Capitulo 81
O corpo completamente nu sobre os lençóis amarrotados, moveu-se preguiçosamente, um sorriso permeou os lábios da mulher loira que, em retrospectiva intima, recordou os momentos magníficos que tivera no decorrer da noite, a satisfação era deliciosamente gostosa, sorriu mais uma vez ao abrir os olhos passando a admirar a fonte de todo aquele contentamento. Marina, ainda dormia serenamente ao seu lado e, para seu deleite, a mesma também estava inteiramente exposta a seu bel-prazer, suspirou deixando seus olhos percorrer por todo o corpo da linda morena, sua namorada, e em mais uma apreciação desceu o olhar pela costa de pele macia e parou sobre as nádegas extremamente atraentes, em puro desejo estendeu uma das mãos até elas e, como se tocasse algo precioso, os dedos percorreram a pele quente daquela região, o toque embora sutil, fora o suficiente para fazê-la despertar e mover-se, lentamente, enquanto um suspiro era soltado por ela. Marcela, sorriu se aproximando e colando seu corpo ao dela, passando a distribuir beijos estalados na região do ombro da mulher que, sorriu, apreciando tal mimo ainda de olhos fechados.
-- Bom dia meu amor. -- Marcela desejou ao pé do ouvido dela.
-- Delicioso dia. -- Marina afirmou com um sorriso. Durante meses de namoro, que em maior parte era mantido à distância, era a primeira vez que Marcela conseguia disponibilidade para ir vê-la, das últimas vezes, sempre fora ela a se deslocar, não estava a reclamar, compreendia bem a falta de tempo da loira, mas tê-la ali em sua cama, a seu lado, depois de dias com saudade longe dela, era simplesmente maravilhoso, suspirou de forma preguiçosa e sorriu ainda apreciando todo o carinho de sua namorada. Não sabia mensurar o quanto sentia a falta daquilo em todas as suas manhãs, queria tê-la dormindo e acordando ao seu lado sempre e, a cada dia que passava, tinha mais certeza de que chegaria o dia em que não poderia ser feliz sem ela ao seu lado, por completo, estava na hora de resolver tal questão, ou ao menos amenizar, pensou, ainda sem ter aberto os olhos.
-- Minha namorada é muito manhosa! -- Marcela falou com um sorriso ao perceber que quanto mais carinhos Marina recebia, mais relutava em acorda-se por completo.
-- Continua amor. -- Marina pediu enquanto se aninhava melhor entre a cama e o corpo quente de Marcela que, riu.
-- Então, durma mais um pouquinho enquanto eu preparo nosso café da manhã. -- Marcela disse fazendo menção de sair da cama, sabia bem o efeito que aquilo provocaria.
-- Não, não, não, volta aqui. -- Marina advertiu a puxando de volta à fazendo cair sobre ela, riram. -- Você é maravilhosa em muitas coisas, mas ainda não é na cozinha. -- Advertiu em meio a um sorriso e ouviu a outra gargalhar, Marcela sabia que ela estava certa, era um desastre na culinária, era fato, lembrou.
-- É, melhor não. -- Marcela observou sorrindo, seu rosto estava a centímetros do de Marina, esta, a olhava com todo carinho que sentia, desejosas elas embarcaram em um beijo cheio de amor, saudade e promessas.
Marina a abraçou forte, estava com saudade de tê-la daquela forma, tão entregue, tão sua.
-- Que tal um banho e depois um café da manhã comigo? -- Marina sugeriu entre carícias por toda a extensão da costa da namorada.
-- Ótima ideia. -- Marcela sorriu em acordo e após mais um beijo demorado elas seguiram para o banheiro.
Marcela ainda não sabia, mas sua namorada tinha uma novidade, que revelaria logo mais enquanto faziam o desjejum daquela manhã, deixando o banho apenas para curtirem uma a outra, e o mesmo fora regado de muito carinho e prazer, após os satisfatórios e demorados minutos ali, elas seguiram para a cozinha, Marina foi quem preparou o café da manhã para elas.
-- É tão bom estar aqui com você. -- Marcela confessou em um sorriso sincero para a mulher do outro lado da pequena mesa. -- Eu queria ter isso sempre sabia!? -- Ela acrescentou com aquela vontade real.
Marina sorriu deixando sua xícara de lado, aquela confissão foi o bastante para ela ter absoluta certeza de que estava fazendo a escolha certa.
-- Meu amor, precisamos conversar. -- Marina afirmou estendendo sua mão sobre a mesa e logo teve a mão de Marcela sobre a sua, apertou-a em um carinho terno e sorriu.
Marcela a fitou entre a curiosidade e o receio mediante o tom sério que ela usara.
-- Eu vou pedir a minha transferência para Curitiba. -- Marina confessou sem rodeios e abriu um leve sorriso em aguardo de Marcela.
-- Sé... sério? -- Marcela gaguejou ainda sem acreditar naquilo. -- Vai... pedir transferência? -- Ela perguntou soltando a mão de Marina ao se levantar. -- Você pode? -- Ela passou a andar de um lado a outro, sentindo uma vasta variedade de sentimentos naquele momento.
Marina riu ao observar a dúvida e euforia presentes ao mesmo tempo na namorada, levantou-se indo até ela.
-- Você vai mesmo? -- Marcela indagou sentindo as mãos de Marina lhe tocar a cintura em um carinho, enquanto encarava os olhos dela em espera de uma resposta.
-- Sim, eu vou. -- Marina sorriu. -- Você me quer ao seu lado todos os dias? -- Indagou deixando sua mão ir até o rosto dela em uma carícia.
-- Cê é louco!? -- Marcela proferiu em um sorriso eufórico, a frase que sempre ouvia a irmã lhe falar. -- É tudo que mais quero! -- Afirmou feliz e a beijou com o mesmo sentimento. -- Vai mesmo? -- A loira questionou em um sorriso deslumbrado.
-- Eu vou! -- Marina afirmou da mesma forma.
-- Ai meu Deus, eu não acredito. -- Marcela gritou a abraçando muito feliz.
Marina sorriu e a girou em seus braços, logo estariam bem mais perto e com mais frequência uma na vida da outra, a vida delas.
-- Quando vai? Sua família já sabe? Como vai fazer isso? -- Marcela estava só curiosidade. -- Aí eu não acredito, vou ter você sempre comigo, todos os dias. -- Ela notou em um largo sorriso voltando a buscar os olhos de Marina que, sorria da mesma forma a sua frente.
-- Ainda preciso acertar os detalhes, meu amor, tanto no meu trabalho, quanto entre nós. -- Ela lembrou.
-- Que detalhes entre nós? -- A loira indagou a apertando mais contra si enquanto distribuía beijos por seu rosto.
-- Tipo onde eu irei morar quando...
-- Comigo, no meu apartamento. -- Marcela afirmou a interrompendo com o óbvio. -- Que será nosso! -- Sorriu realmente deslumbrada com aquilo.
-- Má, posso não parecer, mas sou um pouco antiquada, quero todos os passos de uma relação com você. -- Ela confessou e sorriu com a cara que a outra fizera. -- Namorar, noivar, casar, morar juntas, ter filhos... -- Ela explicou e a cada palavra que saia de sua boca deixava uma Marcela mais maravilhada ainda.
-- Eu também quero tudo isso ai com você. -- Fora a vez de Marcela afirmar, já havia sonhado com cada parte que sua namorada citara e estava disposta a lutar e conquistar cada uma delas, não tinha dúvidas daquilo e nem do quanto amava a linda mulher em seu abraço, sorriu. -- Eu te amo.
-- Eu também amo muito você. -- Marina afirmou e movida por todo aquele amor, tomou posse da boca de Marcela, esta, retribuiu com mesma intensidade, um segundo passo rumo a felicidade delas juntas fora dado...
