando levar pelo momento.
Não quero que você pense que tive alguma intenção
no convite.
— Tudo bem, eu também me deixei levar. Está tudo bem
— e saiu apressada.
Lorena se sentia arrasada, envolveu-se com quem não devia
e, novamente, iria sofrer. Pensou que o melhor seria mesmo esquecê-
la.
Fim do capítulo
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