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  • A ESCRAVA ISAURA
  • Capitulo 3

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A ESCRAVA ISAURA por Harleen Quinzel

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Palavras: 3928
Acessos: 745   |  Postado em: 08/06/2020

Capitulo 3

Minha senhora apoderou-se dos meus lábios antes mesmo que eu pudesse entender o que realmente se passava entre nós, no entanto, o frenesi causado pelo ardor da sua boca quente e úmida, foram o suficiente para me fazer fraquejar, pondo-me de pernas bambas envolta pelos seus braços.
Malvina deslizou suas mãos pela minha cintura, enlaçando-me, colando nossos corpos permitindo-me sentir o calor de sua pele em atrito com a minha, seus braços sustentavam-me diante da fraqueza causada por todas as sensações jamais experimentadas, enquanto sua boca ousada deslizava sobre a minha, me deixando atordoada naquele rompante de luxúria e paixão.

Timidamente depositei minhas mãos sobre os braços da senhora, arrepiando-me com tamanha maciez, gemi involuntariamente diante do nariz que roçava no meu pescoço, fazendo-me recriminar e corar instantaneamente.

-- Senhora...

Balbuciei enquanto afastava-me, obrigando-a a afrouxar o abraço e encarar-me rubra, arfante e sem entender minha atitude.

-- O que foi Isaura? Eu machuquei você?

Suas mãos deslizaram pelos meus braços até encontrarem-se com minhas, segurando-as.
Meu peito arfava assim como o seu, meu corpo inteiro tremia e uma pulsação incômoda insistia em torturar-me em lugares inconvenientes. Não fui capaz de encarar seus olhos, ainda que ela procurasse estabelecer contato visual.

-- Isaura?

Não consegui balbuciar uma única palavra sequer, meus olhos marejaram demonstrando toda vergonha que sentia naquele instante, eu era fraca e vulgar, estava entrando num caminho que não teria volta se não parasse naquele instante, no entanto, era a minha senhora que estava diante de mim, implorando para que permitisse acontecer aquele momento de loucura e devassidão. Solucei, o pranto invadiu meu corpo fazendo-me estremecer, deixando-me a mercê de todo sentimento conflituoso que me tomava naquele instante.

-- Isaura? Por favor? O que você tem...

Malvina abraçou-me com força, aninhando-me, aconchegando-me em seu peito como quem acolhe uma criança. Deixei o choro sair, deixei-me ser abraçada e consolei-me nos braços da causa do meu desespero, aquilo era muito pra digerir, havia muitos sentimentos envolvidos dentro daquele cômodo e todos eles me levariam a um fim triste e trágico, como todo e qualquer escravo que ousava apaixonar-se.




**********************************





Os dias se passaram lentamente, sinhá Malvina não voltou a requisitar minha presença, embora notasse que me observava constantemente à distância, ouvia o som do piano e sentia o peito comprimir meu coração, as melodias por ela tocada, eram sempre tristes e melancólicas, despertavam a atenção de todos os criados na casa grande.

Estava andando pelo jardim quando Belchior aproximou-se com uma rosa nas mãos.

-- Boa tarde minha flor!

Sorri de forma tímida diante do gracejo do simpático homem a minha frente, que me estendia à flor de forma generosa e delicada.

-- É linda! Obrigada Belchior!

Apanhei a rosa dirigindo o olhar em direção a janela da casa grande, onde era a sala de estar e o som do piano vinha até poucos instantes, no entanto, naquele momento já não havia música, pois a senhora Malvina estava parada diante da janela, observando-nos no jardim. Desviei o olhar afastando-me de Belchior, incomodada com o que minha senhora pudesse pensar de mim.


Inconvenientemente neste mesmo momento, o senhor Leôncio e o jovem senhor Henrique chegaram da cidade bastante risonhos, logo se direcionaram a varanda onde ambos colocaram-se a fumar charutos e observar o jardim, onde por coincidência ou não, eu ainda estava tentando manter a mente ocupada de qualquer coisa que fosse pra não pensar em minha senhora e no que havia acontecido dias antes.
Apesar da pouca ou quase nenhuma atenção que dera a Belchior, ele continuava a me seguir pelo jardim, falando sobre as flores, sobre o clima e os ninhos de pássaros que havia encontrado entre os galhos das macieiras, tentando de alguma forma estabelecer uma conversa mesmo que meu desejo claro fosse de querer ficar só.

