Capitulo 72 - Sua consciência chama a culpa de volta ao lar
Aviso de gatilho: Violência sexu*l*.
Enquanto a enfermeira terminava de cuidar da ferida ao mesmo tempo em que o médico analisava as lesões e preparava-se para o exame padrão utilizado em vítimas desse tipo de situação, Isabel lutava contra a vontade constante de chorar, uma vez que suas lágrimas já haviam secado, mas o impulso do processo fisiológico do pranto não cessava.
“Helena, você não precisa ficar aqui. ” Isabel fala, desviando o olhar.
“Tudo bem, a Thaísa e o bebê estão com a minha cunhada lá no quarto.”
“Thaísa já teve o bebê? ”
“Teve sim. Guilherme tem três quilos e meio, apgar 9 no primeiro minuto e 10 no segundo, uma doçura.” Helena sorri, tentando aliviar o clima local.
“Só você mesma para se gabar de um índice avaliativo dos primeiros minutos da vida extrauterina...” Pela primeira vez Isabel ri no meio daquela situação.
“Dra. Isabel, como você sabe, é política do hospital chamar a polícia, e eles acabaram de chegar, um dos policiais quer falar com você quando sair daqui da sala... ” Outra enfermeira aparece na sala e explica.
“Na verdade, já finalizamos aqui. Só preciso chamar o legista e pegar a câmera da perícia para fotografar as lacerações.” Dr. Laurêncio complementa.
“Helena, de verdade, obrigada por ter ficado aqui comigo, mas acho que você deveria estar com sua esposa e filho...”
“Bem, a Thaísa ainda não é minha esposa...” Helena torce o lábio, recordando-se. “É minha companheira.”
“Vocês planejaram uma gravidez e não planejaram um casamento? Sério?”
“Depois da pandemia nossas prioridades mudaram, só isso.”
“Agora quem tem que rever minhas prioridades sou eu.” Isabel suspira. “Preciso arranjar algum lugar para alugar o mais depressa possível.”
“E seus pais? Não pode ficar com eles?”
“Faz meses que eles e meu filho viraram as costas para mim, não se lembra?”
“Bem, você não pode voltar para a casa do seu namorado- digo, ex, nem para buscar suas coisas. Eu vou ligar para o meu pai e pedir para preparar um quarto para você no hotel dele.”
“Eu agradeço, Helena, mas agora vou ter que usar todo o meu salário para pagar as dívidas que o fascínora deixou no meu nome. Ele controlava todo meu dinheiro. Agora eu realmente não conseguiria custear um quarto em um dos hoteis do seu pai.”
“Tudo bem, você fica lá de graça, ué.”
“Não, Helena, agradeço de verdade. E outra, eu teria que ver meu pai, e ele não quer me ver, ficaria uma situação muito chata.”
“Bem, aquele é o hotel mais próximo do hospital, mas você poderia ficar em algum outro que fosse um pouco mais longe, se puder se transportar a tempo e-”
“Helena, eu agradeço de coração, pode deixar que eu me viro.”
“Não quer ficar lá em casa?” A residente propõe, em um impulso.
“Com sua companheira e seu recém-nascido?”
“Olha só, a Thaísa e o bebê ficarão aqui pelos próximos dois dias, eu também passarei a maior parte do tempo no quarto do hospital, mas de qualquer modo o apartamento é grande e seguro.”
“Bem...” Isabel hesita. “Vou pensar.” Ela sorri com o simples pensamento de poder se sentir segura.
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Segurando duas sacolas de uma loja de roupas de um shopping que ficava aberto até mais tarde, Helena adentrou em seu apartamento logo atrás de Isabel, ainda um pouco confusa e desconfortável com a guinada de 180 graus que sua vida acabara de tomar.
“Você pode ficar com a suíte de hospedes, é o segundo quarto virando à esquerda ali no corredor.” Helena comenta.
“O quarto de hóspedes de vocês é uma suíte?” Isabel se surpreende.
“Não me culpe, meu pai sempre foi extravagante em presentes.” Helena responde.
“Acho que isso é de família... Helena, você não precisava comprar roupas novas para mim.”
“Qual é, enquanto a polícia não achar seu ex namorado, você não pode dar as caras assim por lá, e a polícia já negou escolta para você retornar lá e recuperar seus pertences, então vamos nos adaptar com o que temos.”
