Capitulo 3
Passava das quatro da tarde quando ela acordou e saiu do quarto e passou pela sala toda enrolada com meu cobertor, totalmente perdida e ainda esbarrando no sofá.do meu computador eu fiquei ali sentada no cantinho da sala observando a cena dela tentando fugir daquele jeito da minha casa. Ela ia longe daquele jeito.
--Boa tarde Rafa.—falei e ela virou-se não entendendo nada.
--Eu...tô pelada.
--(rs) eu sei.eu tive que..você estava péssima.
--Eu ainda estou.
--Eu não diria isso.
--Minhas roupas?
--Estavam encharcadas eu não poderia te deixar ficar com elas.
Ela me olhou toda preocupada e confusa e pude ver o momento exato que ela segurou firme o lençol. Ela estava tentando lembrar o que tinha feito e realmente achando que aconteceu algo além de sua imaginação e eu só tinha perguntas a ela, inúmeras para ser exato.
--Vai me dizer o que aconteceu?—perguntei me aproximando.
--Eu tô com dor de cabeça.
--Deve ser a ressaca.
Ela me olhou de uma forma que poderia me fulminar. Ela sentiu bem o peso das minhas palavras em seu ego ferido.de fato ela não ficava confortável com esse tipo de conversa e eu já me preocupava para que tipos de vícios ela teria.
--Eu só bebi um pouco. Não pensei que me assaltariam por uma garrafa de cachaça.
--Já viu seu corpo?
Ela abriu o cobertor e deixou transparecer partes de seu corpo na tentativa de se ver.eu pude ver a perna estonteante e roxa, a cintura machucada mas incrível e o maravilhoso volume de um de seus seios cheios, e graças ao seu movimento também fui pega por ela a assistindo se observar. Ela corou e eu não segurei o sorriso.
--...a gente fez alguma coisa?—perguntou ela baixinho e sua timidez me ganhou.ela estava tão preocupada.
--Que tipo de coisa?—retruquei e ela não soube nem reagir escolhendo voltar para meu quarto.
Eu a segui e ela realmente parecia com muita dor de cabeça.
--Pode ficar aqui ate melhorar. Enquanto você dormia eu comprei alguns remédios para suas dores e um gel de massagem para aliviar a dor dos machucados. O cara da farmácia disse que é ótimo.
--Claro que deve ser. Minhas roupas..
--Já disse, estão molhadas e ainda ta chovendo, não sei porque quer sair assim!
--Eu acordei na sua cama, nua e com pouquíssimas lembranças de ontem e isto..—ela abriu o cobertor descobrindo os ombros e mostrou seu peitoral cheio de ch*pões e logo vi a sua acusação.
--Você já veio aqui com isso.—respondi na minha mais determinada calma e ela me olhou mais confusa ainda.
--Sério?
--Você foi assaltada por uma garrafa de cachaça como você mesma disse e não pense que não estou preocupada com isso pois estou e talvez ate mais do que você já que esta pensando em voltar para rua depois de tudo isso.se pelo menos me deixar te levar no hospital ou em casa..
--(rs)..casa é?—deu pra ver sua tristeza apesar do sorriso contrariado no seu rosto, eu fui uma idiota.
--Desculpa,eu só quero ajudar.
--..não é a primeira vez que me mandam para casa..(rs) eu queria mas..eu não consigo voltar...eu não me lembro de trans*r com ninguém se quer saber. (rs) eu dou trabalho com minhas bebedeiras mas..disso eu tenho certeza. Só achei que..
--Eu jamais faria algo contra sua vontade.—ela me olhou surpresa e não entendi porque já que era tão obvio isso.—posso ter tirado suas roupas mas com um proposito.
--Eu sei..
--Sendo assim..deite e descansa.eu vou te dar um comprimido para a dor e espero que pense bem no que vai fazer depois.
Ela acenou e voltando para a cama ela se deitou e acomodou-se. Não sei porque me senti vitoriosa com isso.ela precisava de tempo para pensar e ver ela desistir da ideia de fugir com meu cobertor já era um ponto positivo para ela e seu juízo.
Voltei ao trabalho e isso me levaria por mais algumas horas sentada em frente ao pc e isso me entediava ao ponto de ter sono. Estava quase na hora do jantar e mais uma vez o dia tinha terminado como uma nuvem passageira. Havia passado tão depressa que acho que ate Rafa não notou graças ao seu sono.
Passei no quarto só para verificar se estava tudo bem e a encontrei com uma das pernas jogadas para fora da cama. Tive que recoloca-la para dentro da coberta e como era gostosa a sensação de tocar sua pele. Era macia e durinha e para mim ainda era inacreditável daquela mulher ficar jogada na rua, a sua própria sorte e observando ela dormir não neguei na vontade que eu tinha de ajuda-la. De ver ela bem e era tão estranho eu me sentir assim protegendo alguém com tanto carinho e amor por uma desconhecida.
Desde que deixei a casa dos meus pais e aluguei esse apê esqueci minha heterossexualidade em casa. Agora eu tinha minha liberdade para aproveitar as minhas curtidas sem me preocupar se a porta estaria fechada ou que alguém me espiava e era uma maravilha. Tempos bons antes da quarentena eu poderia dizer. Que entre cochilos do Raul e manhas vazias eu sempre me sentia da mesma forma quando todas elas seguiam para a porta e partiam satisfeitas. Era um alivio.
