Oiiii! Voltei...
Espero que estejam todos bem e se cuidando e cuidando de suas famílias!
Fiquem bem e em casa, se puderem.
Logo isso vai passar! Fé 🤞
Quem quiser ouvir a música, o link está nas notas finais.
Ela entra logo no início, no momento em que a Diana está refletindo.
Boa leitura!
Em Cinzas
Chovia. Uma garoa que trazia uma brisa fresca em meu rosto. Acomodada em uma poltrona na parte coberta do deck, eu olhava o mar lá de cima. Tudo era escuro. A terceira taça de vinho se esvaziava lentamente em minhas mãos. Meus pensamentos iam tão longe quanto o horizonte pudesse alcançar. E o aperto em meu peito nunca mais foi embora, desde aquela noite, quando ela foi.
Eu nunca iria me esquecer daquela imagem, o fogo consumindo tudo o que era possível em seu alcance. A minha vida virando cinzas ali, diante dos meus olhos. Assim como o que eu via queimando, detalhes viraram fumaça em minha mente. Não me recordava como havia chegado ao incêndio e nem como tinha voltado para casa. Tudo era um borrão de dor e tristeza.
Pouco mais de um mês havia se passado desde a tragédia, mas tanto tinha mudado que pareciam anos. Eduardo andava um pouco debilitado por conta do tratamento, mas tentava aparentar estar bem. Justine, ao fim de suas férias, retornou à Paris. Por sua vontade teria ficado mais tempo para me apoiar, mas eu não permiti. Não seria justo que ela pausasse a sua vida por conta da minha. O restaurante seguia lentamente, bem lentamente em sua recuperação. Papai solicitou o adiamento das obras, por razões que não quis me contar. Sim, era ele quem estava me ajudando a reconstruir, uma vez que o seguro não seria suficiente para cobrir e refazer um restaurante do zero.
Madame La Roux, mamãe, decidiu vir ficar em casa comigo por uns tempos, dizendo que eu precisava de apoio. Naquele momento eu não tive nada a dizer sobre e, sinceramente, depois também não tive o que falar. Não tive forças para questionar e nem me interessava o fazer. Haviam situações maiores me consumindo a mente.
E por fim, todos os meus pensamentos retornavam a ela. Sempre ela. Valentina estava desaparecida desde a noite do incêndio. Sumiu como fumaça, sem deixar rastros e nem telefone. Por semanas eu não pude entender as razões, nada fazia sentido, até que as investigações começaram a dar resultados. O ato foi criminoso e a polícia não demorou para encontrar o culpado. Nada teria me deixado mais feliz naquele dia, até o momento em que tive acesso ao seu depoimento. Acusações infundadas, pensei. Porém, as provas foram aparecendo e as minhas esperanças diminuindo.
João Guilherme tinha 20 e poucos anos. Boa aparência, família tradicional na cidade. Os pais na sala de espera do Departamento de Polícia pareciam aflitos, mas não surpresos. Aparentemente o rapaz não tinha um histórico louvável. Ao ser chamado para depor, permaneceu frio e pouco preocupado:
— O senhor teve alguma motivação para cometer esse ato? — perguntou a Delegada — Por que razão ateou fogo no restaurante da Srta. Diana?
— Porque ela me pediu. — o jovem respondeu com cinismo no olhar.
— Ela quem? Pode ser mais específico? — continuou a autoridade na sala.
— A minha musa inspiradora, — ele respondeu — o amor da minha vida, Valentina! — seus olhos exalavam paixão.
Naquele momento eu me tremi na cadeira. O coração palpitou, um suor frio me atingiu a espinha.
Momentos mais tarde, em conversa a sós com a Delegada, ela me explicou melhor a situação.
— Este rapaz é problemático, não é a primeira vez que está em apuros, principalmente por uso e tráfico de entorpecentes. Mas nunca fora indiciado por algo tão grave. Ao que parece ele foi seduzido por essa tal Valentina e incitado, desafiado, a causar um incêndio no seu restaurante, Srta. Diana.
— Mas… — eu estava em choque — Por qual razão?
— Ele não tem colaborado muito com os depoimentos. Sempre repetindo a mesma coisa, que fez por amor. Os seus advogados estão acompanhando de perto, dificultando um pouco as coisas. Claramente esse crime não foi passional, mas precisamos agora encontrar essa Valentina para esclarecermos melhor o caso.
— Valentina… — eu repeti sem pensar direito.
— Isso. — ela disse puxando um cartão de dentro de sua gaveta — Valentina Viegas. Esse é um cartão em nome dela que encontramos na casa do acusado. Aparentemente Valentina é uma garota de programa, acompanhante de luxo. A Srta. conhece ou já ouviu falar?
Aqueles foram os segundos mais longos da minha vida. Eu mal conseguia conter as lágrimas, trêmula, de frente para a Delegada, que parecia avaliar cada movimento meu. Peguei o cartão, analisando-o com cuidado, me recordando do momento em que vi aquelas letras sinuosas em vermelho pela primeira vez.
— Não. Eu não a conheço.
Respondi por fim.
