Beatriz por stela_silva
Capitulo 11
POV Sarah.
Acordei com a ligação da minha mãe durante a madrugada dizendo que meu pai havia tido um infarto. Fiquei desesperada e acabei acordando a Renata. Minha mãe chorava muito e eu desliguei o telefone prometendo ir o mais rápido possível para nossa cidade. Renata havia escutado tudo em silêncio. Eu tremia e ela percebeu.
-- Sarah, você não pode viajar nesse estado – disse segurando as minhas mãos – Nossa, você está gelada!
-- Eu não posso ficar aqui, Renata! Eu tenho que ir ver meu pai e ficar com minha mãe – falei nervosa e pegando minha bolsa.
A cidade onde eu cresci não ficava tão longe dali, mas Renata fez questão de me acompanhar. Ela dirigiu durante todo o caminho. Fiquei em silêncio... Não conseguia parar de pensar em meu pai. Uma angústia tomou conta de mim.
Chegamos ao hospital e recebemos uma boa notícia. Graças a Deus que ele estava melhor. Foi um alívio saber disso. Tive que consolar minha mãe que ainda estava muito nervosa.
Renata teve que voltar para nossa cidade e eu decidi ficar uma semana com meus pais, estava com saudade deles.
Todos esses acontecimentos me fizeram esquecer por um tempo da Cecília, mas foi só eu entrar em meu antigo quarto para a lembrança voltar com força total. Nada tinha mudado desde que eu saí da casa dos meus pais, eles não mudaram nada em meu quarto. Caminhei em direção ao criado-mudo e peguei o porta retrato. Observei por um longo tempo a loirinha que estava abraçada a mim e tinha um enorme sorriso no rosto, os olhos dela brilhavam intensamente. Ela olhava diretamente para a câmera, mas eu a encarava com uma cara de boba apaixonada. A foto era linda.
Não percebi que minha mãe entrou no quarto e me observava atentamente.
-- Essa foto é linda – mamãe comentou.
Virei-me para encarar a matriarca dos Schmidt... Vera Schmidt.
-- Sim, mãe... – sorri – Ela é linda – disse passando o dedo indicador sobre a fotografia.
-- Sabe... – falou sentando na minha cama – Quando você apareceu com o Júnior fiquei tão feliz... Achei que estivesse enganada com minhas suspeitas... Mas depois veio a Carla e foi bem complicado... Apesar de no fundo já saber... É difícil aceitar.
Eu permanecia de pé e a encarava atentamente.
-- Do que a senhora está falando? – perguntei confusa.
-- De você gostar de meninas...
-- Ahhh... – fiquei surpresa e não sabia o que dizer.
-- Senta aqui – disse batendo no colchão. Fiz o que ela estava pedindo e sentei ao seu lado.
Vera pegou o porta-retratos da minha mão e ficou observando por um longo tempo.
-- Você olhava para ela com tanto amor... – sussurrou, passando os dedos sobre meu rosto na fotografia – Você amava a Cecília, não é? – disse me encarando.
Eu não sabia o que dizer. Não tinha ideia que meu sentimento pela Cecília fosse tão transparente assim. Não estava conseguindo acreditar que minha mãe sabia disso.
Ela percebeu que eu não sabia o que dizer.
-- É difícil pra uma mãe saber que seu filho não é igual as outras pessoas. Eu no fundo sempre soube que você era lésbica. Mas no fundo sempre tive esperança de estar enganada, principalmente depois que você apresentou o Júnior... Porém... Eu sabia que você não gostava dele... Eu não via aquela paixão em você... Não quando você estava com ele, mas era só ela chegar perto de você... Seus olhos brilhavam e seu sorriso aumentava, eu conseguia perceber a intensidade do seu sentimento por ela... Eu achei que era coisa de adolescentes e quando fiquei sabendo que a Cecília se envolvia com garotas, decidir que não a queria mais perto de você, mas tenho certeza que você não fez o que eu disse... Principalmente depois de ver sua grande tristeza, você passou meses assim.... Depois a Carla apareceu e você voltou a sorrir. Pensar que seu pai não suportava a ideia de você se envolver com uma mulher e agora tem um verdadeiro encanto pela Carla – disse sorrindo.
