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Contradictio por Katherine

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Palavras: 4537
Acessos: 2041   |  Postado em: 17/04/2020

Notas iniciais:

Come To This / Natalie Taylor - Música do capitulo.

Pallium

Contradictio

 

 

“Pallium”

 

 

***

 

 

“Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.”

- Sigmund Freud

 

 

***

 

Alguns dizem que é um processo feito de etapas e superação. Antagônico á isso, existem os que crêem que foram marcados e serão acompanhados por ele pelo resto de suas vidas por. Um buraco negro sugando constantemente todas as suas energias, não podendo suprir qualquer demanda além dessa, assim outros tantos o caracterizam, e alguns poucos- ou a grande maioria- não se dão a liberdade de sentir-lo. Contudo, fato é que o sofrimento e a dor que o acompanha são reais e singulares á cada um.

 

O luto é um sentimento vivo, isso significa que assim como o amor, é uma construção social. Não significa que é uma “criação” humana, todos passam pelo luto, mas cada um de nós sente-o de uma forma única. Todos morrerão um dia, essa é a promessa que acompanha a vida, mas poucos estão preparados para isso e tão pouco, ainda menos, para perder alguém amado.

 

 

“- Não, Não, Não! - Iara implorava entre soluços.  A pele, agora completamente pálida, branca destacava-se do carmesim do sangue - Não me deixa... não nos deixe, por favor, meu amor! - A loira tentava conter o sangramento na região do tórax da mulher – Você não tem esse direito Katherine. Eu te proíbo, entendeu?!

 

- E- Eu... - tentou balbuciar, mas tinha a garganta invadida pelo metálico e viscoso líquido - Eu...  t-também  amo-mo vocês! - Com o ultimo resquício de força que tinha em si, a policial levou suas gélidas mãos á face da loira e secou-lhe algumas lágrimas com o polegar – F-Foi. vo-você, sem- sempre foi vo-cê, a única garota no-no mun-mundo pa-ra mim!- completou como um mínimo sorriso, antes dos azuis cederem ao peso da escuridão.

 

- Kath? - Iara não poderia crer, não tinha coragem para crer – Emanuella? Por favor, meu anjo... - A médica ainda lutava para conter a hemorragia e de longe pode avistar os paramédicos aproximando-se - Agüenta firme, meu amor, por favor. Resista por nós!

Mas ela não pode resistir e essa foi a ultima vez que os azuis se fecharam. "

 

 

 - Senhorita? - A voz soou distante – Senhorita Muller?- insistiu com maior intensidade quando não recebeu uma resposta.

 

- Sim, eu... – Engoliu em seco, ainda perdida- Desculpe-me!- A doutora tentava focar sua atenção ao homem, mais sua mente era tomada por lembranças que queria esquecer. Talvez assim não doessem tanto. - O que dizia? – indagou confusa.

 

Aquela sala provocava-lhe extremo desconforto. Teoricamente, eram para ser acolhedora, a cor, os quadros emparelhados na parede atrás do psicólogo, a calma do homem á sua frente, tudo ali transmitia confiança e neutralidade, entretanto Iara não se sentia assim.

 

- Eu perguntei como está indo sua rotinas nos últimos meses! – Ele reafirmou, esperando por uma resposta.

 

- Muito bem, doutor!  – Abriu um sorriso forçado- Acabei de voltar ao trabalho e ontem fiz minha primeira cirurgia desde... – Parou abruptamente – O senhor sabe! – suspirou pesado.

 

- Você já doou aquelas coisas como havíamos combinado na última sessão?- Indagou ele, sem tirar os olhos do bloco onde fazia inúmeras anotações.

 

-Não! – respondeu a loira, desviado os verdes para os dedos inquietos.

 

- E por que não? – Dessa vez sua atenção foi para a mulher sentada confortavelmente na ponta esquerda do sofá, a diante.

 

- Não quero falar sobre isso!- pontua firme, sentindo os olhos arderem – Só preciso da receita e dos remédios! – conclui encarando o senhor, que a mirava neutro, atrás do aro quadrado de ferro.

 

-Já conversamos sobre isso, Senhorita Muller... – Retoma pacientemente, ignorando a postura introspectiva e ansiosa da paciente – Não são remédios que precisa agora e sim seguir em frente!

