Ice Quinn por Carol Barra
Capitulo 2 - A beleza não tangível
Era a primeira semana de aula e a escola inteira já sabia da filha lésbica do treinador Allen. Algum aluno mais curioso até fez uma rápida pesquisa na internet e todos já comentavam que ela havia sido expulsa de sua escola anterior por ficar com uma menina, o que justificava sua mudança de Philadelphia para o interior de Ohio.
Brian foi buscar a filha no meio de semana para ajudá-la na mudança e retornou na quarta-feira à noite. Quinta pela manhã alguns alunos do lado de fora ouviram o barulho da moto ao longe e assim que ela se aproximou, já comentaram:
– Claro que a lésbica é motoqueira - zombou um dos jogadores de futebol.
Entretanto, assim que Sophie estacionou e retirou o capacete, os meninos ficaram calados e ela percebeu vários olhares em sua direção. Não haviam muitas lésbicas em Greatdale e as pessoas da cidade esperavam uma mulher esquisita e possivelmente feia. Grande parte da escola já fazia piadas preconceituosas sobre sua aparência.
Sophie definitivamente não se encaixava no perfil que a cidade esperava e isso ficou claro no exato momento em que ela saltou da moto. Sophie tinha um corpo atlético por conta dos esportes que praticava e por mais que nunca tivesse sido a princesa que sua mãe queria, era feminina e, principalmente, estilosa, coisa que a maioria das pessoas daquela minúscula cidade não eram. Seus cabelos longos, castanhos e ondulados foram soltos depois que guardou o capacete. Ela deu um leve sorriso para si mesma ao perceber os olhares em sua direção. O pai já havia avisado das fofocas e Sophie estava animada para iniciar na escola nova. Uma das coisas que ela mais amava era causar choque e reações inesperadas nos outros. "Isso vai ser divertido!", pensou.
Manteve os óculos escuros no rosto quando entrou na escola e continuou sentindo todos os olhares sobre si até entrar na secretaria para buscar seus horários e a senha de seu armário.
– Você é Sophie Allen? - perguntou-lhe um rapaz timidamente e ela fez que sim com a cabeça enquanto finalmente retirava os óculos escuros - Eu sou Kevin Benson, me ofereci para te mostrar a escola.
Sophie sorriu para ele de forma simpática. Kevin era claramente gay e ela rapidamente pensou que não estaria completamente sozinha naquela escola afinal de contas.
– Obrigada, Kevin.
– Seu armário é bem perto do meu - ele disse levando-a até o corredor próximo enquanto apontava algumas salas de aula.
Enquanto ela olhava atentamente para a combinação do armário ouviu um barulho do seu lado, bem onde Kevin estava. Três jogadores de futebol haviam derrubado propositalmente o livro que ele acabara de retirar do armário e riam dele como se aquele ato altamente infantil fosse uma genialidade.
Sophie sentiu o sangue subir de raiva. Odiava bullying com todas as suas forças. Ignorou seu armário e aproximou-se de Kevin antes que os jogadores se afastassem.
– Eu acho que vocês acidentalmente derrubaram o livro do meu amigo - disse com um grande sorriso.
Sophie sentiu os olhos dos três passearem rapidamente pelo seu corpo. Típicos meninos adolescentes.
– Ele é seu amigo? - perguntou um dos rapazes de forma displicente com Kevin.
– Claro! E eu ficaria muito feliz se vocês pegassem o livro para ele - falou com uma falsa naturalidade.
– Ele mesmo pode pegar o livro - disse outro rapaz que parecia ser o líder daquele grupinho.
– Que tal a gente fazer um acordo? - começou Sophie fingindo flertar - Você pega o livro, pede desculpas e eu toco no seu p*nis.
Os três ficaram surpresos e Sophie manteve o olhar sério no líder do grupo.
– Isso é alguma piada? – ele falou ainda sem entender.
– Acho que ele não quer que eu toque no p*nis dele - Sophie disse dirigindo-se aos outros rapazes - Prefere que seja meu amigo Kevin?