* * * *
O som constante foi ficando cada vez mais alto e persistente, obrigando o corpo sobre a cama se mexer incomodado, porém, sem a menor coragem de abrir os olhos a mulher estendeu a mão sobre o criado mudo a procura da fonte de todo aquele barulho, mas sem sucesso, resmungou erguendo a cabeça e, concentrando-se, ela descobriu que o som estava vindo do outro lado da cama, resmungou novamente jogando a cabeça de volta no travesseiro.
-- Amor? -- Caroline proferiu chamando por sua namorada. -- Amoorrr? -- Chamou de forma mais alta.
-- Humm! -- Lauren resmungou ao dá fé da voz da loira e, por consequência, do som que parecia estar em seus ouvidos, incomodada esticou a mão alcançando o celular e travando uma batalha entre sua visão e a tela do aparelho ela finalmente o fez parar. -- Oi... -- Proferiu com o celular ao pé do ouvido enquanto curtia a escuridão gostosa dos olhos ainda fechados. -- Alô. -- Lauren repetiu com mais veemência na voz. -- Mas que porr*! -- Ela bradou, para logo ouvir uma sonora gargalhada da mulher ao seu lado, a olhou sem entender absolutamente nada, e viu Caroline a olhar em riso alto. A loira até tentou falar algo, notou, mas só o que ela fazia era rir. Caroline ainda ria quando sentiu uma almofada em sua costa, após virar-se desviando o rosto da mesma.
-- Era... -- Ela ria. -- O despertador. -- Advertiu finalmente, porém rindo.
Lauren agora completamente acordada, checou o celular em sua mão, notando que o mesmo não continha nenhuma chamada recente, proferiu um xingamento pela mancada e mais uma vez atingiu a namorada com outro travesseiro, se juntando a ela na risada.
-- Ai. -- Lauren proferiu levando a mão a cabeça enquanto continha o riso, a dor de cabeça enjoada a fizera lembrar da noite anterior. -- Nunca mais vou beber. -- Ela se jogou de volta na cama puxando as cobertas para cima dela, cobrindo-a dos pés à cabeça.
-- Essa frase é velha. -- A policial advertiu puxando o lençol de cima da namorada, que a olhou brava, riu. -- O seu alarme falou o que queria? -- Questionou de forma séria, porém uma outra gargalhada ecoou no quarto enquanto a loira tentava se proteger de um ataque da outra mulher.
-- Cá, por que mudou o som do meu alarme caramba? -- Falou rindo quando finalmente capturou a outra jogando o seu corpo sobre o dela, riu
-- Eu? -- Caroline indagou e sorriu tendo o olhar de Lauren bem próximo ao dela. -- Isso é uma calúnia, não mudei nada, você mudou. -- Afirmou em sua defesa. -- Ainda tá bêbada? Não lembra que mudou ele a uma semana. -- Disse rindo.
Lauren fizera uma expressão duvidosa e pensativa, Caroline riu e a beijou.
-- Eu acho que sim. -- Lauren sorriu. -- Mas foi legal né. -- Ela falou lembrando da noite leve e divertida delas, até onde se lembrava, riu.
-- Foi sim. -- Caroline sorriu em acordo, elas haviam comemorado mais um mês de namoro em um jantar regado a vinho, bastante vinho para a mulher sobre ela, que exagerara um pouquinho a mais na bebida.
-- Eu acho que te amo sabia? -- Lauren confessou com um sorriso fácil e olhar sereno.
Caroline sorriu apaixonada, há recentes meses a outra passara a usar tal frase para se referir sobre seus sentimentos a ela, embora fosse em forma dúbia entre um questionamento e uma afirmação, intimamente ambas sabiam a verdade por trás de tais palavras, todas as vezes que Lauren as pronunciava via nos olhos doce dela a sinceridade daquele sentimento.
-- Acho que também te amo sabia? -- A loira alegou da mesma forma e sentimento que sua amante, sorriu a trazendo para um beijo calmo no tocar dos lábios, no entanto, era intenso no amor.
E novamente um som se fez presente no ambiente, as fazendo encerrar o beijo e encarar o aparelho ao lado delas.
-- Agora sim, você pode atender. -- Caroline disse em observação risonha.
-- Besta. -- Lauren riu pegando o aparelho e saindo de cima da namorada, o atendendo agora sentada na beira da cama.
Caroline ficou a observá-la, a relação delas era intensa em vários momentos e aspectos, acreditando ou não, também havia sim certa calmaria entre elas, naqueles meses juntas, elas haviam aprendido muito uma com a outra e principalmente a saber conviver e viver em harmonia, apesar de todas as diferenças, sorriu ao vê-la a olhar e piscar de forma sexy e carinhosa, adorava cada momento com ela, da calmaria a euforia intensa, todos eram especiais.
-- Por um acaso... -- Lauren disse deixando o celular de lado e com um sorriso voltou a se pôr sobre Caroline que, sorriu a recebendo com bom grado. -- A minha namorada mais linda...
-- A mais linda é? -- Caroline indagou rindo.
-- É, a mais linda. -- Lauren afirmou e a beijou.
-- Pelo menos eu sou a mais linda. -- Caroline observou e ambas riram.
-- Tá a fim de um happy hour na praia? Niver de uma amiga. -- Proferiu passando a distribuir vários beijos pelo pescoço da loira que sorriu a apertado mais contra seu corpo.
-- Humm. -- Caroline proferiu em uma mistura de gemido e concordância. -- Mas só depois do nosso happy hour aqui. -- A loira advertiu a puxando do pescoço para sua boca em um beijo mais forte. Lauren nem ousou discordar, retribuindo-o com muita paixão e desejo.
O namoro delas ainda seguia as várias etapas do relacionamento de um casal, apesar de dormirem juntas praticamente todos os dias, tendo apenas que alternar as camas vez e outra, elas sempre, respeitavam o espaço uma da outra, fisicamente ou sentimentalmente, talvez tal fato acordado por elas, estivesse sendo essencial para que elas vivessem felizes, cada uma a cada dia descobrindo o que queria, seja individualmente ou como um casal, de forma algumas elas permitiam-se ultrapassar tais etapas, por mais que vez e outra o desejo impulsivo fosse esse, no fundo ambas sabiam que precisavam de calma no namoro delas e independente do que os outros pensassem ou falassem, elas eram felizes assim e estava ótimo.
* * * *
Um gemido chorado ecoou pela sala de parto de forma forte e, foi com a mesma intensidade que Samantha sentiu sua mão ser apertada por sua esposa. Samantha, quase que, literalmente, sentia as mesma dores e agoniações que Amanda estava passando mediante o seu trabalho de parto, que estava sendo mais demorado do que esperava, a morena respirou fundo com certo desespero, vendo seu amor respirar de forma rápida como a médica havia pedido, seu rosto suado demonstrava o seu esforço e cansaço, sabia o quanto sua esposa estava sofrendo com aquela dor, o filho delas dera rapidamente sinais de que estava pronto para vir àquele mundo, mas ficara birrento demais bem na hora que de fato precisava sair de seu primeiro lar.
-- Amor... -- Amanda proferiu buscando forças nos olhos negros que a fitavam com todo amor e também compreensão.
-- Eu sei meu amor. -- Samantha advertiu sincera. -- Eu estou aqui. -- Afirmou depositando um beijo sobre a testa dela. -- Eu te amo, você consegue. -- Assegurou tentando passar através de seu olhar e do carinho nas mãos o quanto a amava e estava feliz.
-- Amanda, estamos quase, só mais uma vez. -- Elisa afirmou em aviso, também torcia para que o bebê resolvesse colaborar para com suas mães e médica, embora mediante todo o esforço a mais de Amanda, tudo estava sob controle, ambos estavam bem, só precisavam entrar em um acordo para encerar tal situação, embora mágica, era dolorosa demais para perdurar por muito tempo.
