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Caroline por BrunahGoncalves e Brunah Goncalves

Ver comentários: 1

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Palavras: 3442
Acessos: 1489   |  Postado em: 22/03/2020

Onze

 

|Não tenha vergonha de tentar ser feliz novamente;|

 

Caroline

 

— O quê?

— Pois é...

— Mas ele estava assediando uma mulher!

— E o que você tem a ver com isso? — Passou a mão na barba, notei que era um gesto que fazia sempre quando estava nervoso — Já não basta o monte de problemas em sua vida? Ele pode acabar com você em dois tempos, Caroline. Você não pensa em Nicolle?

— Penso, penso o tempo todo... Por isso estou aqui. Mas não posso ver essas merd*s e ficar quieta. Se fosse comigo ia querer que alguém me defendesse. Assédio é covardia.

— Blá, blá, blá... Virou o que, super-heroína agora? Me poupe, caralh*! Não consegue salvar nem a si mesma, vive na merd*... Pense mais em Nicolle, se afasta de problemas. Senão farei questão de arrancar ela de você e ainda te mando para bem longe de Canopus.

— Está me ameaçando, Bruno?

— Entenda como quiser, Caroline. Mas aproveita que estou falando para o seu bem. Quer dizer, para o bem da sua namorada! É com ela que me preocupo.

 

†

 

 Após a terceira noite de trabalho, já estava me sentindo exausta, com um desgaste mental e físico preocupante. A depressão parecia querer me derrubar novamente, a saudade de Nicolle doía de um jeito latejante e inexplicável, queria ficar na cama ou conversar com alguém, mas não tinha ninguém para ouvir minhas lamentações. Alana estava na Inglaterra e me ligava de vez em quando, mas ela estava absolutamente empolgada com a nova vida e os estudos lá fora e eu não queria ficar enchendo-a com os meus problemas. Contei-lhe sobre o acidente de Nicolle e ela lamentou, me disse palavras de força, mas não podia voltar tão cedo para me abraçar; e eu nem desejava isso, ela não deveria parar sua jornada para me ajudar com a minha.

 Comi algo rápido, dois miojos, que preparei com legumes e fui para o hospital por volta das onze, para aproveitar o resto do dia com ela. Sentia-me tão mal por não poder ficar o tempo todo ao seu lado... depois do dia que chorou, ainda mais. Ela sentia e sabia que estávamos ali, então deixá-la era sempre um ato dolorido, torturante e angustiante. Era como se eu deixasse uma parte de mim. 

 Entrei no corredor que dava para o quarto dela e me deparei com Lily, minha cunhada que andara me odiando, que não conseguia nem olhar na minha cara durante os dias em que nos esbarramos pelo hospital.

— Aí, cunhadinha problemática, minha irmã acabou de acordar chamando teu nome. — disse num desdém grotesco.

— Sério? — Abri um sorriso involuntariamente, pois minha satisfação ao ouvir aquilo foi gigante. Nem me importei com seu desdém, foi algo notado, mas praticamente insignificante. 

— Sim — confirmou com cara de poucos amigos e apenas saí correndo numa pressa e entusiasmo indomáveis, deixando-a sozinha no corredor.

 Parei de súbito na porta para me recompor pelo menos o suficiente para não entrar assustando alguém. Entrei com os olhos ávidos em sua direção e vi que o médico alto a estava examinando. Contive mais uma vez o meu impulso de correr até ela e me aproximei devagar. Ofegava de nervoso e as lágrimas começaram a cair involuntariamente quando a vi de olhos abertos respondendo às coordenadas do doutor. Foi uma das cenas mais lindas que vi na vida. Sorri e ela virou o rosto lentamente em minha direção, com seus olhinhos doces me fitando. Sorriu singelamente. 

— Caroline... — disse num volume quase inaudível, mas que eu consegui ouvir perfeitamente. E ouvir o som de sua voz, mesmo que fraca, mesmo que abafada pela falta de energia do corpo em recuperação, me fez arrepiar numa espécie de contentamento inenarrável. 

— Oi, meu amor...  — disse numa tentativa de pranto contido.

 Aproximei-me vagarosamente — com uma espécie de receio que nem sei bem explicitar o motivo —, e segurei a mão que ela ergueu para mim. Segurei com as minhas duas e senti uma espécie de frenesi percorrer meu ser por inteiro... Ela estava consciente! E me olhava e sorria para mim! Foram indescritíveis as sensações que experimentei, cara.