 

- Eu não quero seguir em frente! – gritou irritada – Quando você e todos iram entender, que eu não quero? – rosnou, farta daquela auto-ajuda barata, em sua própria concepção.

 

- Ela não vai voltar, Senhorita! - o profissional inicia, calmamente - Por mais que passe anos desejando, com todas as suas vontades... Eu sinto muitíssimo!- os verdes foram para o homem sentado em postura relaxada – Passaram-se dezesseis meses desde o fatídico dia, a senhorita precisa seguir com sua vida.  Sua filha precisa da mãe ainda está viva! - Completou.

 

- Já lhe disse uma centena de vezes que é SENHORA, Senhora Muller Castiel! - Iara saltou da poltrona e de forma irritada, pôs-se a dizer, fazendo uma enorme questão em relembrar-lo os substantivos de tratamento para sua pessoa. 

 

- Está em negação novamente, senhorita Muller!- O Homem confrontou-a calmamente.

 

- É senhora Muller Castiel e se não fará seu trabalho assinando essa porcaria de prescrição, considere a seção encerrada de forma definitiva! – Irritada ela vociferou, antes de sair da sala batendo a porta atrás de si.

 

 

 

***

 

 

 - Como não encontraram? - A delegada estava tomada pela raiva.

 

- Doutora, ele sumiu. Desapareceu! - Replicou Juliana com certa exaltação.

 

Estava exausta! 

 

Todos esses meses na cola do maldito atirador que tirara a vida da prima e até agora nada, nem rastros do infeliz. Encontraram uma mochila com equipamentos profissionais e uma arma de para alvos á longas distâncias, mas fora isso, nada mais relevante.

 

- Não me importo onde esse desgraçado se mete! - Mirou a ruiva e de forma ameaçadora- Ache-o e prenda-o. Ninguém mata um policial e sai impune, não em minha delegacia, não um dos meus! – Pontuou, endireitado a postura e suspirando - Volte ao trabalho! - voltou a se sentar.

 

 

***

 

Dezesseis meses, vinte dois dias, cinco horas e nove segundos.

 

 Essa era a contagem que martelava na cabeça de Iara e á cada segundo que se passava e ela só fazia aumentar.

Doía tão profundamente, a ponto de não conseguir respira. Não suportava sentir aquilo, não suportava a saudade provocada pela ausência dela.

Viveu os últimos meses com suas emoções mortificadas pelos remédios e quando eles acabavam e começava a dor novamente, ela ia atrás de mais alguns “paliativas” e anestésicos comprimidos. Assim ela poderia calar sua dor e seguir com sua vida, cuidado de sua filha.

 

“Era uma mãe horrível!”

 

Angeline sentia tanta falta dela, mas não conseguia ficar muito tempo com a criança. Toda a sua melancolia extrapolava algumas fronteiras e a pequenina acabava por ser atingida pelas suas emoções e ficava acuada em seu cantinho, como se sentisse o luto da maior. Isso não era saudável para a criança.

 

Recentemente tinham retomado a rotina, seguindo com a normalidade quando possível, mas mesmo assim ainda doía.

 

 

 “Ainda era doloroso!”

 

As imagens da esposa em uma mesa cirúrgica, o "bip" dos aparelhos, o som descompassado de seu coração, suas mãos tremulas segurando o bisturi- ele nunca fora tão pesado como foi naquele dia- o suor escorrendo por sua fronte e embaçando sua visa.

 

O coração mais puro e intenso que já conheceu, simplesmente deixou de bater em suas mãos. Interrompeu impiedosamente o ritmo natural da vida da única mulher que amou, sem pedir permissão, sem avisar.

 

Iara permitiu as lágrimas aliviarem a pressão em seu peito e a dor em suas entranhas e mais que depressa rumou para casa. Tudo no automático, pois era assim que vivia nesse último ano. 

 

O único momento de consolo e alegria era quando as gargalhada infantis de Angeline aquecia seu coração ou nos momentos que partilhavam juntas.

 

“Agora será eu e você contra mundo outra vez, baby girl!”

