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Caroline por BrunahGoncalves e Brunah Goncalves

Ver comentários: 5

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Palavras: 3341
Acessos: 1348   |  Postado em: 06/06/2020

Vinte e Nove

|Você é muito especial;|

 

Caroline

 

 

 Fui levada para uma sala um pouco maior que a outra, mas quase absolutamente vazia. Havia apenas uma mesa e uma cadeira, ambos de madeira tingida de branco. O velho entrou na frente e eu, logo atrás. Éramos o tempo todo seguidos por dois seguranças e achei isso ridículo, pois me fazia sentir como uma prisioneira.

 Quando adentrei o local, olhei em volta e espantei-me, pois esperava um lugar erótico, com cama, cadeira erótica e outros múltiplos objetos sexuais. Mas, não... Só havia a mesa e a cadeira. Apenas. Pisquei três vezes para ter certeza de que estava vendo certo. E, sim, era exatamente o que eu via. 

 Pensei em questionar, mas fiquei quieta, só olhando o ambiente, tentando entender sozinha o que aconteceria ali.

“O que será que vai acontecer comigo?” — Mas, meus pensamentos logo foram cortados pela voz asquerosa do velho que fedia a perfume de granfino:

— É aqui que ficará instalada.

— Quê? — O olhei, espantada, pois realmente, não estava entendendo nada. — Aqui? Fazendo o quê?

— O que você quiser. Tem muito espaço para você fazer o que quiser durante três dias.

— Mas, e... e... Você... não queria? — Nem consegui pronunciar tamanho absurdo. Engoli em seco. — Não queria meu corpo?

— Sem mais perguntas, garota! Aproveite a estadia. Até mais.

 Eu estava tão confusa e assustada com tudo que não sabia nem o que perguntar, nem o que falar, não conseguia nem me mover direito. Fiquei parada onde estava, movi apenas o pescoço para olhar para o lado e ver o velho e seus capangas se afastarem a passos largos.

— Vai me deixar nessa sala vazia por três dias, é isso mesmo? — Não me responderam, nem sequer viraram-se para me olhar — É ISSO?! — gritei, mas ainda assim, eles não se viraram. — E... Nicolle, estará salva depois disso?

 Não obtive nenhuma resposta sequer, eles fecharam a porta de ferro atrás de si e me deixaram plantada ali, completamente perdida e sozinha.

Comecei a me mover sem rumo pela sala.

“Pelo menos não terei que trans*r com esse velho. Eu acho... Espero. Meu Deus, que merd* toda é essa? Me proteja, por favor. Proteja minha mulher.”

 

Não havia uma janela sequer, meu celular fora confiscado, era só eu, a mesa, a cadeira e as paredes.

 

“Será que vão me deixar aqui três dias sem ter notícias dela? Será que ele não vai mesmo tentar algo comigo? Eu nunca transei com homem... Tenho nojo só de pensar. Eu não aguentaria, vomitaria... Espero que ele não tente nada. Meu deus, me proteja!”

 Enquanto pensava, andava pela sala, à espera de algo; uma batida na porta que fosse, ou um papel enrolado com uma mensagem escrita... Imaginava que a qualquer momento o velho fosse entrar abrindo seu roupão, pedindo-me para masturbá-lo ou algo do tipo. Estava com medo, pois não sabia o que poderia acontecer, o que ele estava planejando, o que seria de mim... A expectativa me atormentava. 

 Cansei de andar e fui sentar-me na cadeira que parecia me fitar curiosa e piedosa. O silêncio no começo foi normal, mas depois passou a ser ensurdecedor. Conforme as horas foram passando, o cansaço foi me batendo forte, afinal, eu tinha virado a noite aguardando por notícias de Nicolle. Não havia comido, minha ansiedade não me deixara comer, o estômago já pedia socorro.

 

 Comecei a ficar tonta e sonolenta, adormeci ali mesmo, sentada na cadeira dura, com a cabeça apoiada nos braços que estavam sobre a mesa. Estava tão exausta... não aguentava nem raciocinar mais, então, logo depois, apaguei.

Tive alguns sonhos horríveis. O mais torturante foi:

O velho e o Bruno eram parceiros de crime, que estavam envolvidos no sequestro da minha mulher, que eram os próprios mandantes e que nos pegaram como vítimas para satisfazerem seus desejos sexuais.

Quis acordar do meu próprio pesadelo, de alguma forma eu estava consciente, mas presa no labirinto dentro de mim, assistindo todas as cenas de camarote, como espectadora e protagonista ao mesmo tempo.

