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Contradictio por Katherine

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Palavras: 9764
Acessos: 1886   |  Postado em: 26/05/2020

Angelo Mio

Contradictio

“Angelo Mio”

 

***

 

 

“ Pegue um pedaço do meu coração
E torne-o todo seu
Assim, quando estivermos separados
Você nunca estará só
Nunca estará só... ”

- Never Be Alone

Shawn Mendes

 

 

 

***

 

 

Há quem diga que o amor é uma dádiva dos deuses para os Homens. Outros tantos, antagonistas a isso, corroboram com a crença de penitência mortal, como se o mesmo fosse a imputação de uma pena severa aos “profanos” e “pagãos”. Contudo, todos, sem qualquer refutação, convergem na concepção: O amor é o elo mais forte incrustado que permeia por todas as comunidades humanas.

 

Milênios se passam. Gerações inteiras se desintegram como areia no deserto da história. Novos déspotas e formas de governos nascem com o raiar do sol e tem seu cabo na alvorada. Guerras e mais guerras, apropriações e conquistas. Entretanto, tão pouco Cronos;o deus do tempo, impiedoso em sua fúria, devorador da própria semente,foi capaz de apagar a chama crepitante que inflama o coração dos mais desolados e perdidos seres.

 

Significância ás bestas selvagens, nomeadas como animais racionais é isso que o amor trás.

Capaz de unir, curar, salvar e do outro quadrante da mesma moeda, também, quando mal interpretando, pode devastar e deformar a alma amante até que se torne irreconhecível.

 

A boca “seca”. As pupilas dos olhos dilatam, ansiosas por deslumbrar seu objeto de cobiça. O irreverente músculo estriado do miocárdio palpita em uma espécie de retumbar sem qualquer ritmo. O estômago para de peristaltar- a famosa sensação de borboletas na “barriga” se instaura- e o frio cortante ataca as extremidades do corpo, fazendo suar as mãos inquietas pelo calor do alvo amado.

 

Bem, esse é o amor se revelando em sua forma mais viril e primitiva.

 

Seria extremamente complicado decodificar em palavras tudo que cantava em sua mente. Na verdade, tudo que gritava em ânsia á cada célula em um emaranhado que constituía seu corpo.

 

Ao menos é o que os azuis tempestuosos e flamejantes, refletidos no vidro espelhado, pensavam. A intensidade de seu desejo por ela era tamanha, que a jovem Katherine não conseguiria mensurar a avalanche de sensação emergentes em si.

 

O mesmo se aplicava a doutora Iara, que em nenhum minuto, sequer ousou piscar. O assombro rastejava em suas entranhas, apenas com pela possibilidade de estar imaginando seu anjo de cabelos negros (agora não mais negros) como um vislumbre de uma doce miragem.

 

O destino, como telespectador, aguarda em ânsia o reencontro das almas apaixonadas, entrelaçadas uma á outra pela elo mais forte existente... Conectadas pelo amor Veríssimo.

 

 

Os verdes vibrantes estagnados, rasos pela quentura da alegria que despontava em si, fixaram-se aos azuis, nesse momento translúcidos, rogando para ter sua alma lida pela única garota existente em seu mundo.

 

 

 

-Você... – Muller, em um sussurro incrédulo. – Você, realmente, está aqui?- completa em um rogo velado, sentindo a garganta trancar.

 

 

 

“deus... Como era doce aquele som!”

 

 

Aquela voz era tudo que seu cérebro buscou em desespero registrar, desde que acordou no inferno meses antes.

 

Os pelos se arquearam á pele pálida, diante do prazer latente que lhe embebedou.

 

 

- Olá, amoré mio... – o rouco vacilou diante da criatura amada, parada como escultura de gelo diante de si.

 

 

- Oh deus... – um sorriso nasceu em meio às lágrimas quentes – É mesmo você?! – gargalhou em descrença e não resistindo mais aos instintos de seu corpo, lançou-se contra a massa rija da maior e dizer que ela não tardou em trancafiá-la com os braços em torno da cintura fina é um pleonasmo.

 

 

Como que reconhecendo sua parceira, Emanuella afundo as narinas nas madeixas loiras, sentindo o odor de morango acalentar cada fibra de seus músculos tencionados.

 

 

Ela escutara a vida todo que chorar era fraqueza e pior, chorar na frente de outrem era estupidez, pois revelaria sua alma, conseqüentemente todos os seu segredos. Contudo, Kath, não se importou quando sentiu as fileiras finas desembocarem dos olhos cerrados. Só agora conseguiu mensurar a dimensão de sua saudade.

 

 

“Como viver sem ela?”

 

 

Mas, tão rápido quanto se aconchegou á outra, Iara se afasta em um movimento abrupto.

Agora o fogo, bem conhecido pela maior, queimava nas orbes verdes mel e para seu azar não era no bom sentido.

 

 

- Katherine Emanuella Muller Castiel! –sabe, nunca é bom quando chamam o nome completo de alguém, ainda mais naquele tom intimidador. Porém se torna um milhão de vezes pior quando esse alguém é companheira. –Você pode me explicar como a esposa que enterrei á meses atrás está viva, parada bem diante dos meu olhos? – Iara indaga, soltando fogo pelas ventas.

 

 

 O quão ruim pode ser um “Pitbull” sem paciência para com os humanos? Certamente, nada animador.

 

Agora imagine um “pinscher” raivoso, espumando pelos caninos afiados. Com total certeza, é uma imagem perturbadoramente assombrosa.

 

Essa era Iara Muller - conjecturas da própria Castiel -mirando- a com os verdes flamejantes e tudo que a maior pode fazer para acalmar a apreensão foi engolir em seco, sem tirar os olhos da pequena mulher adiante, com as mãos descansando á cintura tão desejada por si, rosnando como uma Leoa liberando parte de sua fúria pelos pés inquietantes batendo conta o chão.

 

 

“Não morri nas mãos de um psicopata sádico, mas certamente morrerei agora!” – ela nunca desafiaria a fera dando voz ao pensamento.

 

 

- Amoré mi... – não houve tempo para explicações.

 

Em um milésimo de segundo depois, as mãos pequenas e quentes fizeram sua face direita arder com um estalado seco.

 

 

-Como ousa morrer quando estou á declarar meu amor por você, Katherine Castiel?- gritou Iara com o colo avermelhado pela raiva – Como ousa deixar sua filha e sua esposa desse jeito?- rosnou enfurecida.

 

 

- Meu amor, eu posso... - apressaram-se mais uma vez em dizer, mas foi interpelada.

 

 

A jovem Muller estava determinado em seu objetivo. Que ao que ao tudo indicava, era fazer o corpo da outro um “saco para pancadas”, mas especificamente; tapas e pontapés.

 

 

 

Outro estalado rompeu o banheiro e dessa vez o lado esquerdo, naturalmente pálido, foi quem ganhou a coloração semelhante à de um pimentão.

 

 

-Eu ainda não que poderia falar, Emanuella! –outro rosnando e mais alguns tapas implacáveis.

 

 

 

-Ai... I-isso arde para um inferno, Iara! – resmunga se esgueirando como podia, mas a verdade é que tentava não se desesperar com a possibilidade de rejeição por parte da loira.

 

 

 

- Eu. Não. Quero. Ouvir. Sua. Voz. Imbecil. Katherine!!!–ordenou a menor e a cada palavra era um pontapé novo no peito da esposa– Você é uma imbecil... – os dedos foram para altura do seio aplicando uma pressão considerável – Inútil... – a maior deu uma passo atrás, tentando fugir das garrafas menores – Arrogante... – Iara rosnava avançado na direção da esposa – Inconseqüente... – “Oh porr*!?” Castiel engole em seco pela segunda vez na noite ao sentir a parede contra as costas, encurralada pela fera em forma de mulher – Irresponsável, estúpida!- rosnou espumando pela boca, e os tapas maltratavam os ombros delgado – Eu. Te. Odeio. Tanto. Sua... Sua... –continua cuspindo, até não encontrar mais palavras que transcrevessem sua indignação e quando os punhos delicados cansaram, os pontapés cessaram.

