Florença por lorenamezza
Capitulo 8 TORTA DE CLIMÃO
Marina entrou em casa e todos notaram sua cara de aflição:
— O que aconteceu minha filha? Está pálida! — perguntou
a mãe com ar de preocupação.
— Nada, mãe, estou cansada, vou dormir. Amanhã Giane
virá cedo, preciso descansar.
Ela apenas se deitou, estava estarrecida, como podia ter deixado
aquilo acontecer e, pior, corresponder ao beijo, mesmo
que breve. Mas sorriu ao lembrar-se de como era macio e leve
o toque de Lorena. O beijo mexera com ela. Adormeceu com
certa interrogação na cabeça.
No dia seguinte, Marina entraria no trabalho mais tarde,
esperou Giane para tomar café e decidir com ele o que
iriam fazer.
— Bom dia, dona Sophia, como é bom vê-la, já estava com
saudade! Cadê Marina? Aposto que ainda está dormindo. Posso
subir para acordá-la?
— Espere aqui na sala, ela já acordou, está terminando de se
arrumar, levantou cedo hoje.
Giane ficou na sala e, após alguns minutos, Marina desceu
para recebê-lo.
— Bom dia, meu amor, que saudade! — disse eufórico,
indo logo beijá-la.
— Bom dia, Giane — deu-lhe um pequeno selinho —,
como foi de viagem?
— Ótimo, os trens estavam tranquilos. Olhe, semana que
vem, Lorena inaugura a loja, pensei em dar uma passada lá
para ver como anda meu investimento, o que acha?
Marina não esperava encontrar Lorena tão cedo, ainda mais
junto com seu namorado.
— Jura, Giane, estou meio sem ânimo — tentou desencorajá-
lo.
— Amor, preciso cuidar dos meus interesses, não apareci
nem sequer uma vez desde que fechamos negócio, queria saber
se é tudo aquilo que Lorena me vendeu. Você está vermelhinha,
foi à praia ontem? — estranhou Giane.
— Eu... — hesitou — fui a Viareggio sozinha relaxar. O.k.,
já que você quer passar na loja, vamos logo e, depois, eu vou
para o trabalho — mudou de assunto rapidamente.
— Tá bom amor, fazemos desse jeito — Giane a abraçou.
Lorena acordou mal humorada, nem deu muita atenção
para seu velho amigo Chicote, um vira-lata de 13 anos que a
acompanhava desde sempre. Arrumou-se, tomou seu café e
saiu carregando alguns enfeites, tentaria esquecer o dia anterior
dando uns retoques na loja. Chegando lá, Lorena precisou
fazer uma limpeza, ainda havia muita sujeira que os pedreiros
haviam deixado, além das tintas esparramadas pelo chão. Começou
a faxina, queria deixar tudo impecável. Logo tudo estava
limpo e pronto para a decoração.
De repente, bateram à porta:
— Bom dia, Lorena, podemos entrar?
Lorena derrubou os enfeites com o susto de ver Giane e
Marina ali na porta da loja.
— Bom dia! Claro, fiquem à vontade, desculpem a bagunça
— disse assustada.
— Bagunça? Caramba, esse lugar está como você o descreveu
mesmo! Parece com você, simples, elegante e discreto,
acho que fiz um bom negócio. Você não acha, amor?
— Está perfeito mesmo, parabéns Lorena, você tem bom
gosto — Marina limitou-se a isso.
Marina e Lorena mal se olharam, os olhares que antes se
cruzavam com facilidade, naquele momento, não se procuravam
mais.
— Meninas, como foi o filme?
— Foi ótimo, filmão! — respondeu Marina rapidamente.
— Foi bom mesmo, Giane, parecíamos duas crianças no cinema
— Lorena riu meio sem jeito, tentando disfarçar. — Não
vejo a hora de abrir a loja, minha primeira remessa de geleia já
está pronta, só falta colocar para vender.
— Isso mesmo, faça valer e render meu dinheiro. Vamos,
amor, não queremos atrapalhar Lorena. Tomou sol também,
Lorena? Marina foi para Viareggio ontem. E você?
— Eu — e olhou para Marina —, eu fiquei em casa mesmo,
dormi na varanda e acabei assim — disfarçou.
Após o encontro, Marina foi trabalhar e ficou boa parte
do tempo pensando em Lorena, mas não queria falar com ela. Giane estava na cidade, dormiriam juntos, precisava estar
bem.
À noite, após o jantar, foram para o quarto. Deitaram-se e,
como em um ato mecânico, fizeram amor. Marina até se esforçou
para se sentir melhor com Giane, mas alguma coisa dentro
dela já havia mudado. Ele, porém, nada percebeu e adormeceu,
enquanto Marina se virou para o outro lado e pensou
se aquele beijo mudara tanto assim seu sentimento.
— Bom dia, amor! Tenho uma novidade para você — Giane
acordou Marina com um beijo.
— Bom dia, vamos levantar, que já, já entro no trabalho. E
qual é a novidade?
— Recebi uma oferta, transferir meu escritório para Siena.
Se isso se concretizar, quem sabe você não pensa na possibilidade
de se mudar comigo para lá? Você está acabando a pós
mesmo, aí, quem sabe você também não pensa naquela outra
palavra: casamento?
Marina se assustou, não sabia se conseguiria pensar na proposta
naquele momento:
— Giane, parabéns pela oferta de trabalho, mas já falamos
sobre o assunto, eu disse que quero terminar a pós, depois podemos
ver. Mas não vamos encanar com isso agora — deu um
banho de água fria nos planos dele, novamente Marina colocava
empecilhos em seu relacionamento.
— Tá bom, mas pense com carinho, eu quero começar uma
vida com você.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]