-- Agora amor! -- Samantha pediu deixando sua testa recostar sobre a cabeça de Amanda, esta, sentia a força vindo dela, sentia todo o amor que lhe era dedicado, toda emoção, toda felicidade, com a morena era tudo tão intenso, cada detalhe, Samantha estava ali, de corpo e alma, para ela e o filho, ela sempre estaria, pensou e respirou fundo, mais uma vez ela fizera força e como se fosse transportada a um universo diferente e lento, ela sentiu o ser deixando o seu ventre, e tinha a certeza de que naquele instante ele era o ser mais amado do mundo, por ambas, um sorriso em meio a lágrimas se fez em seu rosto, expressando toda sua felicidade e amor, quando finalmente ouviu o choro de seu filho, ele estava ali, e tomara pela primeira vez o ar da vida.
Samantha sorriu diante do estridente choro do bebê, o seu filho, pensou sem conseguir conter a enxurrada do líquido salgado que surgira em seus olhos quando curiosa ela se esticou vendo a criança nas mãos de Elisa, fazendo os últimos procedimentos do parto. Apertou as mãos de Amanda, assim que, voltou seu olhar para os cor de mel, sorriu maravilhada, a vendo sorrir também com os mesmos sentimentos, a beijou e juntas elas sentiram o gosto salgado do amor, da felicidade, da perfeição do momento que alcançavam juntas.
-- Prontinho. -- Elisa o trouxera.
Samantha não escondeu a vontade que estava de tê-lo em seus braços, se antecipou nessa oferenda quando Elisa se aproximou com ele. Com extremo cuidado e alegria a morena o tomou em seu colo, passando a admirar cada detalhe do rostinho e olhar curioso que se abria e fechava, certamente incomodado com a luz de seu novo mundo, sorriu maravilhada deixando novamente mais lágrimas escorrerem por seu rosto, ele era parte dela, e também sua responsabilidade, e faria de tudo para que ele fosse tão feliz, quanto já era amado.
E como se sentisse a falta de algo, ele chorou, Samantha sorriu sabendo que não era algo e sim alguém, buscou o olhar de Amanda e, esta, sorria a esperando pacientemente sobre a cama, abriu mais o sorriso, sua esposa a compreendia tão bem, talvez mais que ela próprio em algumas vezes, o choro aumentou, riram juntas mediante o desespero do filho, então sabendo o óbvio Samantha o estendeu cuidadosamente o entregando a sua outra mãe.
Com um sorriso largo de felicidade Amanda o recebeu o acomodando em seu colo, gentilmente o apertou contra seu peito em proteção e amor e, bastara isso junto a uma leve caricia de seu rosto sobre o rostinho dele que como uma espécie de mágica o som forte fora dando vazão somente a um olhar curioso, olhar que para seu deleite maior eram bem conhecidos por ela, fora o olhar de sua salvação em tantos aspectos, o olhos negros que tiveram o poder de prendê-la e proporcionar a ela uma felicidade maravilhosa, sorriu tendo os próprios olhos embaçados pelas lágrimas, o filho delas era lindo, observou buscando Samantha.
-- Ele tem seus olhos. -- Proferiu a olhando deslumbrada.
-- E o seu cabelo. -- Afirmou com o mesmo sentimento. -- Obrigada. -- Samantha disse em gratidão por tudo e a beijou com muito amor.
-- Querida. -- Elisa as interrompeu com leve pesar. -- Amanda precisa ir para o quarto e amamentá-lo. -- Informou.
As mães concordaram em compreensão, e em poucos minutos foram realizados os procedimentos necessários para a ida de Amanda e o bebê para o quarto.
-- Vovó quando vou poder ver meu irmãozinho? -- Agatha era de longe a mais impaciente em querer ver o recém-nascido, ela já tinha ido da felicidade a chateação pela demorada espera em poder fazer aquilo.
-- Logo, meu amor. -- Regina advertiu pela enésima vez a mesma frase.
-- Logo quando? -- A menina questionou cruzando os braços e batendo o pé, causando risos em todos ali à espera da mesma coisa.
-- Calma queridinha, senta aqui do lado do vovô. -- Henrique pediu tentando acalmá-la.
-- Sam!? -- Natelly foi a primeira a ver a aproximação da morena. -- Nasceu? Eles então bem? -- Indagou num misto de curiosidade e apreensão.
-- Mãe eu posso ver meu irmãozinho agora? Por favor! -- Agatha pediu abraçando as perna de Samantha que, riu lhe fazendo um carinho nos cabelos.
-- Vai sim, filha. -- Afirmou para um grito de euforia da filha. -- Ocorreu tudo bem, ambos estão bem e no quarto já. -- Ela relatou para a família ali a espera de notícias e, viu todos sorrirem em felicidade. -- Vamos? -- Convidou para logo ver Agatha disparar na frente seguindo na mesma direção de onde tinha vindo, riu sem julgamentos, apenas apressou os passos para a acompanhá-la e guia-la ao local certo.
-- Irmãozinho! -- Agatha correu se jogando contra a cama onde se encontrava Amanda e seu irmão. -- Deixa eu ver, mãêee. -- Ela pediu agoniada se esticando para vê-lo.
-- Cuidado filha. -- Samantha avisou se aproximando dela. -- Vem. -- Disse a pegando no colo e a acomodando sentada na cama ao lado de Amanda que, no momento amamentava o bebê que parecia faminto.
A criança sorriu maravilhada ao ver o serzinho de tão perto, cuidadosa ela guiou sua mão até a mãozinha dele e a tocou em um carinho cheio de amor e felicidade, tentou abri-la, mas sem sucesso, sorriu apenas se contentando com a maciez de onde tocava.
-- Ele é forte, não deixa eu abrir a mãozinha dele. -- Ela informou olhando de uma mãe para a outra diante daquela sua descoberta.
Aos poucos cada um ali presente se aproximou tendo a oportunidade de conhecer o mais novo membro da família, cada um em felicidade fizeram suas observações iniciais, assim como, um desejo de felicidade. Alexsandra e Laila também fizeram questão de desejar boas-vindas ao sobrinho.
-- Então, sei que todo mundo tá curioso, mas todo mundo não quer se intrometer... -- Alexsandra proferiu em observação. -- Mas como não sou todo mundo, vou perguntar. Qual vai ser o nome? -- Ela questionou e todos riram.
Samantha e Amanda se entreolharam sorrindo, fora uma escolha bem complicada de se entrar em um consenso, Amanda gostava de uns e Samantha não, e vice versa, até que finalmente um nome chamou a atenção de ambas, e após ver o filho, sabiam que estavam certa na escolha, que somente elas sabiam, até então.
-- Família, este é o Benício. -- Samantha revelou olhando o filho que agora dormia, com um sorriso alegre.
-- Meu irmão, Benício. -- Agatha também descobria naquele momento o nome dele. -- Eu gostei! -- Afirmou com um lindo sorriso voltando a acariciar o irmão. – Oi, eu sou a sua irmã Agatha, e você é meu irmãozinho Benício, mas eu vou te chamar de Ben, gosta de Ben? -- Ela sorriu em indagação ao bebê que dormia sem nenhuma noção do que acontecia a sua volta.
-- Ihh já era, vai ser Ben, pra sempre, porque eu também gostei. -- Alexsandra confessou e todos ali sorriram em concordância, era possível.
-- O mãnhêe, como vai ser ele todo? -- Agatha questionou curiosa. -- Tipo aquela parte que tem no meu depois do Agatha. -- Observou.
-- Ficará assim, Benício Franco Cooper Linhares. -- Fora Amanda quem esclareceu com um sorriso orgulhoso e feliz e Agatha fizera o mesmo, achara bonito.