 

 

O silêncio que se seguiu, preenchido apenas com as lufadas de ar arrebatadas pelos lábios rosados, foi quebrado pelo rouco intransigente e convenhamos, sem qualquer noção de perigo.

 

 

- Você só conhece adjetivos pejorativos com a letra “I”, doutora? – indagou a de olhos azuis em zombaria, com um sorriso lindo nos lábios e Iara não pode deixar de sentir um formigamento, já tão conhecido, subir suas entranhas.

 

 

Mas a mulher se recuperava rápido, e Katherine percebeu que, talvez, aquela tenha sido uma estratégia não muito inteligente, já que a outra voltou a estapeá-la.

 

 

- Você tá goz*ndo comigo, Emanuella?–urrou com os verdes cheios de descrença e uma careta cômica cruzou o rosto delicado, assim q a gargalhada roca rompeu com a resposta.

 

 

- Na verdade, doutora... “–” Merda, porque o “doutora” tinha que sair tão rouco e sensual?” Iara se lamentava por ter seu corpo tão fraco quando se tratava da outra - ...Eu adoraria estar goz*ndo contigo agora mesmo! –informou, Kath, com uma piscadela cafajeste e a ironia lampejou nos azuis, entrelaçada ao desejo.

 

 

O estado de catatonia, pelos “hormônios aflorados” durou pouco, pois uma descrente Iaravoltou ao ataque.

 

 

- Eu. Não. Acredito... – silabou ela em sincronia com os tapas ardidos – Você está brincando em um momento como es... – agora foi a vez de Kathy cortá-la.

 

 

Sem qualquer cerimônia, a maior puxou, quase violentamente, o corpo magro contra o seu, colando oslábios úmidos e ansiosos aos fartos e rosados lábios insolentes da esposa.

 

 

O calor, junto ao arrepio frio, correu a espinha das mulheres.

 

 

E o mundo explodiu, resumindo-se apenas á elas, quando a língua macia da ex-policial contorna os lábio exigentes de Iara, pedindo passagem para a dança mais primitiva, a dança dos amantes.

 

 

Um gemido quente reverberou na garganta da platinada assim que os dedos finos puxaram-lhe os fios da nuca.

 

Inflamada pela paixão ardente, as mão pálidas correram da cintura ás belas e fartas nádegas e apertou-as fundindo pelve contra pelve.

 

 

 

Outro gemido, agora da febril loira.

 

 

 

- Eu poderia te fazer goz*r, agora mesmo, doutora... - sussurra em sua rouquidão banhada pela excitação. – Para mostra para aquele mauricinho aquém seu corpo responde com tanta ânsia! – exclamou, injuriada com a imagem de outrem com as mão em sua doce mulher – Você é minha, Iara... Minha e de mais ninguém!- rosnou Emanuella massageando os seios médios sobe o tecido azul – Minha esposa... – completou traçando um caminho molhado e quente até as orelhas da loira. – Minha musa... – o sussurro quente fez os pelos louros se arquearem – Minha mulher... – morde o lóbulo e em seguida dispensa um rosar molhado da língua ardente Na pele dourada – Minha sereia... Minha vida! – completa escorregando para o pescoço alongado e á cada movimento sensual um gemido baixo escapava dos lábios rosados.

 

 

- Oh, sim... – murmura a médica, perdida em seu desejo desmedido - M-mas eu ainda te o-odei-o... – Lembrou-a mesmo embebeda pelas carícia audaciosa e nada inocentes de sua amante.

 

 

-Ele sabe que é meu nome que você grita quando chega goz*, em?! – indagou Emanuella tomada pelo ciúme, caminhando com a mão para a vagin* de Iara, recebendo um gemido manhoso em replica - Responda-me doutora... – ondeou, encontrando a renda encharcada entre as pernas torneadas – Aquele almofadinha imbecil, com as mãos no seu corpo maravilhoso, sabe? – continua ela, em sua exploração lenta e cadenciada.

 

 

- Kath... – gem*u em um rogo velado – Oh... Si-sim, ele sa-sabe! – soltou ofegante quando a pressão dos dedos gelados alimentou em seu núcleo pulsante.

 

 

- Ótimo! – disse simples e arrancou a pálida mão das pernas da esposa, com um sorriso vencedor nos lábios vermelhos e inchados.

 

 

Muller ensaiava falar mal até a décima geração da mulher, quando as batidas abruptas na porta soaram.

 

 

-Isso aqui... – Iara diz apontado de si para uma Katherine com um meio sorriso sexy no rosto duro – Não acabou, meu anjo! – esclareceu, aplicando um selinho duro nos lábios da outra e caminhou com um rebol*do inebriante para a saída – Ah, a propósito... – parou na porta, antes de abrir - Eu amei o cabelo. Deixou-te mais... “caliente”!–ela praticamente gem*u as palavras, sabendo como aquilo afetaria a esposa e encontrou cabo de seu objeto nos azuis escurecido.

 

 

 

- Você nem imagina o quanto, doutora! – murmurou quando alcançou a esposa, sem desviar da menor, destrancou a porta e antes de sair, completa – Você nem imagina... –e arrematando, levou os dois dedos, que outrora exploravam a mulher, aos lábios fartos e deliciando-se em seu prazer, cedeu passagem a uma enfraquecida Muller.

 

 

 

***

 

 

 

Existe uma crença popular que enaltece a ideia de “família constituída de laços sanguíneos”.

Não importa á que gral de parentesco se pertence, não é relevante os sacrifício e esforços para cuidar, se doar, respeitar; o que realmente está em evidência é sua herança genética, isso constitui á qual tribo pertencemos de fato. Independente da fidelidade quebrada, o desrespeito e a falta de empatia, bastar ter um traço genético compartilhando... Ai sim é uma “família”.

 

 

E a essa instituição você deverá sua vida, suas escolhas, seus sentimentos.  Por essa, deve-se ignorar os anseios pessoais e o que daria significância e fá-lo-ia “ser” feliz, tudo em nome da benevolente “família”.

 

 

“A maior estupidez já dita!” – protesta ela perdida em seus pensamentos, tragando o ar com mais vontade.

 

 

Sua irmã; Não por laços de sangue, mas pela fraternidade, ligadas pelo amor, sempre foi uma mulher forte, destemida e irreverente. Contudo, bastava um choro seu e lá estava sua heroína, pronta para defendê-la do sardento barrigudo, “dono” do orfanato.

 

Ela não era modelo moralista de herói, estava mais para “ante-vilã” e apesar dos métodos nada “honrados”- “mas o que é honra, não é mesmo?!”-o fim sempre fora nobre... Defender com unhas e dentes seu único vislumbre de família.

 

Um sorriso esbranquiçado cresceu saudoso.

 

Intragável e completamente desajuizada na adolescência, essa era ela, mas seu instinto protetor seguia intacto.

 

 

O primeiro dia na escola havia sido um pesadelo para si.

 

 

“Mal dito óculos fundo de garrafa”- era quase pior que os cravos e espinhas em sua pele esburacada.

 

 

E quando Mariana-“a vadia popular”- ousou zombar deles... Bem, lá estava a jovem Merida Martinelli, vingando-se por sua irmãzinha, literalmente esfregando o nariz empinado da rival no asfalto. Entretanto elas forma crescendo e o destino decidiu que era momento de separar seus caminhos.

Merida tornou-se uma prostituta de luxo e Diana uma jovem empresária, graças aos pais adotivos.

 

Quando voltou á Itália para procurar a irmã de coração, oque encontrou foi uma mulher amarga e frígida.

