Victoria acordou naquela manhã de domingo sentindo uma felicidade desconhecida. Olhou para o lado, viu Julia dormindo de bruços, com uma perna estica a outra levemente dobrada, o lençol cobria apenas o quadril deixando suas costas exposta e os cabelos bagunçados sobre o rosto e o travesseiro. Uma réstia de luz entrava pela cortina iluminando aquele corpo delicado, deixando-o com um ar etéreo. Julia parecia um anjo dormindo e Victoria pensou nunca ter visto uma imagem tão linda em sua vida e ficou assim admirando sua menina dormir por alguns minutos e pensou estar irremediavelmente ferrada, pois aquela menina teria tudo o que quisesse de si.

Se aproximou da jovem, colou seu corpo atrás do de Julia, com a mão retirou o cabelo que cobria o pescoço e passou a beijá-lo. Colocou o braço em baixo da cabeça de Julia como se quisesse fazê-lo de travesseiro e com a outra mão começou a acariciar o corpo de Julia se concentrando um tempo maior nos seios.

Julia deu um leve gemido, enquanto despertava vagarosamente sentindo o toque de Victoria. Deu um pequeno sorriso e com uma voz rouca apenas disse:

- Bom dia Vi! – e tentou se virar, mas Victoria não deixou.

 -Bom dia menina, fica assim do jeitinho que esta. –Julia obedeceu enquanto sentia sua pele arrepiar pelos beijos que recebia no pescoço e pela massagem em seu seio.

Instintivamente, empinou o bumbum encaixando-o ainda mais no corpo de Victoria, que gem*u com o movimento da jovem e disse:

 -Puta que pariu Julia como você é gostosa!

A jovem ficou tímida com o palavrão, mas gostou do que ouviu e por isso empinou mais a bunda, começando a rebol*r aumentando a fricção entre os corpos. Enquanto a mão de Julia foi para trás tocando o bumbum de Victoria, pressionando para aumenta o contato dos corpos, a mão de Victoria foi descendo até chegar ao sex* da jovem que já estava molhado. Umedeceu os dedos na entrada da jovem e com os dedos bem molhados começou a desenhar círculos no clit*ris da jovem que já gemia pelo contato. Tirou as mãos do sex* da jovem, levou até a boca dela e disse:

-Sente minha menina como você já esta pronta pra mim.

E Julia ch*pou e lambeu os dedos de Victoria como se fosse a coisa mais deliciosa que já fez na vida.

O desprendimento que Julia começava a ter, bateu direto no sex* de Victoria que gem*u ao sentir seus dedos serem engolidos pelos lábios carnudos e doce de Julia.

A mais velha então tirou sua mão da boca da jovem e levantando a perna da jovem que estava deitada de conchinha com ela, passou o braço por baixo da perna da jovem e começou a massagear a entrada da jovem. Ameaçava entrar, mas não o fazia. Repetiu essa ameaça inúmeras vezes e isto estava enlouquecendo Julia que não aguentava mais aquela deliciosa tortura, então como uma gata manhosa pediu:

-Vi não faz assim, não aguento mais.

-O que você quer minha menina? Pede que eu faço.

Os movimentos que Victoria estavam a enlouquecendo Julia.

- Você sabe o que eu quero...

-Não sei não... se você quiser terá que falar.

-Vi por favor.

Victoria mordia o pescoço e a nuca da jovem enquanto que a mão que passava por baixo do pescoço da jovem massageava o seio a outra brincava na entradinha do sex*.

-O que você quer meu anjo? Diz pra mim.

E sem mais pudores Julia pediu:

-Quero você dentro de mim!

Victoria não se fez de rogada, e como a jovem já estava bem lubrificada penetrou-a com dois dedos de uma vez, sentindo seus dedos serem engolidos por aquela parede estreita. Então ouve um gemido alto das duas mulheres e começou aquele movimento de vai e vem enquanto Victoria sarrava o bumbum de Julia que rebol*va se esfregando no sex* da mais velha e cada movimento ia deixando a vergonha e a timidez para trás.