A visita fora encerrada, Amanda se permitiu a descansar um pouco e Samantha ficara orgulhosamente feliz em cuidar do filho delas nesse meio tempo, assim como supervisionar todos os primeiros exames e testes necessários do filho. Após tudo realizado e tanto a mãe quanto o bebê estando em perfeita saúde, ambos puderam ir para a casa, e Samantha, era só cuidados com filho e esposa.
Naqueles primeiros dias, Agatha também era só cuidados e carinhos com o irmão, chegara a se recusar a ir à escola por alguns dias, segundo ela, queria ficar brincando e cuidando da outra criança, Samantha e Amanda de modo geral estavam orgulhosas por saber que ela, com certeza, cuidaria muito bem do irmão, não importasse a idade em que estivesse...
* * * *
-- Querido? Vamos perder o voo com essa sua demora. -- Lúcia adentrou o escritório a procura do marido o encontrando sentado no sofá, pensativo. -- Tudo bem? -- Indagou se aproximando dele.
-- Eu não vou, vá você. -- Ele advertiu deixando o olhar pousar sobre a esposa em pé a sua frente.
-- O quê? -- A senhora questionou pensando ter ouvido errado. Ela estava planejando a viagem a uma semana, na verdade ela estava tentando o convencer a viajar há uma semana e quando finalmente pensou ter o convencido de vez, ouvia aquilo a pouquíssimas horas antes do embarque. Suspirou pesado o observando voltar a encarar um canto qualquer da sala. A última vez que tiveram um contato físico com a filha, fora no casamento dela, do modo dele, reconheceu que Eloá era sua filha e ambos mereciam uma trégua naquele momento apesar de toda mágoa e ressentimentos, assim que soube da gravidez da filha, por meses ele travou uma batalha interna bastante complicada, e não estava sendo diferente naquele momento. Eloá havia tido um menino lindo, o neto que ele nunca escondeu que desejava desde que a filha se casara com Fabrício. Porém, a dúvida e receios que pairavam agora sobre ele, era a hipótese de que tal criança, embora tivesse sido gerado por sua filha, não fosse de fato seu neto, sangue de seu sangue.
-- Você afirmou a Eloá que iria. -- Lúcia argumentou. -- Ela ficou feliz por isso, não vai estragar tudo de novo por causa de uma besteira, Carlos. -- Lúcia advertiu, não de forma dura, mas com a firmeza necessária.
-- Aquele menino pode não ser nosso neto! -- Ele lembrou em um tom mais elevado.
-- Mas que idiotice sem sentido é essa Carlos? Lógico que ele é nosso neto! -- Lúcia rebateu agora sem paciência para com as besteiras que o marido pensava e falava.
-- Não, Lúcia! -- Ele rebateu levantando-se nervoso. -- Você sabe que tem chance de ele não ter nosso sangue. -- Declarou a apontando o dedo em riste.
-- Mas e se ele tiver? Hein? -- Lúcia fizera foi gritar o questionando sobre a outra hipótese "sanguínea". -- Vai estar renegando o próprio neto? Além de já ter renegado a filha por preconceitos idiotas. É isso mesmo que quer Carlos? -- A senhora havia explodido em verdades, respirou fundo tentando voltar a calma. -- A questão que está em jogo não é o sangue que ele tem ou deixa de ter, a questão aqui é todo o amor que ele tem e terá daqui em diante e principalmente quem ele terá a seu redor, para que no decorrer da vida, ele olhar e dizer com toda a certeza do mundo, quem são as pessoas que ele ama e quer perto de si. -- Lúcia falou cada palavra da forma mais firme e calma que conseguiu. -- Pense nisso, mas não demore muito, o tempo não para, pode passar o resto da vida sendo consumido por esse preconceito sem sentido nenhum, ou vir comigo ver o NOSSO neto e viver o melhor da vida sendo um avô, do qual ele um dia possa se orgulhar. -- Proferiu serena e de todo coração torcia para que o marido escolhesse ser feliz acima de tudo. -- O amor não é uma obrigação sanguínea, e sim uma dádiva que se conquista, e precisa de reciprocidade. -- Completou e saiu o deixando ali, sozinho, como sempre ficava mediante seus argumentos e atos, Carlos pensou em agoniada aflição, passando as mãos sobre o rosto e subindo para os cabelos grisalhos, não sabia mais nem o que pensar ou como agir, tudo estava tão caótico em sua mente e coração.
-- Buh! -- A voz masculina soou risonha por detrás da mulher que distraidamente mantinha os olhos fixos no celular em suas mãos, objeto que quase foi ao chão mediante ao susto que levou com o repentino ato.
-- Ai porr*! -- Nádia não se esforçou nem um pouco em conter o xingamento que saiu de sua boca. -- Que susto, Felipe! -- Advertiu se pondo de frente para o homem que lhe sorriu abertamente cínico, ato que a fez ver que ele havia conseguido o planejado.
-- Cadê os velhos? -- Ele se referia aos pais.
-- Mamãe foi chamar o papai, vamos deixar eles no aeroporto e de lá já vamos pra fazenda. -- Informou.
-- Beleza. -- Ele concordou sem problemas. -- Já deu uma rapidinha com teu boy magia né? -- Ele questionou para logo ter que se afastar em desvio do tapa que levaria.
-- Tu é uma praga, seu peste. -- Nádia informou sem conseguir conter o riso vendo o irmão gargalhar mantendo uma leve distância dela. -- E não, a gente apenas almoçou juntos. -- Advertiu sincera e sorriu sabendo que aquela noite e o final de semana ele iria passar com ela na fazenda. Era tão bom e leve estar na companhia de Richard, seu então namorado. No dia seguinte após receber as flores e o pingente do homem, ela não tivera mais dúvida e decidida o ligou, e entre conversas e alguns encontros eles foram conhecendo mais um ao outro, planos, sonhos, sentimentos, e embora houvesse o conhecido em Curitiba, o mesmo mantinha residência em Florianópolis, fora ao casamento pois estava de férias, e à quatro meses estavam em um namoro oficial, ele fizera questão de oficializar a relação deles em um jantar com os pais dela, e a moda antiga lhe pedir a mão em namoro, estava feliz, observou.
-- Deixa comigo mãe. -- Felipe disse prontamente tomando a mala para si ao ver a mulher surgir do interior da casa.
-- E o papai? -- Nádia indagou ao ver somente a mãe pronta.
-- Disse que não vai. -- Lúcia informou após um suspiro. -- De novo o mesmo assunto. -- Completou olhando a filha do meio com um pesar pelo marido.
-- Ah fala sério. -- Nádia proferiu sabendo bem do que se tratava.
-- Oh eu sou cabeça dura, mas o papai é invencível. -- Foram as palavras de Felipe antes de se afastar levando a mala consigo.
-- E agora? -- Nádia questionou-a.
-- Quanto a seu pai eu não sei, quanto a mim, eu estou louca para pegar meu neto no colo, esse negócio de foto e vídeo é bom, mas não substituirá jamais o bom e velho calor humano. -- A senhora narrou com felicidade a última parte o que fez a filha sorrir contente por ela. Também estava louca para ver o sobrinho pessoalmente, mas por questões de trabalho faria isso em uma outra ocasião.
-- Então vamos. -- Nádia a chamou.
-- Vamos! -- Lúcia sorriu em acordo e embora estivesse feliz por logo estar com seu neto e filha, não mentia que no fundo sua tristeza existia mediante a escolha de Carlos.
* * * *
Natelly, estava de bruços sobre sua cama, com os cotovelos deixava seu tronco levemente erguido, enquanto tentava se concentrar em algo que lia no livro de história em suas mãos. Porém, pela terceira vez algo a fez rir, a tirando novamente do foco em que tentava a muito custo manter no livro, no entanto, ignorou tal distração e continuou sua leitura, ato totalmente falho quando sentiu um dedinho furtivo cutucar a região de sua cintura, de novo, ela riu deixando o objeto de lado e buscando a fonte de toda sua desconcentração.