 Acariciei seu rosto com as costas de uma das mãos, abri ainda mais meu sorriso e em seguida beijei o alto de sua cabeça.

— Senti sua falta — sussurrei após o beijo demorado em meio aos seus cabelos.

— Eu estava aqui o tempo todo. 

— Eu sei disso, meu amor. Eu senti que estava. — disse e acariciei novamente seu rosto frágil, dessa vez com o polegar e o indicador. Ela sorriu mansamente e isso me fez quase transbordar de chorar.

— Eu prometi não te deixar, Carol. Geralmen... — Tossiu e então o médico interveio.

— Ela acordou, mas ainda precisa de muito repouso — disse olhando para mim, mas logo voltou o rosto para ela: — Você é bem forte, mas agora, sem muito esforço, senhorita Nicolle.

 Sorrindo, beijei sua testa e falei com o tom de voz acolhedor:

— Repouso, amor! A gente ainda vai ter muito tempo pra matar a saudade.

 Meus sogros estavam no quarto e meus dois cunhados também, todos com expressão de alívio e satisfação.

— Graças a Deus! O doutor disse que provavelmente não ficará nenhuma sequela. Minha filha é uma guerreira! — garantiu dona Alícia, derramando uma lágrima enquanto tinha o ombro acolhido pelos braços do esposo.

 Nicolle sorriu para a mãe e depois voltou a me olhar:

— Você está bem, meu amor? — perguntou ela, com o olhar um tanto preocupado. Provavelmente queria saber do meu emocional, da depressão.

— Estou sim. Mais forte a cada dia... E vou cuidar de você. — garanti.

— Você leu Hope – A Menina índigo pra mim ou eu apenas sonhei?

— Sim, eu li. E amei conhecer Fabi, Anjinho e Hope. Que mulheres! 

— Eu achei que tivesse sonhado.

— Foi real, meu amor. Eu li e vou continuar lendo, todos os dias até que você possa e queira ler sozinha.

— Obrigada. Eu te amo, Caroline.

— Eu também te amo. Demais... Mais do que imaginava que fosse capaz. — Assim, a fiz sorrir novamente.  

 Peguei folga para passar a noite com ela no Irena Sendler, mas nas noites seguintes trabalhei normalmente, tendo que deixá-la na companhia dos pais e irmãos.

 Os dias passaram-se e ela teve uma recuperação incrivelmente rápida. Em quatro dias pôde deixar o hospital e foi para casa. Depois disso, os irmãos ficaram mais dois dias na cidade e depois voltaram para o Rio de Janeiro. Apenas Lily permaneceu em Canopus, com os pais. E a pirralha fazia questão de demonstrar que não me suportava.

 

†

 

  O trabalho à noite no Bob estava longe de ser dos melhores, mas as contas estavam chegando sem piedade e eu precisava continuar nele para pagar pelo menos as mais importantes delas. A corda estava no meu pescoço e eu tinha que ter cuidado para não ser enforcada. O tempo todo eu lutava contra a vontade de desistir. Porque quando a gente está em um lugar fazendo algo que não gosta, a vontade de desistir é constante.

 Meu condomínio já estava atrasado de novo, mas nem por um segundo eu pensava em pedir grana para Nicolle. Em hipótese alguma; ela estava se recuperando e eu... Podia e precisava correr atrás das coisas sozinha. Além do mais, prometi para ela que não a desapontaria novamente. 

 

 Cheguei cedo ao bar, antes de abrirem. A noite estava fria e minha jaqueta de couro não estava sendo boa o suficiente para me aquecer. Saía até fumaça da boca, fato que me distraiu por alguns minutos. Acendi um cigarro na tentativa vã de sentir menos a temperatura baixa.

— Oi, Caroline. 

— E aí, Melina. Tudo certo?

— De boa. Obrigada por ter me defendido daquele escroto naquele dia. Não tive oportunidade de agradecer antes, fiquei com medo, sei lá... Não quero causar problemas por aqui. Preciso do emprego, hoje em dia está difícil encontrar trabalho. Principalmente para mim, que nem terminei o ensino médio.

— Relaxa. Só fiz o que queria que tivessem feito por mim. E, cara, tu é novinha, tem o quê, dezoito anos?

