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Como Lobos por Maya Silva

Ver comentários: 7

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Palavras: 3321
Acessos: 1003   |  Postado em: 25/04/2020

Capitulo 1

Já fazia algum tempo que estava parada ali. O som da mata disfarçava as longas respirações. Suas feições aparentavam cansaço, mas seus olhos e corpo se mantinham fixos na mesma posição. Os dedos sujos levemente afrouxados no gatilho de sua arma lhe lembravam que não podia se mexer agora e fazer qualquer barulho que denunciasse a sua presença. Não tinha problema, não era a primeira vez que fazia isso. Gotas geladas de orvalho caiam insistentemente e batiam em sua testa, tirando as sujeiras em seu rosto. O chapéu peludo já estava úmido e a sensação era de que a temperatura abaixava mais a minuto. Pela fumaça densa que saia de suas narinas, deviam estar próximos a dois graus negativos. Uma leve dor vinha da cicatriz em seu rosto. Acontecia quando ficava frio. Tudo bem. Podia lidar com isso. Procurou pensar em sua cama e na bebida em seu bolso. Ainda hoje estaria quente e aquecida.

- Zuhri.

A voz de Ayo a despertou para o alvo que seguia mansamente entre as árvores. Os focinhos buscando comida entre as plantas e arbustos. O enorme alce estava em sua mira e o dedo se apertava ao gatilho gradativamente. De todas as coisas que já matou, essa era a que mais odiava.

- O que está esperando?

Também não soube dizer o que esperava. Deu um longo suspiro e prometeu a si mesma que seria um tiro fatal, que não o fizesse ter tempo de agonizar. O animal parou o que fazia e ficou em alerta. Zuhri se perguntou se ele desconfiava o que estava prestes a lhe acontecer.

- Se você não atirar vamos perder o alvo - Ayo sussurrou.

Outro suspiro e não se deu tempo para pensar. Firmou a arma e atirou. O barulho do corpo encontrando o chão confirmou que havia sido certeira.

- Belo tiro! Hoje teremos um banquete.

Ayo levantou revelando seu corpo alvo, as vestes com cores de camuflagem e o gorro de neve preto aquecendo os cabelos da mesma cor. Observava com felicidade aparente o enorme animal abatido e Zuhri não podia culpá-lo. Já estavam há dias caçando e acampando na floresta gelada. Igualmente cansados e loucos para irem embora. Ayo com mais motivos do que Zuhri, mas ela teria sua cama e uma refeição quentes e isso já lhe bastava. Ajeitou seu gorro de neve chapka e pegou a pequena garrafa metálica em seu bolso, tomando um pouco do seu conteúdo. Argh! Desceu queimando em sua garganta. Certamente isso iria ser o suficiente para espantar o frio por algum tempo.

- Está me ouvindo?

- Oi?

- Pedi para me ajudar aqui. Vamos arrastá-lo até a caminhonete.

- Certo, desculpe. - Falou se aproximando.

Amarraram uma corda ao redor do animal e o arrastaram até a caminhonete avaliando o melhor jeito de colocá-lo na caçamba. O trabalho acabou sendo maior do que imaginavam, mas no final das contas conseguiram resolver e quando se deram conta já estavam na estrada há poucas horas da civilização. Muitos caçadores vão para aquela região. É comum encontrar os carros nas estradas, mas uma vez na mata, dificilmente se esbarram. Vez ou outra se ouvem tiros, mas os ventos enganam sobre as reais localizações.

Ayo tentava decifrar os pensamentos silenciosos de Zuhri. Conviviam tempo o suficiente para saber o que se passava em sua cabeça. Ainda que tivessem passados alguns bons anos afastados, certos pensamentos eram palpáveis.

- Ei, sei que não gosta disso, mas você tem a melhor mira.

- Sem problemas.

Tomou mais um gole da sua garrafa para encerrar o assunto.

- Chega de bebidas por hoje, me dá o frasco. - Ele tentou alcançar sem perder os olhos da estrada.

- Já sou bem grandinha para saber o que devo ou não fazer.

- Então eu não preciso te lembrar como você fica se não comer e continuar bebendo esta coisa.

Seu irmão tinha razão, mas nem por isso iria dar o gosto da vitória para ele. Tomou mais um gole e a guardou em um lugar seguro.

