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Contradictio por Katherine

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Palavras: 6157
Acessos: 1509   |  Postado em: 28/04/2020

O pretérito no presente

 

Contradictio

 

"O pretérito no presente"

 

***

 

 

 

“O passado nunca está morto. O passado sequer passou.”
- William Faulkner

 

 

 

***

 

 

- Eu sou a outra! - Disse e Juliana notou uma lágrima solitária deixar caminho naquele rosto de facetas sarcástica, porém agora, totalmente despido de armaduras.

 

- Outra? – perguntou, sem compreender o que a jovem dizia.

 

- Sim, a outra filha da dama de ferro! - Respondeu com um sussurro pesaroso.

 

- Perdoe-me pela lentidão de raciocínio... -  A ruiva suspira, sem assimilar o que ouvia - Mas quer explicar por que sua mãe está nos mantendo cativas e o que Emanuella tem haver com tudo isso? - Caminhou até Melannie e sentou-se ao seu lado

 

 Melannie suspirou, nem mesmo ela tinha total clareza no que tangia aquele assunto. 

 

Não entendia bem o motivo de ter sido abandonada e porque foi separada de sua irmã ao nascer, porém todos os anos que esteve trabalhando para encontrar-la lhe deram certa noção de que sua "Mãe" nunca se importou com elas, muito menos as amou - quer dizer, talvez tenha amado a “primogênita”, mas á ela, certamente não - e tudo que desejava era poder. 

 

Sua busca começou aos dezoito anos, quando acidentalmente, descobriu que não era filha biológica de Diana d’Angeles e ainda tinha uma irmã perdida no mundo. Revoltou-se contra a mulher que a criou por ter lhe ocultado aquelas informações, sentiu-se traída pela pessoa que mais confiava.

Trabalhou para descobrir alguma coisa sobre o paradeiro da irmã gêmea, contudo a mãe sempre a manteve longe de qualquer pista. 

 Os anos passaram e algum tempo depois entendera os motivos da mulher... O enredo era horrível, cruel em demasia.

 

Vingança, ódio, poder, luxuria...

 

Motivos pelos quais fora abandonada e separada de sua única família.

 

Seus valores não a deixavam compreender como alguém usaria a própria "cria" para  atingir  à tão baixos desejos.

 

 

“- Deixe-me ver se entendi... -  A italiana mal pode crer no que estava ouvindo.  - Quer que eu procure a mulher que você diz ser minha irmã gêmea, a mesma que a senhora me proibiu de se quer saber o nome, durante toda a minha vida? – indagou Melannie, passando as mãos nos longos fios castanhos escuros em sinal de nervoso.

 

- Melannie... - Diana se pôs sobre os pés e caminhou até a morena - Sua irmã precisa de nós, ela e a mulher que ama estão correndo perigo. Os erros do passado estão prestes á voltarem para nossas portas, figlia mia! - falou como os azuis grudados ás avelãs.

 

 - Por que agora?  -  questionou a italiana, afastando-se da mulher que chamava de mãe.

 

A mais velha suspirou e rodeou a mesa do escritório, fitando a grande de janela.

 

- Você sabe o que acontece á uma mulher que foi muito machuca e um dia ganha poder o suficiente para se vingar, Melannie? – murmurou Diana com sofreguidão e amargura.

 

“Há marcas que não podem desaparecer, por mais que assim desejemos!”

 

- O que? – Indagou de cenho franzido em confusão.

 

- Há muitos anos atrás, eu conheci uma jovem mulher... - pôs-se a dizer com o olhar perdido na paisagem - Ela era gentil, inteligente, uma excelente médica. Tratava á todos com empatia e caridade... Per dios, ela era linda, uma verdadeira rainha!– um mínimo sorriso despontou nos lábios saudosos – A mais bela entre todas que conheci! - um suspiro resignado – O grande problema é que ela era a esposa de um dos homens mais poderosos da elite brasileira. Impiedoso como um carrasco experiente e sagaz como uma serpente! - A história pareceu tomar a atenção de Melannie que caminhou para perto da maior – Ela parecia uma mulher feliz, tinha tudo o que o dinheiro poderia comprar. Uma bela família e um homem que a amava, pelo menos era o que eles ostentavam... “A família perfeita”! Tinham dois filhos, Só lhe faltava o brilho nos olhos de quem tem gana pela vida. – Diana narra, sentindo o bolo de angústia em sua garganta – Eu não queria Melannie, eu juro que se soubesse... – As palavras morreram com o suspiro, na tentativa de voltar ao raciocínio coerente e prosseguir com a história – Mas foi inevitável não me apaixonar por ela e por aquelas orbes esverdeadas, ora claras como mel, ora escuros como a relva, quando estávamos juntas a sombra que pairava aqueles verdes tão doces desaparecia, ela sorria com a alma! – O sorriso se desenhou nos lábios rosados tão rápido quanto morreu – Em uma tarde como outra qualquer, nos encontramos como fazíamos sempre. Não agüentei e a beijei com todo o desejo e amor que esmagava meu peito e inflamava minha alma. Ela correspondeu, com a mesma paixão. Contudo com o tempo a consciência passou a pesar. A minha doce dama veio até mim, como sempre fazíamos e disse que não poderíamos mais estar juntas, não era de seu perfil trair o marido e deveríamos esquecer aquilo, pois não poderia perder os filhos. Mas o desejo, misturado a paixão, é nocivo até aos mais fortes entre os Homens e não resistimos...  - virou-se para a jovem italiana, e a surpresa veio quando a menor notou as ralas lágrimas cortarem a face cansada – Foram dois anos perfeitos, até que o marido dela nos descobriu. Acabei por saber um tempo depois que a “família perfeita” era uma fachada, ele espancou a minha doce Lazzari e eu não estava lá para proteger-la, como sempre prometi que estaria. Eu falhei com o meu amor, Melannie! – constatou Diana, e em tom de desistência, deixou os soluços abafados preencherem o silêncio - Todos acham que Angeline Muller Larazzari morreu em acidente de carro, porém essa não é a verdadeira história!