 

Como he doía a alma ao olhar nas avelã sem brilho ou a esperança de anos atrás. Parecia uma mulher morta em seu íntimo, obrigada a carregar um corpo pela existência, sem qualquer alma ou sentimentos em si.

 

E agora, cá esta a morena. Estagnada diante do corpo frágil e debilitado sobre a cama luxuosa.

 

 

- Eu sinto muito não ter estado ao seu lado, Sorella! – lamentou, levando os dedos as madeixas castanhas misturadas ao suor incrustados á pele pálida – Perdonami... – rogou, sentindo uma lagrima solitária correr dos azuis vermelhos.

 

 

Não era seu sangue ali. Não havia laços genéticos, tão pouco algum parentesco, mas era sua família.

 

Torta, quebrada e inconstante, entretanto, ainda assim, sua a família.

 

E agora a mulher que matara o amor de sua vida estava morrendo e ela era incapaz de odiá-la.

 

Como se pudesse sentir a presença acalentadora de Diana, as avelãs, em um esforço gutural, abrem-se minimamente.

 

 

- A ma-le-leta... – o sussurro fraco jamais seria percebo, caso D’Angelis não estivesse tão próxima.

 

 

- O que? – indagou a maior afoita – Merida consegue me ouvir?

 

 

- K-Kath... Pre-ci-ciso que en-tregue... - implorou a mulher, vagando entre a consciência e o completo delírio – A ma-maleta... - completa apertando ainda mais o braço magro da outra, mas não era um aperto tão severo. Merida se quer consegui manter os olhos vivos.

 

 

- Que maleta, Merida? –exasperaram-se quando a irmã ofegou em tosses secas – Por favor,não deve se esforçar! – rogou tomada pela preocupação.

 

 

- A ver-ver–dade...  E-elas me-merecem! – exclamou em um murmuro sofrendo e os azuis acompanharam uma lagrima furtiva macular a face delicada - Gos-taria d-de ter mais tem-po c-com elas! – confessou e um sorriso triste que logo se desfaz dando lugar a luta ferozmente para tragar um pouco de oxigênio.

 

 

- Você não pode nos abandonar agora, Merida...- continua em seu monologo - Elas precisam da mãe... – engoliu o nó em sua garganta – Eu preciso da minha irmã! – Diana, em lágrimas.

 

 

- Perdonami Sorella (perdoe-me irmã)... – balbuciou uma ultima vez.

 

 

 

***

 

 

 

-Então é realmente verdade? – indagou Iara com os verdes na pequena jovem acorrentada ao aperto repugnante do homem.

 

 

 

“- Seu pai matou minha filha e levou minha neta para longe... – confidenciou a Senhora com as orbes negras tomadas pela lamentosa dor.

 

Tamanha crueldade partida do próprio pai em direção á uma família, apenas por não estarem em seu padrão de ideal á seus precisos filhos.

 Iara não poderia sustentar a postura rígida naquele momento, não parada diante daquela mulher tão vivida e sofrida pelas experiências vividas.

 

- Eu não sei o que dizer para expressar meus sentimentos, senhora Niara... – a loira engole o bolo que castigava sua garganta.”

 

 

 

 

- Sim... – suspirou Castiel, levando o drink á boca –Ao que parece Tiago nunca conheceu a filha! – comprimiu o maxilar, lembrando-se das circunstâncias em que conheceu Tandara.

 

 

 

- É por isso que não voltou para nós? – a voz doce se mistura ao rancor velado e Emanuella a conhecia perfeitamente bem para deixar de notar uma ponta de mágoa nas esmeraldas – Por isso não voltou para sua filha? – completou Iara.

 

 

Não gostaria de criar essa tensão com a esposa naquele momento, no meio de um salão, cheio de pessoas desconhecidas, todavia a pergunta lhe perturbava á tal modo; não pode suprimir.

 

 

 

Um fato sobre a ex-policial: Katherine havia sido baleada algumas vezes ao decorrer de seus vinte e nove anos. Entrou em um “ring” e, literalmente, deu a cara á tapa outras tantas e com ementa, ainda tinha os vários osso fraturados -Conseqüências do ofício na polícia - contudo nada doera tanto quanto o olhar desapontado e magoado lançados em sua direção, ainda mais sendo Muller a remetente.

 

 

Um suspiro pesado e um derrame brusca da taça nos lábios vermelhos, marcaram o momento em que os azuis tempestuosos foram para os verdes mel.

 

 

- Iara, não é tão simples como pensa... – a voz rouca pôs-se a explicar em um quase desespero –Aconteceram coisas que...

 

 

 

- Isso não importa agora! - cortou-a com rispidez, desviando o olhar para um ponto qualquer do pequeno bar, onde minutos atrás a esposa se escorava á espera de sua bebida –Vamos tirar minha sobrinha deste lugar e levá-la para casa em segurança. Depois conversamos sobre isso! – encerrou a loira e saltou da pequena banqueta revestida á um metal precioso e brilhante.

 

 

 

Na verdade tudo brilhava naquele lugar, desde os lustres aos convidados embriagados pelo álcool. Entretanto nada ali fora capaz de devolver á Castiel o brilho e alegria que se perdeu dos azuis, agora tomados pela escuridão tempestuosa.

 

 

A consciência e o pavor de estar ferindo o amor de sua vida, pois a deixou crer todos esses meses em sua morte, certamente era um fardo á mais em débito para suas enormes falhas nos últimos dias.

 

 

 

 

- Eu odeio interromper o memento família, mas precisamos agir agora, Kath! – a voz da irmã gêmea soou no ouvido da maior – Me parece que o Sheik está tão bêbada quanto o desejado!- observou, com as avelãs grudadas aos vídeos de segurança na enorme tela.

 

Tandara se esforçava para fugir do toque áspero e indesejado do homem robusto e de sorriso amarelo, que insistia em apertá-la e exibi-la como um prêmio á todos que paravam para cumprimentar o poderoso Sheik Saudita.

 

 

 

Levando as mãos nervosas aos fios platinados, minimamente desalinhados, Kath largou o cristal cilíndrico no balcão de mármore negro e tragou o ar profundamente.

 

 

 

“É hora de acabar com essa porr* de jogo estúpido!”- Imagina Emanuella, retomando a postura rígida e incorporou o “papel” de herdeira e sucessora Capo, do qual Iara, inconscientemente, a tirara em alguns poucos minutos.

 

E quando se considerou pronta para fazer oque sua cabeça emaranhada gritava ser uma loucura desmedida, Kath, resolve ser o momento para agir – “Foda-se a paciência e a discrição”- Incentivada pelo calor do conhaque flamejante, que agora fazia efeito em seu corpo, caminhou em direção a esposa parada um passo adiante, com os verdes voltados para a sobrinha, evidentemente desconfortável, do outro lado do bar.

 

 

 

- leve-me até o Sheik e seu querido acompanhante, doutora – carregou o seu rouco, banhado pelo sarcasmo ao citar o dito “acompanhante” - Apresente-me como Emanuella Martinelli, a primogênita e herdeira da Capo da máfia Siciliana! – ordenou Katherine á loira, trancando seu rosto em uma máscara de frieza – Vamos tirar sua sobrinha desse Sheik maldito! – pontua com firmeza.

 

 

 

- Ele não é meu acompanhante! – replicou nervosa – E esse é um plano horrível! –Alerta Iara olhando ao redor e os verdes perderam-se na contagem de quantos homens, armados sobe os ternos, havia nos cantos do espaço.

 

 

 

 

- Kath, Muller tem razão.Esse não era o plano! – Melannie apreensiva – Estamos em desvantagem aqui e El...

 

 

 

 

- Quando eu disser, acione os alarmes de incêndio e corra para a saída,d’Angelis!–orienta, sem deixá-la continuar os protestos – Vamos acabar com isso, doutora! – os azuis foram para Iara e com um aperto possessivo,enrosca um dos braços a cintura fina da esposa, puxando-a para seu corpo.