— Dezenove.

— Ah, sim, verdade, a Sabine comentou que era isso.

— Pois é...

— Então, você é novinha e linda e esses velhos tarados não podem ver uma garota como você que já querem se aproveitar. Mesmo aqui sendo apenas um bar de entretenimento, eles bebem um pouco e começam a achar que estão num prostíbulo e que as dançarinas são garotas de programa ou garotas fáceis, sabe? O negócio é não dar corda para eles. E se insistirem com algo que você não quer, grita por ajuda. 

— Quando entrei o Bob falou que é só negar e chamar os seguranças, mas aquele lá insistiu e me agarrou pelos braços, era muito mais forte que eu. Eu fiquei com medo de fazer escândalo e perder o emprego. Ainda bem que você chegou. Depois Sabine me acolheu no camarim, me acalmou.  

— Não tem que ficar com medo de fazer escândalo, cara! Qualquer coisa grita mesmo, pede socorro, pois nunca sabemos do que esses escrotos são capazes.

 Ela me acompanhou no cigarro e logo depois entramos, assim que Matheus chegou com seu esposo e abriu o estabelecimento. Mas antes de entrarmos, falei:

— A Sa ficou bastante preocupada. Ela gosta de você, né? Vocês ficam?

— Não. Ela tenta, mas não rola, não faz o meu tipo. Sabine e eu é só amizade mesmo.

— Ela é um mulherão, tem um coração gigante. Se eu fosse você, daria uma chance.

— Não rola mesmo — respondeu e sorriu sem graça.

 Os meninos faziam um esforço para abrir a porta de madeira que estava emperrada.

— E aí, meninas! Desculpem nosso atraso, a gente teve um imprevisto — disse Bob e nos abraçou.

— Cara, preciso falar com você antes de abrir aqui.

— Se for folga, nem rola, Caroline. Já te dei semana passada, ontem também. Preciso de você aqui, eu vou precisar viajar essa semana e o Matheus vai ficar só para tomar conta de tudo. Preciso de você cuidando das bebidas.

— Não é folga. Os pais de Nicolle estão com ela ainda. 

— É grana? — perguntou enquanto os outros se afastavam de nós.

— Sim. Estou precisando para pagar o condomínio.

— Olha, estamos no vermelho porque me fodi com uma funcionária que eu mandei embora no mês passado. Tive que pagar a maior grana por causa de adicional noturno e outras paradas.

 Cocei a cabeça e fiz uma expressão de desapontamento, pois vi que não conseguiria dinheiro adiantado.

— Estamos os dois fodidos, então. — falei, chutando o batente da grande porta. 

— Relaxa, que o pagamento de vocês vai cair certinho. Só não posso adiantar ou emprestar nada agora mesmo... Sinto muito.

— Relaxa. Dou um jeito de arrumar. — falei em tom baixo.

Mas que jeito eu teria de arrumar a grana? Me vi perdida. Eu não tinha amigos para me emprestar, não tinha de onde tirar, não tinha... Tentei não pensar muito, senão entraria em desespero e cairia novamente.

— Gata, até tenho um corre que pode te dar uma graninha extra. Se topar, é seu.

— Avião?

— Sim.

— Esquece! Nunca me envolvi e não pretendo me envolver com isso, Bob. Não quero me sujar, passar droga, não... Dispenso.

— Então, tá. Melhor mesmo. Não quero você envolvida com essas coisas.

 Trabalhei com a cabeça cheia de preocupações e enquanto servia as bebidas, os drinks e sorria forçadamente para os clientes, pensava em como conseguiria dinheiro para pagar condomínio, contas atrasadas, manter faculdade e... ser uma boa namorada. O pior eram as contas de água e luz que já tinham três cartões cada e eu não receberia tão cedo. Tudo estava um caos e por mais que eu tentasse não pensar, eu pensava. 

 “E agora, Caroline... O que você faz agora, cara?”

 Eu mesma me cobrava e era horrível. A voz da minha cabeça começou a me deixar para baixo de novo, dizendo coisas pesadas, me diminuindo. Mas logo a espantei, pois pensei em Nicolle; pensar nela me acalmava.

 “Ela não precisa de você” — insistiu a vilã em minha mente. Mas a espantei novamente.

— Caroline! — disse um cara magro debruçado no balcão, um dos clientes fiéis, estava ali quase todos os dias.

