Capitulo 6
Já passava das dezoito horas quando pegamos a rodovia de volta pra nossas casas. Aqueles dias ao lado dela haviam sido decisivos pra mim, eu me dei conta de que a Rafa não era mais uma simples funcionária daquela empresa. Fizemos o caminho conversando animadamente e ela repousou sua mão na minha perna. Paramos na porta de sua casa e a ajudei a levar suas coisas pra dentro.
- Obrigada por esses dias – ela disse passando os braços em volta do meu pescoço – eu adorei ter passado esse tempo com você – seus lábios capturaram os meus em um beijo que demostrava muito mais que desejo. Ficamos nos beijando e tive que me despedir pra ir pra casa.
Cheguei em casa com a sensação de estar nas nuvens. Rafa me ligou mais tarde me desejando boa noite e dormi pensando nela. Acordei muito bem-humorada no outro dia, nem me importei com o trânsito infernal daquela manhã. Eu estava ansiosa pra chegar na empresa logo e poder matar a saudade que já sentia dela. Eu tenho um sério problema de me apaixonar muito rápido, mas não me julguem, a Rafa é apaixonante demais.
- Bom dia senhor José – disse animada, ele respondeu surpreso com meu animo e me despedi.
Subi pra minha sala e alguns funcionários já estavam arrumando suas mesas. Desejei bom dia a todos e fui pra minha sala. Olhei no relógio e estranhei que a Rafa estava atrasada, não era comum. Em todos esses anos, ela era uma das pessoas mais pontuais daquela empresa.
Esperei mais um pouco e ela não havia chegado ainda, fui até a minha secretária e ela me disse que não havia recebido nenhuma ligação da Rafaela. Estava voltando pra minha sala, quando escutei a porta do elevador se abrir, olhei na direção dele e ela saiu de dentro impecavelmente vestida com um dos seus terninhos, muito bem alinhado naquele corpo divino. Ao seu lado estava uma senhora que tinha uma feição tranquila, mas aparentemente sofrida pelo tempo. Ela caminhava olhando tudo com muita curiosidade, parecia um pouco tímida e envergonhada.
- Bom dia Letícia, minha agenda por favor – Rafa cumprimentou minha secretária – Bom dia Camila – ela me disse e logo abriu sua agenda pra ver os compromissos – Letícia, você poderia arrumar um café pra minha mãe enquanto eu tenho uma reunião com a Camila?
- Claro – a menina se levantou e eu fiquei esperando-a me apresentar.
- Bom dia Rafa, bom dia senhora – disse caminhando até a mulher e estendendo a mão, que foi gentilmente apertada por ela – Me chamo Camila e seja bem vinda a empresa Bacceli – ela sorriu e não tinha como negar que ela era mãe da Rafaela.
- Bom dia minha filha – ela disse simpática – Rafa fala muito bem da senhora.
- Senhora está no céu – disse simpática – me chame de Camila – ela assentiu sorridente – a senhora fique à vontade, tudo que precisar pode pedir pra Letícia ou pra quaisquer pessoas que elas providenciam pra senhora.
- Obrigada minha filha – ela era uma mulher bonita e muito educada – não quero atrapalhar vocês.
- Mas isso não é incomodo algum – falei gentil.
- Bom dia – O Renato apareceu na recepção. Ele nos saudou de longe, mas foi ate a Rafa e deu um beijo no seu rosto, com a mão na sua cintura muito íntimo pro meu gosto.
- Bom dia Renato – respondi fechando a cara – não temos uma reunião dona Santiago?
- Mamãe vou para uma reunião, assim que terminar eu levo a senhora em casa – ela falou pra senhora e me olhou com curiosidade – vamos Camila – ela caminhou até minha sala e ficou de pé me esperando entrar.
- A senhora fique à vontade – repeti antes de ir ao encontro da Rafa, que já me esperava na entrada da sala. Assim que ela fechou a porta fui em sua direção para lhe dar um beijo, que foi repelido com educação – o que foi? – perguntei confusa.
- Aqui dentro eu sou sua funcionária Camila – ela disse seria – e não quero que confunda as coisas – me afastei sem entender o porquê dela estar assim.
- Mas, seria um beijo rápido – falei me explicando.
- O problema não é a velocidade do beijo, mas o local em que estamos – ela falou.
- O Renato pode te beijar e eu não – falei rancorosa.
- Por um acaso ele me beijou na boca? – ela perguntou sem paciência.
- Só faltava mesmo, porque a mão já estava na sua cintura bem íntimo – o ciúme tomou voz por mim.
