FELICIDADE por RAY F
Meninas, me digam o que estão achando.
Pretendo postar 2 capítulos por semana (talvez role bônus durante a quarentena) mas, tenho que saber se vocês estão gostando.
bjs
Capitulo 3
- Moça, tá tudo bem?
Levanto minha cabeça assustada e dou de cara com uns olhos verdes e um cabelo loiro.
- Estou bem e não adianta me roubar porque meu carro tem localizador e em menos de 1 minuto e meio a polícia vai descobri onde você está.
Tento me manter em pé desencostando do carro mas, além do enjoo parece que a tontura também marcou seus pontos comigo.
- É dois segundos pra desativar essa parafernália aí e você nunca mais ver seu carro, é só falar com os moleques lá da esquina de casa. – A loira fala debochando de mim. – Agora relaxa que eu não tenho intenção de roubar a madame não!
Não tenho muita condição de discutir ou rejeitar ajuda no momento, então ainda com os olhos um pouco fechados, aceito que ela me guie até o banco do carro e me ajude a sentar.
- Olha, tem um posto não muito longe daqui, vou lá buscar uma água pra você.
-Tem no cooler, você poderia alcançar pra mim?
Ela me lança um sorriso deslumbrado e dá a volta no carro para entrar no mesmo.
- Caramba, parece mesmo uma nave aqui dentro, sempre tive curiosidade de entrar num assim, os caras da construção geralmente só tem caminhonetes.
Ela finalmente parece achar o botão que destrava o cooler e me oferece a garrafinha de água, removendo a tampinha, antes de me entregar. Penso na possibilidade dela ter colocado alguma droga dentro, mas realmente se ela quisesse me roubar ou sequestrar no tempo em que estou impossibilitada de me defender seria mais fácil, logo não havia necessidade de me drogar. Sendo assim, dou generosas goladas na garrafa e meu estômago parece receber bem o líquido. Reclino o banco um pouco pra recobrar algum conforto e me assusto com a sensação de uma toalha molhada colocada na minha testa pela loira, que ao perceber meu susto levanta as mãos em rendição e eu me permito relaxar um pouco.
Pela minha contagem mental, levo pelo menos uns 15 minutos pra me recuperar. Nesse tempo me perguntei de onde havia saído o anjo que estava me ajudando, afinal eu estava no meio da via expressa, não havia casas, não vi nenhum carro parado, a resposta se desenhou na minha cabeça tão logo eu abri os olhos e fixei na minha salvadora.
A roupa era uma saia curta, bem curta, de uma imitação barata de couro brilhante num tom vermelho e a blusa, se pode assim ser chamada era branca e feita de um tecido furadinho, que não escondia absolutamente nada. Apesar das adolescentes mesmo as do meu circulo social estarem andando perigosamente peladas, esse traje não seria considerado adequado por nenhuma.
-Moça, você está melhor? Porque eu tenho que voltar ao trabalho, a noite mal tinha começado quando você apareceu. Está na hora que os caras começam a sair dos bares e se o Neal passar por aqui e não me ver na estrada vai achar que to com cliente e enrolando ele na hora de repassar o programa.
Bom, essa foi a minha confirmação, ela era uma prostituta.
- Estou melhor, obrigada pela ajuda. – respondi esticando a mão para ela, que se virou para me corresponder ao aperto de mão e pela primeira vez pude focar em seu rosto.
Surpreendi-me com a beleza e mesmo por trás da maquiagem carregada, feita pra chamar atenção de um jeito nada sofisticado, havia um rosto perfeitamente anguloso e de uma beleza e delicadeza que performavam um conjunto digno de parar o trânsito, o corpo, eu já havia notado que era lindo mesmo, afinal acredito agora que pela natureza da profissão a moça não fez questão de esconder. Percebi que não sabia o nome da desconhecida sexy!
- Á propósito me chamo Regina, Regina Mills.
- Sherazade Storn como a de Mil e Uma Noites.
