3 meses depois...

Juliana abriu a porta de seu apartamento exausta por mais um dia cansativo na fábrica. Cacau tinha dado a ordem de colocar um de seus terrenos para vender, queria logo construir a fábrica para que ela se firmasse de vez em Metropolis sem ter Odete por perto para lhe importunar. Ao entrar no apartamento a mulher da voz calma deixou seu salto no canto e foi tirando a roupa caindo no sofá, mas logo voltou a se levantar quando ouviu burburinhos vindo de seu quarto. 

Foi em silêncio ouvindo Renara sorrir, ao abrir a mulher falava no telefone. 

_Juliana, que susto. – E desligou a chamada. _Como foi o trabalho? Estava te esperando... 

_Estou morta, Cau me passou uma tarefa um tanto complicada, mais conseguir um comprador, ele fez uma boa oferta, só me pediu uma semana. 

_Cacau faz você trabalhar demais – levantou-se da cama e fez massagem na noiva _diga a ela para maneirar, você está fazendo todo seu trabalho desde quando ela foi se aventurar em Metropolis. 

_Bobagem e ela não foi se aventurar, ela foi atrás de uma vida nova. A família dela exige muitas coisas. E ela também me deu ordem para contratar um recém formado, e estou dando conta de tudo com a ajuda desse rapaz. A fábrica está fluindo bem, os números toda semana bate e não custa nada eu fazer isso, não é verdade? 

_Então ela deve lhe dar um aumento. 

_Mais do que eu recebo? Está ótimo tudo.

_Você se contenta com pouco meu amor. Estou falando isso porque parece que você é a segurança dela, é a administradora dela, é a gerente dela... daqui uns dias nem os pais dela vão está trabalhando e você vai morrer de trabalhar para eles ganharem enquanto ficam sentados.

_Credo Renara. – A mulher se levantou. _Contabilidade por amor, se ela me coloca em todas essas áreas é porque sabe que entendo e eu não vou lhe enganar, sou fiel até nos pequenos detalhes. E com quem você estava falando? 

_Com minha mãe. Ela quer vim nos visitar. 

_O que ela achou quando você contou que já estamos morando juntas? 

_Está feliz, mamãe gosta de você. 

_Deixa eu ligar para ela a convidando para vim, faço questão de preparar um jantar.

Juliana fez menção de pegar seu celular. 

_Está descarregando e você precisa de um banho.

_Está certo. Foi bom ver Cau e Emme felizes não é? A cada dia estão mais apaixonadas. 

_Emme parece ser danada, acha que essa relação vai durar muito?

_Não acho que ela parece danada, já vão fazer 4 meses juntas, parecem se dar bem, por que acha que ela parece danada? – Foi ao banheiro.

_Bem, ela viaja, última vez passou 15 dias longe de Cacau, será se ela é fiel? 

_Ela vai ser nossa madrinha Renara, claro que é fiel. Você é muito maledicente. Só por que ela viaja? Nada a ver. 

_Ela é rodeada por homens e mulheres, pessoas tão bonita quanto ela. 

_A Cau também é bonita, ou você não acha?

_É normal. – Juliana sorriu _Até achei ela gorda na última vez que nos vimos. 

_Gorda? Mais o que deu em você? Cau está ótima. 

_Eu achei, mas enfim, só tenho olhos para você. E você viu que a Emme tem uma rotina de remédios? – Ela saiu enrolada na toalha.

_Ela tem acompanhamento psiquiátrico para lidar com tudo, Cau me contou que é desde os 15 anos. Ela não aceitou  a separação dos pais e sofre de crise de ansiedade, ela me contou que a crise é forte. 

_Todos aqueles remédios são para crise de ansiedade? São muitos.

_Ela deve ter outras coisas, ninguém é completamente normal, mas a Emme é sã, então deve ser algum tratamento. – E pegou o aparelho de Renara que estava no carregador. _Por que apagou as chamadas? 

_A memória do celular está cheia, ando excluindo qualquer besteira. 

_Já disse que deve trocar esse aparelho, não está te servindo mais.

Juliana ligou para sua sogra. Ao terminar de falar com a mulher olhou para Renara. 

_Ela me disse que falou contigo somente pela manhã.