- Por favor Camila – ela passou a mão no rosto – crise de ciúmes hoje não.
- Tudo bem – disse indo pra minha mesa – como você desejar – fiz reverencia e ela virou os olhos - O que faremos hoje senhorita – disse tentando esconder minha chatiação.
Ela estava certa. Por mais que eu quisesse beija-la, deveríamos respeitar nosso local de trabalho, não queria dar motivos para que as outras pessoas falassem de nós, mas não havia gostado de ver o Renato tão saidinho com ela.
Rafaela me passou todos os compromissos que teríamos naquele dia. Resolvemos tudo o que dava pra ser feito no período da manhã e fizemos o balanço necessário para o mês. Ela como sempre muito competente, já tinha organizando tudo para o decorrer do dia. Não voltei a tentar beija-la, eu entendia sua posição e respeitaria suas vontades.
- Você pode me liberar algumas horas? – ela me perguntou quando terminamos de fazer o balanço – preciso levar minha mãe em casa, ela vai passar uns dias comigo.
- Claro – disse olhando para o computador – peça a Bruna pra me acompanhar na visita à fábrica por favor – disse fingindo estar prestando atenção na tela do computador – sou dramática? Claro.
- Bruna? – senti um tom diferente na sua voz – porque a Bruna? – ela me olhava como uma águia olha pra sua vítima.
- Ela é a assistente do Maurício – disse pra ela com a cara mais inocente do mundo – preciso de alguém que entenda como funciona as finanças para levar o balanço. Tem algum problema? – ela me olhava e no fundo eu sorria, ela estava com ciúmes.
- Ok – disse se levantando – após o almoço eu estarei de volta. Ela saiu da sala e eu sabia que ela estava mais nervosa do que tinha entrado.
Fui para a recepção atrás dela e a senhora estava sentada lá conversando animadamente com minha secretária. Escutei ela falando que tinha chegado a pouco tempo na cidade, mas que estava procurando um lugar pra ficar e serviço, não queria dar trabalho pra filha. Entrei na conversa delas, pedi a Leticia para ver as vagas que tínhamos em aberto e perguntei o que ela gostava de fazer. Ela era uma senhora muito batalhadora, me contou sobre seus últimos trabalhos e sobre um acidente que havia sofrido a pouco tempo.
- Infelizmente filha, não consigo carregar mais peso – ela falou com pesar –meus braços doem um pouco ainda.
- Não tem problema – mesmo se não tivesse nada, eu ainda arrumaria alguma coisa pra ela fazer – acharemos alguma coisa pra senhora.
- Temos uma vaga no refeitório – Letícia disse me mostrando na tela do computador - posso preenche-la? – perguntou-me.
- Deve – falei decidida a contratar aquela senhora.
Ela ficou animada quando dissemos que ela poderia trabalhar conosco na cozinha. Suas funções não seriam tão pesadas, basicamente ela ficaria fazendo cafés e chás pra os funcionários. Pedi a Letícia que cadastrasse seus dados no sistema enquanto a Rafa terminava seus afazeres na empresa.
- Qual o nome da senhora? – Letícia perguntou a ela.
- Inês Santiago – ela respondeu – precisa colocar endereço? Eu ainda não sei onde irei ficar – ela falou um pouco aflita – mas se precisar eu arrumo um lugar urgente.
- Não precisa se preocupar com isso – falei acalmando-a – a vaga é da senhora – eu percebi que ela queria trabalhar de qualquer forma.
- O que acontece aqui? – Rafa perguntou se aproximando de nós.
- Sua mãe está nos contanto algumas coisas – respondi me levantando, nesse momento a Bruna entrou na sala de recepção também, ela lançou um olhar de desdém na direção da Rafaela que respondeu da mesma forma.
- Você me chamou? - ela me perguntou sorridente ate demais.
- Você pode me acompanhar na fábrica hoje? – pela minha visão periférica eu percebia que a rafa estava atenta a conversa.
- Claro meu bem – ela falou pra provocar a Rafa.
- Vamos mãe – ela chamou dona Inês – ate mais tarde Camila – ela olhou no fundo dos meus olhos e eu estava perdida.
- Estou pronta meu bem – ela disse e eu sabia que era pra provocar a Rafaela – Maurício vai nos encontrar na fábrica também.
Me despedi da Dona Inês com a promessa que a veria em breve. Acenei pra Rafaela, que me fuzilou com o olhar e eu sabia que ela não deixaria barato. Bruna não era a companhia que eu queria, mas eu precisava resolver logo esses orçamentos pra dar andamento nos pedidos da empresa. Bruna conversava pelos cotovelos, mas eu não prestei muita atenção em nada do que ela falava.