O vento gélido assoprou o meu corpo. Estava esfriando à medida que entardecia. Ao lado da garrafa quase vazia, mirei a rosa desbotada que deixei sobre a mesinha de apoio. Ainda tinha o perfume dela. Me servi do último gole, imaginando quantas vezes estive ali naquele deck nos últimos tempos, me lembrando das vezes em que estive.
O beijo de Valentina tocou os meus lábios em uma memória dolorosa.
— Eu deveria te odiar agora. — me lamentei num sibilo amargo.
Durante o período em que o restaurante esteve fechado demorei para me adaptar à nova rotina, que basicamente era não ter rotina. Desde sempre tive horários rigorosos com os meus compromissos e fazia muito tempo, tempo demais, que o meu cotidiano girava em torno dos cuidados de um restaurante.
Passei a perder os meus dias em reuniões com o contador, gerente e funcionários, tentando amenizar as perdas e consequências desgastantes que o incêndio trouxe. Além de tentar acompanhar as investigações, que por sinal não avançaram muito desde que eu soube da principal suspeita.
Por sorte, ninguém fazia ideia de quem era Valentina, exceto papai, que também ficou demasiado surpreso com a revelação, porém muito cauteloso com a minha reação, entendendo imediatamente que eu preferia manter aquilo em segredo, mesmo deixando muito claro que não concordava. Por outro lado, estranharam o sumiço da Isis, a minha acompanhante de noivas, justo quando eu estava retomando os preparativos para o casamento com o Eduardo. Mamãe, por sua vez, não pareceu fazer muita questão e garantiu que a organização ficaria a cargo de uma excelente empresa de sua própria indicação.
— Diana, filha, você já decidiu entre aqueles novos vestidos que lhe mostrei?
À mesa do café da manhã, madame La Roux me questionava, alertando para a aproximação da data da cerimônia, no início de janeiro.
— Ainda não tive tempo, mãe. E não vejo razão, sinceramente, para mudar o vestido escolhido na primeira vez. — confessei relutante.
— Aquele vestido já está ultrapassado e pior, dá azar! — ela respondeu com muita naturalidade.
— O Eduardo sequer chegou a vê-lo, mamãe. — lamentei enquanto terminava o meu iogurte.
— Não importa. Vamos escolher um novo, é um novo momento agora. É o melhor a se fazer, Diana. — disse convincente — Além do mais, aquela sua amiga, acompanhante, não entendia nada de casamentos, pelo que pude ver. Não posso imaginar como trabalhava nesse ramo.
Os seus olhos eram curiosos, me espiando ao tocar no assunto, como se quisesse saber algo a respeito. Porém, fingi que não ouvi e realmente não tinha interesse em abordar aquela conversa, muito menos com a minha mãe.
Mas ela insistiu:
— Por falar nela, tem notícias da Isis, filha? Vocês andavam tão… Unidas. — disse cautelosa com as palavas — De repente não a vejo mais com ela.
— Não, eu não sei. — respondi, já me irritando com aquela insistência.
— Entendo…
Estranhamente ela pareceu satisfeita com a minha resposta vaga, que em outras situações certamente seria questionada.
— Enfim, precisamos agilizar os preparativos, logo chega o Natal, em seguida o ano novo e daí até o seu casamento será um piscar de olhos.
— Acho que sim.
Eu não queria mesmo ter aquela conversa àquela hora da manhã.
— Veja só!
De repente mamãe disse surpresa, folheando uma revista de noivas em minha frente, ela começou a ler:
— O casamento de luxo nas Ilhas Maldivas entre empresária norte-americana e sua noiva… Evellyn Campbell e Camila Clarke.
Parei para observá-la, curiosa sobre a sua reação.
— “Sra. e Sra. Clarke Campbell tiveram uma linda cerimônia nas belíssimas ilhas Maldivas. O cenário paradisíaco foi palco da linda história de amor entre as noivas. Fontes apontaram que a empresária do ramo publicitário, Evellyn Campbell, preparou uma grande surpresa para sua noiva, Camila Clarke, organizando a cerimônia e levando todos os familiares e amigos em uma viagem com tudo pago para as ilhas.” Humm, atenciosa! E muito rica, certamente. — mamãe acrescentou ao me olhar e continuou — “Após viverem uma bonita história de amor, que quase terminou em tragédia, por fim elas estreitaram os laços, firmando a sua união à beira da praia em uma linda tarde ensolarada nas Maldivas.” Tragédia? — perguntou-se curiosa — Parece que foi um casamento lindo mesmo, veja Diana. — disse virando a revista para me mostrar.
— Sim, parece que foi muito bonito mesmo. — comentei ainda um pouco surpresa com os comentários de Madame La Roux.
— Olha que lindas as noivas, que belos vestidos! É claro que um casamento na praia não me parece o mais adequado, me remete a um leve desleixo. Porém, a decoração ficou belíssima, admito.
— Sim… lindo mesmo!
Realmente foi uma reação inesperada vindo de minha mãe. Ela de fato andava meio esquisita ultimamente, mas eu não tinha mesmo muito interesse em entender as singularidades de Madame La Roux naquele momento.
