Capitulo 18
Tragava o meu cigarro na varanda e pensava na Giulia. Eu enviei uma mensagem de desculpas pelo beijo, porque sei que se magoaria e a resposta foi: “Por favor, não quero mais te ver, não envie mais mensagens, se afaste de mim!”. Olhava para o copo de whisky tentando criar coragem para continuar seguindo em frente, mas pela primeira vez na minha vida sentia cometer um erro imenso. Deveria ter contado tudo para ela, sairíamos dessa juntas!
Nunca mais dormi bem depois disso. Nunca mais voltei a ser a mesma.
Combinei com as meninas de comer uma pizza para decidir quais seriam as fantasias que usaríamos para o dia das Bruxas, mas tivemos imprevistos e então deixamos para conversar a noite, logo depois da faculdade. A festa seria no próprio campus. Sofie estava muito animada, porque era a data que ela mais gostava entre todas as datas comemorativas.
- Ei meninas. – disse sorrindo.
- Pensei que a sua aula não fosse mais terminar! - Sofie resmungou.
- Vocês já têm algo em mente? – disse olhando para Paige que sorria para mim.
- Quando vai ser mesmo? – Margot disse coçando a cabeça.
- Daqui a duas semanas. – respondi.
- Está em cima da hora!
- Ah Paige que isso! É tão fácil arrumar uma fantasia!
- Hum eu já tenho a minha! – sorri.
- Qual? – Sofie quis saber.
- Vou de caveira mexicana. Você pinta o rosto assim.. – e tracei o desenho no rosto.
- Ai eu também quero! – sorriu Paige.
- Pronto agora falta você Sofie e Margot.
- Ah eu vou pensar! – disse Margot. – Vamos embora gente.
- Sim, meu pai já deve estar ai. – Sofie torceu o nariz.
- Até amanhã meninas! Vem Paige! – segurei na mão dela. Margot você vai com a Sofie?
- Sim, ela me deixa em casa.
- Até então.
Caminhamos em silêncio para o carro. Levaria Paige para casa e depois iria para a minha.
Dei a partida, ligando os faróis e ela não parava de olhar para mim.
- O que? – sorri para ela olhando pelo retrovisor.
- Sinto muito por vocês.
- Eu também. – disse olhando para a pulseirinha de ouro no braço com as duas iniciais.
- Sei também que você não quer falar disso. – disse entrelaçando os dedos.
- Sim, ainda não me sinto confortável.
- Tudo bem, desculpe, mas quando você quiser...
Paige não sabia que aquele beijo na porta da faculdade foi quem nos afastou, nem nunca saberia.
Tinha uma vontade louca de socar a parede e chorar, mas eu não conseguia desatar o nó que havia se formado na minha garganta. A minha relação com a Paige também nunca mais foi a mesma. Eu não me sentia mais a vontade como antes. Nem ela. Meu coração estava aos pedaços.
Parei diante da sua casa e lhe hei um beijo no rosto ficando a um centímetro dos seus lábios, senti a sua respiração entrecortada. Ela olhou nos meus olhos e roçou a sua boca na minha passando a mão pelo meu pescoço. Foi um beijo diferente de todos os outros. Foi terno e repleto de significado. Talvez de um possível recomeço, mas diferente dessa vez.
****
Faltava passar na casa de Sofie. Fiquei de dar carona para elas naquele dia e depois combinamos de todas irem para o meu apartamento depois da festa.
Desci do carro e corri até a varanda, dei duas batidas na porta e aguardei. Keira quem atendeu. Era irmã mais nova da Sofie e disse-me que ela já estava quase pronta. Disse que esperaria no carro. Margot estava vestida de vampira, eu e Paige de caveiras mexicanas, mas Sofie ainda estava em dúvidas.
- Ela se superou – disse olhando para a porta.
E todas olharam.
- Uau, ela está irreconhecível.
- Era uma das opções dela? – Margot sorriu.
- Penso que sim. – sorri.
Sofie estava fantasiada de malévola, era o terror em pessoa, não era tipo a personagem original. Olhar para ela me deixava toda arrepiada. Precisei sair do carro para ajudá-la a entrar.
- Você está incrível Sofie! – disse sorrindo.
- Que bom, obrigada. Eu realmente quero impressionar. – sorriu.