“É lógico que eles iriam negar escolta, Helena, não vale a pena perder recurso público para um caso isolado. Você não precisava ter discutido com o policial, teve sorte dele não lhe prender por desacato a autoridade.”
“Hey! Somos cidadãs, pagamos impostos e temos direitos, oras!” Helena a acompanha para mostrar a casa. “Aqui é a cozinha, fique à vontade para pegar o que quiser a hora que quis-”
“Helena, espera um pouco.” Isabel a interrompe.
“O que foi?”
“Eu reconheço que já fui tóxica com você, que tivemos indas e vindas autodestrutivas, e que eu até expus sua parceira... por que você ainda me ajuda?”
“Bem... você foi tóxica, eu também fui, tivemos várias atitudes imaturas ao longo da vida e reconhecemos isso, pelo menos. Quanto ao exposed, eu sei que você já se arrependeu, no fim das contas houve um ponto positivo diante de toda essa situação, porque, por mais doloroso e complicado que tenha sido, acabou fazendo com que Thaísa tivesse coragem suficiente para ter uma conversa franca com os pais, o que realmente ajudou no crescimento e autoaceitação dela.”
“Caramba, você realmente evoluiu e amadureceu. A Helena de antigamente nunca veria pontos positivos nisso. Eu nem sei o que dizer, sempre julguei você por ser a filha mimada de um cara rico, mas fui eu que agi como uma criança birrenta que errou diversas vezes e lida constantemente com a culpa...” Isabel abaixa o olhar.
“Quando você me conheceu, eu realmente nunca tinha parado para pensar e reconhecer meus privilégios. Você foi a primeira pessoa que me fez botar a mão na consciência e repensar sobre meu ponto de vista dentro da sociedade.” Helena confessa. “Talvez seja por isso que, estando longe ou perto, você sempre vai fazer diferença na minha vida.” Ela afaga a cabeça da colega de modo brincalhão e carinhoso, fazendo Isabel sorrir.
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“A dinda de plantão apareceu com presentes!” Lívia, usando o novo jaleco com bordado da Residência em Infectologia, aparece no quartoda nova mamãe logo no fim da madrugada, acendendo as luzes com empolgação. “Espera, cadê o Gui?”
“Ele está na maternidade...” Thaísa responde, bocejando. “Então quer dizer que a Helena já contou que o cargo de madrinha é seu...”
“Não, ela havia me mandado mensagem apenas falando o número do quarto que você estava, mas agora mal posso esperar para contar as novas para o Dante!”
“Como ele está, aliás?”
“Nesse momento, ele deve estar se arrumando para o expediente na penitenciária.” Lívia deixa as caixas de presentes – guardadas em seu armário há quase um mês – em cima de uma mesa no canto do quarto. “Vejo que você não está suportando ficar de olhos abertos, mais tarde você e Helena podem abrir os presentes e me agradecer...”
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Helena abriu os olhos e se viu sentada no sofá da sala de seu apartamento, sem a luz do sol atravessando as cortinas porque o dia amanhecera nublado. Limpou a baba do canto de sua boca e, ao sentir um peso em seu ombro direito, chacoalhou suavemente, fazendo Isabel despertar. Aos poucos, as recordações da noite anterior foram aparecendo.
“Acho que chorei tanto noite passada que acabei dormindo em seu ombro, desculpe-me... ” Isabel esfrega os olhos.
“Tudo bem, não se preocupe. Você estava desabafando, não foi um dia fácil.”
“Geralmente esquecemos as coisas quando estamos bêbados, mas, como eu sei que estava sóbria, minha memória parece ter bloqueado tudo que se passou devido ao trauma. Por acaso eu disse algo importante noite passada?”
“Mais uma vez eu nem sei como agradecer-AII!” Isabel tentou abraçar a colega, mas ao se mover, sentiu uma forte dor na região do períneo devido às feridas, prostrando-se e rapidamente sentando no sofá.
“Você não deve fazer movimentos bruscos, Isabel! Dr. Laurêncio foi bem claro.” Helena se colocou ao lado da colega, tentando lhe ajudar.
“Eu sei Helena, eu sei, deve ser o efeito da lidocaína passando...” Isabel respira fundo para controlar a dor.
“Quer que eu leve você ao quarto?”
“Não precisa, vou me recuperar aqui no sofá primeiro.”
“Bem, você tem meu telefone, qualquer coisa é só apertar o botão verde do interfone para chamar o porteiro, eu o deixarei avisado. ”
“Espera...” Isabel rogou. “Você não pode ficar aqui comigo mais um pouco? As lembranças do que aconteceram hoje ficam assombrando minha mente e tenho medo do que possa acontecer comigo caso fique só...”