Fizeram o caminho em um silêncio confortável, ambos em seus pensamentos e vez ou outra trocando perguntas pontuais. Pararam em uma loja de beira de estrada já muito conhecida por eles. Desta vez combinaram que iriam parar e fazer a limpeza do cervo. Só queriam as carnes e deixariam as peles para obter desconto. Não gostavam de enfeitar a casa com animais empalhados como muitos faziam. Mesmo a caça sendo legalizada e culturalmente aceita pela população do Alasca, Zuhri simplesmente não conseguia aceitar aquilo, não conseguia mesmo. Seu estômago sempre revirava e as lembranças de seu passado obscuro sempre vomitavam assim como qualquer coisa que houvesse comido.

India Valley era o nome informado na placa que continha um Alce no meio. Além deles, os ursos pardos também são comumente encontrados circulando pela região assim como avisos para manterem distâncias de, no mínimo, 200 metros. Era isso que Zuhri gostava no Alasca: a natureza selvagem se mesclava com a civilização, ou talvez fosse o contrário, talvez a civilização que tivesse se mesclado ao mundo selvagem. Sim, fazia mais sentido desse jeito, pensou.

- Boa tarde, estamos com um na caminhonete.

Ayo cuidou de tudo. Já havia percebido que Zuhri estava mais distante do que o normal. Falaria com ela mais tarde, se assim conseguisse, porque sentia muita falta de sua garota e estava louco para vê-la. Dos quase 20 dias que estavam separados, sete eram da caçada e os outros treze de trabalhos distantes que havia conseguido. Adorava trabalhar e não se importava em pegar no pesado. O pensamento de Zuhri devia ser próximo ao seu uma vez que também aceitava tudo. Sabiam fazer um pouco de cada coisa e isso lhes proporcionava uma boa segurança.

- Com o desconto da pele ficou por 300 dólares.

O que? Trezentos dólares? Era mais do que podiam pagar.

- Qual é Sasha, já somos clientes fiéis aqui. Não pode abaixar esse preço? - Zuhri disse se aproximando da bancada.

- Sinto muito, vocês sabem dos termos.

- É claro que sabemos, por isso não estamos entendendo. Está mais caro do que a última vez. - Zuhri insistiu.

- Desculpem, mas vocês sabem que a demanda está muito alta nos últimos dias.

- A sua demanda também aumentou?

Pelo tom de voz mais grave de sua irmã, Ayo sabia onde ela queria chegar e, incrivelmente, o conteúdo da loja parecia mais interessante do que aquela conversa.

Sasha tinha as bochechas levemente coradas. Podia ser pelo frio tocando em uma pele branquinha, mas não era. Ela sabia. Zuhri sabia.

- O que quer dizer com isso? - Tentou disfarçar.

- Ora, vamos. Não faz nenhuma ideia?

 Zuhri tirou seu corro e sua cabeleira negra dançou pelo seu corpo. A cicatriz na maçã esquerda lhe dava um ar mais perigoso e os olhos marrons pareciam levemente avermelhados. Se aproveitando do impacto causado, colocou a mão sobre a dela no balcão e lhe deu um olhar profundo.

- E-Eu não sei do que está falando. - Sasha respondeu encabulada fazendo menção de sair - Talvez seja melhor irem em outra loja.

Zuhri suspendeu a mão e passou a tocar-lhe o braço fazendo uma discreta carícia.

- Qual é Sasha, não é como se fosse a primeira vez. Prometo que serei rápida. - piscou.

Sasha a avaliou por alguns instantes e seus olhos caíram sobre Ayo que mantinha uma distância discreta.

- Não se preocupe com ele. Vamos?

Elas ainda se encaravam quando Sasha anunciou que iria até o escritório fazer uma "negociação", o que fez Zuhri esboçar um leve sorriso que só não foi maior do que o sorriso de Sarah quando ela passou o trinco na porta e voou no pescoço de Zuhri, a puxando para sua boca, para perto do seu corpo, sentindo toques apressados e os dedos ágeis que buscavam pontos estratégicos para explorar e lhe desnudar. Sarah sentiu suas costas batendo na parede e sendo erguida para sentar-se sobre a mesa enquanto apressadamente puxava o zíper de sua calça, revelando a minúscula calçinha que usava e tirando o fôlego de Zuhri.

- Como sabia que eu viria? - brincou.

- Você é muito cheia de si - Ofegou ao sentir Zuhri a tocando por cima da peça.

- Algo me diz que eu tenho razão - Provocou quando afastou o tecido e passou um dedo, sentindo a excitação.