 

- E qual é a verdadeira história? – Curiosa, Melannie questionou.

 

- Augustos Muller mandou matar-la! – disso de uma vez – Ele estava processo pelo mais puro ódio e rancor, então armou um plano engenhoso. Usou a mulher que ocupava o cargo de sua amante e com falsas promessas, de que ela seria a próxima Senhora Mulher, convenceu-a a matar Angeline Lazzari!

 

 - Eu sinto muito, madre! - falou a morena, indo abraçar a mais velha - Eu não sabia! - completou chorando por ver a dor chocante nos azuis da mãe.

 

 - Só houve uma falha nesse plano... – diz Diana, limpando as lágrimas e se afastando do abraço da filha.

 

- Ele não cumpriu o com a palavra, não é? – Questionou Melannie, ganhando uma afirmação em seguida.

 

 – O retorno á sua deslealdade veio em forma de uma mulher fria e calculista, que não mediria esforços para vingar-se do amante mentiroso! – declarou, desanimada- Mas o poderoso Doutor Muller jamais aceitaria ser coagido ou contrariado... Não! – desdenhou - A amante, sabendo bem quem era o home, uniu-se á quem poderia servir de degrau para alcançara alcançar seus objetivos, alguém tão ambicioso e poderoso quanto! – Falou d’Angelis, voltando a sua calma e postura rígida.

 

- E quem era esse alguém? – indaga a mais nova, voltando ao seu local original.

 

- Pedro Ferraz Castiel, o melhor amigo de Augustos Muller desde a infância! – o sorriso irônico sambou nos lábios de Diana – A amante optou por usar sua melhor arma...  A sedução, com isso, aproximou-se do jovem rapaz. O que ela não esperava era se apaixonar por ele e foi ai que tudo desmoronou! – Tragou o ar com urgência, antes de continuar – Uma jovem prostituta, com cede de vingança e ambição desmedida, apaixonada pelo melhor amigo de seu inimigo. Certamente não seria uma boa combinação! - negou nauseada – Ela convenceu o jovem Castiel á dar cabo em um plano maquiavélico contra a vida do amigo, contudo no final a jovem apaixonada acabou jogada como um animal em uma vala qualquer, num beco escuro, carregando no ventre a semente de uma das mais desprezíveis e hediondas violações!

 

 - Céus... Pobre mulher! - constatou a d’Angelis mais nova, tocada pela crueldade – Ela morreu?

 

- Não, ela é teimosa de mais para se curvar á morte! – esclarece com o semblante enriquecido – Ela voltou para a Itália e se casou com o Capo da máfia siciliana, jurando voltar e se vingar de todos que ousaram cruzar seu caminho!

 

- E o que essa história tem haver comigo e minha irmã? – perguntou a jovem ingênua.

 

- Melannie, você e sua irmã são as conseqüências daquela noite que carregou o último resquício de alma naquela mulher! – Disse a maior sentindo a dor sufocante em seu peito crescer, quando as avelãs da filha desaguaram em lágrimas amargas. ”

 

 

Juliana ouvia a narração macabra feita por Melannie e sentia o estômago revirar á cada nova oração.

 

“Como seu tio fora capaz de tamanha crueldade?” 

 

Odiou-o ainda mais, ao mirar os as avelãs da mulher a sua frente e reconhecer toda a dor e a angústia que eles guardavam. As lágrimas começaram a rolar livremente pela pele esbranquiçada de d'Angelis, os ombros da morena sabiam e desciam enquanto ela tentava conter o pranto silencioso. 

 

Em um Impulso inexplicável, Salvatore abraça-a forte, mas a dor maior veio quando a sentiu se desfazer em seus braços.