“Isabel, esse prédio é extremamente seguro, tem segurança na entrada, tem alarmes, não se preocupa, o canalha não vai entrar.”
“Eu não estou com medo dele...” Isabel engoliu a seco.
“Ah...” Helena logo compreendeu. “Mas... você está tendo ideações? Desde quando?”
“Há um tempo... bem, já não é novidade nenhuma que suicídio é a segunda maior causa de morte no meio médico, então uma boa porcentagem de nós já pensou a respeito.”
“Sei bem como é. Mas o que você está sentindo?”
“Aqueles critérios básicos de síndrome depressiva, o humor deprimido, a falta de energia, a perda de prazer em atividades diárias... e o constante pensamento de que tudo acabaria com um simples ato.”
“Se você quiser, eu lhe dou o telefone do meu psiquiatra. O convênio do hospital cobre.”
“Não precisa, eu pedi para o Mário fazer uma receita para mim uns meses atrás de um inibidor seletivo de recaptação de serotonina, mas acabou não funcionando.”
“Você conversa com o Mário a respeito disso?”
“Conversei por um tempo, até porque eu não poderia me autoprescrever e precisava de alguém para fazê-lo por mim. Mas meu ex acabou me fazendo afastar dele.”
“De qualquer forma, Mário é um médico emergencista como eu e você. Ele não é psiquiatra. Às vezes você necessitaria de uma medicação de segunda linha, algum tipo específico de psicoterapia... uma vez alguém uma pessoa muito sábia me disse que médicos têm a péssima tendência de esquecer que podem ser pacientes também.”
“Às vezes eu penso que nem adianta... não vale a pena procurar ajuda quando aparentemente já desisti.” Os olhos de Isabel marejaram enquanto ela encostava gentilmente a cabeça no ombro da colega.
“Desistiu?” Helena, apesar de levemente desconfortável, manteve-se ali. “O que você quer dizer com isso?”
“Quando a gente é criança, ou mesmo adolescente, geralmente temos um plano, uma fantasia, sei lá. O meu plano era ser médica.” Isabel começou a contar sobre seus sonhos de uma maneira que a deixou mais vulnerável do que esperava. “Então lutei por isso e consegui. Estou aqui... e agora parece que é só isso que tenho. Perdi família, perdi amigos, envolvi-me não só uma, mas duas vezes em um relacionamento que me destruiu psicológica e financeiramente, fui vítima de abuso e não tenho nem lugar para morar.”
“Hey...você sempre pode recomeçar, sabia?” Com a mão esquerda, Helena limpou uma lágrima escorrida pelo rosto de Isabel. “Você atingiu seu sonho de infância, sabe o quão importante isso é? Você vai reconstruir sua vida, vai terminar a residência e-Isabel?” Helena percebeu então que sua colega acabou adormecendo.
“Bem... tivemos uma conversa geral, e acho que fiquei de lhe levar ao meu médico psiquiatra.” Helena é bem incisiva ao apontar sua preocupação.
“Acho que me recordo de algo...” Isabel suspira. “Acabei falando muita bobagem ontem, você deve ter se assustado...”
“Não me assustei, eu compreendi a situação. Você está passando por um momento difícil e-”
“Helena, eu amo você.” Isabel dispara, num impulso.
“Oi?” Ela para, de olhos arregalados.
“Foi isso que eu disse, eu amo você.”
“Como duas amigas que se ajudam em momentos difíceis, certo?”
“Não. Eu amo você como mulher. E demorou muito tempo para eu poder entender isso. Não valorizei você enquanto estávamos juntas, eu sei disso. Precisei sofrer horrores para entender que a única pessoa que eu amei de verdade foi você.”
“Isabel...” Helena coça a cabeça. “Veja bem, ontem você passou por um trauma, você ficou machucada tanto física quanto psicologicamente, sua mente deve estar toda bagunçada...”
“Não! Eu sei que meu corpo reagiu à violência que sofri, eu sei que o trauma que passei deixou marcas em minha psiquê, mas o que eu sinto não tem nada a ver com isso e eu amo você!” Com cuidado para não friccionar sua ferida ginecológica, Isabel se aproxima da colega e pega em sua mão. “Você não sente o mesmo?”