-- Vou recolher as folhas! O senhor já está de volta e não deve gostar da nossa prosa! Te vejo depois minha flor.

Procurei com o olhar encontrando os senhores na varanda, ambos olhavam em minha direção enquanto jogavam conversa fora, deixando-me incomodada por certamente ser alvo de comentários indecentes, já que não era novidade ouvir gracejos ainda que não fossem diretamente ditos.
Baixei a cabeça depositando o olhar nos pés, enquanto dirigi-me na direção de ambos, pois pra retornar aos porões da casa grande, teria de passar por eles. Meus dias haviam se passado arrastados, ajudar no trabalho doméstico havia sido a forma que encontrei para escapar dos pensamentos e dos olhares furtivos dos homens da casa.
No entanto, minha tentativa de passar despercebida e rapidamente pelos dois havia sido inútil, pois desde sua chegada a fazenda, esta fora a primeira vez que senhor Leôncio se dirigira a mim diretamente.

-- Bela rosa Isaura! Vejo que tem um admirador!

Parei de andar abruptamente, encarando a flor que ainda segurava entre as mãos, tentando encontrar uma justificativa o mais rápido possível, pois não pretendia que ninguém pensasse que havia algo entre mim e Belchior, menos ainda que isso chegasse aos ouvidos de sua esposa.

-- É para o vaso da cozinha senhor!

Leôncio baforou a fumaça do charuto enquanto sorria maliciosamente, voltei a baixar os olhos na ânsia de sair o mais rápido possível de perto dele.

-- Ora Isaura! Não fique acanhada, é normal que alguém tão bela tenha muitos admiradores!

Desta vez fora o senhor Henrique quem se pronunciou, fazendo minhas bochechas arderem, instintivamente me encolhi apressando-me a seguir para dentro da casa, rumando até a cozinha onde ajudei Jurema a preparar o jantar dos nossos senhores.




*********************************************




Naquele mesmo dia, depois do jantar onde mais uma vez minha presença não foi solicitada por minha senhora, encaminhava-me para o quarto quando me encontrei com o senhor Henrique parado no final do corredor, aguardando-me em silêncio e no escuro, agora sendo iluminado apenas pela luz fraca da vela que eu carregava em um castiçal.
Interrompi meus passos ficando a alguns metros de distância, estava assustada e temerosa, um tanto surpresa pela sua presença e não do senhor Leôncio, pois desde que os gracejos começaram, temia que um dia isso pudesse acontecer já que ele havia se saído igual ao pai, no entanto, o senhor Henrique sempre fora muito simpático e cavalheiro, apesar dos olhares e comentários não acreditava que pudesse tomar tal atitude.

Minhas pernas fraquejaram, não sabia o que estava por vir e nem mesmo o que deveria fazer, ele também era o meu senhor e devia respeito a ele.

-- Não tenha medo Isaura!

Henrique apressou-se a justificar sua presença na penumbra do corredor, adiantando-se em minha direção parecendo um tanto desesperado, deixando-me em alerta.

-- Preciso conversar com você! Não posso mais protelar.

-- Está tarde senhor Henrique...

Resmunguei de voz baixa, sentindo-me acuada com a aproximação do rapaz, que naquele momento apanhou minha mão livre entre as suas.

-- Ah Isaura! Você tem me enfeitiçado desde o primeiro dia! Tenho sofrido com o fato de seres uma escrava!

-- Senhor Henrique! Por favor...

Desvencilhei-me de suas mãos tentando afastar-me, sua aproximação me incomodava e colocava-me em desespero.

-- Isaura! Não sejas tão cruel. Se fosses uma mulher livre já havia pedido sua mão.

-- Sinto muito senhor! Mas não sou livre! Deixe-me passar, por favor...

Meu corpo estava trêmulo, precisava que aquela tensão acabasse logo de uma vez.

-- Estou ficando louco vivendo sob o mesmo teto que você!

Tive o rosto apanhado pelas mãos fortes do rapaz, seus lábios desceram urgentes e rudes sobre a minha boca, então rapidamente me encolhi, virando o rosto inúmeras vezes para escapar de seus intentos.

-- Isaura! Apenas um beijo! É o que te peço!

-- Por favor, senhor Henrique...