Como um soldado, cansado de lutar em uma guerra sem fim, ela chorou. Melannie não tinha forças para conter seu dor, odiava chorar na frente dos outros, odiava mostrar-se frágil e vulnerável, mas não tinha forças para reprimir-se... Não com aquela estranha abraçando-a. Sentiu-se cuidada naqueles braços fortes, pela primeira vez em sua vida, sentiu-se em casa.

 

- Pode chorar, Mel... - sussurrou a ruiva ao pé do ouvido da mulher enroscada em seu peito- Eu estou com você! - Completou apertando-a ainda mais em seu abraço e beijando as madeixas escuras com carinho.

 

Em momento algum a interação entre elas pareceu-lhes estranha, pelo contrario, a sensação que as envolvia era de reconhecimento.

 Naquele lugar, poderiam se ouvir apenas os suspiros contidos da morena, mas as angustias silenciosas não tardaram a serem interrompidas.

O ranger das portas sendo empurradas rompeu o cubículo, revelando uma imponente e assustadora, Merida Martinelli, assim que a grande e pesada peça de ferro lhe cedeu passagem.

Ela caminhou lentamente até o centro do cômodo e quedou-se quando seus olhos encontraram os de Melannie. O sorriso sórdido, marca registrada da mulher, estampava a face sádica.

 Logo atrás da morena, como uma sombra, a figura imponente de Katherine se cômoda ao batente da porta com os braços cruzados sobre o peito. Os azuis percorreram de uma à outra e pararam na  ruiva, estavam diferentes... Lipídios como uma pedra de gelo- Salvatore sentiu um arrepio percorrer o corpo, nunca vira aquele olhar antes, era apavorante- Enroupava uma jaqueta de couro preta, calça jeans e camisa na mesma cor. As olheiras fundas e escuras ao redor dos azuis, e alguns arranhões espalhados pela pele pálida do rosto, revelavam que os últimos meses não foram dias de féria para a jovem. A áurea amedrontadora de Castiel estava montada.

 

- Emanuella o que está havendo? - Juliana questionou - Achei que...

 

- Cale-se, sua desprezível! - Merida interrompeu a fala de Juliana com um tapa em sua face. O golpe foi tão forte que rasgou o lábio inferior da agente.

 

Melannie se preparou para avançar contra a mais velha, contudo foi barrada.

 

- Nem pense nisso! - a rouca voz de Katherine ecoou pela primeira vez, fazendo os olhares voltar-se para os azuis gélidos.

  

“Estaria Katherine Emanuella Castiel á defender aquela inescrupulosa mulher?!" – Encabulou-se d’Angelis.

 

- O Que fez com ela, Merida? – questionou a italiana, de cenho franzido.

 

- Eu? - Fez-se de desentendida, apontando sinicamente para o peito para completar a cena teatral – Eu não fiz nada, apenas contei a verdade que todos esconderam dela nos últimos anos, não é mesmo minha filha?-  voltando-se para uma Katherine fria e imparcial.

 

- Que porr* fez com a minha prima? - Salvatore tomada pela raiva e certo desespero, rompeu na direção da mais velha, mas Emanuella fora mais ágil e interpelou-a no caminho. 

 

Juliana não podia crer. Não reconhecia nos azul de tempestade da prima a mulher com quem cresceu... Frios.

 

- Manu, olha para mim, querida! - implora angustiada, procurando um mínimo sinal de sua “irmã” nas orbes límpidas – Sou eu, sua prima! -  Falou a ruiva, levando as mãos até a dura face da maior e acariciando-a com carinho – Eu sou sua prima, sua irmã... Lembra que prometemos sempre cuida uma da outra? - Os amendoados transbordaram – Não importa o que aconteceu, vamos dar um jeito!

 

-  EU não conheço você! - mirou-a com cenho franzido e os azuis banhados pela frieza e indiferença - E se encostar em mim mais uma vez ou se aproximar da dama de ferro, prometo que se arrependerá amargamente! – ameaçou Castiel e por fim empurrou-a para longe, voltando para junto da porta. 

 

Melannie assistia a tudo tão surpresa quanto a ruiva.

 

“O que estava acontecendo com a Kath?" - pensou a italiana.

 

 - Bem, agora que estamos todas resolvidas...  - Merida declara de forma impaciente - Não podemos perder o nosso vôo, pombinhas! - sorriu debocha e logo saiu pelo lugar que entrara minutos antes.

 

 

***

 

 

 

 Iara massageava as têmporas com a ponta dos dedos, estava exausta físico e mentalmente. 

 

“Havia visto Kath!”

 

 Sentiu o perfume emadeirado- inconfundível- o calor dos braços da esposa embalar-la na mais deliciosa segurança e levar-la para algum lugar de sua paz, por fim acordou no loft da morena.