 

Não queria que a pequena se esquecesse da outra mãe, mas era difícil responder quando Manu perguntava pela morena e alegava sentir saudades. Seu coração se partia em dois.

Correu pela escadaria até os aposentos de Angeline e encontrou-a dormindo como um anjo. O sorriso pequeno cresceu nos lábios rosados, enquanto admirava “seu pequeno tesouro”, depositou na testa um beijo e guio-se para seu quarto.

 

Os passos eram pesador e cansados, como se carregasse o mundo sobre os ombros.

Fez o mesmo ritual de sempre.

As roupas iam deixando o rastro pelo caminho que tomava  até o banheiro e quando os músculos relaxarem na a água morna os verdes se fecharam, engolidos pela escuridão.

 

 

“- De novo!- Ordenou a medica para o assistente – Eu disse de novo!- Replicou quando não obteve respostas.

Todos olhavam o desespero da mulher com piedade. O “bip” e a linha contínua no pequeno monitor indicavam que não havia mais soluções. Pela enésima ela descarregava o choque do desfibrilador no coração sem ritmo e nada mudo, nenhuma oscilação mínima se quer.

- Doutora, eu sinto muito! – respondeu ele, sem coragem de encarar os verdes da mulher.”

 

 

“Eu sinto tanto, meu anjo de cabelos negros!” – Uma lágrima solitária caiu.

 

 

Como isso pode acontecer?

Como pode ser isso?

Não há final

Não há paz

A escuridão é tão perto

As luzes rapidamente apagam

 

E agora está tudo acabado

Agora tudo se foi

 

 

A canção tocou seus ouvidos e navegou pela mente.

 

 

Escuridão mantém suas garras

Como chegamos a isso?

 

Você vai me ouvir quando eu falar?

Você sente a dor comigo?

Eu tentei ser tão forte

Eu pensei que a esperança viria

Mas você não está aqui

 

 

Iara balbuciava as letras, já tão conhecida, e cada palavra parecia arrancada junto á uma parte do seu coração.

 

 

Escuridão mantém suas garras

Como chegamos a isso?

 

Por favor, volte (4x)

Volte para mim

 

Escuridão mantém suas garras

Como chegamos a isso?

 

Quando a água já estava começando á esfria, enrolou-se em um hobby qualquer e caminhou até a cama.

 

Sentou-se e suspirou cansada. Olhou para o lado esquerdo da cama... vazia.

 

 Apenas a jaqueta de couro preta preferida de Emanuella, aquela que levou consigo quando partiu fugiu para New York, ainda tinha o cheiro emadeirado do perfume dela, era seu "remédio para dormir".

 

Voltou os verdes para o móvel de cabeceira e preparava-se para mudar o foco, mas teve sua atenção tomada.

 

Um buquê de rosas negras e um envelope aveludado, igualmente negro, e a grafaria á punho era em letras douradas.

 Desconfiada, percorreu o quarto com os olhos, como quem procura algo ou alguém que explicasse as flores ali.

 

-Mas... - As mãos de dedos finos e unhas bem feitas foram de encontro ao envelope, abrindo-o lentamente, como quem não tem certeza do que está prestes a fazer.

 

“Talvez fosse de algum sócio “empático” desejando condolências!” – tranqüilizou seu cérebro.

 

 

 

 

"Meus sentimentos á família Muller Castiel.

Atenciosamente,

A dama de ferro "

 

 

 

O frio subiu por toda sua espinha e o rosto perdeu a cor.

 

“Deus, não poderia ser. De novo não!”

 

 

“O celular tocava incansavelmente, enquanto o cursou acusa como desconhecido o remetente.

- Alô? - Mesmo achando estranho ela atendeu.

- Augustos Muller tem uma divida com “a dama de forro”, caso não seja sanada iremos atrás de sua filha! – completou a voz robótica antes de a ligação ser encerrada.

Deixando uma temerosa Iara á ouvir a linha muda. ”

 

 

Há três meses passou a receber ligações e mensagens de ameaça. Certamente algum negócio mal sucedido de seu progenitor não morreu com ele e agora voltou para cobrar seu preço, mas Iara recusava-se terminantemente a fazer o que estavam lhe pedindo. Era um crime hediondo. E mesmo sobre ameaças de morte, não cederia.