Naquela manhã eu saí para uma reunião com o contador para analisar a situação do restaurante. Os compromissos não se evaporaram, infelizmente, tal qual as cinzas que se foram no incêndio. Após uma longa conversa e resoluções não muito agradáveis financeiramente para mim, saí do escritório do contador e resolvi caminhar pela cidade. Talvez um café me faria bem.
Andando pela calçada da rua movimentada, naquele dia agradável de verão em meados de dezembro, pensando distraidamente na vida, de repente senti alguém esbarrar em mim num solavanco.
— Oh! Me desculpe, moça. Perdão. — a jovem que me acertou disse num susto.
— Tudo bem. — respondi calmamente.
Nos encaramos por alguns segundos, imagino que com a mesma impressão.
— Eu te conheço de algum lugar. — constatei.
— Sim. — a jovem de cabelos escuros concordou — Vivi, Viviane. Não se lembra de mim?
A analisei firmemente e me dei conta no mesmo momento.
— Ah, sim, claro! Vivi, você é amiga da… Valentina.
Uma sensação esquisita me atingiu.
— Isso! Eu mesma. — o seu sorriso mudou de repente — Eu mudei o cabelo, talvez por isso não tenha me reconhecido.
— É claro! Então, como você está, Vivi? Nunca mais a vi. — perguntei.
— Ah… algumas preocupações ultimamente, digamos. — ela sorriu levemente sem jeito — Mas estou bem, obrigada. E você?
— Muitas preocupações no momento, mas bem. — afirmei num sorriso pesaroso.
— Entendo.
Depois de algum tempo de um silêncio estranho, a vi se preparar para uma despedida e foi quando tive uma ideia repentina e arriscada.
— Vivi, você gostaria de tomar um café comigo?
— Agora? — ela parecia surpresa.
— Sim, se você não estiver muito ocupada, é claro.
— Ah, tudo bem. Vamos sim.
A caminho da cafeteria mais próxima, eu já não tinha certeza se aquela tinha sido uma boa ideia.
É claro que mesmo se ela soubesse onde a Valentina estava, não iria me dizer…
Nos acomodamos numa mesa ao canto, no lugar mais calmo do ambiente. Era agradável e parecia bom, ainda que eu nunca houvesse estado ali antes. Toda a decoração em tons claros, em sua maioria branco e rosado.
Logo pedi um café gelado, no auge do verão me pareceu mais apropriado.
— Para mim um café simples e puro, sem açúcar, por favor. — Vivi pediu.
— E então… — falei sem saber ao certo por onde começar — Você tem… tem visto a Valentina?
De repente me vi analisando a Vivi minuciosamente, como se eu estivesse tentando desvendar algo que me ajudasse a saber mais do que ela me diria. Estranhamente me atentei ao fato de que Vivi não aparentava ter o mesmo padrão de vida de sua amiga. Ela parecia bem vestida e muito educada, mas com toda certeza não tinha a mesma finesse que Valentina tinha com os seus trejeitos à mesa, o modo de se portar suave e ao mesmo tempo imponente, a maneira de falar, por vezes sofisticada e polida. Uma classe natural que não se pode forçar. Valentina era específica e impetuosa e Vivi não se parecia em nada.
Subitamente me senti mal por comparar as duas daquela maneira, o que de fato não interferiria em nada em sua amizade. Certamente teriam origens e experiências muito diferentes.
— Não. — seus olhos desviaram de mim ao responder — Eu também não sei dela.
— Entendo. — concordei sem acreditar muito em Viviane.
Os cafés chegaram e alguns segundos de distração talvez tenham feito ela pensar melhor no que me dizer.
— Olha, Diana, me desculpe, eu não sei mesmo onde a Valentina está. Nós éramos amigas, mas a Valentina não é do tipo que se abre muito, você deve saber.
— Sim, eu sei. — afirmei pesarosa.
— Eu sei pouco sobre ela, o seu passado, mas se posso afirmar algo a você, é que sei que ela teve uma vida muito complicada. Eu sei bem como é crescer em um orfanato, sem família, sem afeto. Valentina teve a sorte de ser adotada quando criança, já eu, passei a vida inteira num abrigo, esperando que alguém… enfim. Tivemos sortes diferentes.
Sua voz parecia levemente embargada. Me senti mal por invadir sua intimidade daquela maneira.
— Me desculpe, Vivi. Não era a minha intenção.
— Oh, não se preocupe. Eu sempre fui uma bobona emotiva. — disse sorrindo.
Tomamos um gole dos cafés, tentando evitar o constrangimento.
— Eu fui até a casa dela. — Vivi continuou — Procurei pela Joana, a senhora que trabalhava lá, mas não havia mais ninguém. Parece que ela simplesmente sumiu. O telefone já nem chama mais.
— Desde quando ela parou de atender as suas ligações? — questionei.
— Faz um tempo, um mês, mais ou menos.
— Entendi. — respondi bebendo mais do café.
— Desde quando vocês não se veem? — ela perguntou.
— Quase o mesmo tempo. — concluí — Parece que ela resolveu ir embora e deixar mesmo tudo para trás.
