Florença por lorenamezza
Capitulo 5 NEM TUDO É O QUE PARECE
Marina era ítalo-brasileira, tinha 26 anos, morava desde os
18 anos na Itália, sua mãe, Sophia, era italiana e seu pai, Gustavo,
brasileiro. Haviam se conhecido quando o pai fora à Itália a
trabalho. Ele trabalhava com telefonia e ela, com o negócio da
família, sapatos. Agora, ele estava aposentado e ajudava na loja.
Marina sempre teve muitos namorados, os homens caíam
aos seus pés, afinal, era linda, de boa família, inteligente e dona
de si. Ótimo desafio para os italianos. Apesar de sempre estar
rodeada de homens, nunca namorou firme, sempre terminava
dizendo que faltava alguma coisa neles, todos tinham defeitos.
Por isso, quando conheceu e continuou com Giane por tanto
tempo, todos pensaram que, desta vez, ela se casaria.
Morava em uma bela casa em cima da sapataria de seus
pais. Havia uma sacada com muitas flores, era bem aconchegante,
tinha vários quartos. Ali, moravam duas famílias, a sua
e a de uma tia, também casada e com três filhos. A casa vivia
cheia, Marina sentia não se encaixar naquela vida.
Após sair correndo do encontro, Marina ficou lembrando a
noite que tivera e como havia se divertido, estranhou ter gostado
tanto de ficar perto de Lorena, algo nela lhe chamava a atenção.
Dois dias se passaram desde então, mas não houve telefonemas,
nem mesmo uma mensagem de texto. Lorena pensava
muito em Marina, mas não queria ter esperanças demais, precisava
se concentrar em seu negócio. Pedira demissão de seu
emprego para poder se dedicar, ficava mais em casa fazendo
geleias, arrumando as coisas para a decoração da loja.
Era já sexta-feira e o cansaço começava a tomar conta de Lorena,
precisava relaxar, ligou para alguns amigos e decidiram ir
à inauguração de um pub irlandês em frente ao Duomo.
O lugar era pequeno, então algumas pessoas ficavam
do lado de fora e outras, dentro do recinto. Lorena foi com
Francesca e Vittorio, amigos do antigo emprego que não via
há muito tempo. Beberam e conversaram muito. De vez em
quando, aparecia algum conhecido e entrava na conversa, mas
o bar estava repleto de turistas.
Francesca quis fumar e todos eles resolveram sair para ficarem
juntos. A praça estava cheia, sempre bem movimentada,
Lorena avistou de longe uma silhueta conhecida. Era Marina
sentada em outro barzinho com alguns amigos. Lorena conversava,
mas não tirava os olhos dela. Estava perfeita em um
vestidinho florido e uma rasteirinha, cabelos presos em uma
trança fina feita com o próprio cabelo. Cansada de olhar de
longe, foi até lá.
— Oi, Marina, tudo bem?
— O-oi, Lorena — gaguejou e abriu um largo e belo sorriso
—, o que faz aqui? Essa é minha amiga Giordana.
— Oi, prazer, Giordana, eu estou com uns amigos no novo
pub ali ao lado.
A conversa parecia desconcertada, ou melhor, Marina parecia
feliz e ao mesmo tempo nervosa por ter encontrado
Lorena.
— Cadê Giane? Não veio hoje? — perguntou, olhando para
todos os lados.
— Ele não vem este fim de semana, tem que visitar uma
obra e eu não estava a fim de viajar. Estou só — bateu no ombro
de Giordana —, estou brincando!
— Bom, foi um prazer revê-la Marina, apareça lá na loja, eu
inauguro semana que vem. Tchau, meninas!
— Tchau, pode deixar, eu apareço sim. Giane deverá vir
para a inauguração.
Lorena saiu sem entender o porquê de Marina ter sido tão
fria. Mas talvez fosse assim, ela namorava, afinal, não poderia
querer que ela caísse de amores por si. Voltou para o bar com
seus amigos. Mas, internamente, estava triste.
Por outro lado, Marina tentava explicar à amiga como conhecera
Lorena:
— É uma empresária na qual Giane está investindo, só isso.
Falou seca e sem dar mais informações, mas também não parava
de olhar em direção ao bar para tentar ver Lorena. Porém,
sem sucesso, Lorena já tinha ido embora.
Fim do capítulo
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