-Que delicia sentir você assim dentro de mim Vi.

O tesão de Victoria foi nas alturas ao ouvir isso então a mais velha pediu:

-Enquanto eu te como assim bem gostoso se toca pra eu ver.

Julia então levou a mão ao seu clit*ris que já estava super inchado e iniciou o movimento em círculo. E Victoria olhava pelo espelho lateral na porta do closset todo o movimento que a jovem fazia e consegui ver o prazer estampado no rosto da sua menina e se sentiu poderosa por poder oferecer isso a ela. Aumentou a velocidade das estocadas e da sarrada. As duas estavam completamente envolvidas naquela cumplicidade que começavam a construir. Julia gemia alto e disse:

-Vi não aguento mais eu vou goz*r.

-Goz* pra mim minha menina, goz*, por que eu vou goz*r junto com você vem.

Então em mais alguns movimentos Victoria sentiu o orgasmo de Julia explodir, então tirou o braço que estava embaixo do pescoço da jovem e levou a mão ao próprio clit*ris, se tocou por alguns segundos até que o seu orgasmo veio forte intenso. E as duas mulheres ficaram ali ofegantes, com os corpos suados curtindo aquele início de manhã delicioso.

Julia se virou ficando de frente pra Victoria. As duas tinham um sorriso bobo nos lábios e a mais nova foi a primeira a falar:

-Eu nunca tive um bom dia tão intenso como este.

-Se depender de mim, todos os dias que você estiver comigo seu “bom dia” será assim e podemos estender isto para boa tarde e para boa noite se você quiser.

Julia sorriu, fez um leve carinho no rosto da mais velha e tirou uma mecha de cabelo que caia em seu rosto e disse:

-Você foi maravilhosa comigo, eu jamais imaginei que sex* pudesse ser tão bom.

Victoria sorriu e respondeu:

-Você é quem me inspira menina, mas fico feliz que você gostou, agora quem sabe você para de fugir de mim.

Julia baixou o olhar e respondeu:

-Vi isso tudo é delicioso, lindo... você é maravilhosa comigo, com Clara, mas nós sabemos que a vida real vai além disso daqui.

Victoria entendia onde Julia queria chegar e tinha medo que a jovem se afastasse novamente.

-Ju vamos fazer o seguinte, vamos deixar as coisas rolarem, vamos nos conhecer melhor, vamos curtir este momento. Eu adoro estar com você, adoro a Clarinha, acredite quando eu digo que você está segura em seu emprego, então vamos tentar sem medo, sem pessimismo, sem neuras. Eu quero estar com você e pelo jeito você também quer estar comigo, mas eu sei que o medo te impede, então eu te peço confia em mim!

Julia ficou em silêncio, observando as feições daquela mulher que abalava todas as suas estruturas, com um olhar sincero lhe pedindo para apenas confiar e tentar.

-Vi precisamos conversar sobre isso com mais calma e agora talvez não seja o melhor momento, porque cada vez que te olho aqui, linda e nua tenho vontade de recomeçar tudo de novo. – Victoria abriu um sorriso lindo, sentindo-se orgulhosa de si mesma por provocar tais emoções em Julia, mas não disse nada e deixou a jovem concluir seu pensamento – Confesso que até pouco tempo atrás ficar com alguém era algo inimaginável pra mim e se alguém me dissesse que eu estaria na cama de uma mulher fazendo sex* com ela, eu iria rir até passar mal. Então sim é inegável que eu quero que isso se repita, sim eu quero confiar em você, mas temos muitas diferenças entre nós então vamos com calma ok? Vamos conversando e eu prometo que não vou fugir mais de você.

Victoria que estava visivelmente feliz estendeu a mão para ela como se estivessem fechando um acordo e disse:

-Ok combinado, vamos com calma.