- Então o que acha? – ela me perguntou me cutucando.
- O que? – eu olhei pra ela – me desculpa, mas eu não prestei atenção em nada que você falou.
- Acorda Camila – ela disse brava – minha conversa está tão entediante assim?
- Desculpa, o que você falava? – eu não queria muita conversa, mas tentei parecer gentil.
- O que você acha de me levar pra tomar um sorvete? – ela disse sugestiva.
- Bruna, na verdade eu não posso te levar – eu não queria pra ser bem honesta – você trouxe os papéis que pedi? – desconversei.
- O que aconteceu com você? – ela insistia – fica me ignorando, quando conversamos não presta atenção em mim.
- Não temos coisas pra conversar – fui honesta.
- Podemos falar sobre nós – olhei pasma pra ela – não conversamos direito sobre tudo que aconteceu e eu queria explicar pra você o que aconteceu.
- Explicar o que Bruna? – eu não estava paciente pra essa conversa – não quero saber disso mais, eu já estou muito bem e desejo do fundo do coração que seja feliz com o Maurício.
- Claro que esta – ela falou debochada – já está se esfregando na sua assistente.
- Bruna pelo bem da nossa convivência nessa empresa, eu te peço educadamente que só falei comigo o que for referente a trabalho – eu disse direta – eu te trouxe porque a Rafaela tinha um compromisso e o Maurício não podia.
- Credo ou – ela disse ainda mais brava – eu estava tentando manter nossa amizade, já que você decidiu romper nosso namoro – eu olhei incrédula pra ela de novo. Preferi não responder e focar no que estávamos fazendo. Uma hora depois Maurício se juntou a nós e eu decidi que deveria voltar para a empresa.
Terminei algumas coisas que estavam pendentes por lá e nem vi a hora passar. Já eram duas horas da tarde e eu estava sentada lendo o contrato que a Letícia tinha redigido para dona Inês, quando a Rafa entrou na minha sala. Vi que ela trancou a porta e veio na minha direção como uma leoa vendo sua presa indefesa, engoli seco. Ela puxou minha cadeira para trás e sentou-se no meu colo, me assustei com essa atitude dela.
- A próxima vez, que você deixar aquela lambisgoia te chamar de meu bem eu acabo com a sua raça – ela puxou o meu cabelo me fazendo olhar dentro dos seus olhos, coloquei minhas mãos na sua bunda e a trouxe pra mais perto de mim – nunca mais entendeu?
- Nunca – disse beijando seu pescoço.
- Acho bom mesmo – falou ameaçadoramente e levantou o pescoço aumentando ainda mais meu contato ali.
- Não quero saber do Renato com intimidade pro seu lado – falei sem parar meu beijos na sua pele – sem pegação na sua cintura e beijinhos no rosto.
- Não tenho culpa se ele dá em cima de mim – ela me provocou – acontece – parei o que estava fazendo.
- Não me provoca Santiago – ela deu uma risada e me beijou sedutora- não era você que não queria confundir as coisas na empresa? – levantei sua saia mais ainda e comecei a passar os dedos pelo seu sex*.
- Realmente – ela disse já ofegante – não confunda as coisas na empresa – ela avançou com sua boca na minha direção – seja uma boa menina.
Nosso beijo não estava nada delicado, tinha dominação da parte dela e muito tesão da minha. Ela mordia a minha boca em forma de punição por ter deixado a Bruna me chamar de meu Bem, se fosse qualquer outra pessoa eu já teria mandado pra puta que pariu, mas ali estava a Rafaela, nem se eu quisesse eu daria conta de expulsar aquela mulher de cima de mim.
Enfiei meus dedos dentro dela e ela continuou puxando meus cabelos. Ela me fazia olhar dentro dos seus olhos, eu adorava tudo aquilo que acontecia entre nós. Seu sorriso era malicioso e a minha fome dela só aumentava a medida que sua face se transformava.
Aumentei meu ritmo e ela começou a rebol*r no meu colo. Sua língua dentro da minha boca aguçava ainda mais meu desejo de satisfaze-la. Ela disse no meu ouvido que iria goz*r, meu Deus que voz era aquela, que tesão desenfreado era aquele que ela me causava. senti seu corpo iniciar o orgasm* e não parei meus movimentos de vai e vem dentro dela. Ela gozou gostosamente nós meus dedos.
