Capitulo 29
Lola chegou ao seu quarto e começou a arrumar as suas roupas dentro de uma mochila. Rita, que estava ao seu lado observando toda aquela cena, ficou sem entender o que estava acontecendo.
—O que você está fazendo, Lola? — Rita perguntou e Lola parou o que estava fazendo.
—Vou ir embora! — falou e Rita ficou surpresa. Lola nunca havia falado que sentia vontade de ir embora dali e abandonar Gael. Era até estranho aquela decisão repentina.
—Por quê? — Rita se sentou na cama que tinha ali e começou a ficar preocupada. Estava com medo de Lola ter brigado com Gael.
Lola se sentou ao lado de Rita e começou a olhar para o nada.
— Quero recomeçar a minha vida em outro lugar, Rita— Segurou a mão da mulher ao seu lado com carinho.
Rita com o toque de Lola acabou se arrepiando toda e não conseguiu disfarçar.
—Er... Por que isso agora? — Rita afastou a mão da de Lola que passou a olhar para Rita de uma outra forma. Talvez a mulher da sua vida sempre estivesse ali ao seu lado e ela nunca tivesse notado.
—Minha irmã... Eu a encontrei— Falou e Rita ficou surpresa, no entanto, ao mesmo tempo, confusa. Não era Lola que dizia odiar a sua irmã ou será que era somente uma mágoa passageira?
—Lola, como assim você encontrou a Alexia?— Rita perguntou um pouco alto e sentiu uma das mãos de Lola tapando sua boca.
—Não fale alto, por favor— Lola pediu e Rita assentiu com a cabeça— O Gael pediu para eu matar uma pessoa, mas não sabia de quem se tratava. Só sabia onde encontrá-la e a placa da moto dela... Eu estranhei esse pedido dele, mas, mesmo assim, eu iria acatá-lo.
—Você iria matar uma pessoa sem saber quem ela era?— Rita perguntou um tanto decepcionada.
—Eu iria ganhar uma boa grana com isso, tá, Rita!— Lola falou e Rita balançou sua cabeça negativamente várias vezes.
—Você é sem coração— Rita falou e aquelas palavras doeram em Lola.
—Não sou sem coração— Lola fez Rita a olhar nos olhos— Quer que eu te mostre que eu não sou sem coração?— Perguntou e Rita ficou a olhando tentando adivinhar os seus pensamentos.
—O que você quer dizer com isso, Lola?— Rita inquiriu.
—Que andei perdendo tempo demais e só hoje percebi, que a minha felicidade sempre esteve ao meu lado— Tocou o rosto de Rita.
—Não brinque com meus sentimentos— Rita tirou a mão de Lola de seu rosto. Rita gostava de Lola, contudo, sabia o quanto a outra moça era cafajeste demais.
Lola respirou fundo. Talvez a forma que estava demonstrando os seus sentimentos não era a correta.
— Não quero brincar com seus sentimentos... Estou sendo sincera contigo... Por isso que quero que você vá embora comigo... Encontrei a minha irmã, ela me explicou os motivos que a levaram a fugir e bom tentei entendê-la... Não foi fácil, mas tentei... Senti vontade de matá-la, mas o que sempre senti aqui dentro era mágoa, pois não queria que a minha irmã tivesse ido embora.
—E agora descobriu que gosta de mim? — Rita perguntou um pouco baixo.
—Sim... É... Você sempre esteve comigo... Você sempre cuidou de mim— Lola respondeu.
—Não quero que você fique comigo por gratidão— Rita falou e Lola segurou o seu braço, puxando-a para de encontro ao seu corpo.
—Posso te mostrar agora que não quero você somente por gratidão, Rita— Lola falou com uma voz um pouco rouca e Rita sentiu o seu sex* latejar.
As duas mulheres ficaram se encarando por um bom tempo. Até Lola notar que já estava ficando tarde demais e que ela precisava ir embora dali— Vamos, você precisa arrumar as suas coisas— Lola soltou o braço de Rita e se levantou da cama.
—Certo!— Rita ficou um pouco sem jeito, mas em poucos minutos conseguiu arrumar as suas coisas.
Quando já estava pronta, chegou ao quarto de Lola.
— Como vamos fugir? Você sabe que não é tão simples assim.
Lola colocou a mochila nas costas.
— Eu sei disso, pois todas nós sabemos que entrar aqui é muito fácil e sair somente em caso de morte, mas tem uma saída secreta aqui... Um túnel que o Gael construiu para se caso a polícia invadisse a favela— Passaram pela porta do quarto de Lola e começaram a andar com cuidado. Ali não tinha vigias, pois Gael confiava muito em Lola e sempre tivera certeza de que ela nunca tentaria fugir. No entanto, ele estava enganado, pois naquela noite, Lola fugiu com Rita.
_*_
— Chefe, a Lola fugiu com a Rita— Um dos homens de Gael falou ao entrar na sala.
— Não diga mentiras, rapaz— Não seria fácil Gael acreditar naquilo, pois Lola era a pessoa que ele mais confiava ali.
—Ele não está mentindo— Marcelo falou ao entrar na sala de Gael.
—Quem mandou você entrar em minha sala sem minha permissão? — Gael estava muito irritado.
Marcelo riu em deboche.
— Ninguém, mas queria lhe avisar que a sua garota acabou fazendo as pazes com a sua querida irmãzinha. Pensei que o senhor havia dito que a Lola odiava a irmã.
—E ela odiava... Ela sempre havia me dito isso... Droga— Atingiu a sua mesa com um de seus punhos.
—Gael, não quis te dizer naquele momento— Marcelo se sentou na cadeira que ficava de frente a mesa de Gael— Você foi muito ingênuo... Elas são irmãs... Mesmo Lola a odiando, ela nunca seria capaz de matar alguém de seu próprio sangue.
Gael teve que concordar com Marcelo. Lola talvez não fosse tão fria assim como ele havia imaginado.
— Chefe, encontramos uma moça rondando a favela e ela está querendo falar com você— Um homem alto falou e Gael ficou ainda mais irritado, mas resolveu atender essa mulher.
—Peça para ela entrar— Gael se sentou em sua cadeira. Já estava sem paciência.
Acompanhada por dois homens, Nina entrou na sala. Gael logo a reconheceu.
—Uma das garotas de Alfredo— Gael falou ao se levantar— Não tem medo de morrer não querida?
Nina foi empurrada e caiu no chão.
— Quero ajudar o senhor!
Marcelo que observava toda a cena começou a reparar no corpo de Nina.
— Até que é gostosinha— Pensou.
—Ajudar? — Gael riu alto — Querida, não preciso de ajuda dos meus inimigos não.
Nina se levantou.
—Eu quero matar a Janaína Vasconcelos— Falou com todo o ódio que sentia pela a delegada.
—Essa daí é a namoradinha da Alexia, chefe— Um dos homens de Gael falou.
—Deve ter levado um pé na bunda e agora tá ressentida— Um outro comentou e todos começaram a rir.
—Entendo perfeitamente você, querida, tem pessoas aqui no mesmo estado que você— Gael comentou olhando diretamente para Marcelo.
Nina não gostou nem um pouco daqueles comentários, no entanto, queria a ajuda de Gael para poder se vingar.
— E então? — Encarou o homem a sua frente.
—Tudo bem, mas lembrando que você acabou de entrar em um caminho sem volta— Gael falou e Nina assentiu com a sua cabeça.
CONTINUA...
Fim do capítulo
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