Capitulo 26
Arrumava algumas roupas quando voltei a pensar em Margot e na conversa que tivemos. Ive acabava de chegar para irmos para a casa de seu irmão. Eu não sabia se contava ou não para ela, mas ainda não achava ser o momento certo.
Vesti um jeans, uma camiseta creme e tênis. Amarrei o cabelo em um rabo alto. Como era uma festa de criança queria estar mais light, o mais à vontade possível e não chamar tanta atenção. Ive vestiu uma blusa de crochê, saia e uma rasteirinha.
- Vou pegar uma mochila Ive. Esta pensando em dormir lá? – olhei para ela.
- Pegue biquíni, protetor e não se esqueça dos óculos escuros!
- Ok.
- Pensei sim. Caso não se importar.
- Não. Tudo bem se eu levar o notebook?
- Sem problema. - Pegue o cabo, talvez vá precisar.
Ive amarrou o cabelo e colocou um chapéu branco. Parecia uma menina de vinte anos de idade. Estava linda. E aquele queixo com uma covinha era uma graça! Observei como arrumava as roupas na mochila. Ela tinha muito prática, sabia o que estava fazendo.
- Há quanto tempo mora sozinha Ive?
- Desde os dezoito anos.
- Por que tão nova?
- Eu me assumi e queria privacidade. Foi difícil no começo, mas depois... Eu precisava ter o meu lugar.
- Já eu saí de casa. – sorri.
- Por quê? – e olhou para mim.
- Cansei de ser marionete. Queria ter a minha vida, mas pergunta se adiantou?
- Vejo que não. - sorriu - Tudo pronto?
- Sim... - e coloquei os óculos na cabeça. Você está uma gracinha Ive.
- Obrigada. - e colocou a mochila nas costas.
Peguei o notebook e saímos de mãos dadas. Beijamos-nos e entramos no elevador.
- Vamos no meu Mercedes. Quer dirigir? – disse olhando para mim.
- Sim. Há muito não dirijo um.
- Já teve?
- Sim, meu pai tinha me dado um de presente, mas vendi e comprei o BMW.
- Não gostou?
- Adorava ele, mas foi só para contraria meu pai mesmo.
- Vocês vivem mesmo em pé de guerra! – sorriu.
- Tudo começou exatamente no dia em que o Rui me foi buscar no colégio, com a Mercedes.
- Sério.
- Depois meu pai veio me dizer que era um presente para mim.
Ive sorriu.
- Decerto queria que vocês se casassem também.
- Imagina! Nem pensar!
Entrei no carro e dei uma olhada rápida no painel e retrovisores. Ive ajeitava o banco e o cinto. E quando dei partida uma canção começou a tocar no mesmo instante. Com cuidado sai de ré e desviei de uma coluna. O portão já estava aberto.
- Virei certo? – disse com um sorriso olhando para Ive.
- Não, desculpe. Era para a esquerda.
Ive sorriu, pois ainda não tinha dito o endereço do irmão.
- Sabe aquele novo condomínio, dos ipês brancos?
- Sei sim – e coloquei os óculos escuros.
- Usa óculos comum? Por causa dos olhos claros?
- Só para descanso, mas me esqueço de pôr.
- Eu uso óculos. – disse olhando para mim.
Virei para ela sem entender.
- E cadê? Nunca te vi de óculos!
- Preciso fazer outro. O meu quebrou
- Como?
- Estava de moto e havia colocado na gola do macacão e eu me esqueci de tirar. Coloquei o capacete e os óculos escuros. Quando sai e fui contornar fechei a viseira, sem querer bati a mão nele e ele voou. Nem vi o que era. Dei seta, encostei quando vi ainda acenei para o cara parar. Passou por cima e virou pedacinhos.
- Entendi. A Srta vai providenciar um nessa semana, promete?
- Sim...
E eu sorri para ela.
- Você deve ficar muito sexy de óculos.
- Você é muito sexy de qualquer jeito, disse acariciando a minha coxa.
Passamos pela guarita e entramos por uma avenida repleta de ipês. A casa do irmão de Ive ficava no final dela. Sorri ao ver um garotinho sentado no gramado tentando pegar uma bola.
- Quer um? - sorri.
- Um bebê?
- Ficaria linda... – baixei os olhos para a barriga dela.
- Sempre quis. Podemos pensar. - e ela colocou sua mão sobre a minha. – Imagina se ele saísse assim como você. Que coisa mais linda!
- Ele?
- Adoraria ter um menininho.
Sorri para ela.
Estacionamos ao lado dos dois carros sobre o gramado e imaginei que um fosse do irmão e o outro da esposa dele.
Descemos e contornamos o jardim. Fomos para a entrada da casa e uma moça veio em nossa direção.
- Quanto tempo! - sorriu beijando Ive no rosto.
- Desculpe andei enrolada com trabalho.
- Você deve ser a Giulia!
- Essa é Belinda... – disse Ive olhando para mim.
- Sim. Prazer em conhecê-la.