 

“Não poderia ser real!”

 

 

Katherine estava morta, morrera em uma das salas de cirurgia de seu hospital, sob sua responsabilidade. Foi ineficiente, não pode salvar-la. - Culpava-se.

 

Suspirou resignada.

 

O som de batidas na porta arrancou-lhe momentaneamente de suas angustias.

 

- Doutora... - A assistente diz, após ter seu pedido de passagem cedido. - Há uma mulher na recepção e solicita falar com a Senhorita. Eu disse que deveria marcar um horário, contudo ela diz ser de extrema urgência! - completou a jovem.

 

- Como se chama essa mulher? - Questionou Iara, olhando-a por sobre os óculos de leitura.

 

“Céus, quem poderia ser?!" - pensou encabulada a loira, pois não esperava por  ninguém.

 

- Não quis me dizer, apenas ressaltou ser de extrema urgência!- Muller mirou a secretária de forma confusa. - Desculpe-me, mandarei voltar em outro momento! - constrangeu-se a  moça era nova naquele ramo e tinha apenas duas semanas no hospital.

 

- Tudo bem Camila. Diga para ela entrar, por favor! - completou voltando sua atenção para a tela no computador.

 

 

 

 

***

 

** Dezenove Anos Antes**

 

 

 

“- O Que fez com ela, seu imbecíl? – A voz raivosa de Tiago Muller invade a sala, assim como o homem que acabava de escancarar a porta com violência.

 

- O que fiz a quem? – Pergunta cínico, sem ao menos desviar sua atenção do computador ao filho.

 

- Eu fui ver-las hoje e quando cheguei ao apartamento não havia ninguém, estava tudo revirado e as roupas não estavam no guarda-roupa! – aproximou-se como uma fera do pai e apoiou os punhos cerrados sobre a mesa - Então me responda o que fez a minha mulher e o bebê? – vociferou.

 

- Ah, então o motivo da gritaria é aquela “mulata” morta de fome? – Indagou em puro sarcasmo – Ora meu filho... Achei que fosse importante! – Augustus desdenhou.

 

- Para onde você as mandou, seu verme sem coração?- Gritou o jovem descontrolado, batendo com os punhos na madeira.

 

- Eu mandei aquela “escrava nojenta” e a criança para um lugar onde você nunca encontrará! – pontua o patriarca Muller, sem se abalar pelo rompante do filho- Agora aquela negra terá o que merece! - Sentenciou no auge de sua crueldade.

 

 

***

 

 

**Hoje**

 

 

 - Entre! - a loira libera a entrada ao ouvir três batidas fracas na madeira.

 

Iara assiste atentamente a mulher passar pela porta.

 

A face enrugada, certamente pelos anos de fadiga que a vida lhe impôs, e postura curva, revelou a mulher de pouco mais de 60 anos de idade. Os cabelos eram castanhos escuros e crespos, com alguns fios esbranquiçados, contrastado perfeitamente aos olhos tão negros quanto à cor de jambo, brilhavam com a mais singela e pura esperança, ao encontra os verdes interrogativos.  O andar de quem tem pouca pressa e ao mesmo tempo, como o de quem não pode perder mais nenhum segundo de tempo, cessou ao alcançar a mesa de vidro em que a doutora aguardava paciente.

 

- Olá, Doutora Iara Muller! - A voz enfraquecida pelos duros anos, contudo decidida pelas incontáveis experiências, veio depois de uma breve análise por parte da estranha.

 

 

- Olá! Perdoe-me, mas... -  Muller diz, arqueando uma das sobrancelhas em questionamento - Nos conhecemos? – Completou encabulada.

 

A estranha sorriu lindamente para a mulher sentada atrás da enorme mesa de vidro, certamente era ela quem buscava... A herdeira Muller. Todos falavam da piedade e bom coração da mulher, as obras caridosas e todas as coisas boas que ela tentava fazer á todos que poderia ajuda.

 

“Ela era tão diferente do homem arrogante e cruel que foi seu pai!” – constatou a estranha senhora, que permaneceu a sorrir esperançosa em silêncio.

 

- Olha... - diz a menor quando não obteve respostas. Tentando controlar seu desconforto, ajeita-se melhor na cadeira - Não quero parecer rude, contudo tenho alguns pacientes para atender, posso ajudar a senhora em algo? – preocupa-se com a senhora, escorada á uma muleta- Sente-se mal? – indaga a médica.

 

Desta vez o sorriso alargou-se sem timidez e Iara pode notar os dentes brancos e alinhados da mais velha.

 

- A senhorita é a cara dela... - por fim estranha resolveu quebrar o silêncio, percebeu que estava assustando a jovem.

 

 - Desculpe-me?! - Iara não compreendera a afirmação - Ela quem?

 

Era ela mesma, constatou a mais velha, a forma como franzia o cenho, o jeito compreensivo e empático com que falava. Os olhos verdes mel, eram ainda mais parecidos "ao vivo”.

