Aproveite a viagem
Contradictio
"Aproveite a viagem"
***
"Vivemos como se nunca fossemos morrer e morremos como se nunca tivéssemos vivido..."
O estalado fora o último som a ressoar antes de Manu arregalar os olhos e gritar:
-Nãooo... - e correu empurrando a prima...
Caíra sobre a ruiva...
A respiração acelerada... Adrenalina!
Emoção, medo, acionado para sobrevivência de ambas.
As Pupilas dilatadas tornando os azuis periféricos...
Viu o sangue no ombro esquerdo da ruiva!
Procurou por um abrigo, pois o revolver apontado para elas estava prestes a disparar outra vez.
Arrastou-se com July para a parte de trás de uma velha mesa de madeira que estava próxima a elas...
Era o abrigo mais perto da posição de ambas!
Sentiu o vento produzido por uma bala bem próximo de seu rosto, respirou fundo...
Ergueu-se disparando algumas vezes na direção do atirador encapuzado.
A porta por onde o homem disparava, estava atrás de um amontoado de entulhos, quase imperceptível, parecia uma passagem secreto, constatou a morena.
Os tiros por parte do homem cessaram...
“Está fugindo, maldito?!”... “ Não Hoje!!" - e lá estava o meio sorriso torto, que tinha uma pitada sádica, por parte de uma morena “Puta da vida”.
Pulou a mesa e correu para o cômodo...
Juliana ouvia os disparos, porém não estava em condições de seguir a prima...
Cambaleou como pode até o carro e acionou o reforço que já era para estar ali, já que iriam para um suposto cativeiro...
Cinco minutos depois os disparos no balcão cessaram, July estava a ponto de desmaiar no banco carona da viatura enquanto lutava para manter os olhos abertos e ir de encontro à morena; ouvira mais três disparos, logo após, as sirenes se aproximando e por fim a escuridão a tomou por completo.
***
***EM ALGUM LUGAR ***
- Tem certeza do que está a me dizer, imbecil - A voz grave e irritada soou entre destes. - Como o teste deu negativo....? - afrouxou a gravata, não poderia ser...." A maldita médica havia o ludibriado em todos esses anos? “- Aquela maldita vadia!!! - respirava fundo tentando conter a raiva que lhe tomava gradualmente.
- Não exatamente... - o homem ponderou ao telefone - Na verdade... Existe um grau de parentesco, mas não o que... O que esperávamos!! - conclui nervoso.
- Merdaaaaaaaaaaaa..... - O celular estilhaçou-se ao bater na parede enquanto os cacos entravam em atrito com a lustrosa porcelana.
Permitiu-se cair sobre a poltrona de couro marrom atrás da mesa.
O Engravatado não podia permitir que uma "medicazinha" e uma "fedelha" qualquer atrapalhassem seus obstinados e gananciosos planos para o futuro....
Mataria a Vadia e a pirralha, caso fosse preciso!!!
- Maldita Emanuella... - vociferou - Prometo que terei o maior prazer em matar-la com minhas próprias mãos!!!- Sorriu maquiavélico....
***
Quando as viaturas estacionaram e os outros policiais preparavam-se para entrar, July pode ver por uma última vez antes que de tudo tornar-se um grande borrão negro novamente, uma Emanuella “manca” de uma das pernas, com uma das mãos na parte superior do abdômen e arma em punho, porém abaixada, sair pelas portas que entrara antes.
- Chamem mais uma ambulância... -Gritava a Delegada Aragão enquanto policiais adentravam o galpão.
A mulher correu para amparar a agente.
-Não é meu... - referia-se ao sangue espalhado pelo jeans claro e camiseta. Tinha um filete de sangue escorrendo pelo supercílio e lábio esquerdo.
- Então é de quem? - A pergunta que não queria calar - O que aconteceu aqui, não era uma pista, apenas?! - concluiu enérgica.
Emanuella procurava a ruiva com os olhos, estava dolorida, havia se ferido em uma luta corporal com o atirador, mas isso não lhe importava, queria ver a parceira e ter certeza que não perderia mais ninguém que amava.
Quando os azuis foram de encontro com a ruiva sendo atendida, já consciente na ambulância, voltou a mirar a Delegada e apenas balançou a cabeça em negativo, sinal esse compreendido pela mulher.
