Humano
Contradictio
"Humano..."
***
"...Eu sou apenas humano, eu faço o que posso
Eu sou apenas um homem, eu faço o que eu posso
Não coloque a culpa em mim... "
- Rag'n'Bone Man/ Human
Passava das 21h00min h da noite de segunda - feira.
Aparentemente o local estava vazia, apenas os empregados circulavam por ali, mas era só aparentemente.
Á cada passo lento, porém firme, aproximava-se mais da origem que produzia as belas ondas sonoras...
"Belo aos ouvidos e familiar ao coração!!!"
O ressoar do grande piano branco pelos extensos corredores da imponente mansão Castiel, provocara na recém chegada um meio sorriso nos lábios rosados.
Quedou-se ao destino, já tão conhecido e avistou-a...
Sua linda menina, agora mulher, como costumava faze quando criança, debruçava-se, alheia do mundo ao redor, sobre o lindo instrumento de calda longa.
Revelava suas mais profunda emoções sem se dar conta disso...
O meio sorriso de outrora, alargo-se!!!
- Katharine Emanuella Castiel... - A voz sou como falsa repreensão - O que disse sobre brincar no piano do vovô?! - A voz melodiosa fez-se ouvir.
Apenas duas mulheres costumavam chamar-la assim, logo os lábios avermelhados esboçaram um sorriso amável.
- Olá mamãe!!! - virou-se. O seu olhar era de carinho e afeto eram destinados a figura esguia parada diante de si.
Luciana Salvatore Castiel, ou Lucy para os próximos, era uma linda jovem senhora. Ruiva de olhos cor de mel, mantinha algumas pouca sardas na pele alva, misturavam-se bem as poucas rugas, dando-lhe o charme que só os anos de experiência são capazes de proporcionar.
Não parecia-se em nada com a policial, porém o sorriso amável e gosto por música, fora adquiridos da convivência maternal e carinhosa entre elas... eram semelhanças partilhada entre ambas!!
A advogada caminhou até a filha, deitou-lhe um beijo na testa e sentou-se ao seu lado.
Tocaram juntas, como não faziam a alguns bons anos!!
- Soube que seu pai, pessoalmente, te intimou para cuidar de mais de uns de seus problemas!! - Lucy quebrou o silêncio que se fez quando cessaram a belíssima melodia.
Emanuella inspirou e em seguida expirou...
Fitava as teclas pertas e brancas, mas agora seu olhar era de esgotamento, bem distinto de minutos atrás.
- Desculpe se a acordei, mamãe... Eu só... - limpou a garganta e firmou o tom firme que lhe era característico - Eu só precisava espairecer um pouco!! - A jovem agente estava esgotada fisicamente.
Desde domingo não dormira, não que isso não fosse comum em sua rotina de trabalho, todavia a perda de um amigo querido e as noites do último ano perseguindo traficantes inescrupulosos estavam cobrando seu preço, entretanto o seqüestro do milionário Augustos, em especial, Ressuscitada demônios de um passada não resolvido dentro de Emanuella.
- Oh... não se atenha á isso, minha filha... - sorrio carinhosa - Acabei de chegar do escritório, estava indo para o quarto quando te ouvi tocar! - Afagou-lhe, em um carinho que só mãe sabe dar, as madeixas negras, que agora espalhavam-se sobre a proteção das teclas do piano onde Manu estava debruçada.
Silêncio...
- Acha... que sou uma pessoa ruim? - Finalmente Manu quebra o silêncio. Ao contrário dos pensamentos a voz da morena era calma e cadenciada.
- Por que diz isso, querida? - Lucy continuava a afagar-lhe os cabelos, como fazia quando a menina escondia-se de seus medos de criança em seus protetores braços.
-Eu não quero salva-lo... - disse simples - Por que... - sentiu um nó formar-se em sua garganta - ... quem eu queria salvar e merecia viver, mais do que eu mesma, não pude...mesmo que ele precise de mim, Eu não quero... Eu só... eu só quero que eles desapareçam da minha vida! - A voz parecia embargada. Emanuella jamais admitiria isso e sua mãe, mas a mais velha sabia que tudo aquilo a deixara em cacos.
A advogada, mais do que todos, sabia o que a filha mantinha em segredo, o que tentava esconder de todos.
Conhecia a criança diante de si, apesar de não ter a gerado, era sua filha e conhecia-a melhor que qualquer outro.
Estava sofrendo, em conflito...
- Não Kath... - olhava-a com amor e compreensão, empatia materna talvez - Está apenas... sendo humana!! - Disse por fim.
"Humana... Acho que essa nomenclatura não me define mais!!" - sorriu amarga.
- Lamento não ter estado mais com a senhora nos últimos meses... - pontuo pondo-se sobre os pés.