Supliquei deixando as lágrimas escaparem, estava assustada e completamente enojada pelo fato de despertar tais desejos nas pessoas, eu nunca quis ser alvo de tamanha depravação, envergonhava-me pela sua atitude.

-- Isaura! Não é nada demais!

O rapaz afastou-se alguns centímetros, apenas para voltar a implorar com o olhar, acuando-me no canto escuro do corredor, onde ao sentir a parede às minhas costas derrubei o castiçal, fazendo com que a vela se apagasse.
Ouvi passos vindos do corredor, acompanhados da claridade trazida pelo bendito intruso, á voz rouca e firme fez com que o jovem tirasse imediatamente as mãos de cima de mim.

-- Não envergonhe a mim e a minha casa Henrique!

O rapaz alinhou a camisa com as mãos, tentando recompor-se diante da autoridade vinda da irmã mais velha, que demonstrava toda sua irritação através da voz.

-- Não é o que parece Malvina!

-- Poupe-me Henrique! Mantenha os teus ímpetos masculinos fora da minha casa e principalmente, longe das criadas!

Chorei baixinho sentindo-me completamente envergonhada diante dela, não fui capaz de dizer uma única palavra em minha defesa, por medo de retaliações da parte de seu irmão, pois apesar da clara autoridade que tinha sobre o rapaz, ele era homem e homens não costumam obedecer ou temer as mulheres, seja lá quem elas forem.

-- Malvina?!

-- Suma da minha frente!

Embora contrariado e aparentemente envergonhado, o rapaz deixou-nos em silêncio após uma última olhada em minha direção. Malvina esperou sua figura sumir no final do corredor, para aproximar-se de onde eu estava sem mencionar uma única palavra, depois de apanhar o castiçal e a vela do chão, ascendeu à mesma entregando-me para só então fixar seus olhos em mim, ainda que claramente contrariada.

-- Obrigada senhora!

Tentei controlar o choro, secando o rosto molhado de lágrimas com a manga do vestido.

-- Você tem que parar com isso Isaura! Vai enlouquecer a todos nessa casa!

Malvina deu-me as costas sem nenhuma explicação, deixou-me ali sem entender o que queria dizer com aquele comentário, levando consigo toda minha vontade de controlar o pranto, o qual veio com força embalando o meu sono naquela noite.




*************************************




O dia amanheceu quente, assim que os primeiros raios de sol surgiram no horizonte, coloquei-me em pé resolvida a sumir nos porões da casa ou em algum esconderijo no pomar, tentaria de toda forma evitar situações vergonhosas como a vivida na noite anterior, pois não queria desapontar minha senhora e menos ainda ter o mesmo destino de minha falecida mãe. No entanto, após beber rapidamente um café preto, dirigia-me a porta da cozinha quando Belchior deu o ar de sua graça, atrapalhando meus planos.

-- Bom dia minha flor!

-- Bom dia Belchior!

Respondi de forma ríspida tentando desviar do brutamonte que estava parado diante da porta, impedindo-me de passar, já bastava Ana e Jurema amofinando-me com suas perguntas em relação ao par de olheiras em meu rosto.

-- Aonde o passarinho vai tão cedo? Com esta pressa?

-- Preciso... apanhar algumas frutas no pomar. Pra sinhá!

-- Eu vou te acompanhar menina! Sinhá Malvina gosta de comer frutas frescas no desjejum!

Revirei os olhos, enfadada com o comentário de Jurema, pelo visto meus planos haviam sido arruinados não somente por Belchior, mas por ela também.

Após colhermos uma cesta de frutas no pomar, ajudei-a a servir a mesa como Ana ordenara, ficando aposta ao lado de ambas próximas a mesa, o senhor Leôncio fora o primeiro a chegar, parecia mais irritado do que de costume, mal se alimentou e pra minha alegria sequer olhou em minha direção, deixando-me aliviada.
Malvina surgiu exuberante como sempre, cumprimentou a todos e sentou-se a mesa lançando-me um olhar significativo, há muitos dias que evitava olhar-me nos olhos, porém fora diferente desta vez.

-- Por que não alforrias esta menina? Era da vontade da sua mãe se bem me lembro!

Todos foram pegos de surpresa, inclusive Leôncio que já estava a retirar-se da mesa, levantei a cabeça instintivamente encarando-a, no entanto, esta mantinha o olhar fixo no do marido que assim como nós parecia não entender o motivo daquele assunto naquele momento, porém deixava-me muito apreensiva e esperançosa.