 

***

 

 

 

- Eu já lhe disse que estou fazendo tudo que está em meu alcance! - Um Pedro Castiel, extremamente exaltado, dizia - Ela também era minha filha, Luciana! - Completou consternado. Não conseguia ver acusações nos olhos da esposa.

 

A casa que outrora abrigava a família "ideal", agora se parecia mais com um campo de guerra. Os nervos estavam à flor da pele, tudo era motivo de discussão entre ele e Luciana Castiel.

 

- Ache quem matou minha filha! - A ruiva tinha ódio e repulsa no olhar e seu tom de voz não escondia sua revolta- E quando encontrar-lo, faça-o apodrecer no fundo de uma cela escura, Senhor presidente! – Completou ironizando as últimas palavras, e em seguida saiu do cômodo á passos duros. Mas antes de sair, arrematou, sem olhar na direção do homem - Eu nunca te perdoarei pelo que fez! - E foi-se.

 

O moreno respirou fundo, como se aquilo fosse capaz de acalmar sua atormentada mente. Sentiu uma lágrima solitária correr por sua face.

Katherine era sua cópia perfeita, até o ar soberbo, como que diz "nada me atinge", herdara do homem. Sorriu Saudoso, lembrando-se de como a menina era "durona" desde a tenra infância.

 Não queria chorar, para ele era demonstração de fraqueza e não poderia ser fraco agora.

 

Seu império estava firmado, alcançou tudo que ambicionou. Contudo sua consciência não deixava de gritar uma única pergunta... A que preço?

Tudo que lutara por anos para conquistar, estava em suas mãos. O escritório, sua reputação, seu cargo como Chefe maior de Estado.

Fizera um acordo com o próprio diabo e ele não tardou em cobrar seu preço. 

 

- Maldita Merida Martinelli! – vociferou - Mil vezes maldita! - Gritou o homem.

 

 

***

 

 

Um, dois, três, mais outro e depois outro,  Até seus punhos dizerem chega e então ela  socava mais e mais vezes o saco de Box.

 Respirou fundo tomando ar, podia ouvir as batidas aceleradas de seu coração.

 

Sentia-se culpada de certa alguma forma.

 Talvez se estivesse por perto, se estivesse cuidando dela como prometeram cuidar uma da outra, Emanuella ainda estivesse viva. Amava sua prima como uma irmã e como qualquer ser humano que insiste em negar dor, optou por se culpar, na tentativa vã de diminuir seu sofrimento. 

Ela não estava mais ali para brigarem e se “esmurrarem’ para ver que teria direito ao ultimo pedaço de pizza ou o lugar no piano de calda do vovô Salvatore. Não estava por perto para se estapearem para ver quem iria tomar banho primeiro, nem para discutirem quando ambas queriam ir ao balaço e  apenas um estava vago.

 

Havia morrido e parte da culpa era sua também, assim pensava a investigadora.

 Voltou a descarregar toda a sua raiva no saco de Box vermelho em sua dianteira.

 

- Se a intenção é furar o saco... - A voz melodiosa anunciou - Continue, está fazendo um excelente trabalho! - A morena, enroupada em uma sexy e formal roupa, cruzou os braços sobre os seios e um sorriso sedutor desenhou-se em seus lábios carnudos, pintados por um vermelho vibrante.

 

- Em quem caralh*s é você? - Uma Juliana nada receptiva, questiona a Mulher de rebol*do cativante, constatou a policial ao ver-la caminha para perto, enquanto o som do salto em contato com o piso gelado era ouvido.

 

- Meu nome é Melannie d’Angelis, e... - estendeu a mão em direção à Juliana - O  prazer é todo seu, bella signora (senhorita bonita)! - sorriu a sedutora Italiana de olhar conquistador.

 

- Eu não conheço nenhum d’Angelis! – respondeu e propositalmente ignorou a mão estendidas em sua direção, deu dois passos á frente - E está invadindo minha casa, bella signora!- Devolveu em puro sarcasmo, a medida que retirava as bandagens das mãos.

 

A Italiana preparava-se para replicar, mas pode perceber pela esguelha dos Avelãs o golpe da policial aproximando-se  furtivamente á sua direita.