Julia sorriu e estendeu a mão para selar o acordo, mas quando as duas mãos se tocaram, Victoria puxou Julia para cima de si, virando-a na cama em seguida e ficando por cima dela, o que fez a jovem dar uma gostosa risada com a surpresa do movimento.

-Eu prometo que você não vai se arrepender minha menina.

Então se beijaram, profundamente e quando sentiram que o clima começou a esquentar novamente, Julia falou:

-Vi para! As meninas já devem estar acordadas, que horas são?

Victoria saiu de cima da Julia procurou o celular, mas não achou e lembrou que havia deixado na sala na noite anterior.

-Não sei, mas deve ser umas 8 horas, porque eu nunca acordo depois das 7 horas.

-Então vamos levantar, tomar um banho e preparar um café pras meninas o que acha?

-Adorei a idéia, vamos tomar banho juntas?

-Claro que não Vi, se a gente entrar juntas naquele banheiro já percebi que a gente não sai de lá tão cedo.

Então Julia se levantou, fugindo dos braços de Victoria que tentavam puxá-la para cama novamente e começou a vestir seu baby-doll. Victoria ainda nua, levantou rapidamente e a agarrou por trás e disse:

-Ahhh você tem certeza que não quer vir pro banho comigo?

Julia se virou e jogou os braços sobre o pescoço de Victoria e disse:

-Eu não disse que não quero eu disse que não podemos. Temos duas princesas lá fora nos esperando e provavelmente já devem estar acordadas.

-Ok, Ok você venceu, mas antes me dá um beijo?

Julia fitou-a com aquele olhar de malandra, deu um selinho e rapidamente se afastou, pois sabia que não conseguiria sair daquele quarto se aquele beijo começasse, mas quando estava na porta lembrou-se de uma coisa, virou para Victoria e perguntou:

-Vi você me empresa uma calcinha? Eu achei que tivesse trazido, mas não trouxe.

Victoria deu um sorriso sacana e caminhando em direção ao closet respondeu:

-Ahh então é por isso que você estava sem calcinha ontem? Achei que você tinha ficado sem de propósito pra facilitar o meu acesso.

E deu uma gostosa gargalhada. Julia fez uma cara de “não acredito que você pensou isso” ficou vermelha e apenas respondeu:

-Claro que não Vi, eu nem esperava que fosse acontecer algo entre a gente, lembra que eu nem queria dormir aqui?

Victoria deu mais uma risada e completou entregando uma calcinha nova, ainda na embalagem para loira:

-Ato falho minha querida, ato falho!

E virou as costas e saiu caminhando em direção ao banheiro, rebol*ndo expondo a sua nudez enquanto uma Julia de boca aberta ficava a admirando-a.

Julia saiu dando risada e balançando a cabeça e pensando: “Eu mereço isso mesmo”.

Julia antes de ir para o quarto de hóspede onde estava a sua bolsa, passou no quarto das crianças e viu que elas ainda dormiam. Tomou um banho rápido se vestiu e foi para a cozinha preparar o café.  Estava concentrada passando manteiga nos pães para por torradeira, quando de surpresa sentiu os braços de Victoria envolvendo sua cintura por trás e de forma marota beijando sua bochecha e ouvi-a dizer:

-Eu poderia facilmente me acostumar com essa cena. Você aqui em casa preparando um café pra nós três.

Julia, suspirou fundo, não queria criar expectativa em relação ao que tinha com Victoria, mas era bem difícil não criar tais expectativa, quando ela lhe dizia essas coisas.

A jovem então colocou os pães na torradeira e fechou-a, virou de frente para a mais velha e ignorou o que ela havia dito anteriormente mudando de assunto.

-Vamos chamar aquelas princesas dorminhocas?

Victoria beijando seu rosto e seu pescoço respondeu:

-Ah não deixa elas dormirem mais um pouco e vamos ficar namorando só nas duas aqui um pouquinho.

Julia sorriu e se levantando nas pontinhas dos pés deu um beijo em Victoria e respondeu:

-Eu adoraria Vi, mas se eu deixar a Clara dormir até tarde, a noite ela não dorme e amanhã para acordar será um sacrilégio.