Um respiro profundo veio da jovem em minha frente.
— Diana, eu não sei o que aconteceu, não sei mesmo. — Vivi ponderou ao segurar a minha mão sobre a mesa — Mas posso te afirmar, com toda certeza, que a Valentina gostava muito de você, de verdade. O tempo em que vocês estiveram juntas foi quando a vi mais feliz desde que a conheci.
— Gostava… eu já não tenho tanta certeza assim.
— Olha, só porque ela foi embora…
— Não é só porque ela se foi! — a interrompi irritada.
Viviane me encarou, pareceu espantada com a minha reação.
— Me desculpe. — suspirei derrotada — Você não tem nada a ver com isso, de qualquer forma, desculpe.
— Sinto muito. — disse ela — O furacão Valentina! — sorriu sem graça, tentando apaziguar o momento.
Sorri em negação, mais por raiva que qualquer outra coisa.
— A Valentina sempre foi meio complicada, não se sinta mal por ela. — disse Vivi tentando me consolar — Os problemas com a família adotiva, depois o filho, depois o vício… Todo mundo carrega os seus demônios internos, não é?
— Eu acho que sim. — concordei sem saber ao certo com o que.
— Talvez ela só ficou com medo do que estava sentindo e se assustou. Talvez precisou de um tempo pra se reorganizar. Com um passado conturbado como o dela, acho que seja perdoável essa reação.
— Que reação exatamente? — questionei.
— Sumir. Eu acho que a Doutora Celina saberia como acalmá-la, mas fazia um tempo que ela já não estava indo mais nas consultas.
— Doutora Celina? — indaguei.
— Sim. — seus olhos de repente eram receosos para mim — Você não… Me desculpe, Diana. Eu não devia.
— Não, tudo bem. Ela já havia mencionado uma Doutora antes, só não entrou em detalhes. — menti.
Me lembrei do acontecido na noite em que Valentina foi parar no hospital, quando o médico que a atendia me disse que havia recebido instruções de sua psiquiatra, Doutora Celina Maia.
— Então, você sabe, ela tomava remédios, não era nada demais, mas eram necessários. Doutora Celina também deve estar preocupada. Valentina nunca teve muitos olhando por ela, pessoas próximas, que eu saiba, éramos só nós, Joana e a Doutora.
— Isso é realmente preocupante. — afirmei.
Mil e uma coisas se passaram em minha cabeça naquele momento, mas com toda certeza a mais inquietante era que eu havia me dado conta de que não conhecia a Valentina, ela era um completo mistério para mim. Mas depois da conversa com a Vivi muitas coisas se esclareceram, porém, tantas outras só ficaram ainda mais confusas. Me lembro de despedir-me dela com uma sensação estranha me apertando o peito. Talvez fosse porque ela me remetia à Valentina. Ou talvez porque me transmitiu compaixão. Ela parecia realmente preocupada.
Passei alguns dias com ideias fixas me atormentando a mente, me fazendo ter pesadelos e pensamentos cada vez mais torturantes. Dúvidas se eu conseguiria seguir a minha vida normalmente depois de tudo. Dúvidas se eu deveria mesmo me casar. O Eduardo continuava amável e perfeito, como sempre, mas a nossa relação já não era mais a mesma e eu tinha certeza de que nunca mais seria. Estávamos vivendo em casas separadas e não nos comportávamos como um casal, parecíamos dois velhos amigos sem mais tanto assunto em comum.
Depois de tanto refletir, decidi numa tarde qualquer buscar algo pela internet sobre a Dra. Celina. Me conhecendo bem, aquela agonia não passaria até que eu descobrisse ao menos quem ela era. E não foi como se houvesse um dossiê com a sua vida completa em um site do conselho de Psicologia, mas efetivamente a Dra. Celina Maia era uma pessoa bastante relevante entre a comunidade clínica.
Encontrei um site do seu consultório com endereço e algumas imagens e dentre elas uma foto da própria, aparentemente em algum evento.
— Dra. Celina Maia no Congresso de Psicologia e Psiquiatria em Nova York, 2014. — observei na legenda.
Não poderia negar que aquela ideia já havia me ocorrido há algum tempo, mas entre ter uma ideia e colocá-la em prática havia uma diferença.
— Você está ficando obcecada, Diana… — pensei comigo mesma — Pelo amor de Deus!
Levei as mãos aos cabelos sentindo uma agonia irritante, raivosa. E foi quando o meu celular começou a tocar sobre o sofá da sala.
Eduardo.
“Meu amor!” — disse ele do outro lado da linha.
— Oi, Edu. Tudo bem? Você está bem?
“Sim, estou bem, não se preocupe. Só estava pensando se… bem, faz tempo que não fazemos algo só nosso, um encontro.”
Ele parecia ansioso.
— Um encontro? — perguntei apreensiva.
“Isso, nós poderíamos sair para jantar hoje, o que me diz?”
— Mas você… eu não sei, Edu. Você está bem para sair assim?
“É claro! Eu estou bem, meu amor. Ainda posso sair para jantar com a minha noiva. O meu médico me liberou, não se preocupe.” — pude ouvir sua risada abafada pela linha.
