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Amor nos tempos de Covid por thays_

Ver comentários: 3

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Palavras: 3484
Acessos: 2094   |  Postado em: 28/04/2020

Capitulo 14

 

Eu não sabia se ter descoberto que estar apaixonada por Elis era algo bom ou não, porque aquilo tinha me deixado mais triste ainda. O governo tinha decretado que estávamos em quarentena, muitos comércios não essenciais seriam fechados, também seria indicado que saíssemos de casa apenas em extrema necessidade. Ainda assim, Elis tinha saído, tinha ido atrás do seu advogado pra tentar ver se resolvia o lance da sua mãe. Eu tinha deixado as chaves do carro com ela pra ela não precisar ir de transporte público.

- Oi linda. – Era Carla no telefone. – Posso passar ai?

- Carla, não é bom você ficar saindo de casa. Você não viu quanta gente ta morrendo por ai?

- Eu to quase chegando. Não posso subir? Eu to levando yakissoba e cerveja.

- Pode vir. – Eu nem pestanejei. – Compra um maço de light pra mim.

- Compro. Já to chegando.

Carla chegou e fiz ela fazer todo o ritual de purificação e limpeza contra o corona. Ela tinha trazido três porções. Achei legal da parte dela. E muita cerveja. Muito mais legal ainda. Eu gostava da Carla. Eu realmente gostava dela. O que acontecia era que meus sentimentos por Elis eram maiores do que meus sentimentos por ela. Se não fosse Elis, eu acho que seria feliz com Carla.  Mas tudo aconteceu no momento errado. Ou seria o momento certo?

Carla tinha acabado de lavar-se. Eu estava com uma garrafa nas mãos. Caminhei até ela e beijei seus lábios. Seus lábios tinham um gosto diferente agora. Tinham gosto de tristeza. Secretamente desejei tanto que essa mulher fosse minha. Eu não ousava expor isso nem pra mim mesma. E agora ela era. E eu estava com outra em meu coração.

Ela pegou a garrafa de minha mão e tomou o último gole.

- Agora posso ser beijada, né? – Ela disse.

             - Poder não poderia, eu teria que manter a distância de um metro e meio de você.

             - Eu não ia aguentar. – Ela respondeu. – E além do mais, você que está abrigando uma pessoa que fez viagem internacional na sua casa.

- Putz, é verdade. – Eu ri.

- Vem, vamos comer que vai esfriar.

- E suas aulas?

- Acho que vão ser EAD agora. Capaz que meus pais falem pra eu voltar pra casa. Eu não queria voltar. Eu precisava urgente de um emprego, mas do jeito que as coisas estão indo, acho que vai ser difícil encontrar alguma coisa agora.

Nós comemos e Carla quis me comer, mas eu não tava a fim. A última vez que a tinha visto, também não tinha rolado. Eu estava me sentindo estranha com tudo o que estava acontecendo e também com essa proximidade doida com Elis. Eu não sabia se aquela encenação duraria muito tempo. Aquilo estava acabando comigo. Talvez eu não devesse ter aceitado a proposta de Carla.

Ela foi embora chateada. É claro. Costumávamos ter uma química de outro mundo e agora eu a estava recusando. Fiquei conversando com Salem na sacada, vendo a chuva cair e me sentindo culpada. Ela estava se esforçando, mas não era o suficiente pra mim. O problema era comigo. Eu sabia também que Carla estava sendo coerente em tudo o que tinha me dito. Eu quebraria a cara com Elis, eu concordava com ela, mas isso não me fazia parar de deseja-la.

- Salem você é um ótimo ouvinte.

Ele miou.

Meu celular começou a tocar em seguida.

Era Elis.

Atendi.

- Leah, eu to na delegacia. Você pode vir aqui, é urgente.

Eu gelei.

- O que você ta fazendo na delegacia?!

- Eu bati seu carro e soquei um cara.

 - Você o que?! – Eu tinha ouvido bem? Ela tinha socado um cara? - Você tá bem?

- To, foi só um arranhão.

- Em você? Você se arranhou?

- Não, no carro. Eu to bem.

- Graças a Deus. Eu já to indo pra aí. Que delegacia você ta?

Ouvi ela falando com alguém.

- Eu to no quarto distrito, aqui na Consolação. Fica na Marquês de Paranaguá.

- To indo pra aí, vou pedir um Uber.

- Leah, desculpa. – Ela tinha um tom de voz choroso. – Vem logo, por favor.

- Já to chegando, fica tranquila.