-- Qual a parte do eu vou ficar quietinha aqui, você está burlando hein mocinha? -- Natelly questionou olhando Lisandra que riu cínica a encarando.
A garota deitada ao lado dela, havia lhe prometido que ficaria ali, a seu lado, de forma comportada, enquanto ela estudava alguns minutos, porém em nenhum momento ela havia cumprido tal promessa, sempre a cutucando ou a mexendo de alguma forma.
-- Ah Naty, esse negócio aí de estudar todo dia é um saco viu. -- Lisandra confessou realmente entediada. -- É domingo! -- Afirmou abrindo um sorriso brincalhão.
-- Nem é você quem está estudando, Lis. -- Natelly alegou rindo em negação.
-- Por isso mesmo, se fosse eu já tinha parado, tô te olhando há meia hora, e pra mim já deu por hoje. -- Ela afirmou em um sorriso e sem cerimônia nenhuma girou sobre a cama deixando o seu corpo subir sobre o de Natelly que riu, com a ação dela. -- Quero aproveitar o tempo de outra forma. -- Ela afirmou e abriu um sorriso cheio de segundas intenções, fitando o olhar cor de mel bem próximo aos seus, buscou a boca que lhe sorria, estava também bem próxima a sua, convite mais que tentador, notou.
Natelly sorriu ao ouvir tal confissão e não poderia negar que realmente valeria a pena deixar o livro de lado e saborear um outro tipo de história, observou tendo a deliciosa boca da garota a escassos centímetros da sua, em desejo ela traçou aquele curto espaço tendo finalmente a boca da outra colada a sua, em um toque suave e sedento de carinho, o bailado das línguas fora lento do começo ao fim em um agradável sabor.
-- Viu? -- Lisandra proferiu em um riso e voltou a beijá-la, de forma estalada. -- Bem melhor assim não é? -- Sorriu a olhando.
Natelly sorriu em mesma ação enquanto suas mãos percorria em carinho pela costa da menina ainda sobre ela. Desde o primeiro beijo delas no shopping, foi impossível conterem-se, sempre que estavam juntas, havia sempre um olhar, um sorriso, um toque de mãos, um carinho, e o desejo de sentir os lábios uma da outra era cada vez maior, então, vez e outra sempre furtivas elas apreciavam enfim, um beijo cheio de saudade e carinho. Embora estivessem passado-se dois meses desde o primeiro beijo até aquele último, oficialmente falando elas eram namoradas, apenas à um mês, quando Natelly questionara a outra garota qual o "status" que elas estavam tendo, fora nesse momento em que Lisandra entre graças e também galanteio sincero e carinhoso a pediu em namoro, dando assim a elas, o status de namoradas, finalmente. O segundo passo e mais delicado foi elas contarem para suas responsáveis, Natelly, havia tido uma conversa sincera com sua mãe, que após oscilar entre o passado e o presente, entre dúvidas e receios, isso referente sua atípica relação com Marcela, irmã da agora namorada de sua filha, após muitos suspiros, ponderou que certas coisas não havia ligação com outras e finalmente constatara que a filha estava feliz e que só restava a ela como mãe, também estar feliz. Já quanto a Lisandra e Marcela a conversa foi mais amena, porém a irmã mais velha deixara bastante claro à Lisandra que tivesse respeito por Nattely, não queria que a irmã repetisse seus mesmos erros, ainda mais com a filha de Amanda, com quem a todo custo tentava manter uma relação saudável.
-- Natyyyy! -- Agatha invadiu o quarto da irmã aos gritos. -- Ahrhrar! -- A menina proferiu em uma careta desgostosa ao presenciar um beijo entre elas.
Lisandra apenas deixou o corpo cair sobre a cama ao lado de Natelly, em uma gargalhada diante da cara engraçada que a menina fizera.
-- Agatha é para bater na porta! -- Natelly afirmou em uma advertência risonha sentando-se na cama.
-- Esse beijo aí e nojento! -- Agatha advertiu voltando a fazer uma careta em desgosto. -- Melado igual a baba do Ben quando eu beijo o rosto dele. -- Comparou para logo uma gargalhada soar mais alta, a de Lisandra.
-- Para de rir, falei pra você fechar a porta! -- Natelly advertiu dando um tapa sobre a perna da namorada.
-- Eu fechei! -- Ela afirmou ainda rindo.
-- Parece que não né? -- Natelly afirmou rindo e então resolveu questionar o que a irmã queria.
-- A vovó Lúcia chegou. -- Agatha respondeu lembrando o que fora fazer ali.
-- Ai a vó Lúcia, maior saudade dela. -- Ela sorriu com a notícia. -- Avisa que já eu desço, tá bom. -- Pediu.
-- Tá bom. -- Agatha disse e saiu da mesma forma que entrou, as carreiras.
Natelly riu deixando seu corpo cair deitado na cama ao lado da outra jovem.
-- Antes de você ir, quero mais um beijo melado. -- Lisandra disse a olhando e Natelly gargalhou.
-- Tá engraçadinha né? -- Advertiu pondo-se de lado na cama deixando sua mão apoiar a cabeça encarando sua namorada que sorriu em mesma posição.
-- Muito. -- Lisandra advertiu se aproximando mais dela e em um sorriso faceiro a beijou como ambas, desejavam e em busca de mais conforto no ato, Natelly permitiu que seu corpo recaísse parcialmente sobre o de Lisandra que, a abraçou pela cintura em um carinho amoroso. Não existia malícia exacerbada em nenhuma das duas ou em seus atos e toques, era tudo com muito respeito, carinho e desejo claro, porém nenhuma delas estava preparada ou estimulada em ir além, sabiam que tal ocasião chegaria, quando fosse a hora, no momento elas apenas curtiam cada fase boa que o namoro delas permitia, juntas.
-- Vamos descer, quero te apresentar pra minha avó. -- Natelly informou com alegria.
-- Ah não, sério? -- Lisandra indagou receosa, no fundo, com medo. -- Eu pensei em ficar aqui, de boa...
-- Ah fala sério Lis, vergonha uma hora dessas? -- Indagou rindo. -- Desde quando tem vergonha das pessoas? -- Indagou em estranhamento.
-- Ah não sei. -- Ela disse coçando a nuca. -- Ela pode não gostar de mim né, do meu jeito.... sei lá. -- Considerou
Natelly apenas ficou rindo a observando por um instante, Lisandra tinha um jeitinho tão dela de demonstrar os sentimentos, os medos, as verdades, e aquilo desde o primeiro momento em que a conheceu lhe encantara. Não disse nada, apenas buscou a boca dela em mais um beijo cheio de carinho.
-- Não se preocupe ela vai gostar de você. -- Natelly afirmou com um sorriso sincero. -- Apenas, seja você, nada mais. -- Advertiu sabendo bem que aquilo fora o que a encantara logo de primeira.
-- Mamãe. -- Amanda sorriu em deleite quando avistou a mãe acomodada sobre o sofá da sala conversando com Samantha.
-- Filha! -- A senhora que havia se sentado a instantes levantou-se novamente para receber a filha em um abraço apertado e cheio de saudade e, assim, elas ficaram por um tempinho com um sorriso no rosto apreciando o calor daquele abraço amoroso.
-- Ai que saudade mãe. -- Amanda afirmou desfazendo o contato e a olhando sempre com um sorriso feliz.
-- Eu também estava minha querida. -- Lúcia assegurou tocando o rosto da filha em um carinho e mais uma vez elas curtiram um outro abraço.
-- Fez boa viagem? -- Amanda indagou sentando-se junto com a mãe no sofá.
-- Ah sim, foi tranquila. -- Ela respondeu com sinceridade e ao poucos o sorriso leve se desfez com pesar ao lembrar-se de um fato. -- Pena que não saiu como o planejado. -- Ela advertiu olhando Amanda com certa tristeza e pesar.