_A mamãe está velhinha Juliana, sabe que ela vive se esquecendo das coisas. – Segurou sua cintura. _Olha, falta uma semana para o nosso casamento, nunca achei que demorasse tanto essa documentação.

_Tivemos sorte da juíza está disponível na data que nós escolhemos e quem manda você ter nascido em outro Estado? Conseguir tua documentação foi o mais difícil. Vamos receber Emme e Cau aqui, elas só vão poder passar dois dias com a gente.

_Mas se a Cacau te alugar com trabalho eu despacho ela no mesmo voo que ela chegar. 

Juliana sorriu e aceitou os carinhos da outra.

_Não vejo a hora de colocar aquele treco na minha vagin*. Estou ansiosa.

_Esperma? – Juliana fez careta e beijou-a em seguida. 

_Isso mesmo, eu estou tão animada Renara, mas agora estou cansada, hoje é dia de você preparar algo para nós. 

Xxxxxxxxxxxx 

Cacau tinha parado as mentiras. Emme aceitou ir ao casamento do rapaz, casamento de luxo, passou um dia em sua companhia. Vitor vivia feliz ao lado de Sara, o rapaz não era uma ameaça. Pouco conversou com ele, mas o observou bem, ele brilhava os olhos quando direcionava para Cacau. 

_Ele gosta muito de você.

_Ele é agradecido pelo que eu fiz. 

Vitor se aproximou das duas e pediu permissão para dançar com Cacau.

_Ultima dança antes de partimos para a lua de mel. – Ele segurou sua mão e a conduziu pelo salão de festas. 

Cacau disse que precisava ver ele se casando, era um adeus definitivo ao rapaz, desejou toda a felicidade que ele poderia imaginar.

_Segue tua vida Vitor. Sara é incrível, ela ama você. 

_Eu amo ela. Logo teremos nossos filhos, sempre sonhei em morar no campo e trabalhar na cidade, quem sabe não fazemos isso? Ela adora essas coisas também. Eu amo você Cacau. 

A morena fechou os olhos ao sentir os braços fortes tocando sua cintura. 

_Eu sempre te amei Vitor. 

_Vamos ser felizes não é mesmo? 

_Sim, e você pode me mandar sempre cartões, eu adoro ler. 

_Claro que sim, jamais quero perder contato com você. 

_Deixei meu número no cartão de presentes. Agora sei que não vai mais me ligar quando não for urgente, você encontrou finalmente teu anjo.

Vitor sorriu e a abraçou. 

Eles se despediram. 

_Cacau?

Os meses foram se passando, Emme aceitou ir ao casamento do rapaz com a promessa da morena diminuir no cigarro, ela aceitou, todo dia tentava fumar um ou dois no máximo. O sonho de Emme se realizaria completamente quando ela deixasse de vez aquele vicio. 

A cada dia um novo recomeço para Cacau, a cada dia esperava ansiosamente que Oliver lhe trouxesse boas notícias. Emme tinha passado quinze dias fora, quando chegou matou a saudade de sua modelo e desde então Emme aceitava trabalhos curtos ali mesmo em Metropolis.

Cacau diminuiu a amizade com Larissa, durante algum tempo deixou de ir ao vôlei, mas logo voltou com seu esporte favorito, e tinha Isa, Isa havia se tornado grande amiga, bem mais que Larissa. A mulher era prestativa, era alegre e fazia de tudo para que sua relação com Larissa desse certo, mesmo percebendo que a ruiva era emocionalmente distante.  

_Cacau? Ta dormindo no telefone? – Emme chamou sua atenção mais uma vez.

_Desculpa, vai demorar? Tô te esperando.

_Chego em dez minutos.

Emme desligou o aparelho e seguiu para a quadra bem cedinho onde sua namorada praticava vôlei. Apesar de não saber jogar gostava de sentar e olhá-la marcar pontos. Ao chegar no local a viu de longe, conversava com Isa e Larissa.

_Oi amor. – Estava com uma bola debaixo do braço.

_Oi princesa, e essa roupa? 

_Vim jogar com vocês, assisti umas aulas por vídeos, não é tão difícil passar a bola para o outro lado. 

_Tá certo, você fica com a Isa então. 