- Ive fala muito de você. Deixa ajudar... – sorriu.
Ian pegava o pequeno no colo que havia começado a chorar e trazia para Belinda.
- Pobrezinho já deve estar com sono e vocês cansadas? ou querem ir para piscina?
- Ive?
- Vamos para a piscina se eu deitar agora...
Sorri para ela.
- Giulia tudo bem? Ian perguntou.
- Sim e com você?
- Já pensam em se casar? - sorriu Belinda.
E Ive olhou para o chão e depois para mim, sorrindo.
- Belinda deixe as moças curtirem, se conhecerem melhor!
- Se me dão licença vou levar o bebê para dormir e Ive, lembra-se do quarto?
- Sim pode deixar.
Não quis comentar o assunto, mas sorri por dentro. Ive devia ter comentado com Belinda a respeito de algo mais sério.
Ian quis mostrar a casa antes de irmos para a piscina. Havia duas salas, cada uma com o seu ambiente. Um hall lindo de entrada que levava a três quartos embaixo, sendo duas suítes, a cozinha, uma dispensa, uma sala de jantar e um salão de jogos. Uma escada em espiral ficava quase imperceptível no canto direito, ao fundo. No andar superior havia mais dois quartos de casal com suíte, uma sala de estar, uma sala de home theater e o escritório do irmão de Ive. Ficamos hospedadas em um dos quartos de casal. Todas as paredes ou a maioria delas eram de vidro. A paisagem dali era lindíssima.
- Giulia fique a vontade logo almoçaremos. Se quiserem tomar um banho... há toalhas... enfim.
- Obrigada Ian.
E eles abraçaram-se.
- Você está bem mesmo?
- Estou sim. Logo desceremos. - e Ive piscou para ele.
- Com licença. - e ele saiu fechando a porta.
Desabotoei e retirei minha calça colocando os biquínis sobre a cama.
- Te devo desculpas? - Ive me olhou nos olhos.
- Nenhum amor, por quê? Senta aqui. - disse num tom sério.
- Sobre nos casarmos. – Ive disse mordendo os lábios.
- Nenhum...
Ive passou as pernas sobre as minhas e se ajeitou no meu colo. Beijei sua boca lentamente. Adorava sentir o perfume de sua pele e de como se arrepiava com meu toque. Ela rebol*va e me incitava um mamilo com a mão. E sem que esperássemos a porta se abriu e Belinda entrou com duas toalhas de rosto nas mãos. Viramos ao mesmo tempo para ela.
- Perdoe meninas eu... eu... deveria... toalhas de rosto! – disse gaguejando muito sem graça.
- Belinda tudo bem... – Ive disse, mas não se mexeu. É.. já estamos descendo.
- Sim... vim chamá-las. Desculpem. É... o almoço está servido. - e ela saiu corada do quarto.
Sorri para Ive e voltei a beijá-la. Suguei sua língua e ela me puxou pela cintura, encaixando ainda mais a minha virilha à dela. Ela rebol*va com um mamilo entre os dedos. Passei a minha mão por dentro da lingerie branca. Ela estava completamente molhada e rebol*va na minha mão, nos meus dedos e quis tê-la mais profundamente, enlouquecendo no beijo, no meu corpo. A penetrei com o mesmo desejo com o que ela sugava o meu mamilo e me deixava sem ar, tremendo. Sentia uma dor crescente a se tornar um tesão indescritível. E ela gem*u no meu peito e gozou beijando a minha boca. Permaneceu em silêncio abraçada a mim até sua respiração voltar ao normal. Retirei alguns fios de cabelo do seu rosto. Eu sentia tanta paz junto dela e eu agradeci a Deus por ela estar comigo. Ive estremeceu com batidas na porta:
- Já vamos! – disse a beijando na testa.
- Só tomar um banho... - ela disse quase num sussurro ainda com os olhos fechados.
- Quer dormir um pouco doçura... – disse sentindo ela molinha nos meus braços.
Eu a peguei no colo e a deitei na cama cobrindo com um lençol.
Tomei um banho. Vesti o biquíni e sobre ele, uma camiseta e um short branco. Beijei Ive com suavidade deixando um bilhete no travesseiro para quando acordasse:
“anjo estou lá embaixo.”
Encaminhei para a porta e sai para o corredor. Desci as escadas e me juntei ao casal na cozinha.
- Desculpem o atraso Ive adormeceu.
- Tudo bem - sorriu Ian. – Ive está ficando resfriada.
- Está? - olhei para ele.
- Provavelmente. Ela fica tímida, quieta, ela disse ter dor de garganta? Eu a estranhei logo que a vi.
- Não disse nada.
- Farei algo quente à noite. Um conhaque talvez? - sorriu Belinda e piscou para mim.
- Bebe alguma coisa Giulia? – Ian pegou uma cerveja no refrigerador.
- Suco de laranja, por favor!
- Sirva-se. – Ian apontou também algumas frutas na mesa.
Fiquei preocupada com o que ele disse. Realmente a senti com certa moleza desde manhã. Nunca a tinha visto tão quieta.