Claro que ela não me diria seu nome verdadeiro, que bobagem a minha. Sorri pra ela.
- Senhorita Sher, como posso retribuir?
Liguei o GPS do carro pra saber onde exatamente estava, tendo m vista que havia dirigido até ali numa espécie de automático.
- Eu tava indo pro posto que tem a poucos metros daqui, briguei com o filho da puta do Neal, e ele me deixou no meio da estrada com esses saltos. Ele é muito escroto.
Acredito que nunca ouvi tantos palavrões na mesma frase dita em um bate papo casual em toda a minha vida. Já dormi com algumas prostitutas, daquelas que preferem ser chamadas de acompanhantes de luxo, sabe? Hoje mesmo encontrei com algumas das meninas na festa, acompanhando alguns convidados, provavelmente clientes, como eu também já fui. Seria realmente engraçado se alguma delas se expressa-se como a senhorita Sher. Tal pensamento me arrancou um sorriso, pensar naquele bando de hipócritas ouvindo tais palavras saindo da boca de uma moça que ninguém imagina ser prostituta, com certeza a festa teria sido bem mais divertida se tivesse acontecido.
A loira continuou falando, eu prestava atenção, mesmo com a cena imaginária divertida que se desenhava na minha mente.
- Se você puder me deixar lá na frente do posto, já tá ótimo, vai valer a meia hora que fiquei aqui te ajudando. – disse olhando o horário no celular que tirou da mini bolsa amarela, que deveria ter sido dourada em algum momento.
- Claro, o posto fica no caminho da próxima saída da expressa.
Arranquei com o carro. Por algum motivo que fugia à minha compreensão, tendo em vista que não costumo ser intrometida ou invasiva com ninguém, senti vontade de continuar a conversa.
- Te atrasei né? Tem cliente agora?
- Na verdade não trabalho com marcação, os caras tem mania de furar, ou atrasar. Aí a noite não rende, porque você fica esperando. E eu tenho que fazer a noite render, trabalho por dois.
- Entendi. - Assenti imaginando que se referia ao cafetão que ela falou à pouco.
- O pessoal sempre para depois das baladas no posto pra pegar mais uma cerveja, aí a gente aborda, o que rolar a gente já resolve ali mesmo e não perde tempo.
Me senti um pouco desconfortável escutando ela falar de sex* daquela forma, não que fosse puritana, já mencionei minhas experiências com garotas de programa, suggar’s e mulheres com quem me relacionei mais romanticamente. Gosto muito de sex* e não tenho problema algum em conversar à respeito de sex*, nem preconceito com a forma que o contrato invisível que se estabelece entre os amantes se dá.
Porém, ouvir minha agora carona falar à respeito de procurar bêbados num posto e o ato sexual como algo que ela “resolvia” me incomodou. Decidi mudar de assunto.
- Obrigada pela ajuda, acho que tive um mal-estar pela comida da festa. – Escolho mentir sobre o motivo.
- Pode ser isso mesmo, vocês ricos comem cada coisa estranha. Deve cair mal de vez em quando.
Não pude deixar de sorrir, imaginando que devia estar se referindo às famosas iguarias, escargot e caviar, que confesso não serem meus pratos preferidos mas, como parte da boa educação Cora tratou de fazer com que me acostumasse desde muito cedo a ingerir.
Dei seta para entrar no tal posto, as mulheres logo se aproximaram do carro, assim que encostei em uma das vagas da conveniência, uma mais incisiva, em frente ao farol do carro até levantou a blusa exibindo os seios, ante à falta de visibilidade para dentro do carro e de nenhum vidro ser aberto desistiram e foram para a caminhote azul que estacionou ao lado.
- Obrigada pela carona, vá ver um médico e se cuide. Boa noite! – Ela se despediu, colocando a mão na maçaneta da porta.
-Espere! – Pronunciei um pouco mais alto do que pretendia.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]