Fomos cantando até chegar ao campus. Pensei que o grupo ficaria todo junto, mas não vi nenhuma delas assim que entramos pela porta. A decoração daquele ano estava bem legal, morcegos enormes dependurados por todo lado, aboboras com velas, vassouras, bruxas, ratazanas, caldeirões flamejantes com laser, nas cores amarelo, laranja e vermelho e a trilha sonora bizarra. Abri um sorriso e fui para o centro do salão. Vi Page dançando com uma das amigas dela do mesmo curso, pensei em me aproximar, mas fiquei na minha. A música errante só parou quando o Dj contratado subiu no palanque para animar, ai sim que a festa pegou fogo, com animação, palmas sonoras, risadas e gritos. Acendi um cigarro e fui em busca de bebida. Como estava de carro, procurei pelo ponche que era sempre uma bebida mais fraca. Enchi o copo e fui para o lado mais escuro sentando em uma mureta. Quando bebi um gole, quase cuspi, nunca havia tomado um ponche tão forte e feito de vodka. Para mim sempre foi vinho ou champanhe. Olhava para o copo quando alguém parou na minha frente sorrindo. Era Paige.
- Se divertindo? – disse olhando para ela e depois para o copo na minha mão.
- Sim. Algum problema com o ponche?
- Muito errado. – sorri e dei para ela.
- Puts! – sorriu e fez uma careta. Isso não é ponche nem na China!
- Verdade.
E ela se aninhou no meio das minhas pernas me abraçando pelos ombros.
- Está tudo bem mesmo? – olhei para ela.
- Sim. Só queria ficar perto de você.
- Você esta linda assim. – disse olhando para as flores vermelhas no cabelo e o rosto todo pintado.
- Você também.
- Senta aqui... – abri mais as pernas para lhe dar espaço.
E ela sentou-se na minha coxa voltando a me abraçar. Ficamos assim por não sei quanto tempo. Penso ter perdido a noção, no perfume que vinha dela. Eu estava realmente feliz por ela estar ali comigo.
- Não quer dançar? Aproveite!
- Não, mas quero pegar uns doces. Espera, eu já volto.
Virei o resto da bebida e fui pegar mais. Desta vez enchi o copo de vodka mesmo. Enchi um prato com salgadinhos e voltei para o mesmo lugar de antes. Paige ainda não tinha voltado. Só de imaginar que muitos amigos e conhecidos estavam ali, mas não fazia a mínima idéia de quem era quem. Paige voltou com duas aboboras plásticas repletas de doces e me ofereceu uma.
- Obrigada. Peguei salgadinhos. – disse aprontando para o pratinho.
E ela voltou a sentar na minha coxa. Comia docinhos em silêncio e bebia da minha vodka. Colocou outro na boca e me olhou com um sorriso.
- Quer? – sorriu.
- Hum Rum. – e a puxei para mim, beijando sua boca.
Ela se levantou e passou as duas pernas por cima das minhas, sentando-se de frente. Ficou olhando para mim. Ela estava tão linda. Sorriu e a puxei novamente, estreitando seu corpo no meu, sentindo seu mamilo duro me roçando. Bebi um gole de vodka e a beijei, buscando sua língua, sugando, a segurando forte pela cintura. A vontade que eu tinha era a de possuir ali mesmo. Passei a mão por dentro da camisa, desabotoando os botões e capturei um mamilo entre os lábios. Sugando com força. Fazendo com que ela passasse a mão na minha nuca e me puxasse mais. Ela me queria com urgência.
- Você é deliciosa... – sussurrei no seu ouvido.
- Suga, vai. – mordeu os lábios abrindo o zíper da calça.
- Quer aqui? – disse já sentindo a sua virilha nos dedos.
- Sim... Ninguém vai ver. – arfou.
- Nossa... Olha como você está... – disse lhe acariciando entre as pernas.
Escorreguei os dedos na sua umidade quente e a penetrei profundamente, ouvindo um gemido abafado. Beijava a sua boca e a comia com força.
- Gostosa.
- Ai vou goz*r.
Senti o seu corpo afundar nos meus dedos. E a beijei abafando o gemido alto, sentindo seu corpo tremer. A segurava pela cintura. Tirei os dedos, olhei para ela e os coloquei na boca. De seguida ela me puxou pela gola da camisa e me beijou, deitando a cabeça no meu ombro. E deixou-se ficar assim ate a respiração voltar ao normal.
- Quer um pouco de vodka? Ou água? Pego para você.
- Vodka mesmo.
E bebeu um gole.
- Eu borrei a sua maquiagem. - disse olhando para a boca dela.
- Ups. Não tem problema. A sua também esta um pouco... – sorriu.
- Vou buscar mais vodka, me espera?
- Eu pego para você. – disse fechando o zíper da calça, mas deixando a camisa aberta.
Paige voltou minutos depois com a vodka. Bebeu um gole e me deu.
- Preciso dizer uma coisa, eu quero que você saiba. – suspirou fundo. - Eu não sei por que, mas eu preciso... mesmo.
Fiquei olhando para ela sem reação.
- Eu te amo Mel.
E meus olhos se encheram de lágrimas.
- Sempre amei... – disse me olhando. – Muito.
Eu a puxei para mim e chorei borrando toda a maquiagem, abraçada a ela.
Fim do capítulo
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