-Ok, então vai lá chamar elas que eu termino de arrumar as coisas par ao café.

Se despediram com um selinho e Julia foi acordar as meninas que estavam super cansadas das brincadeiras do dia anterior.

 

O Domingo passou muito tranquilo, as meninas brincaram mais um pouco na jacuzzi, Victoria fez churrasco novamente, Julia ficou alegrinha com as saquerinhas de morango e tiveram muitos beijos roubados e mãos bobas se pegando, se querendo, mas se cuidando para que as meninas não visem. Afinal como elas não tinham nada oficial, Julia não queria mostrar para Clara que elas estavam ficando, postura que foi tranquilamente aceita e compreendida por Victoria.

No final da tarde Victoria foi levar Julia e Clara em casa e foi uma despedida difícil. As duas sabiam que se veriam na manhã seguinte, mas estavam apegadas, se querendo o tempo todo e sabiam que no escritório teria que se manter distantes, pois não queriam expor suas vidas pessoais para os colegas de trabalho.

Sophie e Clara se despediram ainda dentro do carro. Victoria desceu para se despedir de Julia deram um abraço forte sobre os olhares atentos de Clara que na sua ingenuidade infantil perguntou:

-Tia Vic, agora você e a mamãe são amigas?

As duas mulheres riram e Victoria respondeu:

-Amorzinho se depender de mim nós somos sim, mas por que você não pergunta isso pra sua mãe?

A criança olhou pra mãe que estava esperando a pergunta e então a criança a fez:

-Mamãe vocês são amigas agora? Não tem mais problema ela ser sua chefe?

Julia olhou para a filha, olhou para Victoria que tinha um sorriso lindo e respondeu:

-Tem problema ela ser minha chefe sim, mas acho que podemos contornar isso e podemos ser “amigas”.

A menina deu um pulinho, abraçou Victoria:

-Eba agora você vem sempre me visitar e vou poder sempre ver a Sophie.

Victoria a pegou no colo e encheu a menina de beijos:

-É claro que eu vou sempre vir ver vocês.

A criança deu um sorrisão e passou a mão no rosto de Victoria e disse:

-Eu fiquei com saudades de você esses dias Tia, a mamãe também sabia? – e chegando perto do ouvido de Victoria, falando baixinho a pequena completou – Mas não conta pra mamãe que eu te contei, ela tava triste estes dias que você sumiu.

Victoria olhou para Julia que estava vermelha escutando o que a filha contava pra Victoria, mas fez de conta que não ouviu para a criança para ela acreditar que estava compartilhando um segredo com a mais velha. Então Victoria respondeu:

-Pode deixar que isso não vai mais acontecer.

A criança deu um abraço em Victoria, que sentiu seu coração se encher de sentimentos bons tendo aqueles bracinhos pequenos envoltos em seu pescoço e já descendo do colo a criança disse:

-Tá bom tia, eu confio em você.

E a pequena saiu correndo para padaria para cumprimentar Beatriz que estava observando tudo a distância. Julia então olhou para a mais velha e com coração aos pulos disse:

-Victoria Kramer, não faça promessas a uma criança se você não tem certeza que vai poder cumprir.

Victoria pegou na mão de Julia:

-Esta promessa eu faço questão de cumprir.

E em um gesto rápido, roubou um selinho de Julia e saiu indo para a porta do carro e entrando no veículo disse:

-Nos vemos amanhã na empresa menina.

Julia ficou ali observando-a se afastar. Com o coração disparado e pensando se realmente aquilo daria certo.