Ela sorriu pra mim e eu? Eu estava perdidamente encantada por aquela deusa gostosa, sentada no meu colo me olhando com safadeza. Ela dava leves beijinhos pelo meu rosto enquanto sua respiração ia se normalizando.
- Estamos combinadas ou vou ter que repetir? – ela disse com malicia e sorri ainda mais.
- Estamos meu amor – disse e beijei seu queixo – mas eu tenho um certo problema de memória, então você vai ter que repetir várias vezes pra eu entender melhor – ela mordeu meu lábio e saiu de cima de mim. Vi ela organizando a roupa novamente – acho que preciso te deixar mais nervosa –conclui e ela me fuzilou com o olhar mais uma vez.
- Você brinca com coisa séria Camila – dessa vez eu sorri divertida. Rafa detestava realmente ser provocada e ela odiava perder o controle de tudo.
- Queria falar uma coisa séria com você – esperei ela estar impecável novamente. Ela se sentou na cadeira a minha frente e ficou esperando-me continuar – gostaria que sua mãe viesse trabalhar aqui – avaliei sua reação, mas ela não demonstrou nenhuma.
- Olha Camila, você não me deve nada – ela disse em tom sério – não precisa se preocupar com isso, não é porque estamos ficando que você tem obrigação de fazer as coisas por nós.
- Rafa – eu disse paciente – eu quero contratar sua mãe, porque precisamos de uma funcionária e ela de um emprego – eu sabia que ela pensaria que eu estava dando o emprego por estarmos “tendo” alguma coisa – ela me parece uma pessoa muito copetente.
- Se ela se enquadrar e quiser vir, não posso impedir – ela disse por fim – vou avisar ela sobre a vaga e aviso você.
- Eu já avisei – disse com medo da reação dela – na verdade eu já a contratei.
- Você já fez o contrato? – ela parecia não acreditar.
- Ei, eu sou muito capacitada pra isso – sorri quando ela fez cara de deboche – a Letícia que fez na verdade e eu ajudei.
- Imaginei mesmo – ela não perdia a oportunidade de me sacanear – se ela já aceitou e você já fez o contrato, cabe a mim trazê-la amanhã então.
- Perfeito – eu falei contente – amanhã eu tomarei o café aqui na empresa para provar o café dela.
- Obrigada – ela me olhou com gratidão – isso é muito importante pra ela.
Liguei pra Letícia e pedi pra ela levar o contrato para o RHe efetivar a contratação da dona Inês. Rafa acompanhava tudo calada, somente concordava quando eu perguntava se estava certa a minha explicação pra Letícia. Decidi não a convidar pra sair aquela semana, queria que ela ficasse com a mãe.
Rafa e eu estávamos cada vez mais ligadas, não tínhamos trans*do mais no meu escritório e olha que não foi falta de tentativas da minha parte. Ela era muito atenciosa e sempre me tratava da forma mais carinhosa possível. Ela era um pouco ciumenta quando o assunto era a Bruna e nós decidimos que não brigaríamos pelas provocações dela ou cantadas do Renato.
Sempre ligava pra ela a noite pra saber como ela estava e desejar boa noite, ao fundo podia escutar dona Inês cantarolando, ela estava feliz em poder estar com a filha e ver a Rafa feliz me fazia feliz também. Eu havia decidido pedi-la em namoro oficialmente, não fazia sentindo continuar apenas ficando com ela, se já nos tratávamos como tal.
Chamei minha irmã para irmos ao shopping ver um filme. Morávamos na mesma casa, mas nos víamos muito pouco, eu sentia falta de sair com ela como antigamente. Andávamos pelos corredores olhando as lojas, Carol as vezes entrava em algumas e comprava algumas coisas. Ela sempre teve muito bom gosto. Pedi sua ajuda para comprar as alianças que eu daria pra Rafa, ela escolheu um modelo lindíssimo, que me agradou na hora.
- Será que ela vai gostar dessas Carol? – disse com receio – não é muito cheguei?
- Claro que não Cami – ela estava mais eufórica que eu – eu ficaria maravilhada com essas alianças – ela me olhou feliz – eu fico muito contente com esse namoro, mesmo ela não me pedindo sua mão – brincou.
- Meu Deus Carol – disse rindo dela – quer que ela fuja de mim? – rimos juntas.
Finalizamos a compra e eu marquei de encontrá-la no fim de semana. Estava contando as horas pra essa surpresa. Dona Inês havia começado a trabalhar no refeitório e já tinha conquistado metade da empresa, a outra metade ainda fazia cu doce. Ela era atenciosa com cada funcionário, sabia os gostos dos mais assíduos de lá e eles a tratavam como uma mãe. Rafa me agradeceu várias vezes pelo emprego, eu apenas a contratei, tudo o que ela estava conquistando lá dentro era mérito dela.