Chamei um carro, peguei um pouco de trânsito, principalmente por causa da chuva.  Estava desesperada. Elis não estava acostumada com o trânsito de São Paulo, nem com a chuva de São Paulo. Talvez eu não devesse tê-la deixado sair com o carro. Talvez eu devesse ter ido com ela.

Logo que cheguei subi a escadaria da frente correndo e quase escorreguei com o piso molhado. Passei pela porta de vidro e perguntei por ela para um policial, ele disse que ela estava com um escrivão, que iria chamá-la. Dentro de poucos segundos vi Elis caminhando na minha direção, ela me abraçou.

- Será que eu vou ser presa, Leah? Não deixa eles me prenderem.

- Leah, é você? – Um rapaz se aproximou de nós, também vindo pela porta. Eu me surpreendi, pois eu o conhecia. Ele tinha um bigode fininho, cabelo cortado na navalha, aparelho azul nos dentes. Tinha um óculos de sol da Oakley rosa na testa. Usava uma camisa polo, bermuda, tênis da Oakley. Sua roupa devia valer mais que meu salário. De dois meses.

- Vocês se conhecem? – Elis perguntou assustada.

- É um amigo da Carla. O Dentinho.

- Mano, sua namorada tem um soco forte da porr*. – Elis e eu nos entreolhamos com a menção da palavra “namorada”, ela ainda estava pendurada no meu pescoço. - Se eu fosse você andava na linha com ela. E mano, não sabia que o carro era seu, senão não tava nem aqui, velho. – Ele olhou para o policial e caminhou até ele. – Senhor, eu quero retirar o B.O. Já ta suave. Eu conheço a Leah.

O escrivão olhou pra Elis.

- A senhorita está de acordo?

- Sim, senhor. Vocês não vão me prender?

E o escrivão deu uma risadinha debochada.

- Não, senhorita. Estávamos só fazendo um Boletim de Ocorrência.

- Gracias a Dios. – Ela juntou as duas mãos, fez um sinal da cruz, fechou os olhos.

Ela era católica?

O escrivão entrou pela porta de onde veio.

Dentinho se aproximou de Elis.

- Vê se não sai batendo em qualquer um na rua por ai não, chica. – Ele disse baixo olhando em seus olhos, estava sério, apontando o dedo em seu nariz. - Você não sabe se o cara ta armado. Aqui não é seu país. Fica esperta.

Elis estava com a mão na minha cintura, tremendo. Ele deu duas batidas no meu ombro.

- Fica de olho nela. Manda um salve pra Carla e pro Thiago. Vê se aparece lá qualquer dia, você sumiu.

- Falou Dentinho.

E ele colocou os óculos espelhados e saiu da delegacia com seu gingado. Estava chovendo, por que os óculos?

- Calma. – Eu disse pra ela. – Ta tudo bem agora. – Ela me abraçou de novo. Passei a mão no seu cabelo.

Como ela tinha batido justo no carro do Dentinho? Como ela tinha socado justo o Dentinho? Não sabia se isso era bom ou ruim.

- Vamos pra casa.

Coloquei a mão no seu ombro e fomos caminhando até o carro que estava estacionado em uma vaga de veículos oficiais. Havia um pequeno arranhão na lateral. Eu abri a porta pra ela. Entrei em seguida.

- Como você conhece esse cara grosso? Você tinha que ver como ele tava me tratando antes de você chegar.

- Não é meu amigo. Eu só conheço ele. O que aconteceu que você bateu nele?

- Ele me irritou, veio me chamando de linda.

- Elis, ele anda com uns caras meio errados. Foi meio perigoso você ter batido nele.

- Ele é completamente errado. Ele é um bruto.

- Sim. Eu sei. – Segurei sua mão. – Ele não te machucou, né?

- Não.

Ela abaixou o rosto e então começou a chorar.

- Eu fiquei com tanto medo quando a polícia chegou. Eu dei um murro nele, chutei o carro dele.

Levei um susto, ouvindo alguém bater no vidro do carro. Era uma policial loira. Eu abaixei.

- Vocês não podem ficar paradas aqui. – Ela disse, com a mão em seu cinto.

- Desculpe, já estamos saindo.

Eu dei partida no carro e saímos dali.

- Ta dando tudo errado. Meu advogado não conseguiu entrar com contato com minha mãe. E ele não sabe ainda o que vai fazer na quarentena. Ou seja, pode ser que eu nem consiga resolver isso. Eu fui na casa do meu tio Ravid, ele não estava. Eu fui trocar de faixa, esse tal de Dentinho bateu em mim. Que apelido mais ridículo. Ele é um ridículo.