— Oi, tudo bem? Qual a pedida de hoje?

— Qualquer coisa com vodca.

— Caipirinha de limão com gengibre?

— Manda! — Ele mexia no celular enquanto eu preparava — Caroline?

— Sim? Pouco gelo, tô ligada.

— É. Mas não era isso, não. Fiquei sabendo que precisa de grana.

— É, estou ferrada com contas atrasadas. Mas quem te disse isso, o chefe?

— É, ele perguntou se eu poderia te ajudar. E posso... Se você quiser, claro. — falava baixo enquanto a música alta tocava e eu tinha que fazer um esforço razoável para ouvi-lo.

— Como?

— Só ficar indo levar alguns pacotes em alguns lugares mais arriscados para mim, pois já tô marcado. Não é todo dia e pago bem. Eu já tô queimado com umas paradas aí e minhas tattoos, infelizmente, me queimam ainda mais. É só levar e pegar a grana. Parte dela é sua. Dá para pagar três condomínios de uma vez só. E sobra.

— Não sei, não, cara. Não quero me meter com essas coisas. Acho que não vai rolar.

— Tá... — Entreguei-lhe a bebida nas mãos — Bom, se quiser, meu nome é Roni e eu estou aqui quase todos os dias. Só falar que mudou de ideia, o corre é seu. Garotas bonitas tem preferência.

— Valeu, Roni, mas não quero mesmo...

 Tentei tirar a ideia da cabeça, mas ela ficou martelando enquanto a noite perdurava. Era atrativa a questão da grana fácil, mas os riscos eram grandes. Descartei qualquer possibilidade de aceitar a proposta do Roni quando recebi mensagens de voz de Nicolle dizendo que sentia saudade. Quis sair correndo para ir abraçá-la e me aninhar em seus braços, beijar seus lábios e colocá-la para dormir coberta de carinho, assim eu me acalmaria de qualquer coisa.

 Também sentia uma saudade imensa, como se não a visse há tempos, mas os pais dela estavam na casa, sua irmã mais nova também, então eu estava dormindo em meu apartamento. Não queria ser um peso, já que a garota me detestava e o clima ficava pesado quando estávamos próximas. Passava apenas parte do dia cuidando da minha mulher, até que desse o horário de ir trabalhar.

— Está tudo bem mesmo, amorzinho? — questionei, notando sua voz desanimada.

— Estou com um pouco de dor de cabeça. Fragilizada. Não aguento mais ficar presa nessa cama. Se ao menos você estivesse aqui, estaria melhor.

— Sua irmã está dormindo contigo ainda, no quarto?

— Sim.

— Que saco!

— É... Mas ela dorme num colchão, mamãe insiste, com medo de que alguém ao meu lado atrapalhe o meu sono, que é essencial para a recuperação. É enfermeira, então já viu, né? Só ontem que dividiu a cama comigo. Enfim... queria que você viesse dormir aqui.

— Vou sair daqui e vou direto aí, então. Vou descansar ao seu lado, já que você já estará acordada, dona Alícia não vai implicar. E tua irmã que me ature.

— Pode vir. Ela vai sair com o Bruno bem cedo, para dar uma volta na cidade.

— Ótimo, melhor ainda. Então, até daqui a pouco. Te amo.

— Até. Te amo.

 Voltei ao bar e me deparei com o velho escroto que assediou a Melina. Não tinha além de mim ninguém para atendê-lo, estavam todos ocupados, o Bob estava lotado nesse dia. Respirei fundo, revirei os olhos e sem nenhuma simpatia, o atendi:

— Vai querer o quê?

— Que estupidez é essa, menina? O atendimento aqui anda péssimo, o patrão anda pagando mal?

— Cara, só fala o que tu vai querer beber, o bar está cheio e eu preciso atender outros clientes. E aí?

— Quanta estupidez, Caroline! — puxei o ar pela boca e soltei rapidamente, estava prestes a perder a calma que tentava manter com muita dificuldade. — Quero um Martini.

 Peguei a garrafa com tanta força e rapidez que quase a quebrei. Servi sem o encarar e tive meu pulso agarrado pelo velho nojento com cara de magnata pervertido.

— Qual é a tua, cara?

— Só quero sua simpatia, garota estúpida. Detesto ter a antipatia de garotas bonitas como você.