O casamento do Maurício já estava chegando, na empresa não se falava outra coisa, já tinha até um bolão pra ver quanto tempo ele ficaria casado. Claro que eu não concordei com isso, era um absurdo as pessoas apostarem no fracasso de um casamento, briguei com eles e apostei um ano, não me julguem.
Evitei de todas as formas estar com a Bruna sozinha na mesma sala, não sei se era impressão minha, mas ela me olhava as vezes e eu sentia um desconforto. Rafaela sempre estava atenta a tudo, as vezes comentava algumas coisas comigo e outras guardava pra ela. Não tinha uma reunião dos diretores em que elas não trocavam farpas.
- Não sei porque vocês descordam tanto uma da outra – Maurício disse alheio ao que acontecia a sua volta. Sua secretaria entrou e deixou alguns papeis para que ele assinasse, assim que ela se virou, vi que ele deu uma passada discreta da mão nas pernas dela.
- Obrigada – ele agradeceu e ela sorriu sem graça. As meninas não perceberam o que aconteceu, mas eu estava atenta a ele. Esperei elas saírem da sala e pedi a rafa que me esperasse de fora.
- O que foi prima? – ele perguntou assim que fechei a porta.
- Eu vi o que você fez Maurício – disparei e ela parecia não entender – eu vi você passando a mão na perna da Sabrina – vi sua face ficar assustada – não precisa entrar em desespero, eu vou te dar um voto de confiança – cheguei bem perto dele – nunca mais, dentro dessa empresa, eu quero ver o que vi hoje – falei firme e ele abaixou a cabeça envergonhado.
- Desculpa prima – disse sem graça – eu, não vou mais fazer isso com a Bruna, prometo.
Sai da sala e a Rafa me esperava sentada no sofá da recepção. Preferi não comentar com ela. Terminamos de resolver os últimos detalhes daquela reunião na minha sala. Ela tinha algumas coisas na sala dela para serem resolvidas e preferi terminar as minhas ali mesmo. Combinamos de nos encontrar no refeitório mais tarde para tomar um café com a mãe dela. Como eu não estava fazendo nada resolvi descer mais cedo.
Eu estava no refeitório conversando com a Dona Inês que fazia um café pra nós. Aquela cena do Maurício na me saia da cabeça. Como o cara que está prestes a se casar faz umas coisas dessas? Eu não conseguia entender.
- O que martela nessa cabecinha – Dona Inês perguntou me vendo pensativa.
- Nada Inês – menti – só estou um pouco voada hoje - Está gostando do trabalho Inês? – ela tinha me proibido de chamar de dona.
- Estou sim filha, as pessoas me tratam muito bem – ela tinha um leve sotaque do interior – lá onde eu trabalhava antes, o povo era meio nariz em pé, aí já sabe como funciona, pra nós empregados mais pobres.
- Tem gente que não dá valor no trabalho dos outros – ela colocou um pouco de café na xícara e disse pra eu ver se estava como eu gostava – a senhora não erra nunca – disse saboreando o líquido – agora sei com quem a Rafa aprendeu a fazer café.
- A Rafaela fez café pra você? – ela perguntou espantada, fiz que sim com a cabeça – minha nossa senhora, não tô acreditando.
- Porque? – perguntei curiosa – ela não faz café?
- Minha filha agora eu entendi umas coisas, sabe – ela disse pensativa – a Rafa não faz café desde que o pai saiu de casa, ela fazia café pra ele, mas ficou decepcionada com aquele traste e nunca mais fez – ela ficou me olhando um tempo - ela gosta de você – disparou e ficou olhando minha cara – e você gosta dela ?
- Eu gosto dela – disse sincera, não tinha como mentir – eu.. a senhora.. não se importa de.. de..
- Dela namorar mulher ? – pelo visto ser direta era de família, fiz que sim – não minha filha, Rafa tem direito de ser feliz com quem ela achar que deve – eu vi sinceridade naqueles olhos cansados – eu só quero que ela seja feliz, e eu espero que você a faça feliz.
- Eu farei Inês – disse – ela é importante pra mim, não magoaria a Rafaela, pode ter certeza que farei o possível pra isso não acontecer.
- O que não vai acontecer? – dei um pulo de susto, quando ela disse isso nas minhas costas.
- Você quer me matar? – disse com a mão no peito.