 

- A doutora Angeline...  - pôs-se a responder- Angeline Muller! - completa.

 

Iara sentiu o coração palpitar saudoso ao ouvir o nome da mãe.

 

- A senhora conheceu minha mãe? – questionou, ficando sobre os pés.

 

- Sim... - sorriu carinhosa – Ela trouxe minha Hanna ao mundo, á muitos anos atrás. Era uma jovenzinha ainda. Eu dei entrada na emergência, havia sofrido um acidente no trabalho e como a gravidez era de risco, meu marido e eu corremos ao hospital mais próximo, mas como não tínhamos dinheiro para pagar, não nos aceitaram aqui. Foi quando a doutora apareceu e como um anjo, nos atendeu! – completou a senhora, saudosa.

 

- Oh... – Sorriu, sentindo os olhos marejarem – Essa atitude, partindo dela, não é uma surpresa! – constatou Iara.

 

- Sua mãe foi uma benção de deus para a minha família, Doutora! – Continuou dizendo a senhora, após ser ajudada pela loira e sentar-se confortavelmente na cadeira diante da mesa – Sentimos muito quando ela se foi! – desabafou ela.

 

- Qual é o nome da senhora? – Questionou a loira, também se sentando ao lado dela.

 

- Pode me chamar de Niara, minha querida! – apresentou-se a senhora – E o motivo de estar aqui, contando-lhe essa história, é por que preciso dizer algo que talvez a senhora ainda não saiba! – Completa ela, quando a confusão esverdeada veio em sua direção.

 

 

***

 

 

Os azuis escuros se perdiam entre a enorme pista de decolagem e fim do horizonte, protegido pelos óculos de aviador, conseqüentemente a apatia e a frieza do mesmo era ocultado do mundo.

A brisa fresca lhe beijava a face e despenteava minimamente os fios negros, estavam um pouco mais compridos agora, alegoria perfeita á tantas mudanças que sua vida sofreu.

Em um piscar de olhos tudo se transformou em um emaranhado de contradições e verdades relativas. Seria ela uma tola se dissesse reconhecer uma única possibilidade de veracidade, como explicação ás causas e efeitos que se desenrolavam diante dos seus olhos. Dezesseis meses pareciam uma eternidade, mas também, poucos minutos diante de uma passado que jamais morreria, afinal, não podemos apagar nossas origens, muito menos revogar-las da nossa existência, pois mal ou bem, elas formam os momentos e escolhas que nos constituem como personalidades.

 

Um suspiro cansado barrou suas lágrimas frustradas, mas não poderia para agora.

A vida de sua família dependeria disso, assim como a vida da jovem Tandara.

 

“Lazzari...” - Ela conheceria aquele sobrenome em parte do universo, as pessoas que mais amou carregavam-no como marcadores genealógicos.

Deveria continuar o que estava fazendo por seu amigo, Tiago faria o mesmo por si, caso fosse sua filha naquele buraco esquecido por deus. Ele não mediria esforços pra tirar-la de lá.

 

“Devei isso á ele!”

 

Falando em Angeline, em dois dias sua garotinha completaria os quatro anos de idade – um mínimo sorriso pintou os avermelhados lábios – Será que ainda tinha a fala embolada? Será que ainda se lembrava de sua Mamma? Será?...

Eram tantas as suas perguntas e a falta das respostas fazia o seu coração comprimir dentro do peito, ao ponto de roubar o ar de seus pulmões.

 

“Iara!”

 

Caso fosse capaz lhe dizer como se sentiu, em todos aqueles meses infernais, saudades seria uma palavra insignificante para codificar o buraco avassalador, deixados pela falta da esposa em sua vida. O sorriso quente, o cheiro doce, as gargalhadas escandalosas, os verdes brilhantes... Era o seu mundo, seu paraíso.

 

Por uma estupidez sua, ao enfrentar a “mãe”, as loira quase pagou com a vida. Não poderia se dar ao luxo de ter um coração, não era o momento de ser passional.

Precisava ser fria, calculista e continuar aquele jogo doentio, até conseguir o fim daquela tola guerra, iniciada por seus pais, mas jurou a si mesma que daria cabo, independente do que isso a transformasse. Quando tudo acabasse, esperava não ter o restante de sua alma arrancada de si e se Iara a perdoasse, poderia viver feliz ao lado das duas mulheres de sua vida.

 

Era por elas que deveria continuar se sujeitando á aquela loucura.

 

 

** Flashback On**

 

-Hora de acordar, figlia mia! – Pronuncia-se a mulher adentrando o quarto – Temos um dia longo pela frente!

 

- Não me chama assim! – disse a morena, com dificuldade – Eu tenho uma mãe e ela não é você! – rosnou, sentindo os pulsos doeram com a força que fazia na vã tentativa de si livrar das amarras que a detinha á cama.