 — Tire a sua mão imunda de mim, seu pervertido do caralh*! — Puxei meu braço bruscamente que até derrubei a bebida do velho no balcão, para o lado dele, molhando sua camisa acinzentada.

— Inácio Carneiro?! Meu Deus, eu... sinto muito! — desculpou-se meu chefe, ao lado do canalha. — Caroline, pegue um pano limpo para secá-lo imediatamente!

— Eu não.

— Como?

— Ele quem derramou, ele agarrou meu braço, ele quem limpe.

— Anda logo, Caroline! Aqui o cliente deve ser sempre bem tratado, você sabe disso. Ainda mais sendo o nosso melhor cliente! Pegue um pano seco, anda logo, garota.

 Contra minha vontade, temendo perder o emprego, peguei o pano e entreguei ao meu patrão, que foi gentil e respeitou minha decisão de não tocar no canalha. Bob se ofereceu para limpar, mas o escroto fez uma e limpou a própria sujeira sozinho. Mas não deixou de resmungar:

— Isso não ficará assim, hem?

— A bebida fica por conta da casa, senhor Inácio. Desculpe o transtorno, isso não vai mais acontecer.

— Espero que não mesmo. Essa garota já me causou problemas demais por aqui.

— Sinto muito mesmo. Caroline é uma das minhas melhores funcionárias, só anda um pouco... Confusa.

— Confusa? — debochei e saí de perto.

 Não ouvi mais a conversa, pois depois de servi-lo novamente com um novo martíni, foquei em servir outro cliente.

 

†

 

— Bom dia.

— Bom dia, Caroline. — disse dona Alícia, simpática.

Cheguei à casa de Nicolle e meus sogros estavam à mesa tomando café da manhã. Dona Alícia me atendeu e logo voltou a sentar-se de frente para seu esposo.

— Bom dia, Carol — falou seu Lucas e me fez sorrir com a forma carinhosa com a qual pronunciou meu apelido, assim como sua filha fazia.

— Ela está dormindo?

— Acabei de olhar, está sim — respondeu-me minha sogra. — Lily não está, acabou de sair com o Bruno. — completou, parecendo ler meus pensamentos, pois eu não queria mesmo esbarrar com a pirralha.

— Ah!... Bom, vou lá ficar com ela. Preciso descansar um pouco também.

— Toma café primeiro, deve estar com fome.

— Estou...

— Então venha, senta aí. Alícia faz o melhor café de todos.

— Aposto que sim, vou experimentar.

 Tomei o café realmente delicioso da minha sogra e elogiei, pois fora o melhor que eu já havia experimentado. Comi uma fatia de pão de forma com manteiga, conversei um pouco com os dois e depois fui para o quarto, absolutamente ansiosa para encontrá-la, morrendo de saudade.

— Oi, amor da minha vida... — ela dormia, mas despertou e sorriu assim que beijei sua testa, depois seus lábios, carinhosamente. Não quis acordá-la, mas foi o que aconteceu.

— Carol... Senti sua falta.

— Também senti, meu amor.

— Estou carente, meu amor, parece que não te vejo há dias. Sinto falta de você dormindo ao meu lado. Quase não dormi à noite. 

— Sinto o mesmo, amor. — Não falei mais nada, tirei a jaqueta e a calça jeans e deitei-me ao seu lado. Beijei-a na boca com uma urgência que só não foi maior e mais ardente, pois ela ainda se recuperava, estava visivelmente fraca fisicamente e eu tinha noção disso.

— Que saudade desse beijo assim!

— Vou te encher deles todos os dias. — Prometi e beijei novamente até que tive que me afastar para que ela pudesse respirar — Amor, vou juntar uma grana e nós vamos fazer aquela viagem que você estava planejando, tá? Vou te levar à praia assim que estiver totalmente recuperada. Prometo.

— Não vejo a hora de ficar boa. Só de sair dessa cama e andar tranquilamente, já será um presente.

— Vai sair. E será rápido. Prometo.

 Depois de mais e mais beijos, adormeci abraçada à minha namorada, que fazia carinho em meus cabelos. Dormi sentindo o melhor cheiro do mundo: o dela.

 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 12 - Onze:
rhina
rhina

Em: 17/08/2020

 

Por favor Carol sei que está muito difícil mas não se envolva nestas paradas erradas.

Rhina

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