-- É. -- Amanda proferiu após um suspiro. Antes de embarcar a mãe havia ligado e lhe dado a fatídica notícia de que o seu pai havia desistido da viagem no último instante e, consequentemente, também havia desistido de conhecer o neto, apesar da mãe ter tentado amenizar a relação entre ela e o pai desde que o mesmo soubera de sua gravidez, sempre soube que Carlos estava bem mais relutante do que Lúcia tentava aparentar à Ela pelo celular. Desde que Benício nasceu o senhor nunca participou de nenhuma chamada de vídeo para conhecer o neto, segundo Lúcia ele nunca estava disponível, sempre ocupado, mas que o via por fotos e que o achava lindo, Amanda lembrou dando mais um forte suspiro com tristeza, apesar de todas as suas esperanças para com o pai, talvez ele nunca mudasse de verdade, sempre existiria algo que o impedisse daquilo, dessa vez ela sabia bem a resistência do mesmo em conhecer o neto, o fato de que na questão sanguínea, talvez ele nunca fosse.
-- Eu sinto muito mesmo. -- Lúcia argumentou notando o quão aquilo abalou Amanda que, embora não chorasse, aquela era a sua vontade.
-- Sabe mãe, dói. -- Amanda confessou com extrema tristeza, mas segurava suas lágrimas, não queria mais chorar. -- Mas no fundo eu realmente sinto por ele, não por mim ou pelo Ben. -- Ela afirmou com toda sinceridade.
-- Eu sei que sim. -- Lúcia proferiu e tentando dispersar aquela tristeza ela sorriu fazendo a filha sorrir.
-- Vovó! -- Natelly disse se adiantando em um abraço de qualquer jeito sobre a senhora que riu a abraçando também como pôde. -- Que saudade, que saudade. -- A garota proferiu sentando também ao lado dela lhe dando beijos estalados no rosto.
-- Oh eu estou adorando essa recepção, penso em vir mais vezes hein. -- Lúcia confessou olhando entre neta, filha e nora ali, e também com sua outra neta agora no colo, sorriu feliz. -- E essa linda jovem é aquela mocinha que caiu na piscina não é? -- Ela alegou ao pôr os olhos sobre uma tímida Lisandra em pé ali próximo a elas.
-- É a Lis, a namorada da Naty. -- Agatha respondeu com naturalidade.
-- Agatha! -- Samantha proferiu, mas riu assim como as demais ali.
-- Vovó, quero te apresentá-la direito. -- Natelly afirmou e em um sorriso contente ela tomou a mão de Lisandra e a trouxe até Lúcia que, havia prontamente se posto de pé. -- Essa é Lisandra, minha namorada. -- Falou calma e serena. -- Lis, essa é a minha avó, Lúcia. -- Avisou em um sorriso.
-- Oi. -- Lisandra proferiu ainda de forma tímida o que fez Natelly rir do jeito dela, ela era sempre uma caixinha de surpresas.
Lúcia ainda pega totalmente de surpresa, pela mais recente novidade, se deixou levar por uma pequena avaliação diante da cena à sua frente, sua neta sorria enquanto mantinha os olhos entre ela e a jovem ao seu lado, as mãos estavam entrelaçadas e levemente apertadas uma na outra, talvez a neta estivesse passando a segurança que a outra jovem precisava mediante aquele ato, deixou seu olhar pousar agora sobre Lisandra, mesma altura de Natelly, mesma jovialidade, no rosto e corpo, porém era óbvio as diferenças em outros aspectos, pelo menos os visíveis, diferente dá neta a outra tinha um estilo mais largado, cabelos e roupas em tom mais, agressivo e moderno, sorriu mediante tal comparação entre seu tempo e a modernidade em estilos de moda. De qualquer forma, Lisandra não deixava de ser uma garota linda, pelo contrário, e, juntas, formavam um lindo casal, o contraste entre elas era bonito de se ver.
-- Acho que deu ruim hein. -- Lisandra cochichou, ou tentou, pois todas ali ouviram e riram sem se conter.
-- Não, ainda não. -- Foi Lúcia quem alegou em um sorriso cordial. -- Vai dá ruim se não experimentar o meu abraço de vó. -- Ela alegou abrindo os braços e o coração para a menina à sua frente.
Sentindo um empurrãozinho da namorada, Lisandra se aconchegou no abraço carinhoso da senhora e em vontade seus lábios se moldaram em um sorriso contente ao receber as boas vindas da senhora, via sinceridade e alegria, Natelly estava certa, a avó dela era uma pessoa maravilhosa, notou desfazendo o contato e recebendo uma mão carinhosa em seu rosto junto a um sorriso.
-- Valeu. -- Lisandra disse em agradecimento. -- A senhora é dá hora. -- Afirmou.
-- Se ser dá hora, for bom, então eu sou. -- Lúcia advertiu é todas riram. -- Agora por favor, será que eu posso ver o meu neto? -- Pediu em extrema ansiedade. -- Estou há mais de mês nessa vontade. -- Confessou.
-- Claro, mãe. -- Amanda afirmou sorrindo. -- Vamos lá. Vamos amor. -- Ela chamou pela mãe e pela esposa.
-- Eu vou também. -- Agatha afirmou já as acompanhando.
-- Isso, vamos todas, venham meninas! -- Lúcia fizera questão de chamar Natelly e Lisandra que prontamente as seguiram.
-- Já acordou, mamãe!? -- Amanda proferiu em voz melosa e um sorriso ao se aproximar do berço e ver o filho acordado. -- Acordou para ver a vovó foi? -- Ela continuou da mesma forma e viu o menino já bem mais gordinho, lhe sorrir eufórico. Ela, sorrindo, o pegou nos braços e buscou o olhar da mãe que, prontamente, já estava a seu lado, de olhos vidrados e sorriso fácil para o menino. -- Ben, essa é a vovó Lúcia. -- Amanda disse e delicadamente o entregou a senhora que, o tomou nos braços de forma maravilhada, já o tinha visto várias vezes por foto e vídeos, mas não amenizava a vontade que tinha de tê-lo em seu colo como o tinha naquele momento, seu sorriso foi bastante emocionado, admirando o pequeno ser em seu colo, ele era lindo e sem dúvidas reunia traços de ambas as mães, notou radiante de felicidade.
-- Sou eu, a vovó Lúcia. -- Ela conversou com ele pela primeira vez e sorriu encantada com o sorriso fácil que ele lhe presenteou. -- Gostou da vovó foi? -- Ela indagou o embalando e de novo ele expressou um sorriso rápido.
-- Tenho certeza que sim. -- Samantha alegou contente, apertando ternamente a cintura da esposa a seu lado.
-- Ele gosta de todo mundo, sem chorar. -- Agatha declarou em um contentamento por aquilo, adorava ter o irmão em seu colo.
-- Maior galã. -- Esta, foi Lisandra quem soltou com sinceridade e todas sorriram em acordo.
-- Ele deixa todo mundo babando. -- Natelly completou diante da cena ali no quarto, todas em volta do irmão.
Elas desceram de volta à sala e enquanto a avó curtia o neto em seu colo, conversavam amenidades, nem mesmo Agatha e afastou, preferindo ficar ao lado de Lúcia brincando com o irmão que, era caras e bocas para ela, até resolver cair no sono, de novo, nos braços de Amanda que o pegou para amamentá-lo.
-- Ah isso merece uma foto. -- Natelly observou ao ver aquela cena em família, então, imediatamente ela pegou seu celular e posicionou-se para uma self. -- Vai junta mais. -- A garota pediu fitando a tela do aparelho, assim como, a imagem de todos ali, e, em instante a tela capturava os rostos sorridentes.
A senhora ficaria ali por uma semana, havia se preparado para aproveitar ao máximo a companhia do neto, filha, netas e nora e logo na recepção, não teve dúvidas de que seriam dias excelentes. A tarde e os outros dias pareceram poucos demais para tantas conversas, risos, sorrisos, carinhos e felicidade daquela família, onde o amor era o que prevalecia sempre, sempre...