 

- Ora... – sentou-se na beira do leito e acarinhou a madeixas negras revoltosas – Assim você mágoa meu coração, filha!  - falou Merida em falsa dor.

 

- O que você quer de mim? – proferiu entre dentes, tentado desviar do toque da “mãe” – Por que me tirou daquele lugar? Por que não me deixou morrer? – Indaga – Você nunca nos amou. Por que agora quer agir como uma Mãe?

 

-Então foi isso que te contaram? – Por uma fração de segundo, Emanuella podia jurar ver a dor passar pelas orbes avelãs – Como o esperado! – Suspirou Martinelli cansada – Acha que sabe de tudo, não é Katherine? – Murmura a mulher, ficando em pé outra vez – Você me olha como se eu fosse o único monstro nessa história. Devo admitir que tenho meus pecados, e na minha morte, pagarei por todos eles, mas não esse pelo qual me julga! – Completou Merida, com os olhos distantes.

 

- E o que isso significa? – Indagou com os azuis cheios de confusão – Me manter amarrada á essa cama, não corrobora muito com o que você diz! – observou, depois de entender que sua pergunta não seria respondida.

 

- Você conheceu sua irmã? – o suspiro de Merida quebra o vazio silencioso.

 

- Sim... – Um pequenino sorriso nasceu nos lábios crispados – Ela é muito parecida com você, acho que em outras circunstâncias, ela te amaria muito. – quedou-se, limpando a garganta - Eu também...  – Sussurrou com os azuis molhados.

 

Martinelli engoliu em seco ao constatar a verdade naquelas palavras.

 

“As coisas poderiam ter sido diferentes!” – O suspiro sôfrego, dessa vez, veio da Italiana.

 

- Eu tenho uma proposta para você, ragazza! – Merida diz, voltando á sua natural postura rígida.

 

-Proposta? – indagou Kath, cautelosa.

 

- Conhece o sobrenome Lazzari? – Insinuou a morena maior, voltando a encara os azuis surpresos – Acho que isso é um sim! – sorriu, ao constatar o efeito desejado nas orbes da filha – Posso ajudar você a tirar a órfã daquele lugar e garantir que sua família esteja segura quando vierem atrás de você! – propôs a dama de ferro.

 

- Presumo que isso terá um preço!- jogou Kath, demonstrando interesse ao que lhe era oferecido.

 

- Lealdade... Única e exclusivamente á mim!- O sorriso prepotente de um jogador experiente, brincou nos lábios rubros da mais velha.

 

 

**Flashback Off**

 

 

 

Castiel teve sua atenção resgatada para o interior do Ang ar.

 

Merida, acompanhada de Melannie e Juliana - as duas tinham sobre o rosto um pano negro, impedindo-lhes a visão do caminho - que eram escoltadas por dois empregados da Mulher.

 

- Ora, Katherine... - A mais velha se aproximou da mais nova e com voz mansa diz - Não temos tempo para contemplações, mia figlia (minha filha)... É hora de irmos! - um sorriso sincero, pela primeira vez, desenhou-se nos lábios vermelhos - Prometo que depois teremos muito tempo para isso!

 

- Claro, mãe! - disse simples e caminhou em direção ao avião particular que as aguardava.

 

- Kath? -  Merida a chamou e viu-a deter seus passos e lançar os azuis, ainda recobertos pelos óculos, para si - Sabe que estou fazendo isso para seu bem, não é?! - referia-se as prisioneiras - Nenhum dos mal ditos Castiel's são confiáveis e sua irmã é uma traidora! - completou.

 

Katherine travou o maxilar, odiava quando a mãe falava da recém descoberta irmã naqueles termos. Entendia que as pessoas fazem o que podem para sobreviver e no fundo, não enxergava em Melannie d'Angelis uma traidora e sim uma mulher forte que se virou para se moldar com o que a vida lhe deu.

 

- Não Fale assim dela, mãe! - defendeu.

 

- Apenas digo a verdade!- exasperou-se a mais velha. – Se eu deixar-la livre, sabe que a primeira coisa que ela fará e correr para Diana e contar tudo que viu ou ouviu. Não podemos arrisca! – observou Merida.

 

- Não!- falou fingindo ter uma firmeza que não existia em si – Não podemos!- Suspirou, chegando perto da mulher – Só quero que se lembre isso é a sua verdade, não minha. E minha irmã, ainda segue sendo sua filha também, embora você não mereça isso! - completa.

 

- Sugiro que não faça nenhuma besteira, ou a pobrezinha da Lazzari é quem pagará por isso! – Ameaçou.

 

- Você é uma mulher desprezível, Merida. E eu odeio ter saído de você, com todas as minhas forças! – cuspiu as palavras inflamadas pelo ódio.

