Capitulo 28
Ive estava sentada no meu colo e eu fazia alguns cálculos para o novo projeto. Revisava a planta baixa no notebook e Ian imprimia alguns papéis.
- Não falta nada aqui? Ive verificava erros de cálculos ou outras questões técnicas, como no caso de instalações hidráulicas e elétricas.
- O que você acha?
- Está ótimo, você é bem detalhista, isso é muito importante.
- Que isso meninas hoje é domingo! E por falar nisso por onde andaram vocês duas ontem à noite?
Olhei para Ive sem saber o que dizer.
- É...
- Já entendi Ive. – Que tal um churrasco e caipirinha para hoje?
- Seria ótimo! Giulia marque aqui e aqui. - Ive apontou com o lápis.
- Ian quer ajuda? Ive disse olhando para ele desta vez.
E abracei Ive pela cintura.
- Obrigado, não será preciso, mas larguem isso! Não é dia para trabalhar. Quero as duas se divertindo. Tentem esquecer o mundo lá fora só por um dia. Larguem esses cálculos! - e fechou o meu notebook.
- Ian! Por favor! É importante!
- Estou esperando vocês na piscina.
E saiu.
- Onde você esteve mocinha? – sorri.
Dei uma mordida no pescoço de Ive...
- Ah... - gem*u tentando escapar. – Nem te conto... - respondeu com um suspiro, depois sorriu.
- Desculpa... Não resisti!
Subimos para o quarto e trocamos de roupa. Havia desligado o celular há dois dias e estava praticamente isolada de tudo. Rui a essa altura deveria estar partindo tijolos com os dentes de tanta raiva pelo meu sumiço. Há uma semana não cruzava seu caminho e muito menos falava com ele. Com certeza voltaria repleta de novidades.
- Adorei conhecê-los Ive. Em nenhum momento o nosso relacionamento foi questionado. Realmente me deixaram muito a vontade.
- Nunca tive problemas com as minhas escolhas, até meus pais aceitaram bem quando conversei com eles.
- Amei esse final de semana com vocês. Eu me sinto segura ao seu lado.
Sentamos ao lado de Belinda e Mattia brincava com Ian dentro da piscina.
- Giulia, quer beber algo? - disse Ive servindo um pouco de vodca.
- Whisky e gelo, por favor.
Retirei o short e mergulhei na piscina. Nadei de uma ponta a outra e sai me enrolando na toalha. Ive estava com meu copo na mão e veio se sentar ao meu lado. Ian entregou o menino para Belinda e olhou na nossa direção.
- Vem Ive, ganhei da última vez se lembra? - e se posicionou na cabeceira da piscina.
- Vai perder hoje Ian... - e encaminhou-se para lá.
Ive soltou o cabelo e confesso: Ela estava linda.
- Belinda! Ian gritou.
- Prontos? - ela gritou posicionando dois dedos nos lábios para assobiar.
E os dois balançaram a cabeça que sim. No mesmo instante um assobio estridente envolveu o silêncio.
Saltaram para dentro da piscina ao mesmo tempo, mas Ian ficou na frente. Sorria ao ver a disposição dos dois. Ive virava a cabeça procurando o irmão. Vendo que ficava para trás aumentou a velocidade. Foram e voltaram duas vezes e Ian parou segurando a borda da piscina.
- Estou ficando velho só pode!
- Como assim? - Ive gritou. - Esta me chamando de velha?
Soltei uma gargalhada.
Ive saiu da piscina e sentou-se ao meu lado pegando o copo com whisky da minha mão e bebendo um gole. Contaram histórias da época de faculdade e como se conheceram. Demos boas risadas.
Decidimos voltar para casa no finalzinho da tarde.
Seria uma semana empolgante e exaustiva.
****
Acabei por adormecer no sofá e só acordei com o barulho do chuveiro. Espreguicei-me ainda com os olhos fechados. Estava coberta por um lençol de seda branco. Estava completamente nua e saciada. Não fazia a mínima idéia de quantas horas eram. Ouvi a porta do Box se abrir e fechar em seguida. Daí alguns minutos Ive passou por mim enrolada em uma toalha e sorriu.
- Oi... - e me beijou. - Desculpa te acordar.
- Não precisa se desculpar...
- Andei fazendo alguns cálculos. Seu projeto está perfeito. - sorriu.
- Podemos trabalhar juntas? – sorri.
- E o Rui...
- Não vejo problemas, agora meu escritório está perto de mim, você tem o seu...
- Não gosto dele Giulia. – disse secando os cabelos.
- Eu sei. Ele e Sartori que se entendam!
- Vou colocar um robe só um segundo.
E a acompanhei olhando para o seu corpo nu, mordendo os lábios.
Apoiei a cabeça no encosto do sofá e pensei na Mel. Depois nas palavras da Margot. Eu precisa voltar a falar com ela com mais calma, mas não queria dizer para Ive, ainda não. E tão pouco deveria esconder isso dela. Porque não seria justo. Mas naquele momento só uma pessoa poderia me ajudar com isso. Ligaria mais tarde para a Monize e conversaria com ela a respeito.
- Quantas horas são? – disse olhando para fora e ainda estava escuro.
Ive voltava dos quarto e sentava ao meu lado.
- Quase meia noite. – disse olhando para o relógio de pulso.
- Em que está pensando?
- Vou fazer uma linha do tempo do meu passado.
- Pode fazer isso no seu escritório.
- É uma boa idéia! – sorri. Na parede ao lado da escrivaninha.
- Você tem alguma carta, fotos, certidões de nascimento, isso tudo vai ajudar muito!
- Espere! – sorri me enrolando no lençol indo em direção do quarto.
Subi na banqueta e passei a mão na parte de cima do guarda-roupa. Lembrava-me de ter deixado uma caixa ali, com algumas fotos antigas. Voltei minutos depois para a sala.
- Não sei se isso ajuda muito, mas sei onde encontrar coisas de que realmente preciso.
- Isso está ficando interessante. – sorriu olhando para mim.
- Vai pegar fogo você vai ver.
- Quem é? Se parece com você. Sua mãe?
- Sim. É o único retrato que tenho dela.
- Que linda!
E Ive se aproximou olhando a foto com mais atenção.
- Quer me dizer alguma coisa Ive? – disse olhando para ela.
- Essa foto não é a original.
- Hum, você tem razão, ela está cortada?
- É o que me parece, tem alguém ao lado dela, olha!
- Sim. – sorri. Queria tê-la conhecido.
- Ela não está viva?
Olhei para Ive já não tendo mais certeza de nada.
- Meu pai me disse que ela morreu assim que eu nasci.
- Já imaginou na possibilidade dela ainda estar viva?
- Nunca tinha pensado nessa possibilidade.
- Ninguém pode saber disso Giulia.
- Sempre tenho uma sensação ruim quando mexo no meu passado.
- Logo saberemos.
Olhei para dentro da caixa e procurei mais alguma coisa que poderia responder mais algumas de minhas perguntas, mas era tudo muito atual.
- Puts – disse olhando para a pilha de caixas no canto da sala.
Ive sorriu e me estendeu a mão.
- Vem fazer amor comigo, amanhã será um novo dia.
- Um longo novo dia. – sorri para ela e fomos para o quarto de mãos dadas.
Fim do capítulo
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