E as lágrimas escorriam. Ela era muito sensível. E eu que nunca tive paciência pra esse tipo de coisa, estava até apreciando essa fragilidade dela.

- A Carla trouxe Yakissoba pra você. – Eu disse tentando alegrá-la.

Ela me olhou em silêncio. O olhar que ela me deu fez com que eu me arrependesse de ter mencionado Carla naquele momento.

- Ela estava lá?

- Sim.

E ela ficou em silêncio de novo e não falou mais nada até chegarmos em casa.

Ela não tocou no Yakissoba.

***

Já era tarde da noite e eu estava encolhida no meu quarto vendo notícias  no celular. Já tinham mais de 200 mil casos de coronavírus e 8 mil mortes em todo o mundo. No Brasil já tinham morrido 4. Em São Paulo que o negócio tava pior. Eu não sabia como isso tinha tomado essas proporções tão grandes em tão pouco tempo. Me fez sentir medo. Medo pelos meus pais que já passavam dos 60 anos, medo pela família da minha irmã, medo pela minha sobrinha que eu nem convivia por birra. E se todos morressem?

Ouvi Elis xingar na sala, o que fez com que eu saísse daquela bolha de medo. Eu me levantei e fui até a porta. Salem estava paradinho em cima da mesa olhando pra ela.

- Fica aí, não vem aqui. – Ela disse lá do sofá. Estava agachada com um balde e um pano na mão, limpando o estofado.

- O que houve?

- Eu sujei seu sofá. Como se não bastasse eu ter batido seu carro hoje.

- Sujou como?

- De sangue. Eu menstruei.

- Não tem problema. Isso acontece o tempo todo comigo.

- É, mas eu sou visita.

- Deixa isso aí, amanhã você limpa, ta tarde.

- Mas amanhã fica mais difícil.

- Ta saindo?

- Ta.

- O sofá é marrom, nem vai aparecer.

- Você vai ficar com nojo de sentar aqui depois.

Ela nem imaginava tudo o que já tinha acontecido naquele sofá. E era melhor nem falar.

- Claro que não. Não tenho nojo de sangue. Eu sangro todo mês, igual você. Nossa cultura faz a gente ter nojo do nosso corpo, mas o corpo feminino é lindo, é sagrado.

Ela esfregava com veemência, não dando a mínima pro que eu estava falando.

- Pera ai, vou pegar algum produto de limpeza pra você ficar mais tranquila. – Eu fui até a micro-lavanderia e lá peguei uma embalagem qualquer e levei para Elis. Ela olhou o rótulo.

- Isso é um limpa vidros, Leah.

- É a única coisa que tem.

Ela espirrou no estofado. Eu não estava vendo mancha nenhuma de sangue ali.

- Você quer sair daqui, por favor? – Ela parecia impaciente e eu achei graça.

- Desculpe.

Eu me afastei, fui até a geladeira e peguei uma cerveja.

- Ok, parece que ta saindo. Vou trocar a água e você vai ficar quietinha ai. – Ela me fuzilou com os olhos. Eu bati continência e abri a cerveja.

- Graças a Deus está saindo. – Ela disse. Ela lavou o pano novamente e passou mais uma vez. Eu peguei Salem no colo, fazendo carinho nele.

- Você não quer limpar o resto do sofá, não? – Brinquei.

- Vou jogar essa água em cima de você se continuar com essas brincadeirinhas.

Continuei fazendo carinho no Salem, olhando-a de cima a baixo. Como era gostosa, pensei.

Ela voltou e tocou no sofá aonde estava limpando.

- Isso vai demorar pra secar. – Ela disse. Olhou para mim, insegura.  – Eu posso dormir com você?

- Cl-claro. – Gaguejei, surpresa.

- Desculpe, eu só te dou trabalho.

- Trabalho algum. – Respondi. – Quer uma cerveja? – Perguntei.

- Quero.

Coloquei Salem em seu colo e fui até a geladeira pegando outra pra ela. Apaguei todas as luzes, peguei seu cobertor e fomos para o quarto. Ela colocou Salem na cama e nos sentamos.

Levantei a cerveja.

- Salud – Eu brindei, em espanhol.

- Salud. – Ela respondeu sorrindo, sentando-se ao meu lado.

- Quer ver alguma coisa? – Perguntei.

- Quero, se não estiver com sono.

- Quer ver o que?

