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Nas Entrelinhas de uma Mulher por Jubileu

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Palavras: 1172
Acessos: 687   |  Postado em: 28/05/2020

Capitulo 29

Deixei Ive no apartamento dela e fui direto para o escritório, logo depois de termos tomado o café. Soube que Sartori ainda não havia chegado de viagem e recebi instruções de Eduarda, inclusive sobre algumas novidades, enquanto me mantive afastada, em relação ao novo projeto. Eu já poderia dar andamento. Dei uma última olhada na minha sala e tranquei a porta entregando a chave para a Eduarda. Passei pela porta da sala do meu pai e algo me passou pela cabeça. Será que ele guardaria alguma coisa em uma de suas gavetas? Lembrava-me de algumas fotos dele e minhas sobre a sua mesa e na estante de livros. Eu precisava averiguar em um dia em que meu pai estivesse aqui.

Passei pelo hall de entrada e pela porta giratória já colocando os meus óculos escuros.

Estava curiosa para ver a marcação do projeto no canteiro de obras. Entrei no carro e dei a partida observando o retrovisor. Estacionei do outro lado da rua e desci acionando o alarme.

Como todo o começo de obra era uma agitação enorme e eu adorava. Entrei pela porta lateral e olhei ao redor. Reconheci um dos engenheiros e alguns dos nossos trabalhadores.

- Merda! - praguejei.

Rui estava encostado em um tapume conversando com um rapaz que eu não reconheci e não me viu.

De repente o paisagista veio falar comigo o que chamou a sua atenção. Na mesma hora deixou o rapaz falando sozinho e também veio até mim.

- Srta como vai! - sorriu e estendeu a mão para me cumprimentar.

- Oi Henry tudo bem e com você?

- Que belo projeto! Estamos todos ansiosos!

- Obrigada eu também... – sorri.

- Sumida resolveu dar o ar da graça? - disse em tom de deboche.

- Sim... engraçadinho...

E Henry olhou para mim e depois para Rui.

- É sempre um prazer trabalhar com você Giulia. Então... até o coquetel na quarta, quero te apresentar um pessoal da pesada. Mentes inovadoras!

- Que ótimo, será um prazer conhecê-los!

- Posso pegar você... - Rui se meteu.

- Não obrigada.

- Se me dão licença, preciso conversar com os engenheiros. - e dei a volta nos calcanhares.

Sem mais nenhuma palavra, dei as costas para Rui saindo de perto e ele me agarrou pelo braço.

- Olha realmente não estou entendendo esse distanciamento seu. Não tem porque isso agora.

- Por favor, me largue não quero falar com você. - e continuei de costas para ele.

- Mas eu quero e você vai me ouvir...

- Ah vou? - e puxei meu braço olhando para ele e caminhando em direção de onde estavam os engenheiros.

 

Rui não fez nada para me impedir desta vez, se afastando e voltou a conversar com o mesmo rapaz de antes. Cumprimentei e troquei umas duas palavras com os engenheiros e sai. Olhei para ver se os dois ainda conversavam, mas não os vi mais. Sai por outro portão e atravessei a rua correndo. Tive que andar mais um pouco para chegar até o carro. Quando fechei a porta senti um alívio enorme. Eu estava começando a sentir um pavor crescente dentro do meu peito. Sentia algo de ruim quando o Rui estava por perto. Aquele olhar atravessando o meu, parecia ter ódio. Liguei para Ive e quis saber se ela almoçaria comigo, pois ainda precisava comprar algumas coisas no mercado. Havíamos marcado em torno de 12h00min no bar e que eu não precisaria me preocupar com nada.

Comprei um botão de rosa vermelha para Ive e estacionei diante do bar quinze minutos antes do horário combinado. Uma das portas de madeira estava aberta e uma música ecoava por todos os cantos. Subi as escadas procurando por Ive, mas também não estava ali e meu celular tocou.

- Onde você está? – disse olhando para uma das câmeras de segurança.

E desci as escadas me dirigindo para o escritório dela. A porta estava meio aberta e bati antes de entrar.

Ive estava sentada na beirada da mesa conversando com três rapazes e pelo estado da roupa deduzi serem carpinteiros. Esperei que ela terminasse de falar com eles.

- Então está combinado, qualquer dúvida que vocês tiverem...

- Certo Srta.

E saíram pela porta, fechando em seguida.

- Um tesão te ver assim trabalhando. - sorri.

- Mesmo? – sorriu me enlaçando pela cintura e descendo as mãos na minha bunda.

Mordi os lábios olhando dentro dos seus olhos e nos beijamos colando nossos corpos.

- Gostosa... - disse contra seus lábios.

- Você Giulia... você me faz perder a cabeça... – disse passando a mão entre as minhas pernas e acariciando, apertando.

- Ai... você me deixa com muito tesão. – sussurrei.

- Delicia, queria te beber, hum... minha boca enche de água.

E alguém bateu na porta.

- Puts – sorri abotoando a camisa e fechando o zíper.

Ive saltou da mesa abrindo um vão da porta e conversou com alguém.

- Desculpe. Isso aqui está movimentado hoje.

- Eu sei... depois continuamos. – sorri.

- À noite... – ela piscou.

- À tarde tenho que ir para a obra. Está muito corrido.

- Cabeça estourando... – disse colocando a mão na testa.

- Quer tomar algo para dor? Como foi lá na obra?

- Tudo na santa paz, não precisa. Tudo se encaminhando bem.

- E o Rui?

- Estava lá, discutimos como sempre.

- Algo que eu possa fazer?

- Não se envolva. Quero que fique longe dele. Por favor...

- Tudo bem, como quiser. Vamos almoçar que deve estar faminta.

- Para você. - e estendi a rosa.

- Que linda!

E ela me abraçou.

 

Subimos a escada para o segundo piso e uma mesa estava devidamente arrumada com dois pratos, talheres, guardanapos, copos e taças. Estava coberta por uma toalha de linho na cor bege. Ive colocou o botão dentro de um solitário arrumando-o no centro da mesa. Sentei-me ao seu lado e comemos em silêncio. Acabava de beber o último gole de tônica e olhei para Ive:

- Quero que você vá ao coquetel comigo.

- Quando será? – disse bebendo um gole de suco.

- Nessa quarta... - Rui vai estar lá com certeza.

- Esse cara é um babaca, não vou esquentar com ele.

- Nem me fale... - e segurei a sua mão.

- Quer mesmo que eu vá? Isso não vai te acarretar problemas?

- Quero sim. Vou te apresentar para o meu pai. Nenhum problema.

- Vem aqui só um pouquinho.

E Ive me puxou para o seu colo com um sorriso.

- Parece promissor... – Se você quiser ir para o meu apartamento. Aqui está.  - e me deu um cartão dela com a senha da porta, anotada.

- Sério? – sorri, olhando para o cartão.

- Claro, vá quando quiser, mesmo que eu não esteja lá.

- Combinado.

Acabamos de almoçar e me despedi dela. Ela precisava ir para a obra e eu precisava me encontrar com alguém antes de voltar para casa.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 29 - Capitulo 29:
thays_
thays_

Em: 30/05/2020

Se eu fosse a Ive, não sei se ia conseguir ficar sem fazer nada vendo o Rui sendo tão insuportável.

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