Vi Nicolle toda machucada nos braços asquerosos de Bruno, seu então sequestrador, enquanto eu era molestada pelo velho de roupão. Estávamos os quatro na mesma sala branca em que fui trancada, mas diferente da realidade, no pesadelo haviam duas camas grandes, separadas por alguns metros, apenas. E eu estava com o velho em uma delas, enquanto minha mulher ocupava a outra com seu amigo da onça.

O velho abusava de mim dolorosamente, gem*ndo de forma asquerosa enquanto me penetrava. Queria fechar os olhos para tentar me transportar para outro lugar, para fugir daquilo de alguma forma, mas eu não queria e não conseguia fugir para lugar nenhum enquanto Nicolle ainda estava ali, do meu lado, sendo torturada também.

Por nenhum momento ela deixou de me fitar e eu retribuía o olhar para não deixá-la desamparada.

Foi horrível... Acordei completamente dolorida, como se realmente tivesse vivido aquela tortura fisicamente. Olhei para os lados e a sala estava do mesmo jeito que antes, só que um pouco menos iluminada. Tentei me erguer para sair da cadeira e ir até a porta, verificá-la, mas meu corpo não aguentou. Minha cabeça explodia e a fome fazia meu estômago gritar de dor.

Mesmo com dificuldade, cheguei até a porta e comecei a bater, na tentativa de chamar atenção e atrair alguém.

—Alguém pode me dizer por que estou trancada aqui? Alguém pode me dar qualquer informação sobre minha mulher?

“Já deve ser noite. Será que ela já está em casa, será que conseguiram resgatá-la?”  

— MERDA! — gritei, aflita. — Por favor... Eu só quero saber se ela está bem, se está segura.

Nada mais que isso me importava; nem minha fome, nem mesmo minha torturante dor de cabeça. Nem mesmo o tempo que eu passaria ali sem comer, nem mesmo a minha vida.

“Minha vida é ela.” — falava isso para o meu próprio corpo, na intenção de que ele entendesse que eu não cederia. Pois, se eu precisava de um grande motivo para não sucumbir, eu tinha. 

Fiquei com a cabeça encostada na porta de metal esperando por algo, por alguma resposta. Não aceitava o fato de aquilo tudo estar acontecendo, então eu necessitava de respostas. Mas como não obtive, voltei para a mesa, onde fiquei por mais alguns minutos sentada, tentando não pensar em absolutamente nada. Mas não pensar era simplesmente impossível, pois minha Nicolle sempre invadia meus pensamentos e era impossível afastar-me dela. Como nos afastar de um grande amor? E, além do mais, eu não queria afastar-me dela. Não podia. Era como se pensando, eu cuidasse.

 

 Meus glúteos já estavam doloridos, então saí da cadeira para me deitar no chão frio. Meus olhos já não tinham mais o que vasculhar naquele cômodo, então, depois de tanto pensar e pensar, novamente adormeci. 

Acordei de madrugada, despertava outra vez daquele sonho. Eu já não aguentava mais de fome. Estava com frio e atordoada; olhei para a grande porta, na vã esperança de que ela estivesse aberta, porém, não estava. Mas, vi algo diferente no chão, uma espécie de bandeja metálica com alguns recipientes sobre ela.

Levantei-me com dificuldade e fui até lá. Havia um copo com água e um pequeno pote com uma mistura que eu não consegui identificar. Fiquei reticente em pegar, apesar de querer muito, de necessitar. Hesitei, pois estava com medo. Medo de que estivesse envenenado. 

“E se essa porr* me matar?”

Decidi não comer.

— ESSA MERDA AQUI TEM VENENO? — gritei, mesmo sem muita energia.

Ninguém me respondia, o silêncio era absoluto.

— Eu não vou comer nada enquanto não tiver certeza de que ela foi resgatada e está a salvo.

Nada...

Fiquei sentada ali com a cabeça entre as pernas e os braços abraçando minhas canelas, até não aguentar mais, até meu corpo tombar e me colocar em posição fetal, tentando me proteger do frio e de todo o resto. Estava ficando muito frio e eu não sabia se era febre ou a temperatura do ambiente mesmo.

”Prefiro passar por isso. Seria mais torturante se eu tivesse trepando com aquele velho imundo. Prefiro morrer assim.”

 Meu corpo suplicava por água e comida. Olhei algumas vezes para a bandeja, mas resisti; não queria arriscar morrer ali tão facilmente. Precisava lutar mais.