* * * *
Meses depois...
Os passos sobre os leves saltos finos eram firmes e decididos, enquanto as mãos empurravam habilmente o carrinho com duas malas. O corpo moreno era bem delineado num jeans azul e blusa branca por debaixo do sobretudo marrom já aberto, sem dúvidas estava chamando a atenção por onde passava, quando finalmente ela alcançou a saída, um sorriso contente e cheio de saudade emoldurou seu rosto, fechou os olhos e respirou fundo, o ar daquele país tinha para ela o cheiro de lar, estava de volta, se sentia em casa, notou abrindo os olhos e parada ficou a admirar ainda através das lentes escuras a correria das pessoas que chegavam e saíam ali, era maravilhoso estar de volta, pensou guiando as mãos até o óculos escuro o retirando e sorrindo mais uma vez ao sentir a brisa a banhar de leve lhe dando as boas-vindas.
-- Finalmente, em casa. -- Victória alegou em um sorriso modesto, porém seu coração saltava em alegria eufórica.
-- Ôh Vic, sem querer atrapalhar seu comitê pensante aí de boas-vindas, mas dá pra me ajudar aqui?
A morena ouviu uma voz deveras familiar soar atrás de si, e o riso que tomou os seus lábios foi com certeza bem diferente do anterior, era sempre fácil e bem peculiar mediante as atípicas situações com que a dona daquela voz doce e divertida se dirigia a ela. E sabia bem que aquele era apenas um dos motivos pelos quais a outra lhe fazia sorrir, existiam outros, e adorava cada um deles, desde que, ela lhe fizera sorrir a primeira vez, quando, atipicamente, a conheceu na Universidade em Portugal, lembrou girando o seu corpo na direção de onde vinha o pedido de socorro e riu abertamente com a cena.
A mulher, dona de um corpo de pele clara e curvas bem equilibradas em sua altura, tinha os cabelos castanhos ondulados presos em um rabo de cavalo, o que misturado ao jeans despojado e a camiseta personalizada davam a ela um ar de jovialidade bem mais além do que tinha, observou. Porém ela parecia estar em guerra com sua coordenação motora, Victória não conteve as gargalhadas ao ver ela literalmente abraçada com as três malas enquanto tentava as equilibrar no pequeno carrinho que havia pegado.
-- Victória? -- A outra gritou mediante a sua falta de ação referente ao desespero dela.
-- Desculpa, já vou. -- Victória alegou rindo, mas correu até ela e retirou a mala menor de cima das outras, o que fez com que tudo voltasse a ficar em harmonia novamente. -- Valeu. -- A mulher lhe sorriu em agradecimento sincero. – Mas cuidado, meus laptops estão aí. -- Advertiu observando-a lhe atender.
-- Pra que tanta coisa, Kiara? -- Victória questionou-a sabendo que duas malas ali era só de coisas referentes a computadores e assessórios. -- Não sei como não fomos barradas, por acharem que estávamos fazendo algum tipo de contrabando eletroeletrônico, ou sei lá. -- Advertiu sincera para ver a outra gargalhar abertamente.
-- Vic, são meus materiais de trabalho, preciso de cada uma dessas belezinhas que estão aqui. -- Kiara proferiu gesticulando as mãos sobre as malas. -- Tudo do mais tecnológico. -- Garantiu orgulhosa.
-- Humm. -- Victória proferiu e sorriu em retribuição, admirando agora de perto a beleza do rosto da outra a sua frente, instintivamente suspirou diante daquele sorriso que, estava em uma linha levemente superior a seu olhar, o rosto era em um desenho oval perfeito e, junto aos olhos castanhos claros de uma alegria radiante davam a ela uma beleza única, notou.
-- Que foi? Tá olhando o quê?
Victória a ouviu questionar e em seguida girar em torno dos calcanhares olhando a sua volta à procura do que ela estava a observar, riu.
-- Você, Kiara, eu estou olhando você. -- Afirmou em verdade, tentando excluir os outros pensamentos de sua mente. -- Estamos no Brasil, em Curitiba! -- Advertiu em demonstração daquilo e logo a outra também se dera conta daquele fato e em felicidade, se jogou nos braços de Victória que, sorriu a recebendo em felicidade, após conseguir se equilibrar, claro...
-- Ai como é bom está de volta, sabe? -- Kiara proferiu com um sorriso e sem que percebesse deixou sua mão se apoiar sobre as malas o que forçou demais, fazendo o carrinho sair em movimento a assustando. -- Ah mais que droga! -- Ela proferiu após seu veloz reflexo deter o pior, o que não impediu em nada a outra mulher a seu lado de gargalhar mais uma vez.
-- Vamos, antes que eu deixe as quatro malas aqui sozinhas. -- Victória advertiu rindo e tomando à frente levando consigo uma das malas da sua fiel companheira naqueles últimos dois anos.
-- Ei!? -- Kiara proferiu em protesto ao descobrir que a quarta mala, seria ela. -- Você não teria coragem. -- Alegou assim que alcançou a outra as carreiras.
-- É, tem razão, talvez eu tivesse apenas que escolher entre uma dessas outras aí. -- A morena disse e ao final sorriu pondo de volta seu óculos escuro e chamando um táxi.
O taxista acomodou todas as malas no carro e gentil abriu a porta para ambas as mulheres que, entraram e se acomodaram no banco detrás em agradecimento risonho.
Victória deu primeiro o endereço de Kiara, e somente após deixá-la em sua casa, conhecendo também o lugar onde a mulher ao seu lado morava, seguiria para seu apartamento. Suspirou se deixando levar por seus pensamentos, encarando o ambiente através da janela do carro. Está de volta depois de tanto tempo, apesar de estar recarregada de novas energias e sonhos, lhe trazia as velhas recordações outra vez. Sabia que elas jamais seriam esquecidas, entretanto, já não lhe magoavam mais e nem lhe causavam dor, eram apenas lembranças de um passado conturbado, porém, agora entendia que foi essencial para o seu crescimento pessoal e profissional, era uma nova Victória, uma versão atualizada da Vic, como Kiara costumava dizer... Seu sorriso novamente fora inevitável, a outra mesmo alheia tinha aquele poder sobre ela, notou desviando o olhar da rua para a pessoa em questão, a seu lado, e a lembrança de como a conhecera em seu primeiro dia de aula, fez seu sorriso aumentar...
Victória respirou fundo mais uma vez encarando o enorme prédio onde passaria, com certeza, grande parte dos seus dias, nos próximos dois anos. Sabia que precisava ser forte em muitos aspectos para aquela estadia ali, e principalmente ter foco, tirar de seu coração o amor proibido que sentia por Alexsandra, enquanto embarcava em uma jornada na vida profissional, seria possível? Questionou-se, era necessário, constatou.
-- Com licença. -- A voz soou atrás de si, em um grito agoniado, junto a um sotaque Português daquele País. -- Excuse me please. -- O inglês foi executado com mais sotaque carregado. -- Sai. -- A pessoa estava mesmo desesperada para passar, pensou executando seu primeiro riso, girando o corpo e buscando a fonte daquela voz. Victória abriu mais ainda o sorriso ao ver a mulher vir a passos rápidos enquanto equilibrava nas mãos e corpo um Notebook aberto e ainda com o carregador conectado, livros, sacolas, e a bolsa na costa, foi o que pode ver, notou a vendo desviar das várias pessoas ali na calçada de entrada, porém ela esbarrou sem querer em um rapaz e com todo esforço conseguiu segurar o computador, contudo, os livros caíram, o mesmo rapaz os pegou e deu a ela novamente, em um desejo solidário a esperou por segundos a estranha chegar até ela.
-- Quer ajuda? -- Victória perguntou em seu português brasileiro mesmo.