-- Por que o interesse?

-- Acredito que ela mereça! Além de é claro, já ter cumprido sua tarefa que era de fazer companhia a sua mãe. Tendo o feito, já devia tê-la libertado.

-- Em todos os anos de sua vida, meu pai jamais alforriara um único escravo. Eles são propriedades, e além de seu filho, eu também não sou um homem que abre mão de seus pertences.

Meu coração palpitara, estava completamente desolada com sua manifestação, no entanto, Malvina era o que mais me intrigava, ela queria me ver livre ou se ver livre de mim?

-- Ela é uma dama de companhia Leôncio! Não precisa de uma, e eu também não!

-- Não vou discutir esse assunto com você, menos ainda na frente dos criados! E da minha escrava!

Leôncio levantou-se da cadeira completamente irritado, pude ouvir o som dos seus passos por intermináveis segundos, pois ele saíra pisando duro para longe da cozinha.
Malvina manteve-se em silêncio após a pequena discussão, seu rosto estava rubro e aparentava total desgosto perante a posição do seu marido, estava certa de que ela queria me afastar da sua casa e principalmente, dela mesma.




**********************************




-- Isaura?! Vá até os aposentos de sua senhora, e leve a ela o almoço. A tarde já avança e ela não saiu de lá desde o desjejum onde mal comeu.

Assenti com um manear de cabeça, queria muito vê-la, queria agradecer por ter tentado ainda que os motivos não fossem o que eu realmente queria, mas ainda assim, significava muito pra mim que se importasse.
Bati levemente na porta, entrando somente depois de ouvir sua voz me autorizando. Nas mãos carregava a bandeja com o prato de comida que Ana havia servido, e um copo de suco de laranjas que eu mesma havia preparado.

-- Com sua licença senhora! Trouxe seu almoço!

Malvina estava sentada no tapete do quarto, o mesmo que nos sentamos para arrumar suas roupas no dia que chegara a fazenda, ela tinha um livro em mãos e parecia concentrada no mesmo. Após pronunciar-me, ela depositara sua atenção em mim, certamente não esperava que viesse até ali, não depois do que tinha acontecido desde que nos conhecemos, e principalmente depois da noite anterior, e a cena que presenciara entre mim e seu irmão Henrique, o qual felizmente não havia visto o dia todo.

-- Estou sem fome Isaura!

Aproximei-me ainda com a bandeja nas mãos, não sabia o que fazer nem como me portar diante da clara intenção de manter-me afastada.

-- Senhora! Perdoe-me, mas precisamos falar!

Depositei a bandeja com cuidado sobre a cama, sabia que o senhor Leôncio não voltaria tão cedo pra casa, pois havia ido para a cidade vizinha fechar alguns negócios com os antigos contatos do seu pai, o comendador Almeida. Depois, aproximei-me ajoelhando-me ao seu lado, onde agora ela depositava o livro prendendo sua atenção em mim, o que me deixou ligeiramente nervosa.

-- Perdoe-me senhora! Mas não posso mais protelar esse assunto! Estás a me enlouquecer!

Malvina apertou os olhos diante das minhas palavras, sem esboçar qualquer reação.

-- Eu sinto muitíssimo sinhá! Não sei o que tem acontecido desde sua chegada, mas definitivamente alguma coisa mudou.

-- Não quero falar sobre isso Isaura!

-- Por favor, sinhá?! Perdoe-me pela ousadia, mas eu sinto com todo meu coração que não quer o meu mal, então sabendo que não irá me machucar eu insisto! Deixe-me falar!

Não sabia explicar de onde vinha todo aquele arrojo, no entanto, saber que Malvina se importava e estava tentando conseguir minha liberdade ainda que não pelos motivos certos, deixava-me em êxtase e eu precisava expressar meus sentimentos, não haveria ocasião melhor.

-- Obrigada pelo que fez hoje, durante o café da manhã. Mas não pude deixar de pensar que quer me ver longe da sua casa, e da sua família! Fico triste, mas o que mais me incomoda é que possa querer me ver longe da senhora.

Aproximei-me ainda mais dela, precisava fazer com que me ouvisse e acreditasse em minhas palavras, ainda que isso me levasse a ser castigada por tamanha ousadia.