- Doutora... - Outro policial avizinhou-se de ambas e Aragão pressentiu que as respostas para suas indagações seriam entregues - Há dois corpos!! - concluiu o homem que em nenhum momento teve a atenção das mulheres sobre si, pois se encaravam mutuamente lendo nos olhos uma da outra o fim daquele enredo.
A delegada caminhou para o interior do local acompanhada do policial.
Logo um dos socorristas achegou-se á Emanuella que foi atendida por paramédicos, recebeu um ponto falso no supercílio e fora orienta a comparece em um hospital.
- Que merd* aconteceu lá dentro?? - July, agora com uma tipóia no braço direito, perguntava ao aproximar-se da agente, que entre caretas retirava o calote a prova de balas.
- Como está seu braço! - pergunta ignorando os questionamentos da ruiva.
- Foi de raspão, agora responde!! -Deu de ombros.
- Achamos o doutor... - sentou-se com dificuldade na carroceria da ambulância onde acabara de ser tratada e observavam a movimentação.
- Está vivo?? - perguntou esperançosa.
- Estava... - Os azuis pareciam perdidos.
- Castiel, não me diga que... - o receio estava presente no tom de voz de Juliana.
Manu fitou a ruiva surpresa com a suposição de July...
Era o mesmo olhar que recebera da Delegada minutos antes!
Sorrio fraco e desapontada.
- EU não o matei, se é o que quer saber, Juliana!! - disse exasperada, agora mirando os amendoados da ruiva.
- Eu não disse nada... Eu só achei....
- Não há o que achar... - Abruptamente, por sobre os pés - Acha que eu mataria ou permitiria que o matassem por vingança?! - aquilo realmente machucava a morena.
A mulher a sua frente era como uma irmão pra si, poderia receber aqueles olhares de todos, mas dela...
Era decepcionante!!
- Não... - arrependeu-se - Eu não acho... Desculpe-me!!! - encolheu os ombros - E obrigada por me salvar, poderia ter sido pior!! - completou envergonhada por desconfiar do caráter da mulher que quase levara um tiro a minutos atrás para salvar-la.
Entretanto quem poderia culpar-la, Emanuella Castiel vinha mostrando-se uma mulher fria e calculista nos últimos anos.
- Não me agradeça depois de me acusar de assassinato, Salvatore!! - Disse por fim e caminhou em direção da delegada.
***
Mais um dia ficara para trás e com ele arrastava-se a madrugada de terça-feira.
Depois de todos os procedimentos padrões, efetuados pela polícia científica no galpão, os investigadores e perícia se deslocaram para seus respectivos locais de origem, entretanto, agora tinham um quebra cabeças maior parar resolver. O motivo do seqüestro, seguido de assassinato, de um dos mais influente bilionário do país.
A agente Juliana voltava para o departamento, assim que saíra do hospital, mal saio do elevador e avistou Matheus, assistente da Delegada Aragão...
- Precisam de você na sala da delegada, é urgente!! - exageradamente o rapaz pontua.
- Ok, obrigada Matheus! - A ruiva despediu-se do rapaz e correu para o lugar que conhecia muito bem, pensava que se tratava de uma repreensão por conta dos últimos acontecimentos, entretanto não estava preparada para o que viria á seguir....
- Puta que pariu..... - fora a única palavra que a tagarela agente pode exprimir ao abrir a porta da sala - É pior do que eu imaginava!!! - sorriu nervosa.
"Sabe quando dizemos existir um "Senhor Destino", que adora ser um belo tirano?!
Bem, julgo estarmos certos...” - Devaneou a ruiva, prevendo uma catástrofe épica.
“Que façamos todos uma boa viagem!!" - disse como quem se prepara para encarar um tsunami e fechou a porta atrás de si.
Fim do capítulo
Olá meninas!
Como estamos?
Espero que todas ótimas!
Bom, estou voltando com história revisada e alterada em alguns pontos que achei ser necessário.
Desde já, peço que me perdoem por não ter encontrado um padrão de tempo entre uma postagem e outra, mas prometo sempre atualizar os capítulos e ir até o fim dessa maravilhosa saga, que a propósito é minha primeira.
Adoro ler os comentários das senhoritas, então podem abusar, pois motiva o pregresso do romance e serve como feedback na hora de entender o que estão achando.
Por hoje creio q é só... Beijos no coração de cada uma e se cuidem!!
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