-- Ai um anjo! -- A mulher disse erguendo a cabeça aos céus e Victória riu mais uma vez. -- Quero, estou atrasada pra apresentação do meu seminário. -- Confessou observando Victória pegar os livros e metade das sacolas de suas mãos, a deixando bem mais aliviada. -- Agora corre. -- Ela falou sem cerimônia nenhuma tomando a frente de Victória, realmente correndo. Victória ainda ficou paralisada diante daquele ato, apenas a olhando se afastar as pressas. -- Vamos! -- A viu chamá-la novamente em incentivo, riu olhando de um lado a outro e pôs-se a correr atrás dela, simples assim...
Kiara havia conquistado fácil e com méritos a sua fiel confiança e também amizade. Nunca pensou que fosse possível criar um novo vínculo tão forte de amizade e confiança com outro alguém depois de Alexsandra, sempre achou que a mastologista sempre seria a sua única e fiel amiga e, no passado, chegou a sonhar que ela seria também a sua fiel amante. Todavia, de uma hora para outra a vida lhe causara uma reviravolta surpreendente e, diga-se de passagem, arrasadora em diversas questões e sentimentos, entretanto, aquilo era passado, lembrou ainda mantendo o olhar sobre Kiara que, distraída mantinha o olhar fixo através da janela do carro...
Kiara, havia sido a outra reviravolta surpreendente que a vida havia colocado em seu caminho, além da beleza natural estampada na sua aparência física, a mulher tinha o dom divertido para fazer os outros sorrir e rir, dela e com ela, a gentileza dela estava ali, embora escondida por trás do jeito meio desastrado, ela sempre sabia tocar as pessoas com tal personalidade, Kiara também tinha outro dom natural, o de ouvir e sempre dá um conselho apropriado ao final de tudo, sabia que devia boa parte de sua recuperação sentimental a ela, pois foi para ela que falou sobre Alexsandra, foi nos braços dela que chorou por horas, por vários dias seguidos, era para ela que ligava sempre que queria conversar sobre qualquer coisa, passada ou presente, e foi com ela que aprendeu a voltar a sorrir, foi com ela que reaprendeu a viver novamente, a superar seus sentimentos, seus medos, pelo menos boa parte deles. E não importava qual fosse o motivo, bom ou ruim, feliz ou triste, era Kiara que sempre esteve ao seu lado, desde o primeiro instante em que a viu pela primeira vez, sorriu maravilhada em lembranças, e, de repente, uma em questão tomara conta de sua mente, fazendo-a desviar o olhar de imediato, reprimindo seus mais fiéis e secretos sentimentos. Medo foi o sentimento que dominou seu coração naquele instante, sempre parecia sentir todo o seu passado retornando à tona novamente, mediante aquele pensamento, e o medo a deteve mais uma vez, não poderia...
-- Você pode...
-- O quê? -- Victória questionou assustada ao ouvir a voz de Kiara a tirando de seus devaneios, ao menos achava ser apenas isso.
-- Não ouviu nenhuma palavra do que eu disse né? -- Kiara questionou já dando conta daquilo.
-- Desculpa meu bem, eu realmente estava com o pensamento longe. -- Victória confessou voltando a retirar os óculos escuros e finalmente contemplando a cor real dos olhos da mulher ali ao lado, sorriu.
-- Perguntei se pode me buscar em casa quando decidir ir lá no hospital ver se sua vaga ainda está disponível. -- Kiara repetiu cada palavra com calma como se fosse a primeira vez. -- Quero ir com você, conhecer sua antiga turma. -- Ela firmou e sorriu.
-- Eu quem faço questão disso. -- Victória alegou em um sorriso deixando sua mão capturar a mão ao lado da sua, dando a ela um carinho terno.
-- Não contou mesmo a ninguém que estava vindo? -- Questionou-a adorando a carícia em sua mão, a retribuindo da mesma forma.
-- Só minha família sabe que chego hoje, os outros só estão apenas com especulações. -- Confessou sentindo as mãos macias sobre a sua lhe causando uma sensação de paz e muito carinho. -- Mas saberão logo. -- Afirmou deixando um sorriso contente voltar aos lábios.
Fim do capítulo
Olá meus amores,
Lindas, espero que tenham gostado do capítulo, desculpem os erros, e muito obrigada por todo carinho, atenção e a vasta paciência de vocês em esperar as atualizações, muito obrigada mesmo!
Então, Victória está de volta, passou maior tempão fora e voltou para a felicidade da nação. Kkkk Sei que tem gente que gostava e que gosta dela, então apesar da curta estadia dela durante história, ela fez sucesso e terá sim um final feliz, ela merece certo!?
E é com muito prazer e também já com um sentimento de saudade que aviso a vocês que este foi o Penúltimo Capítulo de Duas Vidas, um amor inesquecível. De novo, desculpem a demora nas atualizações e muito obrigada por tudo.
Até o Capítulo final, grande beijo no coração de vocês.
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Andreia
Em: 23/11/2020
Nádia achou seu príncipe encanto.
Carlos preconceituoso homofóbico que só ama a ele mesmo, só ele que tem à perder mais ninguém.
Muito legal Lúcia mudou o modo de persas e viu que somente ela tinha a perder se continuasse e ágil da forma que tava agora ela tava mais feliz e participando da felicidade da filha.
Caroline e Lauren vivendo o amor delas do jeitinho delas dá maneira delas e sendo feliz que é importante.
Marina e Marcela merecem ser cada dia mais feliz.
Nagy e Liz casal fofo.
Vick e Kiara vai ser um casal da hora.
Passei esta historia para minha esposa ler.
Enny mais uma vez parabéns esta lindo.
Abraços
HelOliveira
Em: 27/05/2020
Adoro essa história e confesso valeu a pena toda espera, e com certeza vai deixar saudades, porém nossas meninas estarão todas felizes..
Até o proximo
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Mille
Em: 20/05/2020
Oi Anny
Mais um capítulo lindo e imenso.
Só o Carlos está perdendo com seu preconceito agora imagino se ele tivesse ido, estaria acusando a Eloá e Samatha pela Nattaly está namorando uma mulher e capaz de ouvir umas boas de Lizandra.
Marina e Marcela encaminhando para ficarem mais próximas.
Carolina e Lauren em seus momentos de enamoradas divertidas.
E o nascimento do pequeno Benicio para alegria geral.
Vic chegando e com uma pessoa alegre junto
Ja eatou com saudades dessa turminha.
Bjus e até o próximo capítulo
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Rain
Em: 19/05/2020
Minha nossa, como eu amo sua história, velho, eu amo demais essa história. Sabe aquela sensação gostosa de estar lendo algo que do começo ao fim você não consegue tira o sorriso do rosto, que se emociona em cada capítulo. Pois é exatamente isso que sinto quando leio essa história. Enny, eu não sei que tu, mas te amo querida! Sou tu fã.
Marina e Marcela juntas são um amor.Carol e Lauren a maior comédia.
Amanda e Sam tão maravilhosas.Amei a Agatha apaixonadinha pelo Ben é tão fofo. Naty e Lis é aquele casal louco e apaixonado ao mesmo tempo. Na vida eu sou Lis só ando rasgada.
Deu entender que Vic gosta de Kiara mais ainda não confessou. Amei a kiara gente louca é top.
Me recuso a falar de Carlos. Não merece nem palavras.
Ops, acho que me empolguei! Beijo, Enny. Até o último, infelizmente. A parte ruim das histórias é que elas acabam.
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Brescia
Em: 19/05/2020
Boa tarde mocinha.
Eu não me canso de admirar a felicidade de quase todos com a chegada de mais um serzinho lindo que veio trazer tanto carinho e aproximação de mais uma família maravilhosa. Pecado que o avô ainda não entendeu que o mais importante é o amor.
Baci piccola.
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