Capitulo 17
Acariciava os seus cabelos negros quando ela entreabriu os olhos e sorriu para mim.
- Oi... bom dia. – disse quase num sussurro.
- Onde aprendeu essas coisas... – sorriu e deitou sobre o meu corpo.
- Instinto. - sorri afagando as costas.
Ela estava seminua e isso me provocava algo que me fazia sorrir. Neste instante o meu celular tocou.
- Atender.
- Giulia onde você está?
Era Eduarda.
Eu tinha perdido a noção das horas.
- Estou quase saindo. - olhei para Ive. - Aconteceu alguma coisa que eu devesse saber?
- Precisamos fazer uma visita para o novo cliente. – a voz era ríspida.
- Rui? Como assim novo?
- Esse seu novo cliente, eu conversei com seu pai. Seremos parceiros.
- Mas esse novo projeto é meu Rui não tem porque...
- Estou te esperando.
E desligou.
- Filho da... – Desculpa.
- Quem é ele... – Ive perguntou olhando nos meus olhos.
- Uma pedra no meu sapato, meu anjo. - e beijei sua testa. - Preciso ir. Um dia te conto.
- Fique só mais um pouco, por favor. - Ive insistiu.
- Ele não pode fazer isso sem mim anjo.
Ive virou de lado e levantei arrumando o cabelo. Beijei a sua mão e prometi que a veria muito breve. Rocei a ponta dos dedos em um dos seios e levei a boca envolvendo o mamilo entre os lábios e sugando. Ela contorcia e segurou a minha nuca. Soltou um gemido e eu afastei sorrindo. Beijei suavemente os seus lábios e sai pela porta.
****
Fui direto para o escritório. Rui me esperava sentado no sofá, tomando um café.
- Você não tem esse direito! - passei por ele e entrei no elevador.
Sem bater entrei na sala de meu pai.
- Foi você ou ele?
- Giulia do que está falando? - e revirou alguns papéis sobre a mesa.
- Do meu projeto oras! Como foi parar nas mãos do Rui?
- Ele disse que vocês combinaram de fazer a execução juntos! Não vi problema. Vocês são amigos e trabalham aqui.
- Ele está mentindo e já passou dos limites!
- Vocês não fizeram as pazes?
Sai da sala e voltei para o saguão. Rui já não estava mais lá. Olhei para os lados e o avistei do lado de fora do prédio ao celular.
Olhei para o relógio e fui ao seu encontro.
- Vamos está atrasada... - abriu a porta do carro e entrou.
Dei a volta e entrei no carona. Olhei no retrovisor e arrumei uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Você acha justo fazer isso e olha que não é a primeira vez! – bufei de raiva.
- Acalme-se não irei interferir, apenas vou acompanhá-la. Foi o único meio que encontrei para fazer as pazes com você e voltarmos a conversar. - disse ligando a seta para direita. – E eu quero saber o que está acontecendo apenas isso. E me desculpe pelo que fiz.
- Imperdoável o que você fez. Você não tinha o direito de entrar no meu apartamento e fazer aquilo! – gritei.
- Está saindo com alguém? - olhou para mim sem sentimentos nos olhos.
A imagem de Ive me veio em mente.
- Não... Não há ninguém e mesmo que estivesse não seria da sua conta.
- Você anda muito estranha, isso você precisa concordar comigo.
- Você faz o que faz e diz que eu mudei e que estou estranha? O que você está querendo, que eu te agradeça depois de tudo?
- Não atende mais as ligações de ninguém, estamos preocupados! – e apertou o volante.
- Sínico! Eu realmente não sei onde estava com a cabeça de entrar no seu carro! – gritei.
Conversei com meu cliente e Rui ficou no carro esperando por mim. Fiquei em silêncio o restante do caminho de volta.
- Quer almoçar comigo? - disse olhando para mim.
Não respondi.
Voltamos para o escritório e subimos juntos no elevador. O silêncio me incomodava tanto porque se bem conhecia Rui alguma coisa ele estava aprontando. Saindo do elevador ele segurou-me pelo braço e eu voltei a olhar para ele.
- Não faça nada que se arrependa depois - e me apertou ainda mais.
- Está me ameaçando? - sussurrei puxando o braço e dando as costas para ele.
- Depois não diga que eu não avisei! - gritou.
Entrei na minha sala batendo a porta atrás de mim tentando me acalmar. Respirei fundo. Andava de um lado para o outro. Eu precisava sair dali. Passado alguns minutos resolvi ir embora.
Liguei para Monize no meio do caminho e fui até a sua casa.
- Mô?
Entrei pela porta dos fundos.
- No quarto!
Fui até lá.
- Oi...
- Resolveu aparecer...
Beijou-me no rosto.
- Muitas coisas acontecendo. – disse colocando a bolsa sobre a cama.
- Imagino para você sumir assim. Também ando na correria. Demitiram uma funcionaria e agora tenho que cobrir o horário dela.
E o meu telefone tocou:
- Alô. Oi... ok logo estarei ai. Outro.
- Ive? – ela sorriu no cantinho dos lábios.
- Curiosa.
- Você não perde tempo – sorriu alto. Quer me contar?
- Lembra dos bilhetes?
Ela arregalou os olhos.
- Não me diga loca...! Como você descobriu?
- Recebi um terceiro. Foi meio que um quebra cabeças.
- Então o admirador do bar era uma admiradora.
- Ela estava perto o tempo todo, com certeza viu o meu deslumbre com aquelas duas garotas se beijando aquela noite.
- Ela sacou ai.
- Com certeza.
- E ai como que foi?
- A gente só se beijou. – falei.
- Comeu?
- Mô! – corei de vergonha.
- O que? – ela riu. Normal, o que tem perguntar?
Olhei sem responder para ela com um sorriso.
- Imagino por essa sua cara que ela deve ser boa de cama.
- Não vou responder. – joguei o travesseiro nela.
- Você se identificou né?
- Com mulher? Acho que sim, penso ter me encontrado.
- Quem diria. Você teve tantas chances para ter se casado com um homem.
- É verdade. Parece que flui quando estou com uma.
- Nos nunca nos pegamos...
- Mô... somos amigas!
- Mais uma razão ué! – dobrou o último lençol e guardou.
- Eu não sei explicar... com a Mel foi aquela coisa avassaladora.
- Talvez por essa razão. Nós conhecemos desde criança.
- Exatamente.
- Bom preciso ir, ela quer que eu almoce com ela.
- Já estão tão intimas assim?
- Não sabe o quanto.
- Cuidado para não se machucar, como foi com a Mel.
- Quero viver isso Mô. Eu estava muito insegura com ela, muito confusa do que queria. Com a Ive tem sido diferente. Ela é mais velha, eu estou mais velha.
- Mas isso não quer dizer nada, enfim, apenas tenha cuidado.
- Pode deixar.
E nos abraçamos.
Fim do capítulo
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