Eu também sorri... Se o papai soubesse que meu casamento estava falido...
-- Pensei que eu soubesse disfarçar um pouco mais – falei sem graça.
-- Você até tentava, mas era difícil quando você estava perto da Cecília... Filha... – disse séria e me encarando – Eu sei que você não gosta da Carla e eu sei que seu casamento está acabado... Eu percebo que você não está feliz... Meu amor, termine essa relação e seja feliz.
-- Não é fácil, mãe – falei de cabeça baixa.
-- É claro que é... Não complique as coisas.
-- A Carla não aceita o fim do nosso casamento.
-- Mas eu sei que não é isso que impede você de acabar com tudo. Você apenas vai levando e isso não é saudável, nem pra você e nem para a Carla, terminar é a melhor coisa a fazer para ambas as partes.
Renata me falava a mesma coisa. Era óbvio que terminar era a melhor coisa a fazer.
-- Você tem razão, mãe... Irei conversar com a Carla assim que eu voltar – falei decidida.
Vera abriu um lindo sorriso e beijou o meu rosto.
-- Siga o seu coração, meu amor.
Concordei balançando a cabeça. Palavras não poderiam descrever aquele momento com minha mãe. Ela havia mudado muito, pois no início foi muito difícil para ela aceitar minha orientação sexual. E eu sabia que ainda não era fácil , mas o amor dela por mim é muito maior que qualquer outra coisa... Mãe ama seus filhos acima de tudo e a Vera não era diferente.
*****
A semana não demorou a passar, mas pude aproveitar bastante a presença dos meus pais. Antônio Schmidt estava muito melhor, por sorte foi apenas um susto, mas ele precisaria de uma dieta regrada, exercícios e alguns remédios, meu pai sempre foi sedentário.
O Sérgio havia ligado algumas vezes. Meu irmão sempre foi um pouco distante e eu não conseguia entender o motivo. Ele trabalhava com a Carla, os dois tinham vários negócios e ele passava a metade do tempo viajando. Mamãe vivia reclamando da distância dele, mas infelizmente Sérgio não fazia muita questão de mudar.
Era sábado, estávamos jantando. Eu teria que voltar para a casa amanhã, mas não estava com muito ânimo. Sabia que teria uma conversa complicada com a Carla, mas necessária... E ainda tinha a Cecília... Todos esses problemas me fizeram divagar e não prestar atenção em nada.
-- Sarah, está tudo bem? – mamãe me encarava preocupada.
Fui puxada de volta ao planeta Terra. Sorri sem graça.
-- Estou bem, apenas pensando na faculdade – (péssima em mentir!)
-- Está ficando cada vez mais difícil, filha... Mas a recompensa sempre vem no final – papai falou comendo um pedaço de maçã.
-- Eu espero que sim, pai.
-- Claro que vai! Você já tem a vida garantida, meu amor. Irá me substituir no escritório e será a melhor advogada desse país! – disse orgulhoso.
-- Exagero né, pai – falei sorrindo sem graça.
-- Não é não... Conheço seu potencial, sei que você é capaz... Aliás, falei com a Carla hoje...
Gelei e encarei minha mãe... Só espero que a Carla não tenha falado nada.
-- Estou na expectativa para passar as festas de final de ano com vocês. Carla é sempre uma mulher tão simpática. Fico feliz que pelo menos você tenha escolhido bem sua mulher, Sarah.
Antônio sempre gostou muito da Carla. Mas eu não poderia mais continuar com aquilo, sinto muito papai.
-- Antônio, temos que ir no médico na segunda, você precisa de todos os cuidados possíveis – mamãe mudou de assunto e eu agradeci.
-- Você tinha que falar dessas coisas, Vera – o velho resmungou.