E lá estava a nova Emanuella, fechando-se novamente dentro de si, não sábia lidar com tudo o que a acontecera. Apesar dos 28 anos de idade, não tinha maturidade para seguir em frente e abandonar um passado que parecia tão presente e atual dentro de si, entretanto tentava sobreviver, pois já não sabia mais o que era viver...
"Um dia por vez!" - Concluiu em pensamento, como um mantra.
Lucy não forçou sua entrada, sabia que não adiantaria.
- Não se desculpe, querida, mas adoraria ter-la aqui com mais freqüência, agora que voltou de sua expedição pela Europa!! - levanto-se também, era alguns centímetros menor que a morena. Os olhos cor de mel miravam os Azuis escuro, buscava por algo.
Eram tão azuis...
"Idênticos ao de Pedro... "- sempre ficava maravilhada com a semelhança.
Foram interrompidas...
** celular vibrando**
"Temos uma pista nova, me encontre no endereço á seguir" - Juliana mandara uma mensagem avisando a agente sobre novas pistas no caso do Médico Muller.
- Preciso ir, mamãe!! - beijou a testa com carinho.
- Tudo bem minha filha!! - sorrio.
Foi-se, deixando uma receosa advogada para trás...
** EM ALGUM LUGAR ***
- Quais são as ordens ?? - O homem encapuzado e com uma toca negra de linho cobrindo-lhe o rosto pergunta.
Estava ao telefone e o local era insalubre.
- Assim que se aproximarem, mate!! - a voz fora firme, como quem sabe o jogo que está propondo.
- Mas..
-Não questione, apenas faça. - interrompeu - Não é pago para pensar, seu idiota!! - vociferou. - Serão dois coelhos feridos em apenas uma tacada!! - sorria maquiavélico.
***
- Juliana, larga esse telefone... - Era Manu - Vamos entrar!!
Estavam em um barracão abandonado, na parte periférica da cidade.
As primas trajavam colete e tinham armas á punho...
Receberam uma denuncia anônima que delatava o local onde supostamente estaria o "Doutor seqüestrado".
- Você é um pé no saco, Castiel!! -respondeu irritada.
- Anda!! - Deu de ombros e caminhou para os fundos do galpão que parecia abandonado a um bom tempo.
- Acha mesmo que tem alguém aí, essa merd* está caindo aos pedaços?! - Juliana estava em seu encalço.
- Eu não sei, só estou seguindo ordens e me preparando para não levar um tiro, caso não seja uma pista tão furada assim!!! - falou ríspida, ainda estava irritada com a ruiva.
Pararam na porta, uma de cada lado. A ruiva abriu e Manu entra com a arma em riste, July seguiu fazendo a cobertura para a morena.
Verificaram todo o ambiente e como estava na penumbra, buscaram por um interruptor, já que não havia ninguém ali, queriam olhar melhor e as lanternas não ajudavam muito na tarefa visual.
- Sabe o que é estranho?-a morena tinha o cenho franzido em quanto os Azuis tempestade Perscrutavam atentamente o local vazio, agora bem iluminado.
- Você de bom humor ?! - reapodera uma ruiva irônica e na defensiva e recebeu um olhar atravessado da parceira.
- Por que um homem com o poder aquisitivo de Augustos estava em um hospital, que por a caso lhe pertence, ás 22h da noite num domingo. Ele tem empregados até para limpar sua bunda, não precisava estar lá!! - continua concentrada em seus pensamentos ignorando o tom sínico da prima.
- Vai ver ele não tem namorada... - Zombou e logo em seguida recebeu um Azul irritado sobre si. - Ok, ok... desculpe... - respirou fundo e resolveu pensar de forma crítica.
Não que não se importasse com o fato de um homem, por mais impiedoso que fosse, estar correndo risco de vida, mas não tinha nada ali e tudo que ela queria naquele momento era estar brava com Manu.
"Ou tirar um cochilo de 30 minutos... - pensou marota. Estava morta, não dormira direito desde o domingo.
- Não havia motivos para ele estar lá... - continuou a montar seu raciocínio, agora de frente para a ruiva - Eu analisei todos os relatos dos funcionários, não tinha problemas ou cirurgias que exigiam a presença de Augustos no hospital !! - concluiu a morena.
- E também ele estava de folga, "para viver o luto" - fez sinal de aspa com as mão no ar - Em uma suposta viagem desde sexta!!- completou uma ruiva com semblante analítico.
A atenção da morena, que segundos atrás estava sobre Juliana, volta-se para uma parede ampla atrás da ruiva...
-Nãooo... - Foi tudo o que Juliana ouviu.
Fim do capítulo
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loyane hellen
Em: 23/03/2020
Simplismente amei. Anciosa pelo próximo capitulo. :)
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