Quando entrou na padaria, Clara já tomava um chocolate quente na companhia de Rita e Beatriz que tinham acabado de presenciar a cena anterior. Julia se aproximou delas uma pouco tímida. Beatriz a olhava com um olhar sarrista como quem diz “malandrinha você heim Julia?”; Já Dona Rita, se aproximou da jovem abraçou e em seu ouvido disse:

-Julia minha querida, eu sempre te disse que iria aparecer alguém pra te fazer feliz, pra te amar e respeitar do jeito que você merece. Confesso que eu nunca imaginei que esse alguém fosse ser uma mulher, mas se aquela moça for essa pessoa, e por esse olhar brilhante eu acho que é, eu desejo que vocês sejam muito felizes, pois chega de sofrimento em sua vida minha criança, você merece ser feliz.

Julia deixou uma lágrima escorrer, pois para ela Dona Rita era uma segunda mãe e ter o apoio e o carinho dela era muito importante para si. Então apenas respondeu:

-Eu não sei o que vai acontecer, nós estamos nos conhecendo ainda, mas muito obrigada por me apoiar e por não me julgar.

-E por que eu te julgaria? – e com um sorriso completou - Saiba que sou velha Julinha, mas não sou preconceituosa.

As duas riram e foram tomar um cappuccino fazendo companhia para Clara e Beatriz que olhou a amiga e entre dentes disse:

-Hoje você não me escapa Julia Mendes, vai me contar em detalhes o que aconteceu.

Julia olhou para amiga com uma cara de deboche e mostrou a língua e amiga só completou:

-Quando eu sair daqui passo lá na sua casa pra gente conversar.

Julia não respondeu e Beatriz começou a conversar com Clara tentando roubar informações da criança sobre como havia sido o final de semana delas e a pequena ingenuamente contava tudo o que fizeram na casa da “Tia Vic”.

 

Victoria levou Sophie para casa e foram conversando no caminho. A criança estava muito feliz pelo final de semana que tinha passado com suas tias e a nova amiguinha.

Chegando na casa do seu irmão, passou por um interrogatório de Vinicius e Jasmim querendo saber mais sobre Julia e Clara e sobre como havia sido o final de semana delas. A cara de boba apaixonada da contadora, não deixava dúvidas que tinha tido um fim de semana maravilho. Jasmim foi a pessoa que fez a pergunta que não queria calar:

-E aí Vic quando você vai pedir essa moça em namoro e trazer ela e a filha pra gente conhecer?

Victoria deu um sorriso tímido, afinal esta era uma situação inusitada para ela e respondeu:

-Olha Jas, nós conversamos hoje de manhã e Julia ainda está receosa, com a nossa relação tanto no aspecto profissional quanto no aspecto emocional, então pediu para irmos com calma e eu vou respeitar esse tempo que ela precisa. – deu um sorrisinho e completou – Pelo menos agora ela não está mais fugindo de mim.

-Então quando vocês resolverem parar com essa enrolação, vamos marcar um almoço ou um jantar aqui em casa, o que for melhor pra vocês.

-Ok combinado.

Após a sabatina, Victoria jantou com a família de seu irmão e voltou para casa aproximadamente às 22 horas da noite.

Entrou no seu apartamento, sentiu um vazio, um silêncio que antes era prazeroso, mas agora a incomodou. Olhou em volta e encontrou no tapete da sala o chinelinho de Clara, pegou aquele pequeno calçado na mão, fez um carinho na peça, sorriu e pensou:

-Victoria o que está acontecendo com você?

E sem pensar muito tirou uma foto do chinelo e mandou para Julia com a legenda “olha o que ficou aqui em casa”.

Julia que havia acabado de se despedir de Beatriz que havia feito ela contar tudo sobre o final de semana, ao ver o celular vibrando foi correndo até o aparelho, estava ansiosa por falar novamente com Victoria. Quando olhou a mensagem sorriu e mandou outra mensagem “posso te ligar por vídeo?” Julia nem recebeu a resposta e já via a chamada de Victoria, atendeu e ficou olhando a imagem daquela mulher que estava tirando os seus sentidos.

“Oi Ju”

“Oi Victoria”

As duas estavam tímidas, eram tanta coisa que sentiam que não dava pra exprimir assim por uma ligação, mas foi Victoria quem interrompeu o silêncio.

