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The dark side of Hilton por luana darlling

Ver comentários: 2

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Palavras: 1537
Acessos: 1565   |  Postado em: 12/04/2020

Capitulo 11 - Adistrito

 

Charlotte estava andando pelo seu antigo colégio, Hilton Elementary School. O chão estava todo molhado e as luzes piscavam a todo instante. Se perguntou o que  estava fazendo ali, mas não fazia ideia.

 

Passou pelos corredores onde se encontravam as salas de aula, todas estavam vazias e reviradas, como se um tornado tivesse tomado conta do lugar.

 

Um vento gelado fez os seus cabelos voarem, e ela se abraçou em um ato falho de se aquecer.

 

Continuo andando sabendo que logo à frente encontraria a cantina. Talvez fosse mais lógico buscar a saída, mas era como se Charlie soubesse que deveria ir por aquele caminho.

 

Faltavam mais alguns passos para chegar ao refeitório quando ouviu o som de algo metálico atingir o chão. Seus passos foram estancados rapidamente. 

 

- Olá... - Charlie falou e sua voz saiu mais alta do que o previsto.

 

A única resposta que teve foi a do seu próprio eco.

 

A mulher recomeçou a caminhada, agora em passos mais lentos e inseguros. Aquele local estava mais frio que anteriormente, seus músculos tremiam e ela já não sabia se conseguiria pensar com clareza.

 

- Charlie... - Uma voz feminina e suava a chamou. Vinha de dentro do refeitório.

 

Charlie foi guiada pela voz que não cessava de chamar seu nome, era como música aos seus ouvidos. E quando cruzou a porta da cantina, ela viu um caixão iluminado por dois holofotes.

 

Charlotte parou no mesmo instante. Seus pensamentos confusos e o frio infernal que fazia a impediam de raciocinar. Um pânico terrível invadiu o seu corpo, e ela praticamente já não conseguia mais respirar. 

 

Sentiu os seus pés molhados e quando olhou para baixo para se certificar, percebeu que uma água escura subia por suas pernas.

 

- Que diabos está acontecendo? - Ela gritou.

 

Mas havia um silêncio quase que palpável naquele local. Seus olhos percorreram por todo o ambiente buscando uma maneira de sair dali o mais rápido possível. Mas não havia saída.

 

Caminhou lentamente até o caixão iluminado à sua frente. Uma coroa de flores o encobria, ela podia sentir o cheiro das hortênsias. Respirou fundo e se aproximou ainda mais, sentia dificuldade para dar os passos devido a água que já ultrapassava o seu joelho.

 

Observou o caixão negro por alguns instantes e olhou por cima. 

 

A menina tinha uma pele pálida e os lábios roxos. As madeixas cor de ouro envolviam o seu rosto em um tom angelical. Sua expressão era de paz. 

 

Uma lágrima solitária caiu dos olhos de Charlie. Sua mão tremia e ela hesitava em tocar o rosto da falecida.

 

- Taylor... - Sua voz saiu falha. 

 

Várias outras lágrimas caíram instantaneamente, sua mão tremia perto do rosto da garota. Charlie fechou os olhos com força, e um choro estridente tomou conta do local que outrora estava silencioso.

 

A dor era evidente, Charlotte abriu os olhos e tocou delicadamente no rosto da garota. Ela estava gelada, não havia vida ali.

 

- Meu amor... - Charlie disse em um fio de voz. - O que fizeram com você, baby? 

 

A água subia e Charlie já não se importava mais, a casca da ferida havia sido reaberta e ver Taylor naquele caixão tinha disparado todos os gatilhos que ela havia protegido todos esses anos. 

 

Seu choro não cessava, e quando se deu conta, a água beirava o seu pescoço. Já não via Taylor e muito menos o refeitório.

 

Estava imersa em uma escuridão silenciosa, onde o único ruído era a sua dor.

 

Sem nenhuma força, ela se deixou afundar quando a água encobriu sua cabeça. Seu corpo afundou leve entre a água, Charlie fechou os olhos e aceitou o seu destino. 

 

Naqueles instantes, não havia mais dor ou ruídos. Era o seu fim, e ela não parecia preocupada.

 

Abriu os olhos para se certificar pela última vez que havia chegado a sua vez, e quando o fez, ela viu a Taylor bem à sua frente. 

 

Seus cabelos dourados estavam soltos e flutuavam brilhantemente pelas águas escuras. A garota agora estava corada e com lábios avermelhados. Era a sua Taylor. 

 

Ela sorria e seus olhos azuis a observavam como sempre: lendo a sua alma. 

 

Charlie tocou o rosto da mulher como se fosse alguma joia preciosa e delicada demais para ser tocada, e estremeceu ao sentir o calor do corpo da outra em seus próprios dedos. 

 

O ar começou a faltar, e seus pulmões começavam a encher de água. Iria perder a consciência em alguns segundos, e sua última lembrança fora dos lábios de Taylor tocando os seus.

 

- Eu te amo... - Ela sussurrou.