 

- Qual é,  Donna (mulher)! - Disse após defender-se do soco.

 

- Eu falo português!- rebateu entre dentes e já se preparava para aplicar um novo golpe – Então se quiser se dirigir a minha pessoa, fale nesse idioma!- rosnou.

 

Juliana não sabia dizer o motivo, contudo a linda Mulher sexy- em suas próprias palavras- despertava-lhe um descontrole até então desconhecido e a cada sorriso soberbo que se desenhava naqueles lábios pecaminosos, ao esquivar-se habilmente de seus golpes, sua irritação crescia.

 

Salvatore investiu um belo soco na altura do estomago de Melannie, que prontamente desviou, puxando a investigadora para junto de seu corpo e mantendo-o cativa com as costas coladas em seus seios fartos.

 

- Seu cheiro é maravilhoso, Wild Lady (Senhora selvagem)!- Sussurrou-lhe ao pé do ouvido e observou os pelos ruivos eriçarem. Sorriu envaidecida.

 

- Já disse para falar em português comigo, sua... Sua... - Tentava encontrar um adjetivo a altura da “invasora de residências”, enquanto deu uma cotovelada na altura das costelas de Melannie  e libertou-se das amarras de seus braços fortes - Italiana abusada! - completou parando para respirar.

 

As mulheres não sabiam dizer se estavam ofegantes pela luta que se desenrolara entre elas ou se pelos descompassados corações cavalgastes.

 

“Que pecado em forma de mulher. Pelas Deusas!?  Se fosse em qualquer outro dia, não me importaria de ter-la invadindo minha casa, ou meu quarto, de preferência! " - Sorriu dos pensamentos nada puros que acabara de ter, a Investigadora Salvatore.

 

-Wild Lady, por mais que eu ame esse contato do seu corpo ao meu... - Sorriu sedutora, a maliciosa italiana, apoiando-se nos joelhos para tomar - Vim á trabalho! - completou endireitando-se e levando uma mecha dos longos e negros cabelos que lhe caia sobre o rosto, até a orelha.

 

- Eu não sou uma “dama selvagem" ou  seja lá o que falou! – repreendeu, partindo novamente em direção a de Angelis, porém desta vez ambas foram ao chão - Você é quem entrou na casa alheia sem ser convidada... - dizia enquanto rolavam pelo piso, travavam uma disputa para ver quem ficaria  por cima, ou melhor,  "dominaria" a luta - Italiana Abusada! - completou.

 

- Rossa dall'infern (Vermelho dos infernos)!- Rosnou italiana revirando os olhos- Ninguém, repito, ninguém nesse mundo tive a audácia de  amassar minha camisa preferida! - observou enraivecida rolando sobre a ruiva e amarrotando todas as caríssimas roupas. Mas logo voltou a sua postura sedutora, mudando de tática - Desculpe-me por isso, Wild Lady ! - A Invasora, agora estava no comando. Tinha as mãos da agente cativas no alto de sua cabeça, enquanto mantinha seus lábios perigosamente próximos aos da ruiva – Mas não acho que permitiria minha entrada se pedisse!  - Melannie completa a frase em um novo sussurro sensual.

 

 

Juliana mirou-a ainda desconfiada, mas seu corpo estava em brasas.

 

Ambas preferiam crer que era a adrenalina fazendo o sangue circular com maior velocidade, por isso aquele calor. Nessa brincadeira de “gato e rato”, a saia d’Angelis fora para um pouco abaixo da cintura e a blusa de treino da ruiva subira um pouco permitindo a pele branca salpicada por sardas de seu abdome colar á bronzeada e tornadas pernas desnudas.

Melannie, aproveitando-se do momento, moveu de forma provocante o quadril.

 Juliana, não se fez de rogada e, mais rápido que seu cérebro, suas mãos foram para as pernas da italiana, que puxou o ar com mais força que o necessário.

 

“Péssima decisão!”

 

 O hálito quente da outra beijando a face sardenta e também os lábios convidativos e molhados.  Juliana achou que fosse morrer quando assistiu resposta á sua reação, a morena molhando inconscientemente os lábios com a ponta da língua. 