- Tá fazendo coisa errada, pra estar assustada assim? – ela perguntou desconfiada
- E tem como eu fazer alguma coisa dentro dessa empresa sem que você saiba? – perguntei fingindo estar brava, ela riu.
Ficamos batendo papo e ela ficou perto de mim fazendo carinho na minha mão. Dona Inês acompanhava nossa conversa sorrindo e eu vi tanto amor nos olhos delas, ali tinha cumplicidade e respeito. As deixei conversando e fui falar com meu pai antes de ir pra minha sala. Meu pai me contava animado sobre a conversa dele com minha mãe, já passava da hora deles se acertarem. Dei um beijo no seu rosto e sai de lá.
Entrei no escritório e liguei pra Carol. Tínhamos combinado de sair, mas ela me disse que esse fim de semana iria com a Bruna e o Maurício para a fazenda da família, ver alguns detalhes do casamento, o bendito casamento. Desliguei a ligação da Carol e liguei pra Rafaela.
- A saudade foi tanta que já me ligou? – ela disse depois de atender no segundo toque.
- A saudade me consome – brinquei com ela.
- Daqui a pouco eu chego e matamos ela, mas cada uma na sua cadeira – ela me lembrou.
- Assim não tem graça alguma matar a saudade – fingi chateação.
- Aconteceu alguma coisa? - ela perguntou do outro lado da linha.
- O que vai fazer mais tarde?
- Nada. Porque? -perguntou curiosa – algo em mente?
- Quer jantar comigo hoje? – a convidei.
- Quero – eu adorava a forma direta que ela sempre resolvia as coisas.
- Dorme lá em casa? – sugeri e escutei sua risada maliciosa.
- Está querendo abusar de mim senhorita Bacceli?- ela perguntou sensual e arrepiei.
- A noite inteira se você deixar – devolvi no mesmo tom – dorme?
- Durmo sim – ela me respondeu – preciso só avisar minha mãe que não estarei em casa, me buscar às vinte?
- Te buscaria até na lua se você me pedisse – falei galante.
- No momento preciso apenas na minha casa, mais vou anotar essa sugestão.
- Você gosta né ?! – falei divertida.
- Gosto não, eu amo – ela disse seria e eu fiquei na dúvida se ainda estávamos brincando ou se ela me falava que me amava.
- Ama? – perguntei pra ter certeza.
- Amo – ela foi enfatiza – preciso desligar, te espero em casa então e já sabe.
- Não me atrasar – disse e me despedi. Meu coração estava na minha boca, ela tinha me confirmado que me amava. Fechei meus olhos e fiquei lembrando de sua voz falando que ama.
Meu apartamento não era bagunçado, mas em vista da casa dela parecia um lixão. Juntei todas as roupas que estavam espalhadas e recolhi as embalagens de comida que estavam jogadas nos cantos. Eu iria fazer o jantar pra ela e era pra ser uma noite perfeita.
Arrumei a mesa com as taças e velas, aromatizei o ambiente e fui para o banho, não podia me atrasar. Vesti uma calça jeans clara e um baby look preta, lavei meus cabelos e os deixei soltos para secarem naturalmente. Sai de casa rumo a casa da Rafa na hora certa, estava aprendendo a ser pontual com ela.
Parei meu carro na porta e desci para espera-la. Mandei mensagem avisando que estava na porta, aguardei sua resposta e a porta foi aberta. Inês me deu boa noite e me chamou para entrar.
- Boa noite filha – me deu um abraço – vem pra dentro, tá meio frio hoje.
- Obrigada Inês – a respondi educadamente – o tempo anda estranho ultimamente.
- Fica à vontade, Rafa já está descendo – ela apontou o sofá para que eu me sentasse – eu enrolei ela hoje e ela deve estar brava porque odeia atrasos.
- Imagino como ela deva estar – ri da cara divertida dela – a senhora vai ficar aqui sozinha?
- Não filha, minha amiga vem aqui pra casa hoje e acho que um amigo vai ficar comigo também – ela falou e piscou pra mim, sorri da cara sapeca que ela fez - não se preocupe que vou estar bem.
Aguardamos juntas a Rafa descer, ela me distraia contando como tinha sido o dia dela no trabalho e sobre esse ‘’ amigo’’ novo. Tem poucas pessoas que são felizes naquilo que fazem, ela estava radiante e eu também por ter ajudado ela no trabalho, uma coisa boa atrai outra. Continuei escutando-a falar empolgada. Rafa desceu e eu tive um mini infarto com aquela deusa a minha frente.