_Ah queria ficar contigo. – Segurou em sua cintura e beijou seu rosto. 

_Já tiramos o time Emme, a Isa tava só esperando alguém chegar pra completar. – Larissa disse com sorriso de meio canto. 

O time estava formado por Cacau, Larissa e Veronica. Já o time de Isa era Evandro, um amigo de jogo e Emme que completava o time. 

_A Larissa podia trocar comigo para eu ficar contigo Cacau. Pode ser? 

_Não consegue ficar uns minutos desgrudada Emme? – Isa disse brincando. _Vamos jogar, vamos dar uma surras nelas. 

Emme entrou na brincadeira. Ela era ruim no esporte, mau conseguia arremessar. 

Larissa sorria das tentativas da menina, por um instante até Cacau viu graça em suas atrapalhadas. 

_Vocês são horríveis. – Emme já chateada gritou para o lado adversário. Evandro, o amigo de vôlei pegou a bola e se aproximou de Emme mostrando a ela como sacava. 

_O segredo não é jogar à bola para o alto, é tua mão tocar na bola. Não precisa ser muito forte viu. – O rapaz atencioso segurou em sua cintura e em seguida sua mão e arremessou a bola junto caindo no time adversário com muita precisão. 

Ao final do jogo o time da morena ganhou, Emme só tinha melhorado no último tempo, não deu para alcançar a pontuação, ficando um tanto chateada.

_Está melhorando, é assim mesmo um dia de cada vez. Próxima semana eu te dou outros toques, mas você já passa a bola bem. – Evandro disse e foi com o namorado ao banheiro. 

_Amor, você jogou bem. – Cacau se aproximou. Emme deu de ombro. 

_Muito bonito ver você rindo de mim. Não me queria no teu time por isso? 

_Claro que não Emme.

Emme foi ao banheiro, Cacau rindo a seguiu. 

_Não precisa pegar ar, é só um esporte, Evandro te ensinou bem. 

_Evandro, eu queria que fosse você me ensinasse. Não foi a toa que eu te pedir para ficar no teu time, mas você é uma idiota mesmo.

_Own amor, desculpa. Prometo que da próxima você fica no meu.

_Não quero mais, vou aprender a jogar e você vai apanhar feio. Você é uma grossa, eu abrir mão de três casting e coloquei um ajudante atento no site para poder está aqui contigo. – Trancou a porta de seu banheiro. 

_Abre aqui. 

_Não.  Se não quer ser minha companheira no jogo também não vai ser no banho. Vai para outro desocupado.

_Eu amo uma mulher Brava. Eu amo uma mulher brava. – Cantarolava enquanto ia para outro chuveiro. 

_Eu amo uma idiota. – Gritou e logo se calou. Cacau desligou o chuveiro. 

_O que que você disse? 

_Nada, me deixa em paz. 

Emme demorou no banho, quando saiu Cacau estava a sua porta com um grande sorriso no rosto. 

_O que é? – Emme disse vermelha. 

_Você disse que me amava? 

_Devo ter dito, não lembro ao certo. – Cacau a abraçou. Emme lhe deu tapas no ombro. _Te odeio também. 

_Eu sou louca por você. – trancou-a no banheiro e beijou-a. _Fica tão linda invocada. Cheirosinha, linda, maravilhosa. Desculpa tá? Mas Emme, vou te contar, você joga mau demais.  Bem que você disse que ia para as aulas de educação física para paquerar.

Ela sorriu.

_Eu sou horrível, mas eu tô melhorando. Eu amo você tá bom? – Beijou-a. _Amo demais. Amanhã faremos quatro meses, pena que não vamos poder estar juntas. Podemos comemorar de madrugada.

_Melhor não, vai te deixar cansada. 

_Comemoramos de madrugada, e comemoramos quando nos encontrarmos em San Caetano. 

_Quantas declarações meu Deus, como eu queria que Larissa fosse leve como vocês. – Isa gritou. _Vamos lá pra casa? Inauguração do meu primeiro imóvel, tudo por minha conta. Comprei teu vinho preferido Cacau. 

_Vamos Emme? 

_Larissa vai? – Fez careta.

_É inauguração do apartamento da namorada dela, impossível não ir Emme. 