Os outros dois começaram a rir, curtindo com a cara do rapaz que rapidamente se defendeu.
– Claro que não! É que eu tenho namorada!
Então Sophie aproximou-se um pouco e falou baixinho:
– Eu não vou contar!
O líder olhou para os dois amigos, os três sorriram e ele finalmente abaixou-se para pegar o livro, entregando-o nas mãos de Kevin, que observava tudo com muita curiosidade.
– E? - pediu Sophie e muito a contragosto, o rapaz falou desculpas.
– E agora como funciona? Você me dá seu número e marcamos um lugar? - falou o rapaz com um grande sorriso flertando com ela.
Sophie se aproximou dele antes de completar:
– Não... Pode ser aqui mesmo - disse logo antes de dar uma joelhada entre as pernas dele - Eu nunca disse que tocaria com as mãos - completou enquanto ele gemia de dor, contraindo-se.
Tanto Kevin quanto os amigos gargalharam e logo após tomar um pouco de ar, o rapaz levantou-se ainda contorcido, falando com muita raiva:
– Se você não fosse mulher eu te arrebentava!
– Está com medo? Eu não tenho medo de nenhum valentão falsificado! Podemos continuar... – desafiou.
– Já que você não se importa - falou o rapaz irritado querendo ir para cima de Sophie, sendo segurado pelos amigos.
– Por mais que eu goste da ideia de ver minha filha batendo em você, não posso ficar sem quarterback tão perto da temporada - disse Brian Allen afastando Matt de Sophie antes de continuar com um sorriso irônico - Vejo que já fez amigos!
– Sim! - disse Sophie também sorrindo - Esse é o Kevin!
O sinal tocou.
– Consegue ir para as suas aulas e não lesionar meu QB titular?
– Não prometo nada - piscou para o pai e seguiu para a sua primeira aula.
Quinn estava sentada conversando com Cathy enquanto esperavam o professor chegar, quando Spencer e Leslie entraram com fofocas.
– Já viram a menina nova? - Leslie começou e as duas rapidamente negaram - Você estava certa, Cathy, o técnico não falou sério, ela não é lésbica.
– Como sabe? - Quinn perguntou sem retirar os olhos de seu livro.
– Ela é muito gostosa para ser lésbica - falou Spencer - O treinador Allen deve ter falado isso só para os garotos do time não darem em cima dela.
Quinn ficou calada enquanto os amigos continuaram a fofocar e poucos minutos depois o professor entrou. Não pode deixar de sentir uma leve decepção ao saber que a nova menina não era lésbica. Nos últimos dias desde que soubera da fofoca havia gastado mais tempo do que gostaria pensando no assunto. Sua vida vazia poderia ser um pouco menos entediante com uma pessoa diferente em seu dia-a-dia. Quinn não suportava mais um dia igual ao outro e sempre que chegava nesse ponto em sua mente, lembrava-se que precisava gastar todas suas energias para sair daquela cidade e daquela vida. Por isso focou seus pensamentos no professor e em suas aulas. Diferente do que muitos pensavam sobre ela ser apenas uma líder de torcida superficial, Quinn era uma das melhores alunas da escola. Seu objetivo era claro: sair de Greatdale e só conseguiria isso se estudasse o suficiente para entrar numa boa Universidade, com bolsa integral. Todos seus esforços precisavam ser para esse fim e não poderia ter nenhuma distração, mesmo que a distração fosse o que ela mais quisesse.
Na hora do almoço, Sophie buscou Kevin com o olhar e encontrou-o sozinho em uma mesa no canto do refeitório.
– Numa escala de 1 a 10, quanto eu consegui irritar aquele cara? - perguntou já sentando-se.
Kevin ficou um pouco surpreso e respondeu sorrindo:
– Acho que 8.
– Então preciso melhorar! Não aceito nada abaixo de 12!
Kevin riu.
– Obrigada por ter me defendido! - disse sincero.
– Foi um prazer! Eu adoro acabar com os valentões!
– Oi, Kevin! - cumprimentou uma menina que se sentou com eles.
