Capitulo 24
Ive estava encantadora em um vestido preto com transparência e a lingerie era um tanto provocante. Não conseguia desviar os olhos dela. Estava radiante. Inspiradora. Acenei e ela veio em minha direção.
- Giulia... - falou baixinho e beijou-me na boca, suavemente.
- Ive você está maravilhosa... - cochichei em seu ouvido. Estou com ciúmes... - sorri baixando os olhos para o seu colo.
- Obrigada... - sorriu timidamente. – Eu acho que precisamos conversar. - e segurou a minha mão. Vesti assim para você... – disse me olhando nos olhos.
- Você me deixa sem ar, sabia?
- Vamos subir? E a propósito adoro seu beijo... - e ela sorriu novamente.
E fomos para o piso superior.
Sentamos em uma mesa ao fundo, com um vaso de flores no centro. A luz clareava o tampo de madeira coberto com uma toalha azul.
Sentei diante dela. Seus olhos sorriram docemente e duas covinhas surgiram, uma de cada lado de seu rosto.
- O que tem para me dizer Ive está me deixando preocupada. Minhas mãos suavam enquanto flexionava uma contra a outra.
- Eu não sei bem o que dizer, mas... Talvez meu gesto fale por si só.
E delicadamente ela puxou a correntinha do pescoço e desabotoou retirando um anel com uma pedrinha branca cravada.
- Ive? - olhava para ela sem entender.
- Eu gostaria de namorar você...
E ela pegou minha mão direita colocando o anel dourado. Seguidamente ergueu-a próxima de seus lábios e beijou.
- Aceita... Giulia? - os olhos azuis cobalto brilhavam diante dos meus.
- Eu... - foi a única coisa que consegui pronunciar.
Levantei e contornei a mesa parando em sua frente. Ela levantou-se e a envolvi pela cintura puxando-a para mim. Eu a beijei com todo o meu carinho.
- Sim... - meus olhos estavam marejados.
Tomamos champanhe e dançamos. Não tinha como a noite não ser uma das mais agradáveis. Sorriamos e ela contava fatos de sua juventude não tão distante. Perdíamos a noção das horas. Eu estava embriagada com sua presença, na suavidade do seu sorriso, em seu beijo. Eu me sentia desejada, plena. Sentia a vida em cada pedacinho do meu corpo. Ive era especial para mim e era assim que me sentia quando estava junto dela. Subimos para o terceiro piso e nos aconchegamos em um dos sofás. Outros casais estavam ali. Deitei a cabeça em seu ombro e fechei os olhos.
- Adoro o seu cheiro... - sussurrei.
Acariciei o seu rosto e ela cobriu os meus lábios com os seus. Tocava a minha língua com a sua. E eu a sugava. Incitava. Desci a minha mão sobre o pescoço e desci ainda mais cobrindo um dos seios. E ela gem*u baixinho e continuamos a beijar.
- Te desejo... - disse ofegante.
- Faria amor com você, aqui e neste momento. - disse a olhar para ela.
- Tive uma idéia! Vem! - sorriu segurando a minha mão.
Descemos para o primeiro piso e viramos para a esquerda entrando em um corredor. Havia uma porta bem no final e fomos até ela. Ive colocou a digital e abriu a porta.
- Entre. Esse é um dos meus lugares favoritos.
Passei por ela e abri um sorriso. Havia um sofá branco para três pessoas. Almofadas compunham o seu aconchego. Uma escrivaninha ficava bem ao fundo à direita. A luz sobre ela era de um tom amarelado e melancólico. Havia um notebook sobre o tampo de madeira e um vaso quadrado transparente com flores do campo. Quadros cobriam quase que por completo uma das paredes. Eram de pintores conhecidos e outros nem tanto. O teto era de um tom verde oliva e as paredes de um tom bem mais claro, mas de mesma cor. Do lado esquerdo havia um pequeno bar.
- Está aprovado Srta. Arquiteta? - sorriu.
- Aprovadíssimo!
- Quer beber algo?
- Whisky, por favor.
- Fique à vontade. Quero te fazer um convite... - disse ao encaminhar-se para o bar.
- Faça... - e olhei para o anel no meu dedo.
- Meu sobrinho fará um ano e meu irmão vai fazer uma festa. Quero que vá comigo.
- Que fofo. - Claro meu amor! Adoraria.
Corei ao perceber que pela primeira vez usava a palavra amor. Ive preparava a água para mim e parou com o gelo a centímetros do copo.
- Repete isso! – Ive sorriu e dessa vez olhou para mim.
- Meu amor? - sorri para ela.
- Você é linda sabia?
Deu-me um beijo e estendeu o copo com a bebida.
Sentei-me no sofá e algo mais me chamou a atenção. Várias fotos em preto e branco estavam sobre uma estante do lado esquerdo da porta. Reconheci Ive em algumas delas.
- Ive? Quem tirou essas fotos?
- Algumas eu mesma e outras meu irmão. – disse enchendo o copo de vodka.
- Já fez alguma exposição aqui? De arte? Fotografia? Já pensou nisso... seria incrível!
- Já pensei. Queria algo original. Fotografia talvez. Procuro por alguém nessa área. Poderia indicar algum conhecido seu? Você talvez? – sorriu.
- Eu... - e olhei para ela. Ah não... te ajudaria organizar, mas ser o centro das atenções...
- Você me ajudaria? - disse e sentou-se ao meu lado.
- Claro! E quando será a festa do seu sobrinho?
- No sábado pela tarde. Eu posso te buscar ou...
- Como for mais fácil.
- Quer conversar sobre o que aconteceu naquele dia. Algo que eu possa fazer?
- Posso resumir em uma só palavra se você quiser: Rui.
- Ah imaginei. Já disse que ele vai ser um problema daqueles né...
- Cansei Ive. Ele estava me seguindo, acredita?
- Sério?... Olha esse cara é muito estranho. - e Ive sorveu um gole da bebida.
- Resolvi sair do escritório e trabalhar em casa por um tempo. Tenho um projeto novo, só estou aguardando um telefonema para começar.
- Ele vai ficar louco quando souber me parece que ele quer vigiar seus passos. Ele te quer perto dele, mas para que?
- Ive, tenho imaginado tantas coisas que às vezes penso que vou enlouquecer!
- Hum, preciso conhecer esse cara. – disse olhando para o copo na mão.
- Esta falando serio? – olhei de soslaio.
- Preciso que me apresente a ele. – ela olhou para mim seriamente.
- Não farei isso Ive, nem pensar!
- Quero ver o quão longe ele vai.
- Não quero pagar para ver isso.
- Giulia tem algo muito estranho por trás disso tudo que você me contou.
- É. Tem algo do meu passado que não bate.
- Exato. E começa logo quando você nasceu. – disse deitando no meu colo.
- Será que a minha mãe, não é quem dizem ser? Pior que não adianta falar disso com meu pai.
- É possível. O Rui entra do nada na sua vida e de onde ele veio?
- Não sei meu pai nunca quis entrar em detalhes.
- Vê? Acho que seu pai sabe de muita coisa, mas...
- E não quer que eu descubra?
- Talvez.
- E agora é a hora em que eu te beijo.
E lhe beijei a testa e depois os lábios.
- Adoro seu beijo... – disse acariciando meu rosto.
- Só o beijo?
- O seu gosto...
E mordi os lábios.
- Senta aqui no meu colo e não falemos disso! Onde mesmo havíamos parado?
Fizemos amor até as primeiras horas da tarde.
Fim do capítulo
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