_Tá, podemos ir.

E a turma seguiu para o apartamento pequeno da mulher, conseguiu com muito trabalho, estava orgulhosa de si mesmo. 

_Belíssimo, bem confortável. Parabéns Isa. – Emme a abraçou. Gostava da mulher, ela era simpática e educada. _Gostei do sofá. – Sentou. Cacau depois de dar uma boa avaliada no imóvel parabenizou a amiga e pôs a cabeça nas pernas de Emme.

_Estou cansada amor. – Emme sorriu e passou o dedo em sua sobrancelha, em seguida beijou-a. 

Isa olhou as duas, elas eram carinhosas, tinha reciprocidade. Seu relacionamento era diferente com Larissa, a cada dia a ruiva ficava mais ausente, pouco trocavam carícias, até estranhava quando Larissa a procurava para fazer um carinho. Evandro estava com o namorado, sentaram na pequena varanda admirando a paisagem. Enquanto Verônica, teve que ir para casa para cuidar dos filhos. 

_Fiquem à vontade. Na verdade acho que vocês já estão. – E sorriu olhando para os amigos. Larissa lhe abraçou por trás. 

_A decoração está linda meu amor. – Larissa disse e ela se virou para lhe dar um beijo. Ao fazer isso se afastou e ligou a televisão colocando música, depois olhou para elas, as duas sorriam. Observou quando Emme pôs as mãos na barriga da mulher, se aproximou novamente de Isa e um beijo lhe deu. _O que vão fazer nesse final de semana?

_Eu vou para Vilarinho amanhã cedinho assistir palestras sobre empreendedorismo. E depois eu e Cacau vamos nos encontrar em San Caetano. 

_Casamento da Juliana e da Renara. – Cacau concluiu.

_Uau, casamento homoafetivo, que lindo. Quero um dia me casar. – Evandro disse e segurou a mão do namorado. 

_Eu e Isa já temos 5 meses de namoro, quem sabe algum dia. – Ela disse e se sentou. _Mas onde vão ser as palestras? 

Emme disse o nome do local. Ela queria buscar mais informações de como comandar seu negócio sem se perder, aquelas palestras eram essências. 

_Voltando ao assunto de casamento estou pronta para me casar de novo. – Cacau sorriu dizendo e em seguida voltou a beijar Emme que lhe mordeu. _Ai. 

_Será se o terceiro casamento dar certo? 

_Claro que dar Emme. 

_Eu amo namorar, é tão bom. Quando nós brigamos cada uma vai para sua casa, não é obrigada a aguentar a cara zangada da outra. Eu gosto de namorar, se for para algum dia nos casarmos que a gente esteja juntas pelo menos uns 3 anos ou mais. 

_Eu me juntei com Juliana assim que a gente começou a namorar.

_E durou 4 anos na marra, logo mais ela se casa com outra e você será a madrinha. Eu preciso ter certeza de que vamos dar certo. – Disse depositando beijos em seu rosto. 

_Eu sinto que vamos dar certo. 

Isa pegou as bebidas e alguns petiscos.

_Mas não é só sentir amor, é lutar para dar certo e estamos fazendo isso.

_Eu deixei de viajar, focar agora na formatura e passar mais tempo com a Isa. – A ruiva disse cruzando as pernas. _Trabalhar viajando acaba em chifre. 

_Não concordo Larissa. Pessoas de mau caráter não precisa estar longe para trair. – Emme respondeu olhando-a séria.

_Passar por exemplo 15 dias fora? É tempo demais principalmente em início de namoro. No início do meu namoro eu não desgrudava de Isa nem 5 minutos, era fogo pra todo lado. 

Emme calou-se. Larissa queria lhe provocar. 

_Se distância determinasse graus de sentimentos, na época que você estava namorando aquele rapaz ele teria muitos chifres não é mesmo? – Emme sorriu ao lembrar-se de uma viagem que fez na qual Larissa estava. Larissa também se  calou.

_Do que está falando Emme? – Isa quis saber. 

_Em uma viagem que eu fiz encontrei Larissa, ela estava namorando há mais de um ano com um rapaz e ficou trabalhando durante seis meses longe. Por que vocês terminaram?