“Isabel...” Helena engole a seco. “Minha esposa acabou de ter um bebê... eu tenho uma família que eu amo de todo coração e são as pessoas mais importantes da minha vida no momento.”
“Você mesma disse que ela não é sua esposa e vocês ainda nem estão casadas...”
“Mas isso é uma mera questão de título! Nós moramos juntas, temos um relacionamento, você sabe disso!”
“Helena, eu sei que marquei sua vida, e o que tivemos foi intenso, pode ter sido anos atrás, mas as memórias ficaram até hoje! Você me disse que eu fui sua primeira!”
“Eu nunca disse isso, você não foi minha primeira, como assim?!”
“Bem, a primeira que entrou em você, daquela maneira, digo-”
“Isabel!” Helena a repreende, estranhando completamente o comportamento bizarro da colega. “Isso foi há muito tempo! Eu... eu tenho que ir ao hospital ver minha mulher e meu filho.” Bruscamente, Helena pega as chaves do carro e sai.
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“Amor!” Thaísa sorri ao ver a amada e é recepcionada com o breve beijo.
“A enfermeira não trouxe o Gui?” Helena questiona, preocupada.
“Ainda não, mas ela já veio aqui me checar, disse que vai trazê-lo daqui a pouco.”
“Certo...” Helena coça a cabeça. “Paixão, preciso conversar sobre uma coisa séria.”
“O que foi? Tem algo errado com o nosso filho?!” Thaísa se assusta.
“Não! Não há nada de errado, é sobre algo que aconteceu ontem. Bem, a Isabel foi violentada pelo ex namorado e-”
“O quê? Como assim? Ela está bem?”
“Está, o Dr. Laurêncio fez os exames, entregou os laudos para a polícia, ela prestou queixa... mas tem duas coisas que preciso falar: a primeira é que daqui a pouco vou procurar um dos psiquiatras do hospital porque ela está com um comportamento estranho...”
“Com razão, deve ser algo pós traumático, talvez.”
“Sim, mas a segunda coisa é que ela não tem lugar para ficar e eu disse que ela poderia ficar em casa.”
“Oi?” Thaísa arqueia uma das sobrancelhas. “Ela não pode ficar em alguma pensão, algum hotel?”
“Ela estava com medo de ficar sozinha, amor...”
“E ela está lá em casa agora com quem? Ela passou a noite com você?”
“Ela adormeceu rapitamente, estava exausta pelo trauma. Eu deixei o porteiro avisado, e logo pretendo levar alguém da psiquiatria para fazer uma segunda avaliação, talvez o psiquiatra de plantão tenha perdido algum detalhe quando a liberou e-”
“Amor, eu sei que você está preocupada com ela, mas nós temos um recém-nascido para cuidar. ”
“Eu sei, meu amor, eu sei. É que a situação é gravíssima, se não fosse, eu não estaria socorrendo. ” Helena se explica, e com outro breve beijo, despede-se para encontrar a ajuda necessária.
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Após subir alguns andares de elevador, Helena encontrou o departamento de Psiquiatria. Bateu na porta do atendente chefe dos residentes, mas a sala estava vazia. Percorreu os corredores, até reconhecer um dos residentes, parado em um canto lendo algo em uma prancheta.
“Maurício? Dr. Maurício?” Helena o cutuca de forma desesperada.
“Dra. Helena?” O rapaz se assusta. “Está tudo bem? Algum paciente da Emergência precisa de ajuda?”
“Não, não, só estou procurando seu preceptor, o Dr. Almir, ele está por aí? ”
“Essas horas ele costuma ficar no Hospital Psiquiátrico. Mas por quê? Tem algo que eu possa fazer? ”
“Bem... ontem a Dra. Isabel foi atacada pelo ex namorado. Sei que foi tudo bem recente, mas temo que esse ataque tenha lhe dado consequências traumáticas e que talvez isso possa desencadear uma vida em negação. Ela está lá em casa agora, mas eu precisava de alguém que pudesse dar uma avaliada, sabe? Estou preocupada. ”
“Entendo... meu turno acaba daqui a pouco, se quiser posso ir vê-la. Ela está apresentando algum risco para a própria vida? ”
“Sinceramente, não consigo lhe responder isso. Só analisando para tirar suas próprias conclusões. ”
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Maurício e Helena encaminharam-se ao apartamento da residente emergencista, e encontraram Isabel na cozinha, com o busto prostrado sobre o balcão, ao lado de uma caixa de ansiolíticos que Helena tomava para o Transtorno de Pânico.