- Vai matar alguém hoje filha? – a mãe dela me olhou e deu um sorriso jocoso – tem problemas cardíacos Camila? – eu estava perplexa demais pra pronunciar qualquer coisa.
- A senhora que vai matar a menina de vergonha mãe – ela disse fingindo repreender a mãe – ela é tímida – falou debochada.
- Quem tá matando ela é você Rafa e acho que de outra coisa – fiquei roxa na hora, o sangue do meu corpo todo foi pro meu rosto com aquele comentário.
- Meu Jesus – falei sem graça e elas riram mais.
Depois delas rirem da minha cara e eu tentar voltar a cor normal, nos despedimos da Inês e prometi que entregaria a filha dela sã e salva. Caminhei ao lado da Rafa até o carro, eu parecia um pivete ao lado da menina mais linda da escola, meu sorriso estava quase rasgando meu rosto. Ela usava um vestido preto longo que possuía uma fenda do lado direito e quando ela caminhava o tecido cedia deixando a mostra sua perna torneada. Assim que ela passou por mim para entrar do lado do passageiro no carro, vi que o vestido deixava suas costas inteiras nuas e não me contive, estava tentador demais. Segurei em sua barriga a deixando de costas para mim, beijei seu pescoço e aspirei o perfume que vinha dele.
- Você vai me matar realmente – disse dando beijos no seu pescoço e ombro – sua mãe estava certa.
- Guarda essa fome toda pra mais tarde – ela virou na minha direção e mordeu meu lábio inferior – porque eu estou cheia de apetite – meu tesão foi a nível hard com esse comentário dela.
Entramos no carro e peguei em sua mão. Fiquei segurando ela o caminho todo, não soltei nem pra passar a marcha do carro. Ela me sorria lindamente e palavras não precisavam ser ditas naquele momento. Estacionei o carro na garagem e abri a porta para que ela descesse. Segurei sua mão e a conduzi para dentro do apartamento. Seria a primeira vez que ela iria entrar na minha casa, confesso que estava um pouco nervosa. Abri a porta e a deixei entrar primeiro.
- Está surpresa? – perguntei vendo a cara dela olha do pro interior do apartamento.
- Digamos que imaginei que seria diferente – ela disse – esperei um pouco mais desorganizado.
- Que engraçadinha – falei debochada – venha moça, nosso jantar nos aguarda.
Puxei a cadeira para que ela se sentasse a mesa, ela me agradeceu e perguntou se eu precisava de ajuda, claro que não a deixaria fazer nada, hoje ela era minha convidada de honra, fora que não conseguiria me concentrar em nada com ela do meu lado com aquela roupa.
Fui até o quarto e peguei a caixinha com as alianças, deixei dentro do bolso e entregaria no momento certo. Sai de lá rumo a cozinha, precisava terminar de organizar nosso jantar.
- Espero que goste – coloquei o prato em sua frente. Eu escolhi fazer uma receita que meu vô tinha me ensinado quando era mais nova, rezei pra ela gostar – Frango a cordeon no molho bechamel – olhei o prato – ao menos bonito está.
- Antes de comer com a boca, comemos com os olhos – ela me olhou maliciosa e senti o duplo sentindo em sua frase. Sorri – parece estar bem... apetitoso.
- Eu garanto que você vai gostar bastante de comer – Rebati com duplo sentido também, ela riu de canto entendendo a referência.
- Tenho certeza que vou – ela disse e senti um arrepio na espinha.
- Prove – sugeri.
- A Comida ou você? – minha calcinha umedeceu instantaneamente.
- Os dois – entrei no seu jogo e ela sorriu sensualmente – deseja beber algo?
- Desejo sim – ela falava envolvente – quais são as opções?
- Tenho cerveja bem gelada e bebidas quentes. Qual prefere?
- Gosto de tudo quente – senti uma fisgada no meio das pernas – Vinho – sugeriu - eu gostaria de beber vinho – caminhei até a cozinha e sentia seu olhar em mim. Peguei o melhor vinho que eu tinha em casa e enchi sua taça, fiquei olhando ela beber um gole. Seus olhos presos nos meus e seus movimentos delicados faziam aquela mulher ficar ainda mais atraente, gostosa e sensual demais.
Jantamos sob um clima de sensualidade e eu sabia que ela adorava mexer comigo, sempre que podia falava alguma coisa pra atiçar ainda mais meu desejo. Terminamos o jantar e a convidei para sentar na varanda para terminarmos o vinho.
- Carol não vem pra casa? – ela cruzou as pernas de forma sensual prendendo minha atenção ali, enquanto me olhava atentamente.