 

 

 

 

- Sì, signora! – murmura Muller, em um ofegar baixo. Mesmo que sua mente estivesse desgostosa e magoada com Kath, seu corpo não entendia a situação e não pode afastar-se da percepção prazerosa pulsando em todas as suas células, quando sentiu a pressão quente do copo rijo junto ao seu.

 

 

 

- Evidentemente, isso não terminará bem... – sussurro Melannie para si, acompanhando os passos duros da irmã cruzar o luxuoso salão, rumo á Zayed.

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

- Oh, querida... –Alcântara, alterado pelo álcool, pronuncia-se com um enorme sorriso nos lábios ao mirar a loira se aproximando –Achei que não fosse mais voltar do toalete, Lara! – reclamou com um “bico” desapontado. Contudo retesou ao registrar a estatua rija de cabelos platinados e azuis fumegantes, enlaçando a cintura fina sobe o vertido azul – Quem é essa, Muller?- requereu.

 

 

 

O desagrado na mulher foi instantâneo, não aprovara o tom possessivo e autoritário demandado á sua pessoa, mas diante do clima de tensão pairando sobre o ambiente e prevendo a resposta petulante e, certamente, nada cortês, de Castiel ao interlocutor- já que a pressão crescente na sua lombar, denotava que a esposa tentava se controlar - a loira se apressa em dizer.

 

 

- Essa é a senhorita Emanuella Martinelli, ela é da Itália! – esclareceu, revezando as esmeraldas entre a jovem sobrinha e os homens.A careta de Tandara não negou sua confusão, assim que os olhos curiosos pousaram na platinada à diante– Nos esbarramos enquanto esperávamos por um drink e ela me dizia que veio representar a mãe, pois a mesma não pode comparecer e não admitiria desfeitas ao convite do Sheik Zayed, então achei de bom tom apresentá-la ao anfitrião, não é mesmo senhorita Martinelli?!- completa Muller,desconfortável com olhar desconfiado de Alcântara sobre sua esposa.

 

- Martinelli? – indagou o Sheik de cenho franzido – Dos Sicilianos? – continua, referindo-se á máfia italiana.

 

 

- Certamente. Vejo que a fama nos precede! – o rouco crepitou entre o som ambiente, já que estava mais afastados da pista de dança.

 

 

- Sente-se senhorita... – apontou uma das cadeira de estofado branco adiante, disposta ao redor da mesa redonda – É um prazer receber uma dos Sicilianos em meu palacete... – sorriu cortês – Ainda mais sendo essa tão bela quanto você!- os lábios de Zayed se curvaram ainda mais, causando uma embrulho no estômago da maior.

 

 

– Senhora Castiel... – sorriu minimamente á loira, arrastando uma cadeira ao lado da sua para que ela se acomodasse e empurrou para junto da mesa em seguida e antes de continuar, fez questão de mandar uma piscadela á Alcântara, como se lembrasse ao homem de que a outra ainda carregava o sobrenome de casada- A honrar é toda minha, senhor Zayed! – a voz rouca de Emanuella veio carregada de sarcasmo e a irreverência, no tocante á referir-se ao Sheik Saudita pelo nome,fato que não passou despercebido.

 

 

Sem sombras para dúvidas, Zayed compreendera naquele momento que a jovem mulher não estava ali para um encontro casual, algo em seu instinto gritou: problema dos grande!

 

- E quem diabos é você para se dirigir ao Sheik Zayed nesses termos? – arrogante, David foi o primeiro a sair em defesa da “honra” do homem.

 

E o movimento enérgico foi suficiente para intensificar a tensão instaurada na pequena mesa.

 

Graças ao entretenimento causado pelas diversas músicas, comidas exóticas e atmosfera festiva ao entorno, nenhum dos convidados prestava atenção á eles.

 

Os azuis,sem qualquer resquício de emoção, pelo menos para um “desconhecido” - Iara podia lê-los bem e o que estava cravado neles agora não era algo bom –fitaram o rosto quadrado moldado pela barba rala. A cabeça tombou minimamente para o lado, e as madeixas esbranquiçadas se revoltaram para o ombro, a análise durou alguns segundos e quando ficou satisfeita com a sombra de pavor nos castanhos de Alcântara á sua esquerda, Kath voltou-se para o Sheik.

 

– Como diz conhecer os Sicilianos, creio que tenha tido contato com minha mãe... –com uma exímia jogadora, Emanuella sugere, entortando um lado dos lábios avermelhados em sorriso arrogante, mas isso não foi capaz de intimidar o homem de hijab. Ao contrário disso, agora a “guerra fria” teria seu princípio.

 

- Certamente não. Na verdade, conheci unicamente o Capo Siciliano!- exclamou o Sheik, recebendo de bom grado a bebida que lhe foi oferecida por um garçom qualquer e assim q o jovem se afastou, prossegue – Dizem que foi assassinado pela última esposa. A desvairada arrancou-lhe os olhos e as mãos, mas isso não era o bastante, ela teve de amputar o membro do homem e por fim matá-lo!- narrou Zayed, bebericando do líquido âmbar em seu copo de cristal- Pelos rumores que alcançam essa parte do mundo, a mulher agora lidera o exército dos Sicilianos como um home deveria fazer, e seu braço direito é um pseudônimo ridículo: “dama de ferro”, devo dizer que é um tato antiquado, até para os padrões da máfia!- pontua em escárnio – As mulheres de hoje não conhecem sua posição inferior e o mundo se torna essa balburdia! – desfere a ofensa, mas não registrou um músculo se quer retesar na frieza que Emanuella se tornou.

 

 

 - Filho de uma Putanna corna!!- exclama Melannie ouvindo o disparate pelo microfone da irmã – Kath, corta a língua desse excremento, ou retiro tudo o que disse sobre não te perturbar quando está lendo aqueles livros chatos de mitologia!- resmunga resolutamente ofendida.

 

 

Mas Emanuella continuou impassível e imóvel, sem afastar os azuis dos castanhos.

Já a médica sentiu o estômago festejar em seu abdômen, querendo devolver todo o alimento que lá estava, contudo não sabia dizer se era unicamente pelo nojo á despeito da opinião repugnante de Zayed e/ou da narrativa cruel sobre a progenitora da esposa.

 

 

- Por Alá... – Tandara deixou em um quase grito libertário escapulir por entre os lábios rosados – Não seja um boçal arrogante e misógino! - rosnou aturdida pelo ódio inflando em seu peito– Deveria rastejar aos pés de uma mulher implorando para ser aceito, depois de tamanha imbecilidade!– completou tomada por um pequeno choque de fúria.

 

 

- Meu deus, eu amo essa garota! – eufórica, Mel comemora e Kath lutou para não sorri diante da ousadia da pequena Lazzari.

 

 

O problema e infelicidade para Tandara, estava estampados no rosto dos dois homens á mesa.

 

Uma mulher, melhor dizendo... Uma escrava, jamais se dirigia ao seu senhor ou á seus convidados sem ser solicitada, era uma infração passível de apedrejamento em alguns lugares da Arábia, contudo sua situação era demasiadamente pior: uma mulher morreria se desafiasse seu cônjuge, nos termos daquela cultura. Isso significa que uma, em posição inferior á uma concubina, seria esquartejada em praça pública para servir de exemplo e exibição de poder em praça publica.

 

- Você perdeu as faculdades metais, garota?- exaltou-se Alcântara do outro lado da mesa- É apenas uma escrava do Sheik, não deve se dirigir a ninguém!!–rosnou incomodado e com superioridade.

 

Um ponto sobre a personalidade da jovem Lazzari, ela era tão petulante e arisca quanto qualquer Muller, parecia algo intrínseco á aquele DNA.

 

 

- Como se estivéssemos em posições distintas, seu “mala”! – proferiu os lábios inconvenientes de Tandara, com o nariz em riste.