Nessa resistência, apaguei outra vez, derrotada pelo meu corpo esgotado e faminto, com meu coração morrendo de saudade e preocupação. Não ter notícias dela era o que me doía mais.

 

“Nicolle, cadê você, caralh*?!”

 

 

Nicolle

 

 

Fiquei o tempo inteiro vendada. Me colocaram em um quarto com uma cama, mas havia uma mulher desconhecida o tempo inteiro comigo, impedindo-me de tirar a venda e de fazer qualquer outra coisa a não ser esperar. Mas eu temia, pois nem sequer sabia pelo que exatamente deveria esperar.

 Não me deram nenhuma informação desde o momento em que fui capturada e me puseram a venda nos olhos, apenas diziam-me que tudo ficaria bem, que era para eu ficar tranquila, que as coisas terminariam bem. Mas bem para quem?

No hotel, fui alimentada, aquecida e até penteada. A moça que estava comigo sempre me atendia, só não deixava que eu retirasse a venda e não me dava nenhuma das informações que eu pedia. Em momento algum me machucaram, não ousaram me amedrontar mais do que eu já estava amedrontada por estar ali.

 Acho que passei dois dias naquele quarto de hotel, preocupada com a minha vida, com Caroline e com minha família.

— Você pode me dizer se fizeram algo com ela, sabe alguma coisa de Caroline, sabe se ela também foi raptada, se está bem?

— Eu não sei de absolutamente nada, madame. Estou aqui para cuidar de você e impedir que tire a venda, só isso.

— Por favor, me diz algo... — supliquei, quase chorando.

— Sinto muito, se eu disser algo, serei morta. Não insista, senhorita, por favor.

— Que merd*! Eu prometo não falar nada para ninguém. Por favor? 

— Estamos sendo monitoradas.

— Que droga! Quem está fazendo isso comigo?

— Senhorita, por favor, se contenha! — ralhou, com sua voz grossa.

 Deitei na grande cama macia e fiquei encolhida, em posição fetal. Comecei a chorar enquanto divagava. Estava com medo de que tivessem feito algo com Caroline. Minha Carol... Meu furacão. A mulher que mexia com todos os meus sentimentos.

“Meu Deus, será que a pegaram também? Será que a estão tratando bem, como será que minha Caroline está? Por favor, a proteja.”

 Estava num estado que nem conseguia comer. Traziam-me comida e deixavam na mesa do quarto; um banquete recheado, com suco e tudo mais, mas só de olhar, meu estômago embrulhava. Eu estava extremamente preocupada e isso estava me impedindo de comer. Mas não estava preocupada comigo, estava preocupada com ela. A ideia de que alguém a estivesse machucando, me atormentava.

Já estava ali há dois dias, ainda sem saber o motivo do sequestro. Em um momento ínfimo consegui levantar a venda e olhar para a mulher, que estava encapuzada. Mas ela percebeu e ordenou que eu colocasse de volta, colocando a mão em uma arma que portava na cintura. 

— Meu olho está irritado, preciso coçar, lavar...

— Vá para o banheiro e resolva isso. Quando tiver que sair, me avisa.

— Ok.

Fiz o sugerido, fui ao banheiro e fiquei lá mais tempo do que o necessário. Lavei o rosto, sequei e depois sentei-me no vaso para refletir um pouco sobre tudo. O medo voltava, eu não tinha notícias de absolutamente nada e temia não conseguir sair dali tão cedo. Eu não sabia nem sequer o valor do resgate, sabia apenas que pediram um resgate.

"Mas e se não conseguirem pagar?" — pensava, enquanto a torneira da pia estava ligada molhando apenas as minhas mãos — "Merda! Será que pediram resgate para ela também? Quem pagaria o resgate dela? Meus pais fariam isso, mas será que conseguiriam?" — Esse último pensamento me fez ficar desesperada, fechar os olhos e chorar profundamente e silenciosamente. Eu precisava saber da minha namorada! Eu precisava de notícias dela ou acabaria enlouquecendo. Eu precisava sair dali o mais rápido possível.

 Por mais que eu tentasse manter a calma, tentasse cultivar pensamentos positivos, eu não conseguia... Os negativos se sobressaiam, infelizmente. Porque estava desesperada e não conseguia controlar nada. 

— Saia logo daí, senhorita!

— Est... Estou terminando. Só um instante.

— Anda logo! — disse, quase gritando.

 Saí do sanitário e voltei à cama, conduzida por ela, que segurava firme meu braço. Comecei a chorar quando deitei, meu coração estava absolutamente aflito, dolorido e disparado.