****
Voltei para a cidade onde eu morava e decidi passar o domingo com a Renata. Eu queria apenas relaxar, depois de passar o susto com o meu pai.
Renata me recebeu animadamente e me abraçou apertado. Gabriel não estava na cidade, então eu poderia dormir na casa de minha amiga. Tinha algumas peças de roupas na casa dela e iria direto para a faculdade no outro dia.
Pedimos pizza e bebemos vinho até tarde da noite. Estávamos alegre e sorridentes. Renata sempre conseguia me animar.
-- Eu falei com sua amiguinha na sexta – ela falou um pouco enrolada por causa do álcool.
Parei de sorrir e a encarei. Acho que o álcool tinha evaporado do meu sangue.
-- Cecília? – perguntei sentindo meu coração acelerar. Eu tinha dificuldade até para falar.
-- Sim, a tal... Loira azeda hein – disse com nojo – Garota antipática, sem graça... Só não posso dizer que ela é feia, porque isso não é verdade... A cachorra é mó gata! Puta que pariu, que menina linda!... Se eu tivesse a beleza dela pegaria muitos Boys – disse rindo débil.
-- O que você falou pra ela? – perguntei nervosa e ao mesmo tempo curiosa.
-- Ela te procurou a semana toda... Todos os dias ela ia na sua sala saber se você tinha aparecido. Na sexta, eu decidi falar com ela... Deixei claro que sabia de tudo, mas ela não pareceu se preocupar com isso. Eu disse que arrebentava a cara dela se ela fizesse algum mal a você... Fui curta e grossa e espero que ela tenha entendido o recado – Renata falava aquilo normalmente, como se não tivesse feito uma coisa bem louca.
-- Não acredito – sussurrei.
Ela havia me procurado a semana toda! A SEMANA TODA! TODA! Não fique iludida, Sarah... Não alimente essa besteira! Para com isso! Deixa de ser sapatão emocionada!
Mas eu não conseguia controlar, meu coração burro estava todo derretido e acho que não conseguir disfarçar, pois a Renata me analisava atentamente.
-- Não acredito que você ainda gosta daquela sonsa! – Renata falou indignada.
-- Eu não gosto dela! – tentei ser segura em minhas palavras.
-- É bom isso ser verdade, pois sinto em te dizer, mas aquela songamonga está toda atirada pra cima do João Pedro! – despejou sem cerimônia.
-- O que? – eu não queria acreditar.
-- Isso mesmo que você ouviu, sua ex amiga tá toda amiguinha do Pedro e da turma dele... E você ainda dizia que ela não ligava para status, imagina né – ironizou.
-- Eu não tô acreditando nisso... – falei sem forças.
Renata aproximou-se de mim, segurando minha mão e me encarando docemente.
-- É melhor você saber agora... Não alimente ilusão, minha amiga – disse carinhosa.
-- Obrigada por sempre estar do meu lado – falei emocionada e a abraçando apertado.
Renata percebeu o meu desânimo e decidiu mudar de assunto. Falamos sobre muitas coisas, mas confesso que estava meio aérea naquele momento.
Como o coração consegue ser tão burro? Era óbvio que a Cecília ou Beatriz, sei lá... Nunca iria gostar de mim.
Passei a noite com um gosto amargo em minha boca. Quase não consegui dormir. Fiquei triste e ainda tinha que conversar com a Carla. O dia seria difícil.
Acordei cedo e fiquei esperando por Renata. Minha amiga acordou de ressaca, não parava de resmungar um minuto. Depois dela tomar um remédio, seguimos em direção a faculdade. Não prestei atenção em nada, passei a aula toda pensando na conversa que teria com a Carla e evitando pensar na Cecília ou Beatriz, isso é muito confuso.
O intervalo chegou e eu pensei em ficar quietinha no meu canto... Só pensei mesmo, pois Renata foi me procurar e praticamente me arrastou para o refeitório. Caminhamos em direção a nossa mesa. Denis esperava por nós e Luís estava com ele. Sorri para eles e sentei ao lado de Luís.