Não houve resposta. Zuhri escorregou um dedo para dentro de Sarah e abafou os gemidos com sua boca, a tomando para si, puxando seus lábios e buscando sua língua. Colocou mais um dedo e sentiu Sarah começar a rebol*r. Logo ela chegaria, conhecia seu corpo muito bem e quis que ele também soubesse o prazer que Zuhri era capaz de proporcionar. A puxou para seu colo com a mão livre e usou seu corpo e a parede para pressioná-la enquanto dava estocadas mais rápidas. Ativou todos os seus músculos do braço e buscou o seu prazer através do dela. O corpo de Sarah tremeu enquanto ela se derretia nos dedos de Zuhri e sufocava um gemido em seu pescoço.

Elas sorriram pelo prazer rápido e inesperado no meio da tarde. Sabiam que não tinham feito amor, se conheciam o suficiente para saber o nível de relação que cultivavam, mas nem por isso deixou de ser bom.

- Duzentos e a gente fecha negócio? - Sussurrou enquanto Sarah dava leves beijos em seu pescoço.

- Você me usa e ainda quer desconto? - Fingiu estar brava. - Duzentos e cinquenta.

- Duzentos e trinta.

- Fechado.

Sarah a calou com um beijo e começou a deslizar pelo colo daquela mulher que, precisava admitir, fazia melhor que qualquer homem que já tinha ficado...até mesmo...seu marido. Sim, sabia que era errado, mas sempre que Zuhri aparecia com suas intenções, era difícil demais.

- Precisa parar de fazer isso, sabe que sou casada.

Sarah se ajeitava rapidamente.

- Está arrependida? - Enlaçou sua cintura.

- Sabe que não. Teoricamente só estamos casados no papel.

Era difícil compreender a dinâmica matrimonial de Sarah, mas Zuhri não estava em patamar algum para apontar qualquer coisa. Apenas concordou com o que lhe fora pedido e pouco tempo depois estava com Ayo, fora da loja, esperando as carnes serem preparadas e embaladas. Fumava um cigarro observando a interação de seu irmão com outros rapazes que também aguardavam por seus pedidos. Não costumava ser tão sociável quanto ele que despertava simpatia por onde passasse. Sua beleza rústica costumava chamar a atenção de ambos os sex*s. Zuhri preferia ser o mais discreta possível, quase invisível, se pudesse, mas a vida dava indícios de querer destacá-la dos demais, começando pela heterocromia. Um de seus olhos tinha a coloração marrom enquanto o outro era âmbar e seu rosto ganhou uma cicatriz há alguns anos, fruto de seu antigo trabalho. Felizmente o olho podia resolver com o estoque de lentes que tinha em seu armário. A cicatriz até poderia cobrir com alguma maquiagem, mas não fazia sentido já que era um lembrete para que não abaixasse sua guarda.

- Essa coisa vai acabar te matando.

Ayo se aproximou algum tempo depois com pacotes grandes de carne. Ajeitaram tudo na picape, cobriram com uma lona e seguiram pela estrada, desta vez com um único destino: casa.

- Vai ficar comigo hoje, vamos comer bem no jantar.

- Sabe que prefiro ir para casa.

- Sua cabana afastada da civilização pode esperar. Não adianta discutir. Eu faço questão.

- Não acha que já passamos tempo o suficiente juntos? - Zuhri comentou com certo mau humor.

- Não o suficiente para compensar os que passamos separados. - Comentou divertido - Vamos, Olívia estará lá.

Se Ayo soubesse que as negações de Zuhri era justamente por causa de Olívia. Não queria encontrá-la. Ponto! Mas Zuhri sabia que não seria tão simples. Não haviam justificativas que o fizessem declinar em sua decisão, a não ser que soubesse o que se passava entre os olhares que Zuhri lhe dava e as fugas para cômodos onde ela não estivesse presente.

Chegaram na casa de Ayo ao cair da noite e uma cabeleira ruiva foi recepcioná-los na porta. Nenhum tempo de viagem foi o suficiente para preparar Zuhri. Era muito boa em não externalizar suas fraquezas, mas sabia que seu interior estava em luta.

- Como soube que havíamos chegado?

Ayo desligou o carro e saiu apressado para receber sua amada em um abraço cheio de saudade a ponto de tirá-la do chão enquanto ela agarrava seu pescoço e o puxava para sua boca.

- Eu ouvi o barulho do carro - Ela comentou alegremente.

- O motor já é tão antigo que todo mundo ouve essa lata velha.

Zuhri desceu do carro com certo mau humor. Só pela recepção sabia que seria uma longa noite.

- Zuhri? Você também veio? - Olívia sorria em sua direção.

Como ela fazia ideia de onde Zuhri estava?

- Contra a minha vontade.

- Ela só está cansada, meu bem. Vamos entrar? Trouxemos belas peças de carne para o jantar.