_Chifre certamente não foi. – Larissa disse zangada. _Simplesmente não deu certo. Parecíamos feitos um para o outro, mas só foi perca de tempo mesmo, como alguns casais que conheço. 

_Emme passou quinze dias fora, foi bom porque matamos a saudade por dois dias seguidos. – Emme bateu na mão da morena zangada. 

_Não precisa dizer essas coisas Cacau. Eu tenho caráter, o que importa é que você sabe disso. Só o tempo vai dizer qual junção de casal deu mais certo. Não me importo quando dizem que é perca de tempo namorar uma mulher, só a gente sabe de nossa intimidade não é verdade? Só a gente sabe se realmente damos ou não damos certo. Se somos frias, se combinamos ou não e nós sempre mostramos o que realmente somos, apaixonada uma pela outra. E cada um tem uma vida, eu gosto da minha assim, reservada. 

_Vida reservada? Você nunca vai ter coragem de assumir o que é de verdade. – Larissa disse.

_E o que eu sou?

_Simples: Sapatão. Diz que é bi, mas nunca te vi com um homem mesmo. Léo nem é homem, é um franguinho.

_E isso te incomoda? Eu e Cacau nos damos bem, não preciso expor minha vida e não fale assim de Léo, ele não está aqui para se defender.

_Meninas se acalmem, você está certa Emme, as pessoas não precisam saber com quem faz e o que você faz entre quatro paredes. – Evandro disse. _Mas de hoje em dia é normal se assumir mesmo vocês duas sendo figuras públicas.

_Eu não escondo quando amo. 

_É porque você é exibida Larissa. –Emme sorriu da própria resposta. 

A conversa se encerrou quando Isa aumentou o volume do som. Sabia que as duas sempre trocavam farpas, estranho seria um dia elas se sentassem e não brigassem.

Por alguns instantes viu Larissa se ausentar para falar ao telefone, quando voltou pediu desculpas, disse que estava com dor de cabeça, que iria embora, pois a presença de Emme já tinha sido demais da conta.

_Vamos embora Larissa. – Cacau se ofendeu quando a ruiva disse aquilo de sua namorada. Larissa logo sorriu meiga.

_Fiquem, eu estou realmente com dor de cabeça. Emme, a gente é assim mais sempre nos entendemos não é verdade?

_É!

_Tá, tudo bem. Quer que eu te deixe? – Isa perguntou fazendo carinho em sua mão.

_Não, eu vou de táxi, já pedi.

_Volta para dormir comigo? 

_Vou tentar – beijou o rosto da namorada _se não passar amanhã eu venho.

_ok. 

Isa ficou triste, mas Emme se aproximou dela e lhe abraçou. Achava Larissa estranha e Isa era tão legal, poderia encontrar alguém melhor do que a ruiva. 

_Amiga, te bater a real, vocês são muito distante. – Evandro disse. _Desculpa, mas é o que eu vejo. 

Ficou silêncio por alguns instantes. 

_Cada pessoa tem personalidade diferente, desde quando conheci Larissa que ela é assim, as vezes fechada, as vezes muito comunicativa. Ela é bipolar. – Isa disse. _Mas no final da noite ela dorme comigo, eu sou louca pela Larissa e ela vem para dormir, eu acho. – Sorriu, apaixonada.

_Vai por mim, uma pessoa bipolar não reage assim. Isso é desinteresse. – Evandro acrescentou. 

_Agora virou psiquiatra para me dizer o que é e o que não é bipolaridade? – A mulher um tanto chateada perguntou.

_Não se chateia comigo, sou teu amigo há anos, uma dor de cabeça do nada? Tenho um primo que é bipolar, ele toma medicamentos para controlar à bipolaridade dele, você sabe disso. Uma pessoa bipolar fica alternando o humor, mas sempre passa vários dias com os mesmos sintomas. Depois volta ao normal. Larissa de cinco em cinco minutos te deseja e depois age como se não te conhecesse. Ai amiga não vamos brigar, você e ela no final se entendem, não adianta eu abrir teus olhos.

Ainda passaram horas conversando. As duas se despediram de Isa no final da tarde, Emme ainda queria sair para jantar com a morena, Laura e Fernanda participariam da refeição.