Infelizmente eu tinha uma visão privilegiada de todas as mesas daquele lugar. Inclusive a do João Pedro e sua turminha... Acho que todos perceberam a cara que eu fiz assim que meus olhos pousaram naquela mesa.
-- Acho que você perdeu a loira gostosa pro João Pedro – Denis não perderia a oportunidade de me provocar.
O encarei seriamente.
-- Para com isso, Denis. Nunca existiu nada entre nós duas! – falei grossa.
-- Nossa, calma... Não tá mais aqui quem falou – disse levantando as mãos em sinal de rendição.
Dei de ombros e tomei meu suco de maracujá. Renata me olhava, mas eu evitava encará-la. Não queria falar com ninguém naquele momento.
Voltei a observar a mesa dos metidinhos e percebi que Cecília olhava diretamente para mim. Ela estava ao lado da Bruna e de frente para mim. Cecília tentou sorrir, mas eu acabei desviando o olhar.
Renata sorriu debochada e Denis tinha um olhar cúmplice. Revirei os olhos e fui olhar o Facebook, era a melhor coisa a se fazer nesse momento. Fiquei distraída olhando alguns memes, e me assustei quando escutei aquela voz tão conhecida.
-- Oi Luís, Denis... – ela falou simpática. Eu continuava com os olhos fixos no celular – Renata... – disse levemente irônica. Minha amiga apenas balançou a cabeça.
-- Oi Bia... Quer sentar com a gente? – Luís sempre simpático ( Bia? Sério mesmo isso? patético)
-- Não, obrigada – disse sorrindo – Eu gostaria de falar com você, Sarah – falou diretamente comigo.
-- Não tenho nada pra falar contigo – disse sem tirar os olhos do celular.
-- Por favor, Sarah... Prometo que não tomarei muito de seu tempo – implorou com uma voz fofa.
Respirei fundo e a encarei. Ela estava tão próxima a mim. Seus olhos azuis estavam brilhantes e ela abriu um lindo sorriso.
-- Pode falar – falei tentando manter a calma.
-- Preciso conversar com você a sós – Cecília falou docemente, mas eu percebi que ela estava um pouco tensa.
-- Mas eu não quero conversar contigo! – disse alterada.
Algumas pessoas olharam em nossa direção. Eu odiava chamar a atenção, aff.
Sei que não havia motivo para eu ser tão grossa com a Cecília, afinal, ela tem o direito de escolher de quem quer ser amiga, mas ela não tinha o direito de tentar se aproximar depois de quatros anos. Ela fez a escolha dela, então que arque com as consequências!
-- Não complica as coisas, por favor, Sarah – falou nervosa.
-- Acho que vocês deviam conversar, Sarah – Renata se meteu – Pra pelo menos você tirar essa história a limpo... Seguir em frente – sussurrou.
Fiquei pensativa. Renata tinha razão. Eu precisa excluir Cecília de uma vez por todas da minha vida. Era minha chance de finalmente conseguir esquecê-la.
-- Ok – falei me levantando – Vem comigo – não a encarei e caminhei em direção a um lugar deserto da faculdade. Cecília me seguia a poucos metros de distância.
Muitas pessoas prestavam atenção em nós. João Pedro era uma delas. Percebi que a Cecília não ligava muito para o status, pois se ligasse, saberia que não deve andar sozinha comigo, pois todos naquela faculdade sabem que sou casada com uma mulher. As mulheres evitam chegar perto de mim e eu agradeço.
Segui em direção ao lugar onde eu gostava de ficar sozinha. Não havia ninguém ali. Sentei na grama e encostei na parede da faculdade. Cecília sentou ao meu lado. Ficamos em silêncio por um tempo. Eu não a encarava, mas sabia que ela me observava.
-- Eu fiquei surpresa em saber que você é casada com uma mulher... – comentou baixo.
Eu não disse nada, na verdade não havia algo para dizer em relação a isso.
-- Olha pra mim, Sarah – pediu carinhosa.