 

 

A menina cerra os olhos com força, aguardando a réplica para suas palavras assim que os verdes acompanharam Zayed levantar o ponho e ir com ele na direção do rosto pequeno...

 

Ela esperou pelo golpe e ardência na pele queimada pelo sol, sem qualquer ansiedade e depois do que pareceu milênios, os verdes abriram-se com cautela e confusão pelo contato não ter ocorrido.

 

- Non pensarci nemmeno (nem pense nisso)! -o rosnado enraivecido de Emanuella ecoou, mas a surpresa maior veio com a mão pálida, trancafiando o punho alheio,como se fosse atarefa mais simples do mundo para seus músculos tencionados sobe o panos finíssimo do terno.

 

- Saia da minha frente, caso contrário eu mesmo á tirarei! – ordenou resoluto, estufando o peito sob o olhar vazio da rival.

 

- Sabe por quê o Capo anterior teve uma morte tão animalesca, Zayed? – indagou a de olhos azuis, sem desviar dos castanhos fuzilastes sobre si e fez questão de ignorar com veemência o “pedido” do homem.

 

-Dizem que a mulher não estava em seu juízo perfeito! –zombou ele em resposta.

 

- Oh, não... – negou, com um sorriso sádico na face dura –A verdade é que ele quebrou um código de honra que se estende á todo Capo da máfia Siciliana! – esclarece Emanuella. Os meses passados ao lado de Merida lhe conferiram um entendimento considerável do funcionamento interno da máfia, isso inclui os códigos morais- Sabe qual norma foi ferida, Zayed? – voltou a indagá-lo e quando ganhou silêncio do homem, continuou –Ele desonrou a esposa e para nós, mafiosos, isso é inconcebível! – completa, comprimindo ainda mais o pulso entre seu aperto.

 

- Que tipo de desonra um homem causaria a um ser tão inferior e sem racionalidade ? – inquiriu Zayed, forçando os músculos naquela “queda de braço”.

 

- Ele achou ser uma ideia grandiosa levantar as mãos brutas e sujas para ela... –o rouco calmo carregou uma promessa velada- E sabe oque fazemos na Itália, com os covardes que não são capazes de cuidar e respeitar, nem mesmo a própria companheira, Zayed?-o sorriso diabólico cresceu e os azuis gélidos cintilaram – Nós arrancamos as mãos, os olhos e o... –envergou sobrancelha em sugestão quando o Sheik acompanhou os azuis até sua pelve – Você sabe... –piscou maquiavélica -E depois os matamos! –pontua, largando o braço do Sheik com força, o movimento perturbou, minimamente, o hijab branco – Agora o senhor já sabe o que aconteceu com o capo antecessor á minha mãe! – concluí Kath, endireitando-se na cadeira, ajustando o smoking ao corpo com a ponta dos dedos pálidos.

 

- Vejo que realmente tem sangue Italiano nas veias! – gargalhou o Sheik, escondendo sua raiva por tamanho disparate, atrás de sua arrogância habitual.

 

- Os sauditas já ouviram o nome “dama de ferro”, senhor Zayed? –indagou despretensiosa, com os azuis desfocados para a loira ao seu lado.

 

Não gostaria de mostrar a esposa esse seu lado frio e malévolo, mas precisava tirar a filha do amigo daquele lugar e voltar para casa sem um exército de árabes premiando sua cabeça e isso só seria possível se Zayed á temesse. Tentando passar segurança a Iara, arrastou a mão nas costas tensas, em um carinho confortante, como se dissesse ela que estava tudo bem e que jamais a infringiria algum mal.

 

 

 

- E-eu... – pigarreou o Sheik – Isso não passa de uma lenda usada pelos fracos da máfia, na intenção de desestabilizar os covardes e alinhados!- zombou, resoluto.

 

- Errou novamente, caro Sheik! – afirma com frieza –Permita-me retribuir a cortesia e alertá-lo que ontem mesmo você estava com essas mãos imundas nas longas pernas da “lenda” da máfia e ela me pareceu bem viva quando quase quebrou seu nariz arrogante com um belo soco! – afastou-se minimamente do corpo pequeno e apreensivo de Iara - Refresquei sua memória agora, Zayed? – ironizou, sem qualquer “reverencia” para com o Sheik saudita.

 

- Acho melhor manter os limiares da etiqueta, minha cara... – protestou o homem, evidentemente incomodado com a nova informação e em sua mente implorou á Alá que fosse um blefe, pois todos que caíram nas garras da “tal dama de ferro” nunca sobreviviam para contar a história – Ainda sou a pessoa que manda em toda a Dubai e aqui, nem mesmo sua mãe mafiosa e assassina poderá ajudar. Estás muito longe de casa!– Zayed rosnou, autoritário Na tentativa de espantar seus receios.

 

- Sabe qual é o grande problema dos reis, Senhor Zayed? – indagou Kath, cheia de sarcasmo –Eles, dificilmente, permanecem no poder quando os aliados tornam-se inimigos!– pontuou com os azuis tempestuosos duros sobre a face morena –Veja a bela jovem ao seu lado... – apontou para Tandara, mas permaneceu a fitar o homem – Eu sei exatamente como ela chegou á suas mãos. Sei muito bem o tipo de acordo que á trouxe até você e sei ainda mais o que faz á ela todos as noites, como o porco imundo que é...– continua, vendo-o fraquejar um pouco em sua postura, mas logo retomá-la - Lembra-se da morte de seu pai, o poderoso príncipe Hadji?! – sorriu vitoriosa quando a máscara de déspota temível do Sheik ruiu –Fomos nós, não fomos, a família Martinelli que o excluí do mapa, para que acendesse ao poder, não é?! – arqueou uma das sobrancelhas escura, curvando o tronco na mesa na direção do Sheik –O que acha que fariam com o adorado “ Rei Zayed” se soubesse que o assassino do príncipe mais amado da Arábia Saudita, está logo ao lado? – indaga retórica e quando o silêncio veio em resposta seguiu – Foi o que imaginei! - afastou-se do Sheik petrificado, encostando-se confortável ao estofado.

 

- Como ousa tecer tamanho perjúrio? – David exasperou-se. Não que fosse um fanático devoto ao chefe, contudo a forma imperativa com a qual a “estrangeira” se dirigia á os homens, criados como superiores pelo patriarcado, era uma afronta á seu lado de primitivo macho alfa – Ele cortará sua cabeça por tamanha ofensa e falta de respeito! - vociferou.

 

A gargalhada seca e rouca, sem qualquer pitada de humor rompeu entre os cinco.

 

- Eu estou me perguntando, desde que grasnou pela primeira vez... – desviou os azuis gélido do homem de hijab para o moreno – Quem seria essa criatura desagradável?! – deferiu, cerrando o maxilar de pedra. Ela sabia bem quem era o engomadinho.

 

 David Alcântara Santos, o genro perfeito de Augusto Muller. Primeiro e único pretendente de Iara nos tempos da faculdade, escolhido à dedo pelo pai. Jovem de boa família e reputação libada. O único problema era que não passava de um frouxo, corria para os braços do sogro todas as vezes que era dissentido pela namorada, na época, a jovem Muller.

 

 

-  Sua vadia! – vociferou alterado, chamando a atenção de alguns convidados mais próximos – Eu vou mat....

 

- Senhor Alcântara, controle-se! – ordenou o Sheik com dureza, assistindo David,desgostoso, se calar no mesmo instante. Sinalizando para que seus homens mantivessem-se em suas posições e não provocassem pânico aos presentes, pois já começavam a se movimentar impacientes. Dirigiu-se a jovem Martinelli em postura rígida, como uma verdadeira aristocrata, entretanto mais aterrorizante, o homem retoma–Me pergunto em que gostaria de ser favorecida, mediante sua descrição para com esse assunto, digamos... Delicado!–sugeriu Zayed com a voz mansa, trocando imediatamente sua tática e abordagem e essa a era a brecha cavada por Kath desde primeiro contato com o homem.