— Tudo bem então. — aceitei ainda incerta.
“Perfeito! Te busco às oito, tudo bem?”
— Sim, claro.
Sair um pouco seria bom, mentalizei.
Cada vez que eu encontrava o Eduardo me sentia mais mal. Não somente pelo fato dele estar doente, mas também porque me sentia cada vez menos conectada emocionalmente a ele. Me atormentava a ideia de que, possivelmente, ter aceitado me casar por pena teria sido uma grande burrice e irresponsabilidade, ao mesmo tempo em que eu me sentiria extremamente egoísta por não estar ao seu lado no momento em que ele mais precisava em sua vida. Porém, me amenizava o tormento vê-lo tão gentil e amável como sempre, um excelente ouvinte e um precioso amigo.
— Esse vinho está ótimo, não está? — Eduardo comentou à mesa.
— Sim, maravilhoso. — concordei.
— Obrigado por ter vindo. Você realmente é um ponto de sossego e paz em meio a tudo o que estou vivendo agora.
— Você é meu amigo, Edu, antes de tudo. Sempre pode contar comigo. — afirmei.
— Eu agradeço, meu amor.
Durante o jantar conversamos amenidades e eu agradecia pelo Eduardo permanecer o mesmo gentleman que sempre foi. Educado e me respeitando acima de tudo. Por vezes parecia que ele tinha o desejo de me reconquistar, como quando nos conhecemos.
Estava tudo muito agradável quando, por acaso, notei em uma mesa próxima um grupo com alguns casais. Dentre eles, uma senhora que me pareceu muito familiar. Foi então que, quando a vi se levantar, me veio na memória o rosto que eu havia visto mais cedo em minhas buscas pela internet.
— É ela! — murmurei.
— Oi? — perguntou Eduardo, confuso.
— Eu preciso ir ao toilette, só um instante. — me levantei rapidamente.
— Claro. — Edu concordou, aparentemente não notando a minha agitação repentina.
Segui a senhora um tanto quanto ansiosa e a acompanhei até o banheiro. Me pus a lavar as mãos tão vagarosamente quanto podia, aguardando que ela saísse de um dos reservados. Me olhei no espelho, arrumei os cabelos e por fim a vi sair. Ao me notar sorriu simpática, como quem cumprimenta uma desconhecida num banheiro qualquer. A encarei pelo espelho tentando ter certeza de que era mesmo a Doutora e que eu não estava ficando louca, não mais do que eu já estava.
— Dra. Celina? — tomei coragem e a chamei.
Ela me olhou subitamente, após secar suas mãos.
— Sim. Perdão, nos conhecemos? — perguntou curiosa.
— Não, me desculpe. Eu me chamo Diana. Diana Émeraud.
Pude ver nos seus olhos o tom de surpresa e no instante seguinte a constatação. Eu não a conhecia, mas tinha quase certeza de que ela sabia exatamente quem eu era.
— Diana… O seu nome me é familiar. — ela sorria cordial.
— Acho que sim. — respondi, nervosa.
— A Srta. não é a dona do restaurante incendiado recentemente? Chef Diana Émeraud, é claro!
Eu poderia jurar que ela estava dissimulando contra mim.
— Bem, sim. Mas não…
— Oh, eu sinto muito sobre o que aconteceu. Espero que volte a funcionar logo. Eu adorava o seu restaurante, era um dos meus favoritos!
— Eu agradeço e fico lisonjeada, mas não é sobre isso que eu gostaria de falar. — respondi impaciente.
— Então, como eu posso ajudá-la, Diana?
— Valentina. — joguei de repente aquele nome sobre ela — Ou Isis, eu não sei por qual nome a senhora a conhecia.
Ela se manteve inexpressiva.
— Ela se consultava com a senhora. — continuei — Eu preciso…
— Bem, eu receio que não posso ajudar sobre isso, querida. — respondeu passivamente — Você me entende, não é? Sigilo médico.
— Sim, eu entendo. Mas não pediria a sua ajuda se não fosse realmente importante.
— Sempre é muito importante. — a sua calma era estranhamente acolhedora — A Isis me falou que você era determinada, teimosa talvez.
Um sorrisinho surgiu em seu rosto.
— Então a senhora sabe quem eu sou. — afirmei — E sabe sobre ela.
— Sim, eu sei. Se as últimas conversas com a Isis pudessem ser registradas em livros, o seu nome estaria em quase todos os capítulos.
— Nesse caso, a senhora sabe me dizer…
— Onde ela está? — disse ela me interrompendo, imagino que já sabendo onde eu queria chegar — Infelizmente eu não sei. Evidentemente ainda que eu soubesse não deveria lhe dizer, por certo.
— É claro. — suspirei decepcionada — Eu peço desculpas. Não queria ter sido indelicada ou grosseira, eu só…
— Sabe, Diana, a Isis tem um poder o qual detesta às vezes. A faz mal. Eu me lembro de certa vez, em uma de nossas conversas, tê-la avaliado como uma força de atração independente. — Dra. Celina riu, parecendo visualizar aquele momento — No fundo ela não é uma pessoa tão sociável, de fato. Porém, tem o poder de cativar naturalmente a todos. E por vezes esse poder é tão forte que foge do controle, dela e de quem quer que se atreva a cair em suas graças.