- Acabei de assar experimente... - e cortou um pedaço bem fino da carne.
- O que é?
- Carneiro... sei que não é muito comum, mas criamos e...
- Que bacana. - e coloquei um pedaço na boca.
Realmente não comia todo tipo de carne. Menos ainda o que eu não sabia o que era. Mas confesso que estava muito bem temperada e muito saborosa.
- Nunca havia comido um carneiro tão bom. - sorri.
- Ele é mestre nisso. - disse Belinda, também comendo um pedaço de carne.
- Vou ver Ive e já volto. – disse preocupada.
Eu não parava de pensar nela.
- Ela está bem. Com certeza ainda está dormindo. Acabe de comer... Eu subo!
E antes que eu dissesse alguma coisa Ian já havia ido.
- Fica tranqüila. Ele sempre cuidou dela desde pequena. São inseparáveis!
- Eu não sabia que ela usava óculos.
- Usa, mas tem que ter alguém no pé dela. Parece que tinha quebrado até.
- Ela não enxerga bem de longe ou perto?
- Ela tem miopia e ela está sempre com o carro ou a moto. Ela corria demais, depois do acidente ela tem medo. Ficou tempos sem dirigir. Ela te contou do acidente...?
- Sim contou. Vamos ver se consigo convencê-la.
- Ah... desculpa mesmo... lá em cima.
- Tudo bem. – e continuei a comer.
Ian desceu com Ive minutos depois. Ela havia tomado um banho e estava com os cabelos soltos.
Olhando os dois mais próximos um do outro, se pareciam muito. Até quando sorriam, mas seus olhos eram castanhos e não azuis como os de Ive.
- Está bem amor...? - disse baixinho e ela beijou minha boca.
- Sim... morrendo de fome.
E ela pegou um prato e puxou uma cadeira para perto da minha.
- Serve para mim?
- Sim...
Enquanto fazia seu prato, Ive encheu um copo com gelo e água, colocando uma das pernas sobre a cadeira.
- Estou ficando resfriada...
Olhei no mesmo instante para Ian e sorri.
- Viu? – ele disse bebendo um gole de cerveja.
- O que? – disse Ive olhando para ele, depois para mim.
- Apostei com Giulia que você estava começando a ficar resfriada.
- Não acredito...! – sorriu. Apostaram alguma coisa?
- Vai dizer que você não contou para ela Ive!? – ele sorriu e duas covinhas se formaram em seu rosto.
- Não. – ela disse olhando para mim.
- Somos gêmeos Giulia. – ele disse colocando um pedaço de carne na boca.
E eu engasguei com o suco.
- O que? - tossi com a mão na boca.
- Calma... levanta os braços... - disse Belinda.
- Que coisa mais linda! – sorri.
- Ian pare já com isso! – Ive disse irritada.
- Pensei que havia contado... desculpe!
- Vem Giulia... E você fica aqui Ian!
Saímos da mesa e fomos para os jardins do fundo. Era tudo bem cuidado. Havia seis mesas de ferro na cor branca ao redor da piscina, que era coberta e aquecida.
- Você não pode andar no sol, mas ele já está fraco. – disse olhando o horizonte.
- Ok. Vamos sentar aqui. Desculpa você estava almoçando. Não sei o que há de errado com Ian.
- Não se preocupe já havia terminado. Eu os vi lá no bar naquele dia, quanto carinho e cuidado ele tem por você Ive. Cheguei a pensar que eram namorados!
- Tem coisas a meu respeito que eu mesma gostaria de contar e não que soubesse dessa forma. Ian quando começa a conhecer uma pessoa ele se solta, se empolga, sabe?
- Não se chateie por isso.
E Ian aproximou-se. Tinha a cabeça baixa...
- Desculpe Ive...
- Tudo bem Ian. Só não faça de novo! Você sabe que eu não gosto de certas coisas...
- Já pedi desculpas. Agora podemos voltar para lá?
- Vamos Ive...
- ok – disse espirrando.
Levantamos e a puxei para perto abraçando pela cintura, mas ela se soltou de mim e correu atrás de Ian jogando-o dentro da piscina, mas ele por uma fração de segundos a segurou pela camiseta e os dois caíram ao mesmo tempo. Ela soltou um grito sumindo dentro da água.
- Ian...! Você não perde por esperar! – disse aparecendo segundos depois na superfície.
E ele saiu da piscina correndo para dentro.
- Vem... - e estendi a mão para ela me ajoelhando perto da borda.
- Giulia... – sorriu.
- Hum?
- Antes que outra pessoa te diga...
E nos olhamos por um momento.
- Eu te amo... – disse me beijando a boca.
Ive apertou a minha mão e me puxou para dentro da água.
- Você é terrível Ive. – sorri tirando a blusa e ficando só com a parte de cima do biquíni.
- Você acha?
Ela me abraçou pela cintura.
- Acho.
E aprofundei em seus lábios com um beijo.
Fim do capítulo
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