Sophie observou-a com atenção, a menina era bem mais baixa que ela, o que era normal, visto que Sophie era uma mulher alta. A menina era gorda e tinha cabelos pretos. Usava óculos e ajeitou-os no rosto sem graça ao vê-la na mesa.
– Essa é a Claire - Kevin apresentou e Sophie sorriu para a menina que abaixou os olhos sem graça.
– Prazer, Claire, sou Sophie.
– Você que a filha do treinador Allen, né? - falou ainda tímida.
– Já ouviu falarem bem de mim? - brincou.
Claire ficou sem graça e de repente abaixou a cabeça quando viu um grupo de meninas se aproximar. O trio de poder de King High. Quinn Morgan era a Rainha da escola, todos sabiam. E logo abaixo dela na escala de poder, estavam suas seguidoras. Leslie Cox era considerada por muitos uma das meninas mais lindas que existia. Era negra, atlética e não muito alta. Seus volumosos cabelos encaracolados a deixavam com uma aura poderosa e fazia com que fosse notada em qualquer lugar que estivesse. Já Cathy Lynn era a mais comum do grupo e compensava sua aparência mediana com roupas incrivelmente decotadas e uma reputação de ficar com praticamente todos os garotos da escola.
Quinn havia procurado a menina nova com o olhar no instante que colocou os pés no refeitório. Realmente Spencer não havia exagerado, Sophie era muito bonita. No primeiro momento, Quinn não conseguiu deixar de sentir uma leve inveja da menina da cidade grande, linda, estilosa, com uma boa família, boa condição financeira. Ela já tinha tudo o que Quinn lutava todo dia para alcançar. Com o seu típico sorriso malvado, não precisou falar mais nada para suas amigas a seguirem até a mesa na qual Sophie se encontrava. A menina precisava fazer amizade justamente com Kevin?
Sophie só reparou na presença do trio quando ouviu uma voz atrás dela.
– Tem certeza que vai sentar aí? - Quinn perguntou.
Antes de olhar, Sophie já pensou internamente que teria mais uma chance de se divertir, ainda mais quando percebeu que grande parte do refeitório já acompanhava a situação com os olhos. Virou-se e deparou-se com Quinn, tendo Leslie e Cathy logo atrás. As três estavam vestidas com os típicos uniformes de líderes de torcida.
– Por que? - perguntou Sophie ficando em pé de frente para Quinn e olhando-a nos olhos.
A rainha de King High era muito boa em esconder qualquer emoção e manteve o olhar frio em Sophie, mesmo sentindo uma leve vontade de olhar todo o seu corpo.
Quem respondeu foi Leslie:
– Só estamos tentando ajudar. Você é novata e já estão falando mentiras sobre você pela escola.
Sophie fingiu-se surpresa.
– E o que estão falando de mim?
– Que você é lésbica e que foi expulsa da sua antiga escola por beijar uma garota - Cathy falou como se tudo fosse um grande absurdo.
Sophie fingiu surpresa e indignação.
– Mas obviamente isso não é verdade - disse Quinn com seu típico ar de superioridade, quase que desafiando Sophie com o olhar, mas ela apenas riu internamente e aproximou-se de Quinn, que já havia identificado como a líder do grupo.
– Obviamente não é verdade! Eu não fui expulsa por beijar uma menina - e então olhando bem no fundo dos olhos verdes de Quinn continuou - Eu fui expulsa porque estava trans*ndo com uma menina no banheiro e uma professora entrou bem no momento em que ela estava gritando de prazer enquanto eu a ch*pava - e terminou com um sorriso safado olhando Quinn descaradamente dos pés a cabeça.
Quinn definitivamente não estava preparada para ouvir nada daquilo e ficou surpresa quando sentiu-se arrepiar. Teve que fazer um esforço sobre humano para não deixar transparecer o quanto ficara incomodada com a aproximação e o olhar de Sophie e apesar de todo o esforço e prática deixou transparecer uma leve surpresa e Sophie aproveitou o silêncio para continuar:
– Quer que eu sente com vocês porque quer uma prova?