— Por favor, tenta saber algo dela e me fala. Por favor...

— Eu não sei de nada, criatura. Fica quieta aí e espera o próximo passo.  Para de chorar, ninguém está te machucando.

As lágrimas saíram desvairadas, eu já não suportava ficar deitada ali com aquela venda impedindo minha visão, sentia-me sufocada. Meu nariz escorria e eu abraçava o travesseiro, enfiando meu rosto nele, para abafar o choro. Vários pensamentos rondando em minha mente inquieta. Fiquei nesse estado por horas, deitada na mesma posição, até quase adormecer... Quando, de repente, chamaram por meu nome:

— Nicolle — A voz soou e por um momento pensei estar delirando. —, vim buscá-la.

— Bruno?

— Sim, meu amor. Sou eu.

Retirei a venda no mesmo instante e o vi se aproximar com um sorriso no rosto. Parou na minha frente e eu levantei para abraçá-lo.

— Calma, está tudo bem agora.

— Bruno, e a Caroline? Minha Carol, onde ela está, como ela está?

— Caroline está bem — disse, tomando meu rosto com as duas mãos, sem tirar o sorriso da face. Mas aquilo me assustou.

— Onde ela está? — questionei, o encarando, séria.

Ele revirou os olhos antes de dizer:

— Nicolle, Nicolle... Por que você tem que amar tanto essa garota, hem?

— Porque sim!

— O que viu nela?

— Tudo. Cadê ela, Bruno?

 Ele novamente segurou meu rosto com as duas mãos e beijou a minha testa, antes de dizer:

— Chega de perguntas! Vamos sair daqui, precisamos ir.

— Ir para onde, para casa?

— Te explico no caminho. Precisamos ser rápidos.

 

†

 

 Bruno não me disse nada esclarecedor durante o caminho, por mais que eu insistisse. Pediu para que eu ficasse quieta, que confiasse nele, prometendo que tudo ficaria bem, que tudo já estava bem. Porém, algo em mim não confiava muito nele naquele momento, depois de mais de dez anos de amizade, pela primeira vez, eu sentia certa desconfiança do meu melhor amigo.

 

— Que lugar é esse, o que viemos fazer aqui? — questionei ao entrarmos na mansão. Era a maior mansão da cidade e eu não conhecia ninguém que entrava ali. Conhecia de longe, seu proprietário, que era um dos apoiadores de minhas pesquisas.

— Fica fria. Já, já você vai saber. Prometo.

 

 Fiquei quieta enquanto o carro percorria o imenso, gigantesco e majestoso jardim. Eu só não fiquei absolutamente maravilhada com o que via, porque, obviamente, estava preocupada com Caroline e era esse o meu maior foco. Todas as belezas do mundo ficam ofuscadas quando estamos distantes do amor. Portanto, aquele maravilhoso jardim, não me pareceu tão maravilhoso assim. Era apenas um detalhe insignificante da história. 

— Que jardim incrível, não? Você ama flores, aqui tem várias elas.

— Uhum... Lindo.

— Não está feliz por estar rodeada de flores?

— A única flor que eu quero ver agora é a Caroline. Onde ela está, por que você não me diz nada? — ralhei, pois temia o pior. Sentia uma pontada aguda no peito e temia pela vida da minha namorada.

— Eu prometo que direi, Nicolle. Só espera entrarmos.

 

 Ao descermos do carro, fomos recebidos pelo proprietário da mansão, vestindo um roupão azul marinho. Estendeu a mão para um cumprimento e eu a apertei. Não estava entendendo nada, mas estava sem forças para questionar mais, então esperei para ver até onde aquilo iria me levar.

 Levou-me a um corredor gigantesco. O velho e dois seguranças nos guiavam. Bruno me conduzia com o braço envolvendo minha cintura. Para cortar o silêncio, ele falou, dirigindo a fala ao velho de roupão.

— E aí, deu muito trabalho?? — questionou meu amigo.

— Menos do que imaginei que daria. Gritou nas primeiras horas, mas depois calou-se.

— Ótimo.

Eu estava na expectativa, sendo guiada pela mão do meu amigo na minha cintura. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas decidi confiar nele, por mais que uma parte em mim estivesse desconfiada e amedrontada.

Caminhamos por alguns instantes que pareceram intermináveis.

O velho abriu uma enorme porta de ferro e o que eu vi naquele cômodo foi assustador... Caroline, minha Carol, jogada no chão, em um quarto pouco iluminado, em um estado que me fez quase desfalecer.

