Capitulo 2
Começou a chover quando finalmente terminei de guardar todas as compras na cozinha e o clarão de um relâmpago visto pela minha janela da sala só era o informativo para a noite chuvosa que aconteceria, e já tinha um tempinho que algo assim não aparecia. Já era noite e o frio apenas se intensificou. Guardei as plantinhas que ficavam na minha janela e depois de um bom banho reservei meu tempo para preparar o jantar.
Eu era do time das obrigadas a cozinhar. Minha mãe me fez enfrentar a guerra do ovo com óleo sozinha, chorando e pedindo pinico e desde então depois de boas queimaduras meu corinho estava pronto para pratos mais aventurados. O file de frango estava no ponto e minha salada apetitosa. Eu tinha aprendido a cozinhar na marra e me orgulhava disso.
Tudo parecia perfeito quando levei meu prato a mesa e busquei também o controle da tv. Quando se mora sozinha qualquer voz melhorava o convívio com o silencio. As vezes era enlouquecedor e outras reconfortante liberdade. O meio termo era essencial.
Logo escuto sobre as ondas de crimes da região que parecem dominar as ruas vazias graças a quarentena. Os arrombamentos estavam na moda agora e não era difícil pensar que a qualquer momento uma das lojas vizinhas ao prédio poderiam ser saqueadas. A farmácia a esquerda da entrada do prédio tinha um segurança mas ele não usava armas e para um arrastão ele não teria chances.na minha direita mais lojas e ate lanchonetes e eu só tinha minha câmera fotográfica e minha super lente para registrar tudo.
Era estranho trabalhar em casa sendo estagiaria de um canal de noticias e não estar fazendo a parte mais legal do meu trabalho. Eu adorava coletar fotos e noticias e estar onde realmente os fatos aconteciam mas ali em casa eu só tinha meu computador e velhas noticias de fora para a redação e recomendações de saúde para fazer ao site. Alias eu era uma simples estagiaria, nada importante para o canal e em casa serviria mais. Não tinha graça nenhuma ficar longe de toda a emoção. Passar o máximo de informações necessárias para a população que realmente precisava e eu sabia bem onde encontrar essas pessoas. O mundo não havia parado por causa da covid e estava mais perigoso do que nunca. Eu me assustava em saber que muita gente pensava que passávamos por um apocalipse, o surto que me embrulhava o estomago, outra coisa era achar que o nosso governo ajudaria. Essa foi a melhor piada do ano ate agora. Não foi a toa que quebrei minha quarentena algumas vezes para ajudar as pessoas da comunidade a cinco quadras do meu prédio. Ainda havia tanta gente descumprindo regras básicas como o uso da mascara, o isolamento de pessoas de risco e ate mesmo crianças ainda brincavam nas ruas. Sorte a minha que eu tinha amigos dentro de ongs e fotografar a causa linda de distribuição de alimentos e a divulgação do que deveria ser feito foi sem duvidas um dos meus melhores trabalhos que participei. Hoje eu passo por aquela rua e não vejo ninguém, não sei se foi graças a nós ou ao medo desta doença.
Terminei o jantar e a chuva torava lá fora. Depois de lavar tudo e terminar alguns textos do trabalho finalmente cai na cama e dormi. O editor chefe do canal já me mandava mensagens me avisando de alguns documentos que deveria assinar já de manhazinha e acordar assim tinha um preço. Peguei meu casaco e olhando o toró que ainda caia pela janela tomei coragem para descer.
E como estava frio pela manha quando cheguei na portaria e encontrei Raul cochilando na cadeira. O motoboy ainda não tinha chegado mas assim que me aproximei das grades eu vi um tênis deitado com uma fita enrolado no chão. Parecia que alguém dormia ali ao lado e era impossível pensar isso, pois a calçada estava molhada.
--Raul, poderia abrir o portão?—pedi e Raul se acordou com um salto já pressionando o botão e destravando o portão. Ele não teve tempo de me perguntar nada já que voltou para seu cochilo e eu para minha surpresa encontrei Rafa dormindo na calçada encolhida a tremer. Ao me abaixar percebi suas roupas ensopadas e o cheiro de bebida estava fortíssimo.—o que aconteceu com você?