 

- Eu quero a garota!- exclamou sem rodeios, sem afastar os azuis do outro.

 

“Não era um blefe!” –  a constatação levantou interesses no Sheik.

 

- O que ela tem de espacial...-apontou Tandara cativa ao homem asqueroso, pelo aperto bruto em seu pulso fino – Para que a próxima Capo, na “linha de sucessão”,  se arrastasse da Itália até a minha Dubai em seu resgate? – completa ele com o cenho cerrado pela curiosidade.

 

Verdade seja dita, a menina franzina era bela aos olhos do homem, mas não passava de “carne fresca” (conclusões inaceitáveis do homem) para uma boa diversão e mais nada.

 

- Onore(honra)... - pronuncia em um Italiano impecável – Sabe o que significa disso, Sheik?- inquiriu e por mais que quisesse desvias os azuis para a jovem assustada e acalmá-la, não o fez.

 

 

“-Um capo nunca demonstra sua fraqueza diante de um oponente, Katherine! – a voz de Merida tamborilou em sua mente.”

 

 

- Desculpe-me, mas meu Italiano caiu em desuso!- pontua com um enorme sorriso jocoso.

 

- Tentarei explicá-lo em sua língua, meu caro! – sorriu sem humor e em árabe seguiu – Honra tem á ver com hombridade, significa respeito, responsabilidade para assumir seus atos, seja qual for as circunstancia... – os azuis ganharam vida no meio do discurso –  Tem a ver com fidelidade para com os seus, significa cuidar de quem um dia te estendeu a mão e te fez parte de algo maior, apenas por  ceder um espaço em sua vida e acreditar em seu potencial quando ninguém mais crer! – um filete de luz cintilou na escuridão imensa que eram seus olhos – Eu fiz um promessa a uma jovem Curandeira, que cuidou das minha feridas quando estava á própria sorte no fundo de um poço em um deserto qualquer, nesse fim de mundo.E mais que isso, eu fiz uma promessa a um irmão, á alguns atrás, e eu estou aqui para cumpri-la! – pontua com determinação, engolindo o bolo saudoso em sua garganta por lembra-se do amigo – E por fim, Zayed, honra tem a ver com nunca, jamais, faltar com a palavra e descumprir uma promessa! – concluí com um rosnado raivoso evidenciando sua repulsa pelo antagonista.

 

- Acho entendo com um pouco mais de clareza agora, senhorita Martinelli! –devolveu ele em seu ar superior.

 

- Então sabe, muito vagamente... – começou ela - Que eu irei até ao inferno para  sair com Tandara daqui, certo?!- concluí Kath.

 

- Lamento, mas como disse a senhora sua mãe, a Capo Martinelli, está fora de questão. A jovem Curandeira me pertence e eu farei dela minha escrava até o dia em que enjoar e mandá-la para morte! – negou categórico.

 

Zayed jamais aceitaria negociar com uma mulher, ainda mais essa mulher lhe afrontando tão abertamente e sem qualquer pudor diante de todos, sem qualquer reverência.

 

Com um suspiro pesado, Katherine leva as mãos para o meio dos fios platinados e como se esclarecesse aos céus que fez tudo oque pode para que a situação não demandasse tal atitude, ela contorceu o rosto pálido e com os azuis negros feito noite tempestuosa em alto mar, encarou o homem adiante.

 

- Infelizmente, sua cota de respostas erradas chegou ao fim, Zayed!-  negou com a cabeça e um sorriso excitado pintou o rosto e as orbes brilhantes –Fine Del gioco(fim de jogo)!– tão rápido quanto o murmurar dos lábios vermelhos, as pálidas mãos arremataram, seja lá de onde, uma adaga de lamina reluzente e em fração de segundo Castiel estava debruçada sobre o inimigo.

 

O caos se instalou pelo ambiente e até os músicos interromperam o seu show, para ceder palco ao enredo homérico, quando a milícia do Sheik sacou de suas armas automáticas e semi-automática.

 

- Acho melhor se render, minha cara! – sorriu o Sheik, embebedando-se ao cheiro da vitória e isso diminui a ardência da lâmina afiada em sua garganta.

 

- Não tão rápido!- os azuis transbordaram de humor ao notar a confusão nos castanhos –Adesso(agora)! – urrou Emanuella e imediatamente o farfalhar quebrou o silêncio instaurado, revelando um cerco estratégicos de homens do exército dos Sicilianos ao redor dos soldados de Zayed – Eu te apresento os homens que devem fidelidade á Capo Martinelli! –o sorriso cortante aumentou e dessa vez Zayed temeu o que encontrou nos olhos dela – Ordene que seus homens abaixem as armas e sairemos passivamente, isso incluí Tandara!- orientou Kath.

 

 Ela conseguiu ver que finalmente o homem cederia e seu coração já exultava em alívio, pois finalmente poderia voltar para casa e levaria consigo a jovem Lazzari, assim a alma de Tiago teria o descanso merecido e seu legado seria perpetuado através da jovem de língua afiados e irreverentes.

 

E quando Zayed abriu a boca para declarar sua libertação de toda aquele caos e desordem que sua vida havia se transformado o senhor destino resolver que era cedo demais.

 

- Você não irá a lugar algum... – aquela maldita voz irritante lhe roubou o ar – Não se quiser que sua esposinha viva!- e quando os azuis voltaram-se ás costas, lá estava ele, com as mãos asquerosas na cintura de sua mulher, pressionando-a contra o corpo opulento com uma faca no pescoço esguio e dourado. Ironias á parte, mas a cena de David empunhado uma faca à ex-namorada, pela qual declarava morrer de amores durante toda a vida, era no mínimo incongruente. E mais trágico ainda para Kath era as esmeraldas maculadas e assustadas em sua direção –Achou mesmo que eu não iria reconhecer você, mesmo com esse cabelo ridículo e com mais cicatrizes que eu me lembrava, mais ainda sendo a mesma imbecil de onze anos atrás?– exclamou ele, visivelmente transtornado.

 

O coração de Emanuella disparou e o frio cortante atravessou-lhe as vértebras quando o homem forçou ainda mais a lâmina contra a pele da loira.

 

- O.K! – o rouco veio com um suspiro cansado – Você me descobriu, David! –Katherine endireita a postura, afundando sua adaga á mesa de marfim com toda seu ódio e lentamente, afastando-se do Sheik.

 

- Eu achei que estivesse morta e que finalmente teria minha mulher de volta! –Alcântara soou desolado, enquanto a maior comprime o maxilar na falha tentativa de suprimir seus instintos violentos –E quando eu soube que minha Lara estava em Dubai e viúva... Não poderia deixar passar! E tudo estava saído como o planejado; ela aceitou sair comigo e era uma noite perfeita, até você retornar dos mortos e estragar tudo!- gritou as últimas palavras dando passos á trás.

 

- David, eu sinto muito por magoá-lo e não corresponder seus sentimentos... – Iara dizia entre lágrimas – Mas por favor, p-por favor... Me solte! – implora aflita, sentindo um filete quente escorrer na jugular.

 

- Calada!!! – urrou o homem – Eu vou fazer você me amar Larinha, vou fazer você enxergar o quanto um homem pode ser melhor que essa aberração... - continua com os olhos vermelhos pelo choro copioso – Nos vamos sair daqui e iremos para um lugar só nosso, aonde ninguém, jamais, vai nos separar de novo! –exclama sorridente, depositando um beijo nas temporadas da loira.

 

- D-Davi, eu amo minha esposa e-e é com ela que eu que-ro estar... – A médica estava tão apavorada com a ideia de ser levada para longe da filha e de Kath que nem se quer conseguiu dar atenção a repulsa pelo toque áspero dos lábios duros em seu rosto - P-por favor, David... Me solte!- rogou mais uma vez.