- Sim.. Não, não – disse atrapalhada e ela sorriu vendo o efeito que causava - Ela foi pra fazenda ajudar na organização do casamento.
- Eu havia me esquecido, ela comentou comigo mesmo. – Seus olhos me fitavam intensamente.
- Você consegue ser tão linda sem fazer esforço algum – disparei e me sentei ao seu lado – eu não canso de te olhar – ela não disse nada, apenas ficou me olhando – você me faz sorrir mesmo quando não está comigo, só de lembrar que existe na minha vida – falei – seu perfume se tornou o melhor aroma do mundo pra mim e seu sorriso a minha melodia preferida – segurei suas mãos e ela sorria – eu estou apaixonada por você Rafaela Santiago.
- Eu estou apaixonada por você Senhorita Bacceli – ela se aproximou e beijou meus lábios delicadamente. Segurei seu rosto em minhas mãos e permiti que sua língua invadisse minha boca explorando cada canto que pertencia a ela. Seus lábios conduziam os meus com maestria, em um beijo que dizia muito mais que mil palavras juntas, se correspondiam com a mesma intensidade.
- Quero te fazer uma pergunta – disse assim que terminamos de nos beijar.
- Pergunte – ela disse curiosa – me levantei e segurei sua mão. A puxei delicadamente rumo ao quarto e parei de frente pra ela – Sim, eu quero – ela disse.
- Quer o que? – perguntei confusa.
- Fazer amor com você – ela disse vindo me beijar, a afastei delicadamente.
- Você é muito ansiosa – eu disse rindo – mas não era isso senhora desespero.
- Era o que então? – ela perguntou não entendendo – pergunta.
- Você gosta de estar sempre no controle – cheguei perto dela e a puxei pela cintura grudando seu corpo no meu – gosta de mandar e ser obedecida.
- Gosto – ela falava charmosa – vai fazer o que eu quiser?
- Vou, vou fazer o que você me mandar fazer – beijei seu pescoço e escutei um gemid* – mas antes – beijei seu queixo – quero saber – passei minha mão na perna dela e fui em sentido ao seu sex* – se você – senti o tecido molhado mostrando todo seu desejo – gostaria de namorar comigo? - continuei dando beijos no seu pescoço e ela ficou estática, parei o que estava fazendo e olhei pra ela.
- O que você falou? – ela parecia não ter entendido ou não acreditava no que tinha escutado.
- Queria saber se você quer namorar comigo? – repeti receosa.
- Eu.. – ela ficou me olhando e meu coração disparou, e se ela não aceitasse? – eu quero muito namorar com você – suspirei de alívio e ela me beijou sorrindo – eu quero sim.
- Então você aceita mesmo? – eu precisava escutar de novo.
- Claro que aceito meu amor – ela segurou meu rosto e olhou dentro dos meus olhos – Eu amo você Camila e quero ser sua namorada – meu coração deu até uma falhada. Eu estava feliz demais, eu sorria e ela sorria, nós olhamos apaixonadas.
Ela veio em minha direção e beijou meu pescoço, suas mãos possessivas passeavam pelo meu corpo como se demarcassem que ali era propriedade dela. Ela retirou minha blusa e me beijou delicadamente.
- Não precisamos de pressa – ela disse rouca no meu ouvido. Seus dedos ágeis abriram minha calça e a vi descer junto com a peça para tirá-la. Seu olhar estava na altura do meu sex* e ela aspirou o cheiro que vinha dali – gostosa – sua voz me estimulava sem ela tocar em mim. Ela subiu passando as mãos suavimente e meu corpo se arrepiava a cada movimento seu.
Fim do capítulo
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Manu78
Em: 22/04/2020
Amando essa história!
Parabéns autora!
Não demora a postar...por favor!!!
Bjs
Resposta do autor:
Oie Manu78.
Que bom que esteja gostando, isso me deixa feliz por demais =]. Obrigada pelo carinho.
Posteiiiiii, pra matar o que esta te matando.
Bjokas.
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Brescia
Em: 21/04/2020
Boa noite mocinha.
Adorei tudo ,até mesmo a parte da chata e a noção da Bruna,rs.
Baci piccola.
Resposta do autor:
Oie Brescia.
Que bom que você gostou. A bruna é um caso a parte né?! Nao tem noção de nada, vamos ver o que essa doida vai aprontar.
Obrigada pelo carinho.
Bjokas.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 21/04/2020
Pegou fogo gente.
Resposta do autor:
Oie Marta.
Queima tudoo, eita lasqueira brabaa =]
Bjokas
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