Ela ameaçou tocar em meu rosto, mas acabou recuando. Talvez tivesse receio da minha reação. Respirei fundo e a encarei. Cecília estava com o cabelo solto. Ela usava uma camisa de manga com uma estampa divertida, calça jeans (pelo visto havia abandonado os vestidos de sua adolescência) seus olhos azuis me encaravam com uma intensidade nunca vista antes. E ela ainda usava aqueles lindos óculos de grau da cor rosa ( acho que ela tinha de várias cores, pois a primeira vez que a vi, ele tinha a cor verde) Ela ficava tão charmosa, tão sexy... Não havia maquiagem em seu rosto, mas estava levemente corada... Ela é simplesmente perfeita e eu precisava ter forças.
-- Eu acho que minha vida pessoal não é da sua conta! – disse ríspida.
Cecília não pareceu se importar com minha grosseria, pelo contrário, ela até sorriu.
-- Você costumava ser grossa com outras pessoas e não comigo. Pelo visto você não mudou nada – falou divertida.
-- Pena que eu não posso dizer a mesma coisa de você né – ironizei.
-- Ok, eu mereço tudo isso... Fui burra mesmo – ela falou observando a grama – Desculpa, Sarah... Eu achei que fosse a melhor coisa a se fazer.
-- Me esquecer era a melhor coisa? – perguntei séria.
-- Claro que não! Eu nunca te esqueci... Você é a melhor lembrança do meu passado – falou nervosa.
-- Então por quê você nunca me procurou?! – disse um pouco exaltada.
-- Eu não tinha nada a te oferecer... – falou abaixando a cabeça.
-- Eu nunca quis nada de você além da amizade! – quase gritei ( eu até queria algo além da amizade, mas isso não vem ao caso no momento)
-- Eu sei... E eu me sinto uma grande idiota – falou envergonhada.
-- Você é uma idiota, “Beatriz” - debochei.
-- Pra você eu sempre serei a Cecília... – disse segurando as minhas mãos e me encarando intensamente – Eu quero muito que você me desculpe, mas eu sei esperar seu tempo... Vou entender se você não quiser mais falar comigo e irei respeitar sua decisão... Eu só quero que você saiba o quanto é importante para mim... Eu sinto muito, mas acredite... Me afastar de você foi uma das coisas mais difíceis que eu já tive que fazer... Mas eu não queria que você fizesse parte da vida de uma mulher fracassada, pois é isso que eu sou, Sarah... Um fracasso... Errei e continuo errando – Cecília estava triste. Seus olhei tinham um brilho melancólico e seu sorriso era fraco.
-- Do que você tá falando? – eu não estava entendendo nada.
Cecília ficou alguns segundos em silêncio.
-- Não é o momento de falarmos sobre isso – falou suspirando – Eu não tenho um motivo forte para ter me afastado de você... Apenas fui burra, sei que você faria de tudo pra me ajudar... Mas eu sempre fui tão orgulhosa... Sarah... – me encarou profundamente – Eu só quero que você me desculpe... Eu gostaria de falar muitas coisas a você, mas eu não quero que exista esse muro erguido entre nós.
-- Não somos mais amigas! – falei séria.
-- Podemos voltar a ser... – disse com um pequeno sorriso tímido.
-- Eu não quero ser sua amiga – falei a encarando.
Cecília abaixou a cabeça. Eu acho que ela tentava esconder o choro, mas eu percebi que ela ficou vermelha.
-- Eu estraguei tudo... – sussurrou com a voz abafada.
Eu não suportava saber que o motivo do choro dela era eu, mas eu tinha que ser forte. Não queria mais ela na minha vida, para mim era o momento de esquecer o passado. Acho que eu poderia me permitir ser feliz de verdade. Era isso que eu tinha em mente. Pensar em mim em primeiro lugar.
-- Preciso ir... Tenho aulas importantes – falei me levantando e limpando minha calça.
-- Ok... – Cecília disse sem levantar a cabeça.