 

- Não teste a minha paciência, Katherine... – Rosnou autoritária – Ela é tão pequena quanto a sua e no momento está extrapolando o próprio limite! – Devolveu.

 

- E se eu disser que nosso acordo acaba aqui, Dama de ferro? – ironizou a de olhos azuis, ao citar o pseudônimo da capo italiana.

 

- Não ouse dizer tamanha estupidez, Castiel! - Irritou-se  as orbes gritavam sua fúria - Se esse é o problema, querida filha... Vamos acabar com ele agora mesmo! - E lá estava a sádica Capo, parecia se transformar da água ao vinho em questão de minutos.

 

A mais velha sacou sua arma e caminhou á longos passos até as duas prisioneiras, arrancados os sacos de suas cabeças. A italiana sentiu a luz de o sol queimar-lhe a retina, olhou para o lado e encontrou uma ruiva no mesmo estado.

 

 - É isso que quer Emanuella? - gritou Merida, apontando a arma para a cabeça das prisioneiras - vai parar de me importunar e falar disparates se acabar com elas? – vociferou enraivecida.

 

 Castiel pareceu não crer no que via, será que a mulher seria mesmo capaz de atirar na própria filha a sangue frio?

 

Há essa hora os olhos de Melannie já haviam se acostumado com a claridade e entendeu perfeitamente o que a progenitora faria.

 Juliana também estava ciente do enredo e sentiu um desespero, jamais experimentado por ela, percorrer suas entranhas.

 

- Está ficando maluca? - Kath questionou-a, caminhando até elas - O que vai fazer? - A morena arqueou uma das sobrancelhas e esperou pela resposta.

 

 - Eu? - sádica a mulher sorriu – Eu não vou fazer nada. Você é quem vai! - completou entregando-lhe a arma, mirando-a com dureza – Quero ver onde está sua lealdade. Ande... Mostre-me, Katherine! – estendeu o revolver para a mais nova.

 

Castiel travou o maxilar e engoliu em seco. Um nó tomou conta de suas entranhas e as mãos gelaram.

 

- Vamos Castiel! – ordenou - Vai ficar me olhando, ou  vai fazer o que lhe mandei? - indaga autoritária - Achou que eu não descobriria que você matou um dos meus homens para salvar aquela maldita Muller, impedindo-o de executar uma ordem direta? - Vociferou Merida impaciente - Prove-me que posso confiar em você novamente. Prove-me que não está se "bandeando" para o lado dessa mal dita traidora! - apontou para uma Melannie acuada - Prove-me, Emanuella! - gritou.

 

 

Katherine levou as mãos tremulas para a arma e empunho-a como se fosse a primeira vez que sentia o ferro gelado contra a pele.

 

- Atire na ruiva, Emanuella! – pontuou Merida em pura frieza – Isso é uma ordem!

 

- Manu... -  Uma Juliana desesperada se põe a dizer - Por tudo que é mais sagrado, sei que as coisas parecem confusas em sua cabeça agora, mas não faça isso prima! - implorou. 

 

- Cala essa boca, garota! - Merida diz, esbofeteando e a ruiva que quase foi ao chão com as mãos ao lábio inferior.

 

Katherine tragava o ar com força e de forma descompassada. Seu cérebro trabalhava á todo vapor buscando uma alternativa, uma saída diferente daquela. Não poderia atirar á sangue frio na mulher que foi como uma irmã, desde que se entendia por gente.

Não queria fazer aquilo, mas era essa sua vida agora, certo?!

Havia vendido sua alma ao diabo e ele não aceitaria quebra de contrato.

Ou matava-a, ou as três morreriam ali e seus corpos seriam jogados em uma vala qualquer, onde ninguém jamais ás encontraria e assim Iara, Angel e Tandara não teriam chances de lutar, pois a dama de ferro esmagaria qualquer um que á separasse de sua vingança - Aniquilar e extinguir do mundo qualquer resquício do sangue á fez sofre.

 

“Matar um para salvar muitos, ou salvar um e perder todos?”

 

A moral de Maquiavel era a verdade mais adequada á aquele momento, julgou ela... A ética enaltecedora dos fins, independe das estruturas ou circunstancias que constituem os meios.

 

- Vamos Katherine! – Merida, já sem qualquer paciência – É ela ou sua irmãzinha querida. Você escolhe! – sentenciou, sinalizando para um de seus homens, que imediatamente apontou um revólver para a cabeça de d’Angelis.

 

Os azuis rasos pelas lágrimas, foram para os amendoados da prima – eles imploravam, rogavam por misericórdia.

 

- Eu sinto muito... – silabou como o rouco tremulo e fraco como quem havia se entregado á maré – Eu sinto muito, July! – Foi tudo que conseguiu dizer.

 

A arma, que agora parecia queimar sua pele, como um acusador incansável; foi arrastada em direção á Salvatore, parecia pesar uma tonelada. O dedo longo e frio da morena começou a aplicar pressão no gatilho, mas congelou ao ouvir o som baixo e tranqüilo da voz da irmã.