 

Charlotte pulou da cama como se tivesse voltado para o seu próprio corpo. Seus cabelos estavam molhados assim como o seu pijama.

 

Havia sido um sonho, ela constatou. Sua respiração ainda estava ofegante e isso lhe causou uma crise de tosse. A garota levantou desesperada e abriu as janelas. Estava tudo escuro ainda.

 

O vento frio invadiu o quarto e ela conseguiu respirar com facilidade pela primeira vez. 

 

O que havia acontecido? Ela não tinha respostas, fora o sonho mais real da sua vida. Não precisava de esforço para lembrar dos lábios da Taylor sobre os seus.

 

Passou a mão pelos cabelos ainda atordoada. Estava voltando a ficar sufocada ali dentro, precisava de ar.

 

Em um gesto rápido, puxou o seu celular, seus fones de ouvido e calçou o tênis. E após lavar o rosto e escovar os dentes, já estava descendo as escadas da casa e saindo porta a fora.

 

Eram 6 horas da manhã, mas em Hilton o sol nascia por volta das 7h30 nos dias de inverno devido às baixas temperaturas.

 

Charlie colocou os fones de ouvido e começou uma pequena corrida sem saber para onde ir exatamente.

 

O rosto de Taylor Collins aparecia volta e meia em seus pensamentos. Seus lábios, sua palidez. Tudo se misturava e a deixava mais sufocada.

 

Já não sabia mais para onde estava indo, seus pés apenas corriam desesperados, enquanto seus  ouvidos eram invadidos pela melodia da música*.

 

Seu coração estava acelerado, sua respiração falhava a cada metro que alcançava. Não era cansaço, na verdade tudo lhe sufocava.

 

As ruas estavam vazias e uma névoa encobria a paisagem, mas Charlie, que corria de moletom, não estava prestando atenção na cidade.

 

Foi quando, entre as batidas da música, ela percebeu o que fez durante todos esses dez anos: fugiu. E não importava o quão longe fosse, o fantasma da Taylor e o peso de Hilton a perseguia.

 

O que se seguiu após essas conclusões foi uma colisão de corpos. A corpulência pequena só não foi ao chão graças às mãos hábeis de Charlotte que tomou o corpo para si, salvando-o da queda.

 

A primeira coisa que Charlie sentiu foi o cheiro adocicado, antes mesmo de abrir os olhos outrora fechados devido o impacto, ela já sabia de quem se tratava pela fragrância fresca e doce... Era a Claire.

 

A morena abriu os olhos lentamente e ao notar a presença de Charlotte, seus lábios se contraíram. 

 

Rapidamente, afastou-se da mulher, como se a outra tivesse alguma doença contagiosa.

 

- Tira suas mãos de mim! - Claire berrou alto demais para o horário.

 

Charlie não teve tempo e nem precisou questionar tais reações porque o que ela viu nos olhos de Claire fizeram seus ombros encolherem.

 

Medo. Pavor e raiva.

 

Não havia nada mais para dizer. Charlie sabia que uma amizade com Claire nunca esteve nos seus planos, e ela nunca fora uma pessoa que se preocupava com a opinião alheia. 

 

Entretanto, os olhos julgadores da Griffin causaram reviravoltas no seu estômago.

 

Claire apertava a alça da sua bolsa com força, tanto que o nó dos seus dedos já estavam brancos.

 

Charlotte nada disse, apenas recolocou os fones de ouvido e voltou a correr. 

 

As notícias corriam mais rápido do que ela esperava, e agora não era o momento de pensar na vontade que tinha de tomar Claire pelos braços e a beijar. Para que no beijo, a morena pudesse sentir que ela jamais poderia ser capaz de machucá-la ou machucar quem quer que seja. Muito menos a Taylor.

 

A mulher respirou fundo e soltou o ar pela boca, uma fumacinha saiu entre seus lábios. Pequenos flocos de neve começaram a cair, molhando levemente o rosto de Charlie.

 

Não se daria o luxo de ser emotiva agora. Precisava provar sua inocência. Se a morte da Taylor não havia sido um acidente, então o assassino estava a solta, e iria tentar de tudo para incrimina-la. 

 

Só havia uma única coisa a se fazer e ela jurou para si mesma que a faria antes de voltar para casa:

 

Charlie acharia o assassino da Taylor Collins e o faria pagar por todos esses 10 anos de sofrimento.

 

*******

1- Música que a Charlie estava escutando: Broken - Lifehouse.

 

2 - Adstrito: Ligação a algo, alguma coisa ou alguém.

Fim do capítulo


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Comentários para 11 - Capitulo 11 - Adistrito:
Brescia
Brescia

Em: 17/04/2020

            Oi de novo.

 

Não bastasse ser julgada por toda a cidade, ainda tinha a Claire , mas ainda bem que ela se fez forte e conseguirá provar a sua inocência.

 

          Baco piccola.

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 12/04/2020

Quem matou Taylor?


Resposta do autor:

Tem que continuar acompanhando para descobrir! 

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