Entraram na casa e Olívia surpreendentemente não esbarrou em nada. Já estava familiarizada com a casa e abriu mão do uso das muletas, o que não passou despercebido por Zuhri. Quanto tempo ela deve ter levado para gravar a localização de cada pequena coisa? Era o que se perguntava quando ela tocou as peças de carne e foi abrindo diversos armários buscando tigelas, panelas e facas. Já a havia visto realizando estas coisas, mas dentro da casa de Ayo era a primeira vez.  Provavelmente já estivessem morando juntos.

Ambos cozinhavam animadamente e conversavam. Mais vezes do que gostaria que fosse, Zuhri presenciou os beijos roubados e os longos abraços que trocavam no meio dos relatos das aventuras selvagens que haviam tido. Estavam tão alheios que se Zuhri se ausentasse, a sua presença sequer seria notada e foi o que fez. Saiu pelos fundos, sentando-se no balanço duplo de madeira e deu um gole em sua bebida.

- Ai está você, achei que tivesse fugido de nós. - Olívia falou da porta.

- Vontade não faltou.

Zuhri deu um falso gole em sua bebia. Ela já havia acabado, mas precisava de um álibi.

- Eu sei. Não precisou de muito tempo para percebemos que prefere ficar sozinha.

Olívia falou e o tom de voz que usou soava um pouco chateado. Zuhri notou.

- É mais fácil desse jeito. Não sou boa em lidar com as pessoas.

- De certa forma é um conforto saber disso. Achei que não gostasse apenas de mim. - Olívia falou suavemente enquanto sentava-se no lado vazio do balanço.

Aquilo pegou Zuhri de surpresa.

- Por que acha isso?

- Por eu estar momentaneamente cega. - Sim, momentaneamente, porque, apesar dos três anos nesta condição, sabia que seu caso era reversível, mas ainda não tinha dinheiro o suficiente para arcar com os custos do hospital e da cirurgia - Sempre que estamos próximas, você dá um jeito de fugir.

- Eu nunca pensei que notasse.

Não queria parecer rude, mas como Olívia, sem enxergar, parecia ver mais do que Ayo? Zuhri sabia que falar algo assim soaria ofensivo demais até mesmo para ela.

- Sei o que deve estar pensando e não a julgo. Apesar de todos ajudarem a mulher cega, não é costume achar que continuo capaz de perceber. Os outros sentidos ficam mais apurados e além do mais, a sua pisada é bem dura. - Comentou divertida. O cheiro de Zuhri também era algo perceptível para si, mas disto ela não precisava saber.

- Desculpe por isso.

- Só com uma condição. - Ela ainda se mantinha sorridente e doce. Olívia e sua voz doce. - Me deixa saber como você é.

O pedido a pegou inesperadamente e a reação instintiva era negar veementemente. Olívia tinha o costume de tocar o rosto de pessoas próximas que não havia conhecido antes de sua condição. Dos mais de dois anos com seu irmão, Zuhri nunca havia dado abertura ou diálogo para este tipo de intimidade. Preferia evitar toques e os de Olívia se tornavam duplamente proibidos. Carregar o pesar de ser apaixonada pela mulher de seu irmão já era culpa além do que podia.

Não houve tempo. Olívia não esperou por resposta. Pelo pouco que a conhecia, sabia que ela não gostaria de ser mal educada ao mesmo que sua vontade era negar o pedido, então resolveu simplesmente agir. Tinha muita curiosidade de saber como ela seria. Sua voz grave e suas passadas duras tinham bastante presença. Seria seu rosto igualmente marcante?

O primeiro toque foi em algo fofo e supôs ser um chapéu. O tirou e o toque seguinte foi em seus cabelos. Eram macios, compridos e estavam levemente embaraçados. Tal pensamento a fez sorrir e sentiu Zuhri fazendo o mesmo. Queria saber como era seu sorriso. Tocou seus lábios com a ponta dos dedos, traçando o caminho que formava. Zuhri suspirou torcendo para que ela não notasse sua pele eriçando. Olívia não notou. Concentrou-se ao máximo em seu tato. Subiu os dedos e alcançou o nariz, procurou ver o formato que ele fazia. Tocou-lhe as bochechas e um pouco antes de chegar nos olhos, sentiu uma cicatriz. Pequena, mas parecia profunda.

- Estilhaços de tiro - Explicou - Foi na minha última missão.

Quase havia perdido a visão do olho esquerdo, mas felizmente o governo gastou uma grana gorda com os melhores hospitais.