 

 

- Sheik? – Emanuella soou decidida, tomando todo seu alto controle para parecer fria e impassível– Que tal um novo acordo? – sugeriu – Eu me entrego, sem resistência, e meus homens batem em retirada, se as duas mulheres saírem por aquelas portas seguras!- ofertou com sinceridade, não havia alternativa e agora tudo oque mais precisava era que Iara ficasse segura – É uma boa troca, você terá seu trunfo...- referia-se a si - ... E poderá torturá-lo à forma que quiser, por desonrá-lo diante de seus convidados... -  no momento seguinte um brilho sombrio cortou os castanhos do homem– Mas as mulheres, as duas, precisam sair daqui vivas! Oque me diz? – negociou sabendo que a vaidade era o ponto fraco de Zayed.

 

- E se eu resolver matar você, as duas putas e acabar com o seus homens agora mesmo? – Indagou, agora ereto sobre os pés e sorriso presunçoso.

 

 

- Bom, sendo assim... – Emanuella começa em seu tom mais confortável e ameno – Eu terei o maior prazer em sacar a arma, presa ao cós da minha calça, enfiar uma bala na cabeça do idiota que está com uma faca no pescoço da minha esposa e nesse meio tempo, meus homens já teria reduzido dois terços do seu exercito de incompetentes... –a interrogação cruzou o rosto do homem- Ah, antes que me pergunte como passei com ela (a arma) pelo detector de metal... – Kath estalou os lábios em falsa pena - ... Deveria treinar seus homens para manter o foco no trabalho e não nas belas pernas da minha irmãzinha! - sorriu de lado quando a face morena ganhou um rubor de quem está perto de soltar fogo pelas narinas -Então, volto a dizer.... Minha proposta anterior é a melhor escolha para você, caro Zayed! –conclui com um picadela.

 

Bem, se imaginou que o homem rechonchudo; parado no meio de um salão, cercado por pessoas totalmente apavoradas, cederia ao bom e velho racionalismo... Pois sim, a conta era tão simples quanto dois mais dois: Ela tinha mais homens, maior determinação e um motivo muito plausível para fazer exatamente como disse, enquanto ele poderia aceitar a proposta, perder uma “puta” com que já havia se divertindo – pensamentos de Zayed- contudo poderia seguir sua festa e sua vida, sem arrumar uma guerra contra os mafiosos, pior ainda, contra a maldita dama de ferro. Certo, sua escolha era simples diante de todos os prós e contras.... Enfim, retomando; Se  imaginou que a resposta do Sheik seria recuar e aceitar a proposta, com certeza, enganou-se.

 

 

Castiel leu nos olhos do homem qual seria o próximo ato e ela rezou tanto,  haja vista que não era religiosa, contudo ela rogou aos deuses para que o homem não escolhesse aquilo. Ao que parece, os deus não quiseram ouvi-la.

 

 

- Melannie, agora! –exclamou, Emanuella e no mesmo instante ouviu o déspota gritar.

 

 

- MATEM ESSE PUTA! – urrou o comando em árabe e sem mais delongas o pandemônio teve seu início.

 

 

A sirene do alarme de incêndio fez a multidão de convidados correrem, como um milhão de formigas desordenadas ao sinal de destruição do formigueiro, em direção as saídas de emergência. E enquanto corriam, os Sicilianos, seguindo ordens expressas da Capo reserva, tentavam direcionar os disparos da milícia do Sheik para longe dos inocentes.

 

Em meio á aquela insanidade de gritos desesperados, com o pestanejar de Alcântara - deveras assustado pelo alvoroço- Iara não tardou em cravar os caninos nas mãos que forçavam o talher contra si.Emanuella, que não desfocou da esposa em momento algum, viu a chance perfeita raiar em sua frente, tomada pela adrenalina descarregada em seu corpo,fez como havia prometido, com um disparo a  ex-policial viu o homem do outro lado da me sair ao chão; alvo abatido.

Com os pés apressados, a mulher empurrou o chã, pronta para iniciar sua corrida para a esposa, contudo seu coração suspendeu as batidas quando as esmeraldas estancaram nas orbitas e o pavor inundou-a com uma avalanche. Descida á compreender oque causara tanto espanto a loira, Kath torceu o tronco encontrando o algoz.

 

“ Bem, talvez dessa vez eu não sobreviva!” – seu subconsciente formulou quando encontrou a mira  pequena sobre si.

 

Á partir desse instante tudo pareceu se desenhar em câmera lenta diante dos azuis dilatados em um grande negros. Os movimentos desordenados dos corpos em sua frente, as pequenas fagulhas de brasas, geradas pela pólvora e ignição, no cano frio da pistola semi-automáticas e até os sons pareciam acompanhar a desaceleração em seu cérebro, menos o retumbara de seu coração gritando desenfreado em seus ouvidos.

 

- Kaaaaaaaath.... – o grito familiar era o de Iara. Jamais perderia aquele tom, mesmo em meios á um milhão de vozes.

 

A história seria trágica, na verdade, aquele seria o fim da história, mas lembre-se: “O fim é apenas o começo!”, pelo menos é que se prega nas palestras motivacionais.

 Quando Emanuella se conformou que seria a ultima vez que veria as os verdes da sua garota, o corpo franzino lançou-se contra  o roliço de Zayed, bem no meio do salão.

Tandara... Outra vez a garota estava lá para lhe salvar a vida.

A menina rolou para a cintura do Sheik desnorteado e não se privou de fazer o que sempre sonhou: esmurra o crápula por tudo que lhe fez passar, por todas a noites de sofrimento e repulsa, por todas as humilhações e crueldades. Tandara só parou quando sentiu os braços fortes á sua volta, literalmente, arrastando-a de sobre o homem desordenado e ensangüentado

 

- Me larga!– protestou transtornada – Eu vou matá-lo!- gritava entre lágrimas e soluços desesperado.

 

- Chega... –o rouco  despertou-a da inércia – Tandara, chega! - Emanuella pôs-se a dizer quando a menina direcionou o ataque mecânico para si.

 

- Eu vou matá-lo... – urrava em plenos pulmões, batendo com os punhos no peito da maior – Me deixa... Ele tirou tudo de mim! – o choro copiosoaumenta.

 

– Tá tudo bem, Tandara.... – tenta acalmar- Você está segura, está segura agora, meu bem! – Kath diz, engolindo o bolo em sua garganta, teve gana de machucar o homem caído ao chão, até que ele esquece o próprio nome.

 

- E-Ele merece... –murmurou agarrando as lapides do terno negro e os verde, agora sem brilho,  tornaram vermelhos - E-Ele m-merece!- Fungou Lazzari, enfiando o rosto contra o peito da mulher, como se lá fosse encontrar sua salvação.

 

- Eu sei... Eu sei! – sussurro para a garota tentando passar conforto- Você está segura agora, pequena, eu prometo!- assegurou e faria tudo que fosse humanamente possível para cumprir.

 

- Kath! – A voz de Melannie alcançou a irmã – Tomos que sair agora, os homens de Merida não agüentaram segurar os seguranças por muito tempo! – exclama apressada e ofegante pela pequena maratona nos imensos corredores do palacete–Eu cuido da garota e você da douto... – os avelãs inspecionaram o salão, agora vazio. Havia somente os homens do Sheik, tocando fogo com os Sicilianos que formavam uma espécie de barreira de contenção entre as mulheres e a guarda –Onde está a doutora? – indagou e logo os azuis se alarmaram.

 

- KATH!- o grito saiu abafado, pois era impedido pelas mãos gélidas e grandes do homem que arrastava o corpo magro para a porta lateral – Kath! – continua Iara, se debatendo entre o aperto de David.