Eu observei aquela descrição desprezando a mim mesma por me entender como uma das vítimas de sua atração.
— Não se sinta responsável, pelo que quer que seja. — a Doutora continuou, me analisando.
Deixei a minha cabeça cair tentando evitar que as lágrimas em meus olhos escorressem pelo meu rosto, fazendo um grande esforço para não cair aos prantos vergonhosamente ali.
— Me desculpe. — sorri tristonha para Celina — Eu não sei o que estava pensando.
— Aqui. — a vi buscar um cartão em sua bolsa de mão e me entregar — Me procure após o Natal, estou em recesso agora.
— Eu não acho que… — recebi o cartão ainda receosa.
— Não se preocupe. Eu não posso falar sobre a Valentina para você, mas você pode falar dela para mim, se quiser.
Doutora Celina saiu me deixando dois tapinhas no ombro, como se quisesse me consolar. Mas eu não precisava de consolo, precisava de respostas.
Naquela noite cheguei em casa exausta, emocionalmente abalada. Eduardo não insistiu para subir, pois a minha dor de cabeça estava forte demais para dá-lo atenção. Não menti de todo, mas foi oportuno. Mal me sentei no sofá e Branca de Neve apareceu.
— Olá, mon petit! — acariciei a sua pelagem aveludada — Quem é o bebê da mamãe? Quem é? — o seu ronronado me sugeriu que ela estava carente, apreciando aqueles afagos.
De repente madame La Roux entrou pela porta da sala, parecendo bastante animada.
— Bonsoir, mon amour! Boa noite!
— Bonsoir, maman! Comment allez-vous, madame? Como você está, madame?
— Très bien, merci! Et vous? Muito bem, obrigada. E você?
— Bem, obrigada. — respondi — Onde esteve?
— Fui jantar. E como foi o seu jantar com o Eduardo?
— Foi bom. Agradável.
— Só agradável? — perguntou, como se esperasse algo mais.
— E você, com quem esteve jantando?
Iniciamos um jogo de devoluções de perguntas onde aparentemente nenhuma de nós queria dar as respostas.
— Com o Ricardo. — ela respondeu, seríssima.
— Que Ricardo? O meu pai Ricardo?
— Ora, com quem mais seria? — disse impaciente.
Não me atrevi a respondê-la, acreditando que o meu espanto já falava por si só.
— Ele não queria que eu comentasse com você, mas está tendo alguns problemas na empresa. — ela continuou — E eu estive com o seu pai como uma amiga. Independente de qualquer coisa ele sempre terá o meu apoio.
— É claro… — concordei — Mas o que está havendo? Algo grave?
— Não, não se preocupe, minha filha. Logo tudo irá se resolver. Você só precisa ter um pouco de paciência agora para que ele possa te ajudar novamente com o restaurante.
— O papai não tem nenhuma obrigação comigo e eu já deixei isso claro para ele, ainda que eu seja muito grata por estar me ajudando. Depois eu ligo para conversar com ele.
— Ele é o seu pai, é claro que ajudará. Mas não diga que eu lhe contei sobre a empresa. Ele ficaria bravo comigo. — ela alertou.
— Oh, não! Eu não estragaria por nada esse momento entre vocês.
— Não seja maldosa. — a vi ruborizar — Estou indo dormir. Bonne nuit, mon amour! Boa noite!
Passei mais algum tempo em companhia de Branca de Neve, esperando que o sono me chamasse. Enquanto pensava na vida, notei sobre a mesinha de centro a revista que mamãe folheava mais cedo. Deixei a gata cochilando em meu colo e abri a revista, indo direto para a página onde havia me mostrado as noivas das Ilhas Maldivas.
— Evellyn e Camila… — li os seus nomes na reportagem.
Elas pareciam tão felizes. Os seus olhares expressavam tanto amor. E todos nas fotos pareciam também muito felizes por elas. Por um segundo desejei ter algo assim, um amor verdadeiro e puro e que também despertasse felicidades por mim, em vez de julgamentos.
— Que vocês sejam felizes para sempre! — desejei por elas.
Era véspera de Natal e pouco havia mudado em minha vida. As mesmas dúvidas, as mesmas tristezas, os mesmos problemas. Seria irônico se eu tivesse aceitado que a reunião para a ceia de família fosse feita em meu apartamento. Tão irônico quanto real.
Às 20h30 daquele dia 24/12 a minha casa já estava cheia. Eduardo e sua família, dona Virgínia, minha sogra, Vanessa e Felipe, os meus cunhados, madame Madeline La Roux e Jorgete, sua velha amiga, familiares da parte do meu pai, alguns primos e tios os quais eu não tinha muito contato, Fernando, meu grande amigo, também estava lá e o meu pai, que na verdade eu não sabia onde exatamente estava.