“Acho que tem uma menininha que vai ficar descalça” e mostrou a mão balançando o par de chinelo.

“Pois é, ainda bem que ela não percebeu que esqueceu o chinelo em sua casa, se não ela iria me incomodar pra ir buscá-lo, pois ela ama esse chinelo da fadinha. Ela estava tão cansada do dia de brincadeiras com você e com Sophie que chegou em casa, mal tomou banho e tomou seu leitinho quente e dormiu”.

Victoria deu um sorriso safado e sem pensar muito respondeu:

“Se você quiser eu posso ir aí devolver o chinelo de nossa princesa”.

Julia mordendo o lábio de um jeito que deixava Victoria excitada respondeu:

“Se você vier, provavelmente eu não vá te deixar ir embora tão cedo e amanhã temos que trabalhar”.

Victoria fez um breve silêncio, pensou um pouco enquanto olhava aquela mulher linda do outro lado da linha.

“Daqui 20 minutos estou aí.”

E sem se despedir desligou a ligação.

Julia não acreditou que ela viria de verdade, mas exatos 20 minutos depois escutou uma mensagem no seu celular e quando abriu apenas leu: “estou aqui na frente”. Julia abriu a porta de sua casa e viu uma Victoria balançando o chinelinho de Clara nas mãos. Ela estava linda e despojada, vestindo um tênis esportivo, uma calça jogging, uma regata preta e um casaco de moletom de uma marca famosa de artigos esportivos. Estava linda e com aquele perfume que enlouquecia os sentidos de Julia.

A mais jovem caminhou até o portãozinho sorrindo e disse:

-Você veio mesmo?

-É claro. Eu disse que viria. Não poderia deixar Clara sem o seu chinelo preferido.

Julia sorriu e abriu o portão, então Victoria avançou sobre a jovem a beijando ali mesmo.

-Você é louca sabia?

-Eu estou louca, mas não quero que isso passe.

Julia então fechou o portão e as duas entraram, para dar vazão aquela vontade de estar juntas que as consumia.

 

Na manhã seguinte Victoria saiu da casa de Julia as 06 horas da manhã, antes de Clara acordar, para que a criança não ficasse confusa sobre o motivo da mulher estar ali àquela hora. Quando Vic caminhava para o carro bateu de frente com Beatriz que a olhou bem nos olhos e disse:

-Você é a Victoria né?

A empresário olhou e perguntou:

-A gente se conhece?

Beatriz sorriu e respondeu:

-Não, quer dizer eu te conheço, você não me conhece. Só vou te dizer uma coisa eu sou melhor amiga, praticamente irmã de Julia, se você magoar ela eu vou infernizar sua vida.

Victoria ficou olhando aquela baixinha invocada que a confrontava no meio da rua para, marcar território e proteger Julia e ao invés de ficar brava a empresaria sorriu e respondeu:

-Ok, você deve ser a Beatriz né?

-Sim.

-Julia me falou sobre você. Saiba que eu fico muito feliz em Julia ter uma amiga como você, que a defenderia em qualquer situação e pode ficar tranquila que eu não pretendo magoá-la, eu tenho a melhor das intenções com sua amiga.

Beatriz ficou a olhando, com um ar marrento e barraqueiro e completou:

-É bom mesmo, por que eu já puxei sua ficha no mundo da sapataria e conheço seu histórico de rainha pegadora do brejo.

Victoria passou a mão no cabelo de uma forma desconcertada, sorriu e respondeu:

-Pode ficar tranquila que Julia está conseguindo mudar isto.

-Humm quero só ver. Tô de olho em você viu!

-Ok, agora preciso ir pra me arrumar pro trabalho.

-Tá bom.

-Até mais Beatriz.

-Até mais Victória.

Então Victoria saiu meio desconcertada pela abordagem de Beatriz, mas realmente ficou feliz pela mais jovem ter pessoas que zelassem por ela.

Fim do capítulo