Sempre foi meu sonho morar sozinha e ficar na minha mas com Rafa eu me sentia tão diferente.eu nem a conhecia e ela estava ali ocupando um lugar precioso meu na cama e eu estava deixando, permitindo ela ficar quanto tempo quisesse, admirando cada centímetro dela. Rafaela era a mulher mais linda que já vi e era inacreditável como ela me hipnotizava.de repente ela acordou e olhou para mim, me pegando ali ao lado da cama de braços cruzados a observando e nem escondo que minha cara caiu no chão de vergonha. Ela quase me matou do coração fazendo isso.
--O que esta fazendo?—perguntou ela sonolenta.
--Eu pensei que logo acordaria e resolvi buscar umas roupas para você.
--Vai me emprestar suas roupas?
--É..ou vai ficar ai na cama ate suas roupas secarem?
--Não me importaria..esta tão bom.—ela se espreguiçou e tive que me afastar para esconder meu sorriso e segui ate meu armário para isso. Ela era linda ate se espreguiçando.
--(rs) ok então vai jantar enrolada no cobertor.—abri meu armário e retirei duas peças de roupas e ela logo se animou.
Rafa largou o cobertor e desceu da cama para se vestir sem se importar de vez com sua nudez.
Ela me pegou de surpresa com aquele corpo nu mas a cada peça que vestia fui recuperando minha sanidade. O short a vestiu bem e a camisa também.
--Satisfeita?—perguntou ela a minha eu em gay panic.
--Muito.eu vou preparar o jantar. Deve estar com fome.
--Demais..
Fui para a cozinha e comecei a preparar o jantar. Já ela deixou o quarto e com um olhar na porta me lembrou aqueles gatos de rua que percorrem toda a casa, suspeitando de cada coisinha antes de escolher seu lugar e este lugar foi o sofá.
--Tem alguma preferência?—perguntei da cozinha a me preparar.
--Não,eu como de tudo.
Não controlei meu sorriso. Minha mente estava fervendo com Rafa. Preparei tudo com muito carinho e os pratos chegaram a mesa e ela não resistiu, sentou a mesa e já estava pronta para comer. Devorar seria a palavra mais adequada pois vendo ela comer dava pra ter uma ideia da fome que ela se encontrava. Ela cortava o bife e engolia tudo praticamente me dando apenas a opção de assistir.
--Eu tava com fome.—se justificou envergonhada.
--Percebi.
--Eu lavo tudo.
--Não tudo bem.
--Por favor.eu tô me sentindo..uma idiota te dando tanto trabalho.eu quero mesmo..
--Sendo assim, a louça é sua.
--(rs)..ainda não entendo porque fez isso por mim. Poderia ter me ignorado como todo mundo faz.
--É eu poderia ter feito isso. Ter deixado você dormindo na calçada molhada tremendo de frio e super bêbada..mas não quis.
Depois da louça lavada segui para o sofá e tentei descansar um pouco. Depois eu ainda tinha um certo texto para fazer e só de pensar minhas mãos já doíam. Rafa por sua vez grudou na janela e observou a rua vazia. Não tinha uma alma na rua mas ela estava ali ansiosa para estar do lado de lá. Pra mim era impossível não ficar lançando meu olhar para ela naquele short. Ele estava perfeito no corpo dela.
Logo ela virou e voltei minha atenção a tv. ela estava impaciente com alguma coisa e isso em nosso silencio era algo que incomodava. Ela sentou do meu lado no sofá e tentou se acalmar e de onde eu estava pude ouvir sua respiração.
--O que você tem?
--Nada.
--Esta inquieta.
--(rs) não tô não..—ela respirou novamente profundamente e tentou assistir a tv. foram dez minutos ate eu perceber que ela estava me dando olhadinhas de lado.—você se lembra se nas minhas roupas tinha algum dinheiro?
--Não tinha nada.—respondi e ela me parecia bem pensativa a respeito.
--..droga.eu realmente fui roubada.
--Era aquele dinheiro?
--Era..
--Precisava de alguma coisa?
--Ah eu só queria saber.
--Eu já saquei.
--Cada centavo que tenho é importante pra mim.É só isso.
--Você esta ansiosa. É logico que esta querendo beber novamente.
--Isso não é verdade. Não sou viciada ok.—ela me respondeu como se sua vida dependesse disso.foi tão apressado que nem ela podia negar.
--Desde que acordou não para de olhar para a porta.
--Não precisava me jogar nada na cara também.—ela estava decepcionada por ter sido descoberta mas o que ela queria? O corpo dela estava impregnado com o cheiro de bebida.
--Um dia não vai te matar. Não tem nada aberto e ninguém na rua de confiança para você e você esta tomando remédios por causa dos seus..—eu não conseguia nem completar ao lembrar dos roxos em seu corpo e ela logo entendeu minha preocupação e parou.
Ela se conformou quando olhou pra mim e por alguns segundos ficou ali me encarando.eu pude ver o momento exato que ela sorriu e moveu seu olhar a tv corada.
--O que foi?
--(rs) você se preocupa demais comigo.
--Não sei se percebeu mas estamos no meio de uma crise pandêmica global. Não tem essa de ta na rua. Você não tem mascara ou um guarda chuva porque tem chovido muito esses dias. Para você gripar é..—eu tive que parar pois ela sorria para mim de uma forma tão linda que travou meu pensamento.eu estava me preocupando de novo com ela. Por que isso me saia quase como inconscientemente? Essa vontade de proteger ela surgiu de onde meu deus?
Fim do capítulo
gente tô adorando que vcs estão curtindo S2 obg
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Rosa Maria
Em: 12/06/2020
Millah querida: que don é esse de nós deixar curiosa na melhor parte?
O que faz você pensar que não ficamos ansiosas para saber das coisas? Kkkkkkk
Adorando
Beijo
Rosa 🌹
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