— Mamãe? — a chamei enquanto ela mantinha uma conversa aparentemente bastante divertida com Jorgete — Você sabe do meu pai? Eu não o vi ainda.
— Na verdade não. Falei com ele hoje à tarde e ele tinha me confirmado que estaria aqui na hora. — disse ela — Mas você sabe como é o seu pai, sempre se atrasando para as reuniões de família. Mesmo depois de aposentado não perdeu esses maus hábitos.
Dei de ombros, ainda achando estranho que ele não tivesse chegado.
— Fui até a cozinha e tudo parece perfeito, Diana!
Fernando me abordou na sala.
— Aprovada pelo Chef! Obrigada! — sorri para ele em agradecimento.
— Você simplesmente arrasou nos pratos.
— Está com saudades da movimentação da cozinha de um restaurante, não é? — observei.
— Como não estar? Não vejo a hora de voltar à ativa! — ele respondeu entusiasmado.
— Eu também, meu amigo. Eu também!
Nesse instante a campainha tocou, então pedi licença e corri para atender. De certo seria o meu pai atrasado.
— Srta. Diana, boa noite!
Era o Seu Jaime, o recepcionista da portaria.
— Boa noite, Seu Jaime. Feliz Natal! — o cumprimentei.
— Feliz Natal pra senhora também! Me desculpe atrapalhar a sua reunião, é que mandaram entregar aqui pra senhora.
Seu Jaime me estendeu um embrulho numa pequena caixa amarrada com um laço de fita.
— Oh, tudo bem. Obrigada! — recebi o presente surpresa e curiosa — O senhor sabe quem enviou?
— Não sei não senhora. Foi um motoboy que entregou lá embaixo, só me deu o nome e número do apartamento do destinatário.
— Ah sim, claro. Muito obrigada então.
— Por nada. Tenha uma boa noite! — disse ele se despedindo.
— Boa noite pro senhor também.
Fechei a porta avaliando a caixa e não me contive em abri-la de imediato. Dentro havia um bilhete e um cartão de felicitações, apenas.
— Humm… — assumo que fiquei decepcionada ao ver.
Abri o cartão com decoração natalina e dentro dele uma mensagem dizia:
“Desejo que o seu Natal seja plenamente feliz! Para tanto, envio um presente em anexo e espero que ajude com o seu restaurante. Com meus sinceros cumprimentos. Feliz Natal!”
— Para o meu restaurante? — sussurrei confusa.
Foi então que abri o bilhete e meus olhos se arregalaram automaticamente. Era um comprovante de depósito para a minha conta no valor de…
— 5 milhões?!
Eu quase gritei para a casa inteira escutar. Levei as mãos à boca verdadeiramente em choque. O meu coração palpitava tão forte que comecei a tremer. Eu já estava quase chorando, imaginado a surpresa que o meu pai esteve escondendo de mim durante todo esse tempo e que com certeza a madame La Roux sabia bem.
— Eles fingiram tudo durante todo esse tempo!
Passado o primeiro choque eu pensei em correr até mamãe para acusá-la e então ligar para o papai para agradecê-lo, mas antes a campainha tocou novamente. Ali mesmo, perto da porta, eu atendi novamente e finalmente era ele.
— Pai! — pulei em cima dele num abraço apertado.
— Opa! — ele se assustou, quase desequilibrado — Ei, isso tudo é saudade?
Eu me afastei para encará-lo e agradecer pelo presente, mas não tive chance, pois no mesmo instante vi a presença de alguém que eu nunca imaginaria que poderia estar ali naquele momento.
— Você?
Era Vivi, que me sorriu sem jeito, me olhando um pouco retraída ao lado da porta. A encarei hesitante, tentando racionalizar o que poderia estar havendo.
— Pai? — o confrontei — O que está acontecendo?
— Filha, calma. Eu posso explicar. — ele parecia tão receoso quanto empolgado — Podemos entrar? Eu tenho algo a dizer a todos.
Ainda um pouco em choque, dei passagem para os dois, que ao entrarem não passaram despercebidos pelos olhos de todos. Fechei a porta e avancei até ele, temendo o que poderia vir em seguida.
— Pai, espera. — cochichei ao seu encalço — O que você vai fazer? Por favor, tem certeza que aqui é o melhor lugar para isso?
— Filha, não se preocupe. Você já vai saber.
— Mas a mamãe…
Ricardo não me deu ouvidos e saiu em direção à sala, onde estavam a maioria dos convidados, sendo acompanhado de perto pela Viviane. A minha preocupação aumentou quando ele começou a falar em tom de anúncio:
— Boa noite a todos! Boa noite. — houve um silêncio repentino — Bem, primeiramente eu gostaria de desejar um Feliz Natal. Essa é uma noite muito especial, não só por estar ao lado de todos vocês, pessoas importantes para mim, minha família, mas estou aqui também para fazer um anúncio.
Mirei madame La Roux do outro lado da sala e vi de longe que os seus olhos chamuscavam ódio.