_Vamos banhar e ai a gente vai pra tua casa, pode ser? Quero trocar de roupa. 

_Pode ser Cacau, temos tempo. 

_Laura gosta da tua mãe, isso é bom. – Segurou sua mão. _Gostei desse teu carro. 

_Foi o que eu pedi pro pai. Tenho que fazer uma visita, desde quando ele me deu que não vejo ele, está me esperando. O que acha das atitudes da Larissa? No meu ver ela não gosta da Isa. E ela vive jogando piadinhas na gente, você é cega?

_Eu vejo, sei que ela faz isso para te provocar. Mas releva Emme, vocês duas não se dão bem. A Isa é protetora, já a Larissa é mais cara fechada apesar de ser bonita. – Emme a olhou. 

_Acha ela bonita? 

_Não muito. Ela é normal. – Desconversou. Emme lhe deu um tapa no ombro. 

_Acho que isso se chama chifre. Larissa está chifrando ela, pode ir atrás. 

_Será?

_Certeza. E elas nem combinam e ainda tem a cara de pau de dizer que nosso relacionamento é perca de tempo, ai ai. Sei lá, Isa merece coisa melhor.

_Ah Emme, você não gosta da Larissa e gosta da Isa, deve ser isso. 

_Sabe com quem a Isa combina? – Cacau lhe olhou esperando a resposta. _Com a Juliana.

O sorriso foi alto e gostoso. 

_Por que esse sorrisinho? Não vai me dizer que ainda sente algo por Juliana? – Perguntou para lhe provocar.

_Você é uma doente por pensar isso.

_Eu que não confio. Acha impossível isso que eu tô falando? Você me subestima muito Cau. Cau né? – Bateu em sua perna.

_Emme, eu sorrir porque a Juliana vai se casar agora com a Renara, como pode dizer que Juliana combina com a Isa? Para de me bater, que coisa chata.

_A Isa dar certo com Juliana, vai por mim, as duas tem química. 

_Elas nunca nem se viram Emme. – Beijou seu rosto. 

_Eu e você temos química. Isa e Larissa não tem e Juliana e Renara... ah a Renara tem cara de sem vergonha, tem química com todo mundo.

Cacau caiu na risada. Emme lhe animava, ainda no trajeto foram conversando sobre todas as mulheres, ao chegar na casa da morena esperou-a banhar para lhe jogar na cama e beija-la. 

_Estou orgulhosa de você, hoje não fumou nenhum cigarro.

_É porque você agora é minha droga favorita. 

Emme abriu sua toalha beijando seu pescoço descendo para seu colo. 

_Amo demais teu corpo. 

_Você é uma interesseira, só gosta de me usar. – Cacau disse fazendo-a sorrir. 

_E tem coisa melhor? 

_Tem sim, eu te usar. – A morena virou o corpo da outra beijando cada parte. Amando-a e se sentindo amada. _Eu amo você. 

_Eu amo mais. 

_Que bom que eu te achei Emme Cristian Rolim. Deus como você é linda.

Emme trocou-se de roupa e esperou-a na sala para não demorarem a sair. Quando a viu, Cacau saiu do quarto usando uma blusa preta que mostrava suas costas nua exibindo sua tatuagem enorme e um short jeans com um salto, Emme a olhou, a mulher era linda demais e sensual. 

_Você é irresistível sabia? Já saiu muito com essa blusa? 

Cacau sorriu. 

_Está com ciúmes dessa blusa? Comprei em um site online, gostou? 

_Bem que conheci ela, mas está muito nua tuas costas. A mãe já viu essa tatuagem? 

_Deve ter visto. – Tirou da bolsa o batom e ficou de frente ao grande espelho da sala. 

_Nunca reparei que você fosse tão vaidosa. 

_Está bom? Acha que eu engordei esses meses? 

Emme se aproximou dela e ajeitou o batom em seguida beijou seu rosto, depois os olhos, descendo para o nariz até encontrar o caminho da boca fazendo a outra se apaixonar mais ainda.

_Você está cada dia mais linda sabia? Estou com ciúmes de você. Quer mesmo ir com essa blusa?