O sorriso descaradamente safado de Sophie em sua direção fez Quinn perder o ar por alguns segundos. Definitivamente Sophie era muito diferente de tudo em sua vida e isso fez com que ela sentisse um enorme alívio.
– Eca! - falou Cathy - É melhor mesmo você ficar nessa mesa de perdedores!
Quinn agradeceu mentalmente pela interrupção da amiga e simplesmente saiu do refeitório sendo seguida pelas duas inseparáveis.
Sophie ainda gritou na direção delas:
– Se mudar de ideia sabe onde me encontrar!
Ouviu o refeitório gargalhar e sentou-se novamente olhando para os colegas da mesa.
– Vou me divertir nessa cidade! - falou antes de voltar a comer seu almoço.
– Minha vida ficou tão melhor agora! - falou Kevin ainda surpreso e animado.
– Ela acabou deixar a Rainha de Gelo sem palavras? - comentou Claire - Eu nunca vi a Quinn Morgan perder uma discussão. Quem é você? - falou sorrindo e Sophie não conseguiu deixar de pensar que Claire parecia brilhar.
– Minha especialidade é deixar valentões irritados e sem palavras! - então piscou para os dois - Colem comigo e vamos virar essa escola de cabeça para baixo!
– Você é minha nova pessoa preferida nessa cidade! - brincou Kevin.
– Ei! - reclamou Claire.
– Depois de você, claro - ele retificou.
– Então, o que vocês acham de começarmos um time de flag? - propôs Sophie e Kevin quase engasgou.
– Flag football? Você está brincando, né? - ele riu.
– É sério! Eu tinha um em Philly e é muito divertido!
– Aqui vai ser quase impossível! Todas as energias dessa cidade são para os Yellow Jackets - falou Claire - Você não vai conseguir nenhuma verba e não vão deixar você usar o campo.
– Tem que ter um jeito! Essa cidade ama futebol! Quanto mais melhor, certo?
– A cidade ama os Yellow Jackets - corrigiu Kevin - Eles nem ligam para um time de flag principiante.
Sophie ficou pensando por alguns segundos.
– Eu vou achar um jeito! - disse depois de ficar alguns segundos caladas - Eu sempre acho um jeito.
Sophie estava guardando as últimas coisas em seu armário para ir embora da escola quando foi interrompida por Matt e os mesmos dois amigos de mais cedo que depois descobriu ser Ryan e Lucas.
– Fiquei sabendo que você deu em cima da minha namorada hoje! - falou com raiva.
– Ela pareceu interessada, eu só fiz uma oferta - falou sorrindo o que deixou Matt ainda mais irritado.
– Fica longe dela, sua sapata! - ele gritou o que fez com as pessoas do corredor voltassem o olhar para o acontecimento.
Sophie sabia que o grande segredo para lidar com valentões era muito simples: nunca se abalar com o que falavam. Por mais que se irritasse com os comentários, ela nunca deixava transparecer. Sempre agia de forma irônica e debochada, mesmo que por dentro estivesse ardendo de raiva. Quando o valentão era homem, mais fácil ainda era o jogo, pois para irritá-lo bastava desafiar a frágil masculinidade dele.
Por isso que ela riu com gosto da irritação de Matt antes de falar.
– Alguém está com medinho de perder a namorada para mim - conseguiu ouvir algumas risadas abafadas de pessoas em volta, principalmente de Kevin que também estava ao lado de seu armário quando tudo começou.
O comentário teve a reação que ela esperava, o rapaz ficou vermelho de raiva.
– Eu não tenho medo você! - gritou.
– Então eu ainda não entendi porque você está aqui falando comigo... - ela continuou
Ele ficou sem saber o que falar por alguns segundos e Sophie continuou:
– Se eu não sou uma ameaça para você, vai embora, cara! Para de se envergonhar na frente de todo mundo - disse e apontou as pessoas em volta que riam dele.
Matt ficou furioso assim que viu as pessoas tentando esconder a risada com medo, o único que parecia não mais temer era Kevin, que ria descaradamente.