Sentiu uma vontade animal de tomar aquela insolente italiana para si e lhe mostra toda sua selvageria.

 

Não sabiam dizer por quanto tempo ficaram presas naquele mundo paralelo que começou a desenhar-se para elas, contudo o encanto fora quebrada, assim como o contato entre os amendoados e as avelãs.

 

 

- Ok... - A ruiva, despertando, limpa a garganta e moveu-se sobe a mulher, saindo rapidamente daquele contato. - O que quer em minha casa, senhorita d’Angelis? - O tom era de seriedade.

 

- Pode me chamar de Melannie! - Diz a Jovem, já recuperada de seu leve desconcerto, como o sorriso debochado nos lábios - E quero que me ajude a encontra uma pessoa, Agente Salvatore! - pontua com ar de seriedade.

 

 

 - Como entrou aqui? - Perguntou desconfiada, lançado um olhar investigativo para a mulher - E por que  achas que te ajudaria? - Salvatore, intrigada, mirou-a.

 

 Melannie sorriu aquele sorriso sarcástico que estava começando a ser familiar á July.

 

- Não, Wild Lady. Você não compreendeu ainda!- disse arrumando a blusa por dentro da saia e caminhando até a ruiva - Essas não são as perguntas corretas! - tirou alguma coisa do bolso da saia que usava - A pergunta correta é “Quem” você vai me ajudar a encontrar! - Sorriu torto ao mirar os amendoados mais que confusos ao mirarem o  pedaço de papel.

 

- Que espécie de brincadeira é essa? - Desacreditando de seus próprios olhos, a agente questionou se afastando minimamente.

 

- Eu não brinco em serviço, Wild Lady!- lançou a frase com uma piscadela e July teve a impressão de que havia um duplo sentido nela.

 

 A italiana aproximou com cautela de uma ruiva petrificada com o que acabou de ver naquele pedaço de papel e beijou-lhe o canto do lábio, dirigiu-se até o lugar de onde havia entrado. Um sorriso sedutor desenhou-se sobe os avermelhados lábios antes de viras-se e sumir do campo de visão de uma Juliana atordoada.

Mesmo hoje, ela ainda não sabe explicar se era por conta da informação naquele pequeno retângulo de papel ou se pelo contato dos lábios doces da italiana nos seus.

 

 

 ***

 

 

Iara caminhava apressa pelo estacionamento. Arrependia-se miseravelmente por ter estacionado seu carro tão longe, ainda mais por que era madrugada  e o local pouco iluminado.

Com uma pressa invejável a jovem procurava em meio às bagunças de sua bolsa as chaves do veículo, enquanto amaldiçoava até a sétima geração de herdeiros Muller.

Ouviu um ruído e os verdes foram para alguns latões de lixo, pulou com as mãos na altura do peito acarando o pequeno gatinho sair do meio dos sacos.

 

"Vamos, Iara, você só está cansada!” - pontuou mentalmente respirando fundo e voltou a caminhar.

 

Suspirou aliviada ao encontrar suas chaves e correu á passos largos para o carro na ultima vaga.

Mas seus pelos voltaram a se arrepiara quando novos ruídos, agora mais próximos, voltaram a cortar a neblina da noite fria.

Desta vez,  sua luta era conta a fechadura do carro.

 

- Merda!- xingou suas mãos trêmulas que impediam-na de destrancar o carro.

 

Olhou para trás e viu a silhueta se aproximando.

 

Enfim consegui destrancar aquela porcaria, mas quando colocou as mãos na maçaneta para abrir a porta sentiu o contato em sua cintura e quando se deu por si, estava do outro lado da vaga.

Tentou se levantar, mas o ar pareceu sumir dos pulmões, havia batido as costas contra o chão de forma violenta e não conseguia respirar.

 

- A dama de ferro manda lembranças, Doutora! -  A voz grave logo foi reconhecida pela loira, era o torturados de anos atrás. Jamais esqueceria aquela cicatriz horrenda.

 

 

- Vai se foder!- Responde enraivecida, entre tosses - Ela e você! - Iara completou, voltando a se levantar, contudo foi impedida.