Olívia concordou silenciosamente e continuou sua inspeção. Desta vez nos olhos que Zuhri havia fechado. Na verdade ela já os havia fechado no primeiro contato recebido. Olívia os acariciava levemente, como se tocasse algo completamente frágil. O toque dela era tão delicioso que Zuhri sabia que no meio de suas pernas uma rebelião acontecia.

- Você me parece surpreendente comum - Sorriu na voz.

- Desculpa decepcionar suas expectativas. - Zuhri rebateu desta vez com um humor muito mais feliz. O toque de Olívia ainda formigava em sua pele.

Voltaram para dentro e comeram. O jantar realmente estava delicioso e Zuhri sentiu-se mais animada para interagir em algumas coisas que Olívia e Ayo conversavam ao degustarem uma taça de vinho algum tempo depois, mas não se demorou. Sentia que o momento era mais intimista e estavam em número ímpar. Deu boa noite e se recolheu para o quarto de hospedes na esperança de adormecer logo. Tomou banho e vestiu uma roupa confortável. O vidro embaçado da janela anunciava o frio que devia estar fazendo lá fora. Não importava, relaxaria em uma cama fofa e aquecida, usando uma roupa leve e abraçada pela mais plena satisfação. Não demorou muito e logo sentiu o corpo pesado.

 

Zuhri acordou na noite com a garganta seca e o jarro com água já estava vazio. Ainda sonolenta andou no escuro até a porta do quarto e parou subitamente com o que ouvira. Gemidos femininos, baixos e abafados vinham da sala. Conscientemente era errado dar margem a sua curiosidade, mas quando Zuhri deu por si, suas pernas a levaram até a brecha da porta para ver o que tinha certeza que acontecia: Olívia estava montada em seu irmão, cavalgando sobre ele com o corpo jogado para trás numa expressão de puro deleite. Uma mistura de raiva e tesão a tomou. Da posição em que estava só era possível enxergar a mulher de cabelos de fogo sendo embalada pelo júbilo. A vontade se tornou tão grande que seus dedos buscaram os pontos de prazer que precisavam de alívio. Se tocou olhando com desejo para a mulher cujos cabelos estavam grudados pelo suor e o brilho das gotículas refletidas pelo fogo na lareira a tornavam assustadoramente excitante. Um grunhido mais alto de Olívia sinalizou a explosão do gozo que havia tido e aquilo a puxou para o seu próprio. Escorregou já sem forças com a cabeça apoiada na parede e uma lágrima escorreu de seus olhos. Olívia era o seu amor e a sua perdição.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi pessoal, tudo bem? Mais um conto e espero que gostem. Tem um enorme potencial de virar história, mas preciso saber se há interesse.

Se gostarem, por favor comentem. Se não gostarem, comentem também. Façam suas críticas que todas serão muito bem-vindas.

No mais, obrigada pela sua leitura e pelo tempo em prestigiar a minha arte.

Bjo no coração


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Comentários para 1 - Capitulo 1:
Flavia1
Flavia1

Em: 29/04/2020

Caraaaa fiquei morrendo de curiosidade para ver como vai ser esse rolo kkkkkkkk. Tem muito futuro e eu certamente vou acompanhar se vc continuar.

Responder

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rhina
rhina

Em: 28/04/2020

 

Oi

Boa tarde.

Uma explosão de história.

Rhina

Responder

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Mille
Mille

Em: 26/04/2020

Ola 

Gostei desse primeiro capítulo espero que continue.

Olivia conquistando corações o irmão e  irmã.

Bjus e até o próximo capítulo 

Responder

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Vanderly
Vanderly

Em: 26/04/2020

Olá, tudo bem?

Ui!

Menina, que quê isso!

Que pena que a ruiva era a mulher do irmão, mas achei essa Zuhri interessante.

Beijos!

Vanderly

Responder

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maira30
maira30

Em: 26/04/2020

Q historiaaaa! Acabei de ler sem folego! Super intrigada pela continuicaooo! Tem tudo pra ser um bela historia! Curti demaisss! Essa zhuri é danadinha hein! Bjssss

Responder

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Naty24
Naty24

Em: 25/04/2020

Ahhhhh...

Eu realmente achei a história fantástica!Tem ou tinha tudo para continuar,eu fiquei triste quando vi terminada. Decupe oq irei dzr sei que tudo o iremos fzr precisa unicamente de incentivo! 

Okayyyy... só que poderia sim continuar com essa bela história

Responder

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Michadiaz
Michadiaz

Em: 25/04/2020

Adorei o capítulo! Muito intenso e forte! Vc vai continuar? 

Responder

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