Eu sabia que ela estava triste, mas essa era a melhor escolha para mim. Pelo que percebi, Cecília estava se envolvendo com o João Pedro e eu não poderia pensar em ser amiga dela, pois eu ainda nutria sentimentos dos quais eu não conseguia evitar. Era melhor ficar longe, eu não queria sofrer novamente.
-- Adeus – falei me afastando sem esperar resposta.
Meu coração estava doendo e eu sentia as lágrimas descendo. Eu repetia sempre que aquela era melhor coisa a se fazer. Nossos destinos não eram ficar juntas, nem como amigas e muito menos como namoradas. Eu esperava de verdade que ela fosse feliz e eu queria muito ser feliz também.
Foi com esses pensamentos que seguir em direção a casa da Carla. Estava no hora de resolver esse outro impasse em minha vida.
Fim do capítulo
Olá moças lindas!
Hj é um dia que tô puta da vida, mas é pq eu fiquei no vermelho... Pensa no estresse.
Como vcs foram legais e comentaram... Decidir postar o capítulo extra. Eu amo quando vcs comentam.
Obrigada gente!
Queria muitoooo chocolate.
Beijos e até o próximo!
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Mille
Em: 12/05/2020
Oi Stelinha
O amor da Sarah pela Cecília ja era visível para a mãe e mesmo o tempo passando ele ainda existe na Sarah e talvez na Cecília.
A Sarah saber que a Beatriz está se envolvendo com o João Pedro deve ser péssimo e será um modo dela se afastar da Beatriz.
Bjus e até o próximo capítulo
Melhoras ai
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Rafaela_Morais
Em: 12/05/2020
Ficar no vermelho é fodaaa, mas o bom é que passa. Espero que esteja abastecida com chocolates e mimos!
Muito obrigada pelo extra, não decepcionou de forma nenhuma. Pelo contraio me deixou mais encantada com a história. O momento da Sarah com a mãe foi muito lindo.
Pena que as duas ainda não se acertaram, sei que leva tempo...a Cecilia tem que correr atras pois pisou feio na bola e ainda tem esse "trabalho" justo com o João Pedro. Cecilia precisa tomar um rumo.
Ah, agora sei como posso te subornar por capítulos extras...só oferecer chocolate em troca, hahaha!!
Até a próxima,
Beijos.
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cris05
Em: 11/05/2020
Linda a conversa da Sarah com a mãe. Já o pai da Sarah acho que vai dar um pouco de trabalho em relação à separação dela com a Carla.
Eu entendo que a Cecilia errou feio com a Sarah, mas é sofrido vê-las separadas. Essa conversa delas no final do capítulo me deixou arrasada e muito precisada de um chocolate também. Ai ai...
Volte logo, autora. Please!
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Sonne
Em: 11/05/2020
Dói em ver Cecília e Sarah separadas. Imagino que no dia que estiverem nós braços uma da outra, muitas barreiras internas vão ceder. Mas imagino que seja um longo caminho a ser percorrido. Até pq Beatriz está numa "missão" que não a ajuda nada a se reaproximar de Sarah. Que venham os próximos capítulos
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NovaAqui
Em: 11/05/2020
Fiquei no vermelho? 😒 Só fui entender na parte do chocolate 😂😂😂🙄ðŸ«
Porque não contou logo tudo? Sapatão gosta de complicar as coisas! Aff
A conversa com Carla será tensa, mas tenho certeza que ela vai conseguir
Abraços fraternos procês aí ðŸ³ï¸ðŸŒˆðŸ¤©ðŸ¥°â¤ï¸ðŸŒ»ðŸ˜˜
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LorenMed
Em: 11/05/2020
Uma injustiça ficar sem chocolate, depois de um mimo desse. Se eu morasse perto de você já teria esse chocolate. Como faz para te entregar ?? Tu merece. Sobre o capítulo, só suspiro, coração apertado pela conversa, mas foi lindo, perfeito.
Abraços e se quiser o chocolate para ajudar na escrita me manda sua contaaaa kkkkkkkk
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