– Está rindo do que, sua bicha? - falou empurrando Kevin contra o armário.
Por mais que a vontade de Sophie fosse esmurrar o rapaz, sabia que precisava esconder a raiva e uma ideia surgiu.
– Matt, achei que estávamos tendo uma conversa sobre seu medo de perder sua namorada para mim! Você também está com medo de perder ela para o Kevin?
– Quem você pensa que é para falar assim comigo? Eu não tenho medo de uma sapatão e de um viado! - ele gritou e depois apontando o dedo na cara de Sophie - Acho que como você não é uma mulher de verdade eu posso arrebentar a sua cara!
Sophie continuou com o olhar debochado e viu quando os amigos seguraram Matt.
– Cara, o treinador vai te colocar no banco se você bater na filha dele! - Lucas avisou.
– Como se ele conseguisse vencer sem mim - falou Matt.
Sophie gargalhou alto.
– Espera aí, você acha que é o motivo do time ganhar? Isso é hilário!
– Eu sou o melhor QB que essa cidade tem há anos! - respondeu Matt e Sophie riu, pensando que ele havia caído em sua armadilha.
– Eu não duvido disso, mas você ser o melhor QB dessa cidade não quer dizer que você é bom, eu aposto que sou muito melhor que você - ela disse e foi a vez de Matt rir.
– Você acha que é melhor que eu?
– Eu tenho certeza!
– Boa piada, uma mulher jogar melhor que eu!
– Se você acha que não é possível por que não fazemos uma aposta? A gente faz uma competição...
– Você está brincando? - ele riu.
– Está com medo? Achei que não tinha medo de mim...
– Eu não tenho medo de você! Eu topo! E quando eu ganhar você vai ficar bem longe da minha namorada.
– Tudo bem! Se você vencer eu nunca mais nem olho na direção dela, mas se eu ganhar nem você nem os seus amigos podem fazer bullying com o Kevin! Nunca mais! Fechado? - ela perguntou estendendo a mão.
– Fechado - ele apertou sua mão e completou - Hoje depois do treino, no campo.
– Movimento de pés, movimento de pocket, corrida de 40 jardas e passes para os WRs nas rotas básicas? Essa lista está suficiente ou quer adicionar mais algum exercício?
– É suficiente para eu te humilhar na frente da escola inteira!
– Por favor, convide todo mundo! - ela implorou.
– Você está maluca? - perguntou Kevin seguindo-a para fora da escola - Você não vai vencer do Matt!
– Eu tenho certeza absoluta que vou vencer!
– Eu não entendo de futebol, mas eu sei que todo mundo fala que ele é um ótimo QB! O time quase venceu o campeonato ano passado - argumentou Kevin enquanto caminhavam até a moto de Sophie.
– O time não chegou até a final por causa dele. Matt não é ruim, mas ele não é ótimo. Ele é um QB mediano que tem uma ótima linha ofensiva e o melhor wide receiver que eu já vi. Spencer é a estrela desse time, não o Matt. Ele parece ser bom porque meu pai é um ótimo técnico que esconde as falhas dele.
– Você entende de futebol...
– Sim, entendo! E eu estou cansada de saber tudo sobre esse time, porque eu ajudo meu pai com o playbook*. Eu conheço todos os tempos do Matt e todos os meus são melhores. E também sei que ele tem um grande problema com precisão e adivinha só? É o meu ponto forte. Eu vou vencer com certeza absoluta! Pode acreditar!
E então subindo na moto, ofereceu.
– Quer comer alguma coisa até a hora da competição?
– E vamos de moto? - Kevin perguntou ressabiado.
– Eu tenho um capacete extra, sobe aí.
Muito desconfiado ele subiu e os dois seguiram até Great Cook, a lanchonete da cidade e point dos alunos. Chegando lá Kevin mandou mensagem para Claire que os encontrou em poucos minutos. Enquanto comiam, Sophie contou que esse era seu plano para começar um time de flag. Ela iria humilhar Matt na frente de todos e propor uma revanche numa competição de flag. Se ela e seu time vencessem, ganharia acesso ao campo alguns dias da semana. Simples assim. Sophie era uma vencedora e conseguia o que queria dessa forma. Tanto Kevin quanto Claire não acreditavam que seria assim tão fácil e como não entendiam nada de futebol, rapidamente trocaram de assunto. Os dois, nascidos e criados em Greatdale, queriam saber tudo sobre a cidade grande e como era a vida de Sophie.