-- Isaura...

-- Senhora! Eu nunca dei atenção aos gracejos de Belchior! Muito menos de vosso irmão. Eu sei qual é o meu lugar senhora, sou sua mucama e meu propósito aqui é te servir.

Malvina passou a olhar na direção da janela, sem querer manter um contato visual, deixando-me ainda mais incomodada com a possibilidade de não se importar ou não acreditar em minhas palavras. No entanto, não me dei por vencida e prossegui.

-- Se me permitir eu serei a melhor mucama que a senhora poderá ter! Eu nunca ousaria me engraçar com qualquer homem que fosse dessa propriedade. Eu não quero e nunca quis nada com nenhum que fosse sinhá. Mas eu sou uma escrava, e infelizmente às vezes não conseguimos nos esquivar das suas investidas. Tu bem presenciaste na noite anterior.

Meus olhos já estavam marejados aquela altura, Malvina parecia incomodada, remexendo-se enquanto tentava concentrar seu olhar na paisagem além da janela, enquanto seu corpo tremia finalmente pronunciou-se ainda sem encarar-me.

-- Você nunca se sentiu atraída por nenhum deles?

-- De forma alguma!

-- Parecia tão à vontade com Belchior!

-- Sinhá! Eu sei dos sentimentos dele por mim, mas não haverá nada entre nós! Eu não sinto nada além de carinho e amizade. É um bom homem, nada mais.

-- E meu irmão?

-- Eu não o conheço senhora! Embora seja seu irmão e pareça ser um rapaz íntegro, tenho medo do que poderia ter feito se não tivesse interferido...

Malvina baixou a cabeça fechando os olhos, parecia exausta com aquela conversa e isso me intimidou, no entanto, ainda que temerosa toquei-a levemente com a ponta dos dedos em seu queixo, estabelecendo contato visual.

-- Eu não sei o que se passa entre nós sinhá! Mas é de longe a melhor coisa que já me aconteceu, ainda que pareça tão errado...

Minha voz estava trêmula e baixa, senti-me sem forças pra expressar tudo que sentia naquele momento, mas não foi preciso, ela me ouviu e reagiu imediatamente.
Sua mão pousou sobre a minha, levando-a para próximo dos seus lábios, onde depositou um beijo terno.

-- Eu estou a enlouquecer Isaura! Você despertou sentimentos em mim, que ao menos sabia ser capaz de sentir! Sei que parece errado, mas é mais forte do que eu!

Sua mão livre emaranhou-se em meus cabelos na parte posterior da minha cabeça, obrigando-me a aproximar-me um pouco mais de tal forma que pude sentir sua respiração batendo em meu rosto.

-- Não é só o fato de ser uma escrava branca de cabelos claros e olhos bonitos Isaura! Você é formosa demais até para os padrões da corte. É completamente compreensível que o jardineiro e meu irmão tenham caído em seus encantos, mas eu sou uma mulher e sou casada, e ainda assim cá estou confessando-me a ti. Você tem um charme natural, um olhar encantador e um sorriso capaz de me pôr aos seus pés sem pestanejar.

Meu corpo inteiro reagia a suas palavras, aquilo soava aos meus ouvidos como uma declaração, já que ela o fazia com a voz rouca carregada de sentimentos, seus olhos fixos nos meus transmitiam um misto de ternura e desespero que eu jamais havia presenciado.

-- Por favor, Isaura! Há muitas coisas pra se pensar, mas não me negue descobrir o que está acontecendo entre nós! Se você sente o mesmo, se quer o que eu quero, por favor, Isaura! Eu te imploro! Me deixe beijá-la!

Entreabri os lábios enquanto expelia o ar, já não conseguia respirar com facilidade e a proximidade da minha senhora não ajudava muito, porém o que realmente importava naquele instante, era a sensação inconveniente que vinha do meu ventre, meu corpo respondia a cada palavra da forma mais constrangedora possível, só que desta vez eu não reprimiria aquela vontade, por mais errado que fosse ou parecesse ser.

-- Ah senhora! Eu quero tanto isso...