— Há um tempo aconteceu algo em minha vida que mudou tudo para mim. — ele continuou — Foi um grande presente que recebi e confesso que eu jamais poderia esperar, já em idade avançada, admito, mas sou muito grato à vida pode tê-lo me enviado. Então, é com muita felicidade no coração que eu apresento a vocês Viviane! — o vi a abraçar pelos ombros e pude sentir meu corpo formigar de agitação — Viviane, a minha segunda filha!
Naquele mesmo instante eu ouvi um baque. Era mamãe atingindo o chão, estirada sob os olhares espantados de todos. E eu, ainda em choque, fiquei paralisada, observando os que corriam para socorrer mamãe e os que iam até o meu pai para parabenizá-lo.
Às vésperas do Natal eu estava ali, no meio da minha sala em chamas desejando que o fogo me consumisse.
Fim do capítulo
Link da música: https://youtu.be/Xv-MFkCP02s?list=WL
Primeiro uma observação: O nome do Porteiro foi alterado, para mim, por motivos óbvios. O mesmo, que antes se chamava "Seu Jair", a partir de agora se chamará "Seu Jaime". Agradeço pela compreensão.
Oiiii! Espero muito que tenham gostado desse capítulo, eu particularmente adorei escrevê-lo rsrs
Para quem acompanhou a minha outra história, deixei uma homenagem às minhas mocinhas Evellyn e Camila, por quem guardei uma afeição imensa e por quem recebi e recebo muitas mensagens de carinho.
Mais uma vez só tenho a agradecer a todos que me acompanham e que curtem esse trabalho. Principalmente aos que esperam com paciência e muita gentileza as minhas (demoradas) postagens.
Muito obrigada a todos, de coração!
Deixem suas impressões aí nos comentários rsrs
Um abração em vocês e até breve!
Beijos, Sweet ♥
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ReSant
Em: 05/03/2021
gente do céu eu esperei tanto por Valentina nesse cap, nao.tinha notado antes que vc tinha atualizado, hj pela manhã me bateu uma saudade da Di e Valentina, então resolvi ler novamente todos os cap, então tive a agradável surpresa de ver qie vc tinha atualizado e qur ja tem muito tempo kkkkk.
atualiza logo por favor, sou extremamente apaixonada por essas mulheres.
Mille
Em: 25/07/2020
Oi autora
Tudo bem??? Saudades
"As letras que viram palavras, que viram frases, que viram histórias, que tocam nossos corações." Muita inspirações para continuar sempre nos presenteando com suas histórias. Feliz dia do escritor
Bjus
Resposta do autor:
Olá!
Estou bem, muito obrigada por perguntar. E você, tudo bem?
2020 foi um ano difícil, me dificultou muito a trabalhar a escrita.
Mas hoje está tudo bem. Consegui voltar a escrever e estou trabalhando para voltar logo com mais capítulos.
Agradeço pela consideração.
Abração ♥
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Rain
Em: 27/05/2020
Olha só quem voltou e como sempre demorando. Mas, cada demora vale a pena quando leio um capítulo. Quase não deu para acreditar quando você mesionou a Evellyn e Camila, eu amo muito muito elas. Foi a primeira história lésbica que li e a primeira que fez eu me sentir bem que fez eu saber que sou.
Voltando a " Noites " Acho que não foi a Valentina que incendiou o restaurante e também acho que foi ela que mandou o 5 milhões. Espero eu assim como Evellyn e Camila, Valentina e Diana tenham um grande final feliz. Mas, sei que na suas história você faz os personagens sofrerem um pouquinho( kkkk)vai demora para isso acontecer. A vivi é mais velha que a Diana ou não? Se não for que dizer que o Ricardo traia a matemática la roux?
Eu queria saber porque você sempre termina um capítulo quando as coisas ficam interessante? Kkk k da uma agonia mulher. Fico imaginando o que vai acontecer. Não demora voltar não, por favor.
Cuide-se. Fique em casa e muito obrigada pelo capítulo e pelas histórias. Até a próxima!
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Mille
Em: 27/05/2020
Ola autora
Seu retorno é sempre surpreendente, pois sabemos por mais que demore o capítulo vem revelador.
Diana e Viviane irmãs, pasmei aqui.
Valentina mandou incendiar o restaurante da Diana, babado
E esse dinheiro acho que veio da própria e ela não tem nada haver com o incêndio.
Bjus e até o próximo capítulo
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Brescia
Em: 26/05/2020
Boa noite mocinha.
Que bom que elas voltaram ou melhor, só a Diana. Ela foi do céu ao inferno, ainda não acredito que tenha sido a mando da Issis esse incêndio, ela sabia que o restaurante era a vida da Diana. O natal não poderia ser mais, como direi, revelador.
Baci Piccola.
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NovaAqui
Em: 26/05/2020
Quantas informações nesse capítulo...
Menina! Cheguei me perder em alguns momentos, mas depois voltei ao prumoðŸ¤
Bom ver você aqui!
Reli semana passada suas novinhas. Matei saudades delas. São ótimas as duas juntas.
Espero que tudo estejam bem com você e sua família â¤ï¸ðŸ¥°
Abraços fraternos procês aí!
🌻🥰â¤ï¸ðŸ˜˜ðŸ˜˜ðŸ³ï¸ðŸŒˆ
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