 

- Kath, se fizer isso, eu nunca vou poder te perdoar!- começou Melannie, com as avelãs marejadas. Só em pensar em não poder mais ter aquela ruiva teimosa por perto, sua alma embolava – Sabe... agora eu compreendo você! - não pode mais conter a cascata de lágrimas, ao encontrarem os amendoados de Juliana - Sei o porquê esta fazendo isso e eu faria o mesmo para salvar a mulher que me fez sentir um terço desse amor que queima ai dentro do seu peito! – Voltou-se para a Irmã - É o sentimento mais nobre e verdadeiro, que pessoas miseráveis e fadadas á uma vida vazia, como eu e você, poderíamos experimentar! – sorriu minimamente, entre as lágrimas.

 

Ela não se importava mais em manter sua pose de impenetrável e frígida, de um jeito ou de outro, aquela seria sua única chance de dizer a ruiva o quanto ela se tornou importante para si, mesmo que em pouco tempo.

Queria poder tida a oportunidade de levar-la em juntar romântico, como manda o figurino, cortejar-la, conquistar-la... Mas a vida que escolheu seguir, não permitir a ela sonhar tão alto.

 

- Eu proponho uma troca! – Continuou Melannie, mirando as orbes azuladas – Você aponta essa arma para mim, continua o que está fazendo para manter sua família segura e a ruiva continua viva! – negociou ela.

 

- Não, Manu!- Salvatore grita em desespero, ganhando a atenção dos azuis – Você não pode fazer isso, por favor... Eu imploro! – Rogou ela, desesperada.

 

- Vai ficar tudo bem, Wild Lady... – sorriu lindamente para a jovem – Foi uma enorme honra cruzar o seu caminho e... – arqueou uma sobrancelha – Eu teria te beijado no primeiro dia, se não tivesse me afastado á pontapés! – completou com uma piscadela sedutora.

 

- Mel... – Salvatore – Por favor, não faz isso! – sussurrou entre soluços.

 

- Kath... – Desvio as avelãs dos amendoados, sentindo um bolo se forma em sua garganta – Vamos acabar logo com isso! –falou a italiana, encarando os azuis agora vermelhos, prontos para decretar sua sentença.

 

“Hora de pagar pelos seus pecados, gatona!” – pensou, Melannie, na grande ironia que era tudo aquilo

 

 Castiel se sentia o ser humano mais desprezível do universo diante daquela mulher desconhecida, contudo tão conhecida por seu coração. Desde a primeira vez que bateu os olhos na irmã, ela soube... Era sangue de seu sangue.

 

A cabeça tombou para frente e ela experimentou a dor de estar em uma encruzilhada, em um beco que não tem a saída.

 

A vida da filha de seu melhor amigo dependeria da sua escolha, assim com a de sua própria filha e da mulher que amava.

 

“Esse era o acordo, serviria aos propósitos da dama de ferro para ter Tandara livre daquele lugar e de seus abusadores, assim como a família longe dos planos de vingança de Merida!” - Repassava em sua cabeça, como se isso fosse tornar sua decisão menos dolorosa.

 

Entre soluços rogadores de Juliana, as avelãs tranqüilas e dispostas a arcarem com as conseqüências de Melannie e a exigente ordem da dama de ferro, Emanuella tentava encontrar uma solução, mas em todos os canários, não havia um final feliz para nenhuma delas.

 

- Eu não posso Melannie... - sussurrou Castiel sentindo uma lágrima solitária correr pela face de traços duros

 

- É claro que pode. Está tudo bem, sorella (irmã)!- sorriu-lhe com as avelãs resignadas de seu fim.

 

- A ruiva! - Merida esclareceu sua vontade- Acabe logo com isso, caso contrario Gonzáles o fará em seu lugar, Katherine! - bradou impaciente.

 

Aquele era um teste, pois precisava saber até onde a primogênita era capaz de chegar.

 

 Kath sentiu a boca amargar, não queria fazer aquilo, mas se tinha que ser feito, melhor ser ela.

 

 - Adeus...  - O rouco saiu embargado, assim que os azuis decididos fixaram em seu alvo. 

 

 

Um breve silêncio  tomou o galpão e no segundo seguinte, o cintilar do disparo.

Fim do capítulo


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Comentários para 25 - O pretérito no presente:
patty-321
patty-321

Em: 29/04/2020

Fudeu.

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Brescia
Brescia

Em: 28/04/2020

        Boa noite mocinha.

 

Como foi forte e esclarecedor esse capítulo, muitas pontas soltas agora fazem sentido. A Kath é muito forte,mas essa mãe verdadeira é fria e dispara para todos os lados.

 

       Bravissima piccola.

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 28/04/2020

Nossa que foi?

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