 

O soco  desferido pelo homem foi como se um tijolo em alta velocidade se chocando contra o rosto da mulher. Seu ouvido zunia e a risada nojenta da figura tornava-se cada vez mais distante.

 

- Olha como fala, sua vadia!- Chutou-a na altura da barriga, fazendo Muller tossir um pouco de sangue - Ela perdeu a paciência e não está disposta a negociar com mais nenhum rato da sua família e por isso eu estou aqui! - o homem gargalhou maquiavélico – É mais fácil para ela matar você e ficar com a “catarrentinha” á tentar convencer a “senhorita politicamente correta” de continuar fornecendo as “mercadorias” que seu pai nos dava! - as palavras dançavam com o sarcasmo.

 

- Fique longe da minha fi... – Não teve tempo de completar, pois sentiu o novo choque de coronhada e tão de pressa quanto, o sangue escorrendo da testa ao queixo.

 

- Infelizmente não iremos conversar dessa vez, docinho! – sorriu em falso pesar – Vamos acabar logo com essa merd*! - Sentenciou, apontado para a cabeça de Iara

 

A médica sentiu um frio percorrer-lhe toda a extensão da espinha. Fechou os olhos com força quando o viu engatilhar o revolver.

O rostinho de Manu surgiu em sua mente,  amou que aquela fosse a última imagem a povoar sua mente, Manu e Kath.

 Estava pronta, finalmente seu sofrimento teria cabo.

Uma espécie de alívio tomou seu peito.

 Assistiu, prostrada no chão de asfalto, quando o homem voltou a mirar sua cabeça e  começar a puxar lentamente o gatilho do revolver. Foi nesse momento que ouviu o disparo e logo em seguida tudo ficou Embaralhado. 

 

Ora escuro, ora a sensação de estar sendo carregada.

 

“Estava flutuando, era assim que era a sensação de estar morta?” - questionou-se.

 

Talvez ela vagasse em uma espécie de limbo ou meio termo entre vida e mote. Não saberia dizer ao certo.

Entre alguns flashes e barulhos inteligíveis sua mente vagava absorta, ate tudo parar de rodar e escurecer por completo.

 

Aquele perfume... Tão familiar. Os braços tão aconchegantes, parecia estar em casa. Quentes e seguro. Aninhou-se mais aquele lugar. Era um corpo, certo?!

 

Expirou fundo tentando constatar sua loucura por definitivo e foi nesse momento  que os verdes encontraram-os.

 

“Não. Certamente sua loucura era real, a maldita coronhada deveria ter feito com que seu cérebro derretesse!”

 

Não era algo cientificamente possível.

 

"Não eram eles!" – convenceu-se em seu delírio.

 

Os azuis tempestuosos e inconfundíveis, brilhavam fitando-a. Em alguns momentos preocupados e em outros saudosos, uma miscelânea de sentimento como lhes era habitual.

 Iara custava a crer e então levou os longos e quentes dedos até aquela face dura e aristocrata que tanto amou.

 

- Eu senti sua falta, amor... – murmurou a loira entregando-se á sua loucura particular.

 

Sentiu o sorriso desenhando-se sobe os avermelhados e essa foi à última coisa que viu antes de mergulhar definitivamente na escuridão.

 

 

***

 

 

 

** Arábia Saudita - deserto da Arábia, dezesseis meses antes**

 

 

 

- Quero que jogue ela no buraco mais fundo que existe nesse lugar amaldiçoado pelos deuses! – falou o loiro em árabe.

 

- Poderia ganhar muito dinheiro com ela, é uma mulher muito bela! – respondeu o outro que usava um hijab.

 

- Ela é arisca de mais para isso e fugiria de seus homens na primeira tentativa! – Falou ele em puro sarcasmo – Quero que ela sofra até a morte, sem comida ou água, apenas o suficiente para que seu sofrimento seja prolongado até não resistir mais! – silabou em todo seu ódio.

 

- Como quiser, Senhor Castiel!- assentiu o homem, olhando para o corpo jogado sobre a terra, tendo pulsos e pés atados ferrolhos.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 22 - Pallium:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 18/04/2020

Eita barril.

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Sonne
Sonne

Em: 17/04/2020

Muuuuuuuitoooo boooom! Palmas!

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