Ela ficou feliz em ter encontrado pessoas legais logo no primeiro dia. Achou que passaria muito mais tempo sozinha naquela cidade. Nunca se imaginou em um lugar tão pequeno e tão pacato e também ficou curiosa para saber um pouco sobre os novos amigos.
Kevin morava com a mãe que era enfermeira e eram apenas os dois desde sempre, visto que seu pai havia falecido quando ele era muito novo. Tudo que ele queria era sair de Greatdale e viver em uma cidade grande onde ele pudesse ser ele mesmo. Sophie sentiu-se muito sortuda ao ouvir Kevin. Mesmo que sua mãe não a aceitasse, ela teve muito apoio ao longo de sua vida e ser lésbica geralmente não era um problema para ela no seu dia-a-dia em Philadelphia.
Claire tinha uma vida muito mais pacata. Seus pais eram donos de uma sorveteria na cidade e faziam de tudo para economizar dinheiro para que ela pudesse ir para a Universidade. Seu sonho sempre foi ser engenheira e ela gastava a maior parte de seu tempo estudando e participando de várias atividades extracurriculares.
Sophie não conseguiu deixar de reparar que Claire era encantadora. Ela estava longe de ser uma mulher bonita dentro dos padrões da sociedade: era gorda, não se vestia nada bem e usava um par de óculos de grau bem grandes. Mas mesmo com tudo isso Sophie a achava bonita. Para ela a beleza não era um conjunto de traços físicos harmônicos, muito menos uma reprodução dos padrões da sociedade. Para Sophie a beleza era algo bem menos tangível: um agregado de sensações que tinha quando olhava para as pessoas e percebia quem elas eram. A forma como se moviam, falavam, agiam, pensavam, tudo isso estava na balança para saber se uma pessoa era ou não bonita. E Claire era linda. Provavelmente poucos concordariam, mas Sophie nunca ligou para o que os outros pensavam.
Fim do capítulo
Playbook – é o conjunto das jogadas de cada time.
Comentar este capítulo:
Marinavlana
Em: 30/08/2020
Já sou fã da Sophie.
Resposta do autor:
Sophie é fantástica, mas admito que a Quinn é a dona do meu coração rs
Anny Grazielly
Em: 08/08/2020
Nossa... adorando cada capítulo... Sofh eh sendacional... e Quinn já ta caidinha... kkkk
Resposta do autor:
Sophie chegou logo para causar kkk
E a Quinn não consegue não se apaixonar rs
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SPINDOLA
Em: 11/06/2020
Olá autora.
Sophie chegou chegando, ameiiii. Minha ídola vai arrasar nesta história e Quinn já começou a sentir o arrepio da paixão, kkk.
Bjs
Resposta do autor:
Sim! A Sophie já chega causando ness escola rs.
E a Quinn está ficando caídinha por ela...
bjs
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Marta Andrade dos Santos
Em: 11/06/2020
Legal.
Resposta do autor:
Oi, Martha, tudo bem? Espero que continue gostando da história!
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HelOliveira
Em: 10/06/2020
Se eu já estava ansiosa para o próximo cap agora estou ainda mais, tem como não se apaixonar por essa encrenqueira da Sophie....
E a Quinn como sera que está se sentindo depois do que ouviu e sentiu....e quando a Sophie ganhar do Matt...como será a reação dela?
Kevin e Claire são lindo e que bom que a Sophie já está cuidando deles.
Adorando bjos
Resposta do autor:
Sophie é mesmo um amorzinho e ela vai mudar muito a vidade Kevin e Claire!
Mas como será o efeito dela na vida da Quinn?
Fico muito feliz que esteja amando!
Amanhã tem mais!
bjs
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