_Está calor hoje, única coisa que sinto falta é do clima de San Caetano e não fique com ciúmes, eu sou só tua. 

_O cabelo está crescendo, você está fumando menos melhora até a pele, está mostrando suas curvas, não gostei. 

Cacau sorriu daquelas suas observações. 

_Deve está estranhando meu cabelo, ele está crescendo Emme, estou voltando a ser a mesma de antes. Quando cortei estava certa de que queria ele curto, agora quero ele grande. Estou há oito meses aqui e cada dia mais certa que o meu lugar é aqui. 

_Está maravilhosa, vamos? Espero não ver ninguém te olhando.

Seguiram para casa de Fernanda, Laura se deu bem com a mulher, tinha passado o dia com ela. 

_Hoje acompanhei uma jornada de delegada, se eu não amassasse tanto a moda eu me atreveria a fazer direto. – Disse ao entrar no carro. 

_Tua filha é um anjo Cacau. – Fernanda disse. 

_Eu sabia que vocês iriam se dar bem. Você pode ser o que quiser Laura, desde que seja feliz. – Beijou o rosto da filha.

_Uau mãe, como a senhora está linda hoje.

_Só hoje? 

_Todos os dias, mas hoje está mais bonita. 

Cacau olhou para Emme. Tinha sido a declaração da menina que a fez ficar mais contente, ela não estava amando sozinha, Emme lhe correspondia. 

Oliver ainda investigava Bernadete, mas a mulher era quase perfeita, nada tinha para usar contra ela no momento. Enquanto isso, Emme vez ou outra reclamava que a mulher sabia de todos os seus passos, não entendia como ela sabia de tudo que se passava. 

_Tudo bem o Léo ir com a gente? 

Todos concordaram com a ida do rapaz, Emme foi até sua casa, ele entrou olhando para todas.

_Eu sabia que só estava faltando eu nesse quarteto animado. 

Emme aumentou o volume do som e seguiram para o restaurante. Conversas não faltavam para distrair o grupo, Emme olhava para o amigo, ele era melhor sem Eduardo. Era mais feliz. 

_Casamento gay, meu sonho. – Léo dizia. _Morar numa mansão igual a da Cacau, porque que casarão que vocês têm viu. 

_Bobagem Léo, o amor é simples. Tem uma frase que diz: O amor é como o vento, não podemos ver, mais podemos sentir. – Emme disse acariciando a perna de sua namorada. _Enfim, do que adianta morar em uma mansão e não ter felicidade? 

_A Emme está certa. O dinheiro compra bens matérias, mas não compra o amor. – Fernanda concluiu. Logo recebeu a companhia do namorado, ele lhe trazia flores. Entregou uma rosa a Emme também.

_Desculpem senhoritas, Fernanda me disse que estava jantando, mas não especificou com quem tanto. – Vitor disse e beijou a namorada.

_Obrigada pela rosa Vitor. É linda. 

Emme se dava bem com o velho, ele era gentil, agradava sua mãe e nunca lhe olhou de outra forma. O homem era excelente e ficava feliz por sua mãe está feliz. 

A noite foi de conversas, ao terminar o jantar Fernanda seguiu com Vitor, Emme deixou Léo e seguiu para a casa da morena. Laura foi para o quarto depositando um beijo em cada uma.

_É quase meia noite, tenho um presente para você. Feliz quatro meses de namoro. – Cacau tirou do guarda-roupa uma sacola grande.

Emme recebeu e ao abrir achou graça. Eram dois pijamas iguais uma para cada.

_Sei que gosta dessas coisas.

_Eu amei, vamos vestir? 

E as duas vestiram.

_Só fico sentida porque até hoje você não nos assumiu para teu público. – Contou triste se sentando. _Tenho que esperar por seis meses mesmo para isso acontecer? 

_Meu amor, ainda não estou pronta para isso. Eu nunca pensei que fosse me envolver sério com alguém Cacau, precisa me entender.

_Tá, eu entendo. – Se deitou. Emme fizera o mesmo e se enrolou ao seu corpo. 

_Ei? Eu comprei um presente para você também, mas amanhã eu te dou.

_Tá bom, boa noite. 

_Boa noite?