“Isabel! ” Helena chacoalha a colega e logo checa a caixa.
“Hm? Oi...” Isabel acorda sonolenta. “Eu não tomei nenhum, relaxa, pode contar os comprimidos. Eu só caí no sono mesmo. ”
“Parece que os comprimidos estão em ordem, realmente...” Helena observa. “Por que não foi dormir na cama? E por que você pegou minha caixa de remédio? ”
“Desculpa...” Isabel responde, parecendo não se importar. “Dr. Maurício? O que está fazendo aqui? ”
“Dra. Helena me chamou para conversarmos um pouco. ” O residente em psiquiatria explica.
“Conversar sobre o quê? ”
“Nós gostaríamos de saber se está tudo bem com você, Isabel. ” Helena explica. “Mas pelo jeito não está. ”
“Qual é, Helena, as coisas que eu disse ontem, eu estava em um momento vulnerável, e agora você me aparece com um psiquiatra? ” Isabel se irrita.
“Veja bem, Dra. Isabel, só queremos lhe ajudar. ” Maurício comenta.
“Eu fui abusada. Quase morri na mão do meu namorado, digo, ex namorado. Começou com uma briga por eu não chegar no horário que ele queria, ele se irritou e me violentou. Eu sei que traumas como esse podem desencadear eventos problemáticos no meu subconsciente. Eu sei que carrego uma culpa enorme dentro de mim por ter abandonado meu filho e meus pais em troca de um homem que só me fez mal. Era isso que vocês queriam ouvir? ”
“Eu tenho um milhão de coisas para resolver antes da Thaísa voltar para casa. Vou deixar você conversando com o doutor. ” Helena se impõe. “Maurício, depois você me passa sua conta e o valor por essa consulta particular. E Isabel, acredite, esse é o máximo que eu posso lhe ajudar sem que você ajude a si mesma. ”
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Após realizar as imcumbências do dia e adiantar tudo para Guilherme e Thaísa, Helena voltou ao apartamento e encontrou Maurício e Isabel conversando civilizadamente no sofá da sala.
“Helena, que bom que chegou! ” Isabel se levanta. “Devo dar o braço a torcer, agradeço por ter trazido o Dr. Maurício. Nós conversamos bastante, ele tem um quarto sobrando no apartamento dele, e vai me alugar por um preço acessível. ”
“Você vai se mudar para o apartamento dele? ” Helena pergunta, surpresa.
“Vou alugar um quarto para ela. E também vai ser melhor ela ter alguém da minha especialidade acompanhando-a de perto. ” Maurício esclarece.
“Mas... aqui você pode ficar de graça, se quiser, Isabel...” Helena argumenta.
“Eu sei, e agradeço de coração. Mas como você mesma disse, tem uma mulher e um filho lhe esperando... vai ser o melhor para mim. ”
“Não se preocupe, Helena. ” Maurício também se levanta e fica ao lado de Isabel, colocando sua mão sobre a escápula esquerda da futura colega de apartamento. “Ela ficará bem. ”
Helena viu sua colega partir com o residente de Psiquiatria. Uma parte de si ficara feliz por ter conseguido ajudar da maneira que pôde, mas as palavras proferidas por Isabel na manhã daquele dia latejaram em seu coração. Entretanto, era hora de esquecer. Era hora de finalmente priorizar aquilo que ela mais valorizava: sua nova família.
Fim do capítulo
Faltam apenas 3 capítulos para o fim dessa jornada....só queria dizer que fiquei muito gratificada pelos comentários de todas as leitoras que permaneceram fieis mesmo com tantos atrasos haahhahahaha
vocês são demais!
Comentar este capítulo:
Marta Andrade dos Santos
Em: 13/06/2020
É Izabel a fila andou suas escolhas suas ações e suas consequências apesar dos pesares a vida segue.
Resposta do autor:
As escolhas de Helena a levaram por um caminho, e as de Isabel por enquanto parecem ter levado para um caminho completamente diferente... vamos ver o desenrolar desses últimos capítulos ;)
beijão! sz
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nany cristina
Em: 12/06/2020
boa noite
a helena ainda ama Isabel não tô acreditando nisso esse capítulo me deixou confusa não sei o que pensar😯
beijos até o próximo💋
Resposta do autor:
Essa sopa de sentimentos só será realmente resolvida no último capítulo...
...ah, o capítulo que prometi sobre Dante e Lívia acabou de ser postado!
beijão! s2
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