 

- Maldito, desgraçado! – rosnou Emanuella em toda sua impaciência e furor - Leve-a para o carro... – ordenou, dispensando a menina para a morena.

 

- Como assim? - preocupou-se  D’Angelis quando olhou as feições da irmã, era tão sombrias quanto no dia em que encontraram-se no mausoléu. – O que pretende, Castiel?

 

- Eu vou pegar a minha mulher e matar aquele imbecil! – pontua fria, checando a munição em sua arma mais uma vez.

 

– Só... –Melannie suspirou – Não morra, ok?! - a irmã assentiu e não tardou em correr entre a barreira de Sicilianos até a saída mais próximo.

 

 

***

 

-Meu amor, desfaça essa cara emburrada... – diz ele em tom ameno – Veja, agora finalmente poderemos ficar juntos! – sorriu esperançoso – Eu sinto muito ter que te amarrar assim, mas você não parava de gritar! – desculpa-se, Alcântara e ele parecia realmente arrependido.

 

Os verdes apavorados, acompanhavam o jogo de luzes iluminar a penumbra no interior do veículo, conforme passavam entre algumas arvores e matagal, a lua refletia junto á iluminação do painel eletrônico do carro no rosto distorcido do homem.

 

- Deixe-me voltar e eu o perdoarei... – a voz doce veio carregada de suplica – por f-favor...

 

- Meu amor, eu não posso. Você vai voltar para ela se eu te deixar ir! – esclarece- Não se preocupe, vou te levar para um lugar especial, onde viveremos felizes e teremos uma família! –pontua sonhador, revezando sua atenção entre a estrada de terra e a mulher em prantos.

 

- Eu já tenho uma família, eu não quero nada que venha de você! – grita, perdendo o controle – Eu nunca poderia amar um homem estúpido e asqueroso como você... – urrava em plenos pulmões – Então me deixe ir para minha mulher!

 

Talvez não fosse a melhor estratégia para usar  naquele momento, pois quando o rosto quadrado alcançou os verdes inchados, Iara  enxergou o ódio inflamado no olhar do outro.

 

O pavor cresceu ainda mais em seu corpo, quando os braços com o dobro do seu tamanho se esticaram e alcançaram sua face com um tapa bruto e doloroso.

 

 

- Ora, sua Vagabunda, como se atrev...- contudo, antes que pudesse desferir outro golpe profano contra a pequena mulher, o homem foi interrompido pelo impacto de potência 750cv a 8400 RPM em um motor V12  se chocando como um touro negro contra a porta do motorista.

 

David em algum momento achou um tanto romântica levar a sua refém para o cume de uma ribanceira. Talvez, em meio aos seus delírios, era uma ótima opção assistir as luzes de Dubai do alto, com a loira amarrada e amordaçada ao seu lado.

Como a estrada em que estavam era curta e íngreme, pois sim, estavam á alguns metros do topo, o carro rodou pela areia, como se as rodas estivessem incrustadas por sabão, e parou na borda do precipício com as duas rodas- lado conduto- escorregando para fora.

 

- Iara! – a rouco buscou pela loira.

 

- Kath!- Exclama tomada pelo princípio de alívio, que não tardou por ser silenciado.

 

Dois disparos seguiram do interior do veículo oscilante e os movimentos de Iara dentro do carro, tendo desfazer a mira empunhada sobre a esposa,Fez com que a arama voasse para a escuridão, através da janela estilhaçada, e as rodas escorregarem um pouco mais para o precipício.

 

- Para, sua vadia! – alertou Alcântara, sentindo o carro tombar para a esquerda – Quer nos matar?

 

Enquanto Iara se debatia para livrar-se do aperto do homem, Kath consegui ganhar o espaço que á separava do utilitário e arreganhou a porta do passageiro com brutalidade.

 

- Me larga David... – rosnava a loira se debatendo –Kath!! – implorava por socorro quando o carro começou a escorregar para dentro do buraco negro – Kath... Por favor, me solta! –gritou Iara, quando os sapatos de grife Italiana nos pés da esposa começar a perder a forca de atrito, versus a forca da gravidade puxando o cubo de metal para baixo –Kath SOLTA ou você vai cair também!- repetiu a loira com o tronco cativo pelos braços de David e os pulsos nas mãos pálidas da maior que tentava tira-la do carro antes que ele se precipitasse – Emanuella, solte-me... Por favor, meu amor. Você precisa soltar!

 

- Se ela não pode ficar comigo em vida, não estará com você na minha morte!- urrou Alcântara, certo de seu destino, mas ele jamais permitiria que aquela mulher desprezível tomasse Muller de si de novo, como havia feito á onze anos atrás. Jamais–Ela vai comigo, imbecil! – sorriu sádico.

 

-Eu te encontro no inferno, desgraçado!- rosnou Emanuella antes de empunhar sua arma contra David e disparar três vezes e arrancando o corpo petrificado de Iara de dentro do carro, segundos antes do mesmo despencar ribanceira á baixo, sumindo entre o negro da noite.

 

Com a força contrário á sal cessada, Katherine foi ao chão arenoso com a menor caindo sobre si.

 

A verdade era que, pelo parâmetros normais da fisiologia, ela deveria estar completamente sem ar, pois seus pulmões eram esmagados em duas direções. Mas naquele instante, espalhada no chão de terra, com Iara soluçando e respirando com dificuldade em seus braços, o ar voltou para ela, e tudo que ela conseguiu sentir era a vida correndo em suas veias, aquecendo seu coração, assim como o calor as loira contra si.

 

 Não agüentaria o pavor de perdê-la outra vez, então tudo oque fez foi intensificar o abraço envolta do corpo delicado sobre o seu.

 

- Prometa que não vai me deixara, nunca mais... – murmurou a pequena em meio as lágrimas – Prometa, por favor!- rogou, ainda estava paralisada pelo medi diante da morte.

 

- Nunca mais estará só, amoré mio... – devolveu,acarinhando as madeixas loiras espalhadas em seu peito, enquanto a respiração que te da menos reduzia o ritmo acelerado –Nunca mais! – sussurrou a promessa velada.

Fim do capítulo


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Comentários para 29 - Angelo Mio:
Paollasilva
Paollasilva

Em: 01/07/2020

Cadê capítulo novo? vou morrer de ansiedade pela continuação kkk

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 28/05/2020

Nossa que capítulo quem já estava sem ar era eu...

Muita adrenalina...adorei

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patty-321
patty-321

Em: 27/05/2020

Cacete.que capítulo fodastica. Pqp. Pensei que era o fim da Lara. Adrenalina nas alturas. 

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Rain
Rain

Em: 27/05/2020

Caramba, que capítulo hein? Deu até um arrepio com kath enfretando o Sheik, oh vontade de fazer que nem a Tandara esmurrar ele para que morra logo velho nojento. Mas, mulher como se não bastasse o Vitor ainda tinha esse David maluco ai, bem feito ter morria. Acho que a Merida não morreu e o que será que tem nessa maleta, Humm. Queria que mãe da Lara estivesse viva, Diana merecia ser feliz tbm. Melanie é louca, quero ver ela com a ju logo 

Próximo Capítulo trás a pequena Manu, sinto falta dela. Kath com cabelos platinados é caliente mesmo e ainda com a Lara fica pior. 

Parabéns, autora, incrível, maravilhosa e belíssima história. Velho eu lendo parece que to assistindo um filme ou uma novela só que melhor. Bizarro! 

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NayGomez
NayGomez

Em: 26/05/2020

Pelamor de Deus que capitulo tenso eu to chocada aqui com tanta adrenalina, Kath sendo capo é maravilhosa tomara que ela assuma o Lugar de direito da Merida, cara eu nao creio que Merida Morreu mano eu nao queria que ela morrece T.T to triste por isso . Quero ver mais da Melanie e Juliana hahaah quero a Mel sempre ao Lado da Kath seja ela capo ou nao . Amo essas Irmãs. 

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