Não pensei duas vezes e tentei acorda-la.
--Rafa? Rafa acorda por favor.—chamei mas ela se mexeu sonolenta e se duvidar nem entendera mas eu a segurei pelas mãos e a levantei, juntando seu corpo com o meu tive que segurar bem sua cintura para equilibrar ela em pé mas rafa chiou de dor e nisso não esperei nenhum segundo a mais.
Entrei no prédio novamente e ainda bem que Raul estava novamente no mundo dos sonhos e assim a gente passou pela portaria e subiu tranquila no elevador. Rafa estava muito mal e se não fosse por mim a segurando ela já estaria novamente no chão e isso era péssimo.
Cheguei ao meu apartamento e a coloquei no sofá. O que eu estava fazendo??o que tinha acontecido com ela??
--Rafa? O que aconteceu?—perguntei mas ela não conseguia acordar.eu tinha que fazer alguma coisa.—anda levanta. Você precisa tirar essas roupas e..—eu olhei para ela e seu corpo e no mesmo instante travei.eu não poderia simplesmente tirar suas roupas sem sua permissão. contudo olhar para ela com aquela roupa ensopada grudada no corpo dela me dava tique nervoso.
Tirei seu tênis e com muito medo segui para o jeans.eu não sei porque fiquei com tanto medo dela acordar e me pegar ali abrindo os botões da sua calça como uma suspeita potencial de assedio mas devagar puxei a calça e me surpreendi com suas pernas. Eram lindas e ao mesmo tempo estavam machucadas. Havia marcas roxas nas coxas e isso só me deixou intrigada. No que essa mulher se meteu? Respirei fundo e levei minhas mãos ao moletom que quando saiu caiu pesado no chão. Eu não sei porque mas me peguei julgando seu corpo. Sua pele bronzeada e barriga definida eram de se invejar. Seus peitos preenchiam o sutiã com louvor sem contar que também notei algumas marcas em seu peitoral, ombros e pescoço. Eram marcas de ch*pões. Não era difícil encontrar mais coisa, em sua costela eu vi uma marca roxa maior. Rafa tinha sido espancada?
--Hey,Rafa.Rafa!—eu dei leve batidinhas no rosto dela mas não tinha jeito ela estava desmaiada e com ela suja daquele jeito eu ia ter que dar um banho nela antes de acomoda-la melhor.
Levei ela ao banheiro e essa seria a minha primeira vez dando banho em alguém desacordada e mesmo sem essa pratica segurei ela pela cintura tomando cuidado para não ter outra reação dolorosa ao tocar nela e a limpei como podia. Não tive coragem de tirar suas peças intimas pois achei invasão demais porem não era raro ela dar sinais que queria acordar e fazia movimentos para retirar suas peças mas parecia cansada demais para tentar de verdade.eu não podia confiar em soltar ela e quando finalmente terminei enxuguei seus cabelos e seu corpo e a levei para meu quarto. Sorte a minha que ela não era tão pesada e pude carregá-la ate minha cama para mais um surto meu. Ela do nada começou a retirar sua calcinha mesmo aparentando estar dormindo e mesmo precisando de ajuda logo vi que isso era corriqueiro na vida dela já que não se importou com minha presença.
--Quer ajuda?—perguntei e ela nem me respondeu parando na metade do trabalho ao desligar novamente. Não segurei um breve sorriso meu. Retirei sua calcinha do joelho e o sutiã também foi algo que não ficou no seu corpo.eu a cobri com o cobertor e ela ficou lá, protegida na minha cama e longe de qualquer problema e por alguma razão eu me senti bem com isso.
Fim do capítulo
Obrigada a todos que comentaram,eu fiquei muito feliz com a aprovação da historia e que venham mais destes kkkk vou ler tudo.
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Jaqueline Nayora
Em: 28/06/2020
Vive nas ruas e faz oq pode p sobreviver... Será?
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Rosa Maria
Em: 10/06/2020
Muito curiosa para saber do acontecido com a Rafa...e das concequências dessa ajuda também...e claro...
Não demore a nós contar
Beijos
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passarinh4ms4
Em: 10/06/2020
uau, quero saber mais dessa história!
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