- Sei lá, eu que escolhi da outra vez, você que escolhe agora. –Assim que estávamos rolando os filmes ela disse: – Olha, essa atriz que fez o seriado novo do “Mundo Sombrio de Sabrina”.

Era um filme chamado “Deixe a Neve Cair”.

- Em homenagem ao Salem vou colocar esse. Você aceita ver esse, Salem? – Peguei ele no colo, mas ele não estava muito pra carinho, logo pulou saindo das minhas garras. – Eu acho que ele não ta muito a fim não, mas vamos ver esse mesmo.

Era uma comédia romântica que falava sobre uma nevasca que atingia uma cidade perto do natal. O que eu não esperava nem um pouco é que com meia hora de filme duas meninas se beijariam no banheiro. Eu olhei para Elis que também me olhou no mesmo momento e nós rimos com um nervosismo quase palpável entre nós.

- Eu não sabia que tinha essa cena no filme...- Disse sem graça.

Ela riu, mordeu os lábios. Me olhou de canto de olho.

- Como foi seu primeiro beijo? - Ela perguntou. – Numa menina?

- Ah... eu era pequena, devia ter uns 13 anos. Foi com minha vizinha nessas brincadeiras de verdade e desafio. Eu era meio apaixonadinha por ela. Ela se mudou pro Recife pouco tempo depois.

- Você chegou a ter contato com ela?

- Eu busquei ela no Facebook. Ela ta casada, tem três filhos, mas nem quis entrar em contato, não tem mais nada a ver. Era coisa de criança, sabe?

- E meninos, você chegou a ficar com algum?

- Sim, mas depois que transei com uma mulher pela primeira vez, nunca mais quis saber de homem. Descobri o que estava faltando na minha vida. – Eu sorri.

Nem estávamos mais vendo filme algum.

- E você? – Devolvi a pergunta.

- O que tem?

- Como foi seu primeiro beijo em uma mulher?

Ela hesitou. Acho que não esperava por aquilo. Desviou o olhar.

- Foi ano passado na verdade.

- Não tinha ficado com nenhuma mulher antes? – Perguntei espantada.

- Não.

- Mas já sabia que podia se sentir atraída por mulheres?

- Não, até perceber que tinha uma que se sentia atraída por mim e isso me fez começar a pensar a respeito. Estranho, né? Isso nem passava pela minha cabeça e de repente não saiu mais.

- É aquele clichê: “um caminho sem volta”.

Ela colocou nossas garrafas vazias no móvel. Eu fechei a tampa do notebook.

- Se arrependeu? – Perguntei. – De ter descoberto essa possibilidade?

- Eu fiquei um pouco perturbada quando parei pra pensar de fato no que eu estava fazendo. Eu sempre fui fiel. Nunca nada assim tinha acontecido antes. E eu não sou de sair beijando as mulheres por aí igual te beijei aquele dia, não quero que tenha uma ideia errada de mim. Eu só... sei lá... foi mais forte do que eu. – Ela me olhava. - Eu estou com o Andres, eu sei que isso é errado. Eu já me afundei bastante na culpa todos esses dias. E você também desapareceu depois, não respondeu mais nenhuma mensagem, acho que deve ter tipo algum pensamento parecido, não sei.

- Digamos que eu também tenha ficado perturbada com seu beijo, por isso achei melhor sumir.

- Não entendi. – Ela se aproximou, sentando-se mais perto. Eu abaixei os olhos, nervosa.

- É difícil falar sobre isso, Elis.

- Tenta. – Senti suas mãos tocando meu joelho. Eu abri a boca, mas depois a fechei. Eu não sabia o que falar ou como falar ou como começar. Como dizer que não conseguia tirar ela da minha cabeça?

Ficamos em silêncio por longos segundos. Eu permaneci de cabeça baixa, tentando encontrar a palavra certa para começar aquela conversa.

E acho que ela se cansou.

- Eu vou pegar mais cerveja. – Ela disse. – Você quer?

- Não, obrigada. – Respondi, pensativa.

Ela levantou-se da cama e saiu do quarto. Num impulso, fui atrás dela. A sala estava iluminada apenas pela claridade que vinha pela sacada e agora pela porta da geladeira aberta. Elis estava parada em frente a ela, de costas para mim. Caminhei até ela.

- Que susto! – Elis disse.

Arranquei a garrafa de sua mão, colocando-a na pia e grudei meu corpo no dela no mesmo instante. Busquei seus lábios a pegando de surpresa. Encostei-a no balcão e senti as mãos dela me envolverem as costas, a nuca, me puxando pra perto. Era só o que eu precisava. Em um movimento rápido, peguei-a pela bunda, sentando-a em cima do balcão. Ela gem*u baixo em meu ouvido, segurando-se a mim. Ficamos ainda mais próximas. Nossas respirações estavam entrecortadas.