Malvina não esperou que eu repetisse, mais uma vez senti a maciez dos seus lábios quentes e úmidos pousarem sobre os meus, e embora o momento não fosse o mais adequado, não pude deixar de comparar com os do seu irmão, tão ásperos e brutos, impondo contato, totalmente contrário aos da minha senhora, ousados, sensuais e ao mesmo tempo tão carinhosos.
Meu corpo foi empurrado pra trás obrigando-me a sentar-me no tapete, enquanto Malvina ajoelhava-se, se colocando em meu colo da forma mais sensual possível, eu finalmente descobri o significado da palavra sexy.
Seus dedos deslizaram pelo meu rosto até sentir sua mão segurando-me firme pelo queixo, puxando minha boca para se encontrar com a sua, os beijos eram lentos, ousados e ao mesmo tempo provocantes, cada vez que sua língua deslizava pela minha boca, mais eu sentia meu corpo reagir vergonhosamente.
Deixei meus instintos mais primitivos agirem por mim, minhas mãos pousaram delicadamente sobre suas coxas por cima do vestido, mas aquilo não era o suficiente para aplacar meus anseios, então as escorreguei para sua cintura pressionando levemente, enquanto ousava beijá-la ainda que de forma desajeitada, acostumando-me com a sensação e a forma como se fazia.
Malvina gem*u entre meus lábios no instante em que pressionei sua cintura, levando-me a um estado de êxtase inimaginável, eu simplesmente deixei todas as barreiras caírem, entregando-me a luxúria e sensualidade daquele momento.

-- Senhora Malvina!

Resmunguei girando meu corpo de forma a colocá-la sob mim, deitada no tapete com as pernas envoltas a minha cintura, seus olhos faiscavam enquanto encarava-me com um pequeno sorriso no rosto, sua expressão era de surpresa misturada com algo que vim a descobrir chamar-se tesão.
Apoiei meus cotovelos um de cada lado do seu corpo, entregando minha boca aos seus beijos mais uma vez, enquanto minha senhora apressadamente soltava as amarras do meu espartilho, jogando-o de lado para enfiar suas mãos ávidas e quentes por dentro das minhas vestes, arrepiando minha pele enquanto arranhava minhas costas e logo depois apalpava meus seios.

-- Ah Isaura...

Foi minha senhora que girou nossos corpos desta vez, colocando-se sobre mim novamente, forçando a retirada da minha blusa de forma a deixar-me apenas de saia, para então sentada sobre meu ventre com ambas as mãos segurando minha cintura, admirar-me da forma mais pura e encantadora possível, eu estava completamente rendida aos seus desejos.

-- Estou apaix...

Batidas na porta interromperam as palavras dela, assustando-nos, e infelizmente arrancando-nos do momento mágico que era nosso.

-- Senhorita Malvina?! Precisam da senhora na sala principal!

-- Quem precisa?

Malvina parecia irritada com a interrupção de Ana, e assim como eu, já havia se levantado do tapete recompondo-se rapidamente, e agora me ajudava a vestir-me novamente.

-- É o feitor Juvêncio senhora! Está atrás do senhor Leôncio, disse que é importante!

-- Eu já estou indo! Mande esperar.

Malvina apertou as amarras do meu espartilho, depositando suas mãos na minha cintura, colou o seu corpo as minhas costas, para então beijar meu pescoço na lateral, fazendo-me arrepiar.

-- Seria estranho se eu não fosse ao seu encontro! Sabe se lá o que aconteceu...

Assenti com um manear de cabeça, ainda que a contragosto.

-- Espere-me no jardim! Te encontro lá depois que tiver com esse patife do Juvêncio. Seja lá o que este traste quer, vou dispensá-lo logo.

Depois de depositar um segundo beijo desta vez em meu rosto, sinhá Malvina deixou o quarto e a mim, indo ter com o feitor a conversa que seu marido deveria ter, para ele aparecer ali na casa grande não deveria ser boa coisa, no entanto, nada quis dizer, afinal não era da minha conta os assuntos dos patrões.
Alegremente deixei a casa pela porta dos fundos, encaminhando-me para o jardim esperar por Malvina, mal sabia que esta não viria ao meu encontro como prometido.

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá! Agradeço a quem estiver acompanhando, gostaria muito de saber se estou respondendo as espectativas. Beijos e até breve.


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Comentários para 3 - Capitulo 3:
Vanderly
Vanderly

Em: 10/06/2020

Olá, tudo bem?

Olha, estou amando tua história.

Só não gostei da interrupção, estava ficando quente. Ai ai.

Beijos ❤️!

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