— Meu Deus! — Levei a mão à boca — O que fizeram com ela? — questionei, olhando para Bruno, mas nem esperei pela resposta, fui imediatamente ao seu encontro, correndo.

 

 

Caroline

 

 

 Eu estava quase inconsciente, tinha vomitado duas vezes após tentar comer a gororoba que me deram e tomar a água com gosto de velha. Não sei exatamente se foi uma crise de pânico ou se a comida estava estragada ou de alguma forma envenenada, só sei que passei bem mal e coloquei o pouco que consegui comer, para fora. E já estava bastante fraca, então só esperava e implorava para que meu corpo desistisse e desfalecesse.

“Nicolle, meu amor, espero que você fique bem. Eu queria muito te reencontrar, mas acho que não sairei daqui. E não aguento mais, meu amor... Eu estou exausta. Se eu for, gostaria que soubesse que tentei, dei meu melhor. Eu ainda estou tentando, mas acho que não irei conseguir. Eu te amo, minha vida.” — pensei, como se estivesse escrevendo uma carta que chegaria até ela.

 

Já estava entregando-me ao apagão da minha inconsciência, encolhida no chão gelado, em posição fetal, abraçando-me, quando a porta se abriu bruscamente, deixando a luz entrar e quase me cegar. Algumas pessoas estavam paradas ali, mas eu não as reconheci de imediato. Fiquei olhando, tentando entender. Por um momento pensei que havia morrido e aquela luz era a luz do céu. E as pessoas ali paradas, eram os anjos que foram até mim, para me buscar.

— Pai, mamãe...? — tentei falar, mas a voz quase não saiu.

Consegui enxergar uma mulher em meio aos homens. Pensei que fosse minha mãe e sorri... Chorei, sentindo um alívio gigantesco por estar prestes a abraçá-la. Como eu queria aquele abraço!

— Eu te amo muito, mamãe...

 Mas quando sua voz soou, entendi do que se tratava... Não era a minha querida e amada mãe, mas sim, minha amada Nicolle.

 Ela correu ao meu encontro e jogou-se no chão para me amparar. Colocou as duas mãos sob meu rosto e o examinou com cuidado. Olhou meu corpo e meus pulsos para saber se havia algum machucado recente. Depois me abraçou, erguendo minha cabeça e colocando metade do meu corpo em seu colo. Beijava-me a cabeça. Eu sorria da maneira que conseguia.

— O que fizeram com você, meu amor?

— Amor... — sussurrei, com dificuldade. Tossi.

— Calma, vai ficar tudo bem, tá bom? Eu estou aqui. Calma, meu amor.

 Só consegui sacudir a cabeça afirmativamente, pois não restavam forças para falar mais nada. Porém, eu estava feliz por ela estar ali.

— Ela está bem, só está fraca. É mais resistente do que eu imaginei que fosse — Ouvi Bruno dizer, aquele sacana.

 Olhava o rosto da minha mulher, seus lábios tremendo enquanto algumas lágrimas escapavam. Ergui minha mão e as enxuguei. Ela segurou minha mão e a beijou, antes de gritar:

— O QUE FIZERAM COM ELA? — ralhou, sem nenhum pudor, para o bando de imbecis ainda parados à porta.

 Não ouvi mais nada, pois meu corpo não aguentou. Eu finalmente apaguei.

Fim do capítulo


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Comentários para 30 - Vinte e Nove:
Gzinho S
Gzinho S

Em: 15/04/2023

Autora!!! Publica o final!!! Pls!!

Responder

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Shirley
Shirley

Em: 04/11/2022

Como assim? Acabou? Deveria ter dito que a estória estava finalizada, mas não tinha fim. Decepcionada!!!

Responder

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ACLV
ACLV

Em: 19/10/2021

Como assim? Finalizada sem

realmente ter um final?????... ansiosa para saber o desfecho desse romance..

Responder

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rhina
rhina

Em: 20/08/2020

 

E fim.

Rhina

Responder

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kasvattaja Forty-Nine
kasvattaja Forty-Nine

Em: 07/06/2020

Ola! Tudo bem?

 

Muitos mistérios em nossa história. Confesso que ás vezes nos perdemos por entre eles e com toda certeza tem mais. Quando achamos que uma coisa está se explicando em outro momento já não esta mais. Confessamos estar um pouco sem rumo no desenrolar da história. Mas confiamos na Autora.

 

É isso

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