Sua língua invadiu minha boca enquanto minhas mãos percorriam suas costas, por baixo do tecido de sua camiseta. Sua pele era tão macia, tão quente... Eu me sentia em outra dimensão. Procurei o feixe do seu sutiã nas costas, mas percebi que devia ser na frente. E como se ela estivesse pressentindo minhas intenções, ela segurou minha mão suavemente, sem afastar sua boca da minha.

- Calma... – Disse sorrindo. Beijei seu sorriso.

- Você me deixa louca, Elis... – Disse baixinho, puxando-a pela bunda ainda mais pra perto. Ela gem*u no meu beijo. - Não sabe o quanto quis ter você assim desde aquele dia... Eu não parei de pensar no seu beijo um dia sequer... – Beijei seu pescoço, absorvendo seu perfume pra dentro de mim, passei os dentes de leve. Suas mãos estavam fincadas em meus cabelos. – Eu me afastei porque fiquei apavorada... Com tudo isso que você me causa... - Aumentei o ritmo do beijo novamente, enfiei minhas mãos por baixo de sua camiseta tocando sua cintura, subindo, buscando seus seios novamente. Ela segurou minhas mãos.

- Eu estou menstruada, Leah... – Sussurrou.

- Não sabia que menstruava por aqui. – Brinquei.

- Você é muito engraçadinha.

- E você é muito gostosa...- Sussurrei inebriada, beijando seu pescoço.

- É que eles ficam sensíveis...

- Desculpa... E eu estou aqui te apertando toda...

Ela riu, beijando meus lábios.

- Vem, vamos pro quarto. Mas não vai acontecer nada, não se anima. – Ela sugeriu e então ajudei-a a descer do balcão e fomos pra cama, tiramos as coisas de cima, apagamos as luzes, deitamos. Ela enfiou a cabeça no meu peito e nos entrelaçamos. Com Carla eu tinha tanta dificuldade de ficar assim... Eu fugi tantas vezes dos carinhos dela, eu fugi tantas vezes sentindo uma coisa esquisita, um incômodo. E com Elis era diferente. Era tão... natural. Aquilo parecia um sonho. Eu não estava acreditando que nós tínhamos acabado de nos beijar.

- Eu tenho uma coisa pra te perguntar. – Ela disse.

- Hum.

Ela entrelaçou seus dedos junto aos meus.

- Teve um dia quando a Carla foi embora. Eu ouvi umas coisas que ela disse pra você, eu queria saber se era verdade.

- Eu não me lembro. O que foi que ela disse?

- Ela disse que você gostava muito de uma mulher e que ia fazer você esquecer essa mulher.

Ela estava acordada? Eu jurava que ela estava dormindo esse dia. Carla tinha saído tão cedo...

- Qual é sua pergunta?

- De quem vocês estavam falando?

- Não é óbvio?

- Eu preciso saber.

Eu fiz uma pausa.

- De você.

Ficamos em silêncio, até que ela perguntou:

- Por que não me disse antes? Isso tudo? Por que guardou tudo isso com você, por que não veio conversar comigo?

- Por motivos óbvios.

- Quais motivos?

Toquei em sua aliança.

- Vem aqui...

Ela passou a mão em meu rosto e me beijou. E ficamos ali grudadas perdida em seus beijos, braços e abraços pela noite adentro.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

E aí, meninas! Demorei um pouco mais pra concluir esse capítulo, saiu maior do que o esperado também, mas quando escrevo sobre a Leah acabo me empolgando um pouco hahah  O que estão achando? <3


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Comentários para 14 - Capitulo 14:
Lea
Lea

Em: 16/04/2023

Agora é só ladeira a baixo,ou moro á cima!! Kkk


thays_

thays_ Em: 17/04/2023 Autora da história
Exato kkkk


Responder

[Faça o login para poder comentar]

rhina
rhina

Em: 29/11/2020

 

Agora falou de vez.

Rhina

Responder

[Faça o login para poder comentar]

thays_
thays_ Autora da história

Em: 02/05/2020

No Review

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Jubileu
Jubileu

Em: 29/04/2020

Adorei essa parte do limpa vidros rss

E esse final, agora rola ou não rola?

Torcendo...

Beijo!


Resposta do autor:

Vai demorar um pouquinho ainda pra rolar algo a mais ;)

Responder

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