Emme tinha medo do julgamento das pessoas, não era fácil jogar na internet algo tão pessoal e ter que encarar, ainda mais com suas vendas dando certo, com sua carreira que era boa. Pediu um ano, e esperava que ela  entendesse.

_Um ano, ok? – Cacau virou e lhe beijou.

_Um ano, não sou covarde. Um ano é um ano. – Sorriu e se embrulhou. _Corpo gostoso. Amo demais. Que presente fofo. 

Se aninharam e se amaram novamente. Emme a fazia sorrir com cada mordida pelo seu corpo, cada cócega, com cada caras e bocas, a enlouquecia com cada gemido, com cada eu te amo dito baixinho, com cada puxão de cabelo.

_E ainda dizem que é perca de tempo. – Fechou o olho para sentir Cacau. Segurava o cabelo da mulher pressionando contra seu sex*. Ela se abria permitindo cada toque. Cacau a segurou mais firme penetrando-a e ch*pando seus seios.

_Acho que tão maiores, não consigo colocar todo na boca. 

_Você nunca conseguiu Cacau. E do jeito que você faz é bom. 

_Assim? – Deslizou a língua por um dos bicos e a mão apertava o outro.

_Isso. Ch*pa os biquinhos, eu amo. Tenho muito prazer nos peitos. 

_Eu sei. Assim tá bom? – Dizia enquanto passava a língua por eles e depois colocava a boca segurando e soltando os bicos. Emme fechou os olhos quando sentiu ela unir suas vagin*s. 

_Ai Cacau... 

_É... Gostosa. – Bateu em sua bunda por várias vezes mexendo todo o corpo contra o seu. 

_Eu quero isso pra sempre, não para.

 Ela acordou cedinho sem fazer barulhos, tinha se despedido de mel e pediu um táxi. Tirou da bolsa o presente da morena e colocou sob o criado mudo. Pegou sua mala e seguiu para o aeroporto, indo para Vilarinho.

Cacau pediu para ela lhe acordar, queria deixar a mulher no aeroporto, mas Emme seguiu quieta, não queria incomodar depois da noite que tiveram. Ao olhar para o criado mudo viu uma aliança, e um bilhete. 

“Casamento é algo sério, não chegamos ainda nesse nível. Essa aliança é a prova de que eu te quero sempre ao meu lado e a prova de minha fidelidade nesses quatro meses juntas, use ela, que a minha já está no dedo. Ainda não te assumir para o meu público, mas você conhece a pessoa mais importante da minha vida: Dona Fernanda. Estamos bem, a cada dia que passa eu te amo muito mais. Te vejo em San Caetano, feliz quatro meses”.

Cacau sorriu, pegou a aliança e colocou no dedo. Coube certinho. Ficou em pé na cama pulando, disse que conquistaria Emme e assim fez. A menina dos olhos claros estava amando tanto quanto ela. 

_Minha princesa... como eu te quero beeem. Você é minha princesa e para sempre minha reféeeem. – Improvisava um trecho musical que se quer existia. _Refém não... você é o meu beemm. Que voz horrível. – Disse e caiu na risada sozinha.

O celular logo tocou, era Oliver. 

_Bom dia Oliver, tem boas notícias?

_Bom dia Cacau. Espero não está te atrapalhando. Tenho boas notícias sim. 

A mulher sorriu. Eram novidades a respeito de Bernadete.

_A mulher visita toda semana uma moça.

_Tem certeza? E será se são amantes?

_Com toda certeza elas têm um caso e continua a perseguir aquela modelo, a Emme Albuquerque, uma vez tentou um beijo forçado, a garota lhe deu um tapa no rosto. 

_Emme me contou de todas as abordagens dela, felizmente ela está em Vilarinho, vai ser impossível Bernadete encontrá-la. Eu preciso de provas Oliver. 

_Vou lhe mandar algumas fotos.

_Ok. Obrigada. Me encontra na agência hoje às 8 da manhã. Obrigada.

Ao desligar Cacau recebeu as fotos. Oliver era muito competente. Ao receber surpresa estava. Larissa e Bernadete se encontrando, aos beijos. Fotos do dia anterior. A dor de cabeça não era dor, Emme estava certa o tempo todo a respeito da ruiva. Ela não era boa peça.

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo