Capitulo 11 - DIVERTISIMENT
A semana foi implacável, passou rapidamente e quando Julia percebeu já era quarta-feira à noite, o atestado de Clara acabaria na manhã seguinte e ela deveria voltar para escola e Julia voltar ao trabalho. Os dias voaram, mas na verdade Julia não via hora de retornar ao trabalho. A contadora estava na bancada da cozinha organizando as contas no mês, já pensando no novo salário que iria recebia na sexta-feira e isto a animava muito, pois poderia comprar umas roupinhas nova e um tênis para sua menina que estava crescendo rápido demais. Quando olhou para sua filha percebe que Clara estava dançando na frente da tv enquanto pela milésima vez assistia ‘Barbie e o Príncipe Quebra Nozes’, então Julia discretamente pega seu celular e grava a sua filha dançando e sem pensar muito manda a gravação para Victoria com a seguinte legenda “Olha essa bailarina? Definitivamente já posso voltar a trabalhar hahaha”.
Victoria estava jantando na casa do irmão, pois Joana voltaria para Paris naquela madrugada, o voo da bailarina sairia de Curitiba às 04 horas da manhã, iria até São Paulo e de lá para Paris.
Todos conversavam animadamente quando Victoria percebeu o recebimento de uma mensagem, quando viu que era um vídeo enviado por Julia e leu a legenda, pediu licença e saiu da mesa para ter um pouco mais de privacidade para ver o vídeo. Um pouco afastada de todos abriu o vídeo e com um sorriso de orelha a orelha verbalizou: -Que coisa mais fofa! – Não resistiu e sem pensar muito fez uma ligação, para Julia que ao perceber seu celular tocando e ver o nome de Victoria na tela sentiu um frio na barriga, mas logo atendeu já falando:
-E então minha filha tem ou não tem talento?
E deu uma risada gostosa que fez as pernas de Victoria tremerem.
-Julia o que é essa menina? Que coisa mais fofa ela é.
-Sim, ela é uma coisa linda e como você percebeu já está recupera, graças a sua ajuda.
Victoria ficou vermelha.
-Imagina Ju, só fiz o que achei certo. Mas me conta ela fez o exame? Descobriram ao que ela tem alergia?
-Fez os exames sim, ainda não descobriram, mas vamos descobrir. Graças o plano de saúde ela agora está sendo atendida por um alergista pediátrico que esta super disposto a tentar descobrir o que fez tanto mal a ela naquele dia.
-Logo, logo descobrem e daí será mais fácil evitar que algo assim aconteça novamente.
-Tomara mesmo.
De repente fez-se aquele silêncio constrangedor e Clara chama a atenção de Julia:
-Mamãe com quem você está falando?
Victoria escutava a voz da pequena ao fundo e dá um sorriso.
-Estou falando com Victoria a minha chefa, lembra que a mamãe te contou sobre ela?
Victoria não gostou de ser chamada de chefa por Julia, queria mais intimidade com a jovem e aquele termo só as distanciavam.
Clara veio correndo e pediu:
-Posso falar com ela mamãe?
-Pode sim. Victoria, Clara quer falar com você tudo bem?
-Claro põe ela na linha.
-Espera só um pouco que vou colocar no viva voz.
De repente a mais velha ouviu aquela vozinha doce e infantil.
-Oi Victoria.
-Oi princesa Unicórnio.
A criança riu do jeito que a mais velha a chamou.
-Como você sabe que eu gosto de unicórnios?
-Sei por que tenho uma bola de cristal.
A menina sorriu de uma forma desconfiada.
-Não tem não.
-Tenho sim, um dia quando você vier a minha casa eu te mostro.
Julia sentiu um frio na barriga só de imaginar a ideia de ela e Clara na casa de Victória.
-Então tá combinado, você me mostra quando eu for aí. Moça só queria dizer que lembro de você e você é muito bonita.
-Você lembra de mim? Como?
-No hospital, eu lembro de você me trazer no colo pra casa e lembro de você cuidando da mamãe quando eu tava dodói.
O coração de Victoria amoleceu ainda mais, como ela poderia lembrar se ela estava muito mal.
-Mas como você se lembra princesa unicórnio, você estava muito mal naquele dia.
-Eu não sei mais eu lembro. Beijo tia Vic até mais.
E desceu correndo do colo de Julia e voltou para o sofá.
Julia tirou do viva voz e comentou:
-Eu não sei como ela lembra, mas ela já havia me dito isso antes e achei engraçado ela querer te contar, pois ela não é muito de falar com pessoas que ela não conhece. Enfim coisas de crianças não é mesmo?
-Sim, é sim.
-Julia agora preciso ir estou em um jantar, nos vemos amanhã na empresa.
-Claro vai lá, não quero te atrapalhar. Beijos e boa noite.
-Beijos.
E as duas desligaram o telefone, mas ficaram com os aparelhos na mão como se quisessem manter a conexão que as unia. Porém a pulguinha da dúvida criava corpo na mente de Julia: -Que jantar será que ela estava? Será que era de trabalho ou será que era com uma daquelas mulheres com as quais ela saía? Esse pensamento a incomodou e lembrou do dia em que pesquisou o nome da chefa na internet e encontrou fotos publicadas em uma revista de fofoca que mostravam Victoria com uma loira tipo top model no colo. Não soube definir o que sentiu, mas não gostou da lembrança.
Na casa de Vinicius, Joana se aproximou da amiga e perguntou:
-O que é essa cara de besta de quem parece que viu um passarinho verde?
-Nada não.
A bailarina sorriu, fez uma cara de deboche e disse: - Mentirosa!
E as duas riram.
-Olha esse vídeo que a Julia me mandou.
Joana assistiu o vídeo fazendo expressões de quem quer dizer: que coisa mais fofa! Mas apenas diz:
-Vic ela é muito linda. Essa é a filha da Julia?
-Sim, essa é a Maria Clara.
A jovem pensou: - Nossa ela é muito parecida com o Kevin – mas, resolveu não externalizar seu pensamento e apenas tirou sarro da amiga: - E essa sua cara de boba heim? Me explica isso?
Victoria tenta controlar sua euforia, e responde:
-Ué cara de nada, minha cara normal.
A jovem bailarina dá uma gargalhada.
-Pra cima de moi mon cher?
As duas riem e Victoria se rende.
- Aí Joana, eu não sei o que está acontecendo comigo, mas tudo que é referente a Julia e Maria Clara me interessam, me faz ficar feliz você me entende?
-Eu entendo. Entendo que minha amiga está apaixonada e Curitiba vai perder a maior pegadora, a solteirona mais cobiçada no meio da sapataria e só te digo uma coisa: Vai fundo!
As duas riras e Victoria fez uma careta como quem diz – Exagerada! – então a empresária fica séria novamente e diz:
-Não sei não... tenho medo que seja só coisa da minha cabeça e depois que eu ficar com ela eu não queira mais nada... Tenho medo de magoá-la não estou costumada com essas coisas de sentimentos... Mas, também talvez ela não queira nada comigo, até por que até onde sabemos ela é hetero.
-Quem diria, Victoria Kramer com medo de mulher? Eu não acredito que vivi para ver isto.
Victoria deu tapa no braço da amiga e disse:
-Para de ser besta, não é medo é só... Cuidado!
-Uhumm sei.
-Mas chega dessa conversa e vamos voltar pra mesa, antes que a família surte.
Voltaram para a mesa, terminaram o jantar e a conversa fluía tranquilamente quando Vinicius perguntou:
-Vic você tem alguma programação pra esse sábado?
-A princípio não irmão, por que?
-Por que estava pensando naquele “vale night” pra esse sábado pode ser?
-Claro que pode irmão, tranquilo, posso passar aqui pegar a Sophie na hora do almoço? Daí vamos ao shopping, almoçamos por lá deixo ela brincar um pouco no play, assistimos um filme e vamos pra minha casa farrear muito, o que acha Sophie?
Sophie saí correndo do lugar onde estava sentada e vai correndo dar um abraço apertado na tia.
-Eu amei tia, vamos brincar muito.
-Vamos sim meu amor.
A noite terminou de forma tranquila. Victoria após se despediu com pesar por Joana estar votando para Paris, afinal haviam se tornado boas amigas e para uma pessoa como Victoria era difícil encontrar pessoas em quem podia confiar. A morena voltou para casa lembrando do vídeo de Clara e da conversa com Julia e preocupada em como lidar com tudo aquilo que estava sentindo.
Já Julia não conseguia dormir pensando na forma carinhosa como Victoria havia falado com sua filha em como sua chefa era linda e como sua voz a fazia arrepiar. Ambas as mulheres sabiam que precisavam tentar resolver essa situação, sentiam que entre elas havia algo mais que já superará a relação entre patroa e funcionária, mas faltava a oportunidade e a coragem. Afinal quem se arriscaria a dar o primeiro passo?
Na quinta feira Julia voltou ao trabalho foi direto ao RH entregar o atestado e o contrato do plano de saúde para Cristina, que muito educada, perguntou como estava sua filha e desejou melhoras.
Quando chegou em sua mesa viu uma pilha de relatórios acumulados que deveriam ser concluídos o quanto antes. Cumprimentou sua amiga Tamara que trabalhava na mesa lado, rapidamente contou o que havia acontecido, contou que tinha uma filha o que deixou a amiga surpresa e voltou ao trabalho.
Já perto do meio dia a jovem, decide ir ao banheiro, mas no caminho cruza com Carlos que a segura pelo braço e grosseiramente a interroga:
-Como você falta três dias no trabalho e me deixa na mão com os relatórios heim? Não tem medo que a chefa descubra sua mentirinha e você seja mandada embora?
Julia sorri sarcasticamente para o rapaz, tira a mão dele do seu braço e tranquilamente olha par ao rapaz e diz:
-Sabe o que você faz com os seus relatórios Carluxo?
O homem que já estava bufando de raiva olhando para a jovem, não responde mas fica com os olhos fixo nos verdes de Julia.
-Enfia no cu!
-Mas você é uma vadia mesmo, como ousa falar assim comigo?
-Victoria já sabe sobre minha filha eu mesma contei tudo. Então ou você para de me assediar e me perseguir se não quem vai perder o emprego é você seu machista fracassado.
Ao dizer isso saí e deixa o homem bufando de raiva, que dá um soco na parede como forma de tentar se livrar da raiva e intimidar ainda mais Julia.
A jovem vai até o banheiro, apoia as mãos na pia e abre a torneira. Estava tremendo de raiva, então joga uma água no seu rosto e no seu punho para acalmar um pouco, quando ouve a porta abrindo e sua amiga Tamara entra.
-Ei Julia está tudo bem?
-Sim agora esta tudo ótimo. Só preciso me acalmar.
-Mas, o que aconteceu?
-Aquele embuste do Carlos novamente, mas ele não tem mais com o que me chantagear. Agora está tudo resolvido.
-Como assim ele te chantageava?
-Sim amiga. Ele sabia que eu tinha uma filha e me chantageava me obrigando a fazer os relatórios dele, se não ele contaria e eu corria o risco de perder o emprego, então acabava cedendo a chantagem, mas agora isso acabou.
-Que horror Julia, você precisa contar para a Tereza. Esse cara fica te perseguindo e pode fazer coisas pior pra te prejudicar. Isso é perigoso amiga! – respondeu a jovem funcionária de uma forma genuinamente preocupada com a amiga.
-Fica tranquila, já dei um chega pra lá nele amiga, acho que agora ele sossega, por que não tem mais com o que me chantagear.
-Bom se você diz isso então tá bom... E então vamos almoçar? Quero que me conte tudo, sobre sua filha e por que a escondeu de nós até agora.
- Ah amiga, hoje vou comer só uma fruta na minha mesa mesmo, preciso botar aqueles relatórios em dia, tô atolada de coisas pra fazer. Podemos deixar essa conversa pra amanhã?
-Claro que sim, e se você precisar de mim estarei no refeitório ok?
Tamara deu um abraço na amiga e completou.
-Não deixa mais esse babaca se aproveitar de você.
-Pode deixar amiga.
Depois do confronto o restante do dia correu tranquilo. Não encontrou Victoria e soube por Tereza que ela havia saído para uma reunião com os diretores de uma grande multinacional que queria contratar os serviços de auditoria da Kramer, o que seria uma ótima oportunidade para todos ali, em especial para Julia que fazia especialização justamente neste segmento.
No final do dia, foi buscar Clara na escola, conversou brevemente com Giovana, que não tocou no assunto do quase beijo e voltou para casa, para a sua rotina diária.
No dia seguinte quando seu primeiro pagamento caiu na conta se assustou com o valor recebido, pois não era o valor que havia previamente sido informado. Sabia que aquele valor era referente ao pagamento de contador associado júnior e ela ainda não estava neste nível, por isso foi até o RH informar o erro.
-Olá Cristina, posso conversar com a senhora um momento?
-Sim, claro querida venha até minha sala.
As duas entraram na sala pequena mas, bem decorada de Cristina que perguntou:
-Diga Julia qual sua dúvida?
Mostrando o holerite pelo celular a jovem falou:
-Cristina, acredito que tenha ocorrido algum erro em meu pagamento.
A mais velha verificou o pagamento da jovem e a respondeu:
-Não Julia, é isso mesmo, está correto.
-Mas esse não foi o valor informado que iríamos receber enquanto estivéssemos no período de experiência, isto aqui é bem mais.
A senhora riu e respondeu;
-Olha Julia recebo vários funcionários que vem aqui questionar seus holerites, mas confesso que é a primeira vez que isso ocorre com alguém reclamando que esta ganhando de mais.
As duas riram, mas Julia continuou:
-Não é isso Cristina, mas é que se ouve um erro eu preciso informar, para não prejudicar a empresa e nem a mim mesma.
-Você está certa Julia, que bom se todos os funcionários tivessem essa consciência. Por esse motivo e por outros também Victoria a promoveu a Contadora Associada Junior mesmo antes de acabar seu período de experiência. Tivemos apenas retornos positivos sobre o trabalho da senhorita. Então este é apenas o resultado do seu esforço e dedicação junto a Kramer A.C., portanto, parabéns pela promoção senhorita!
Julia não se cabia em si de felicidade.
-Nem sei o que falar... Muito Obrigada!
-Mas confesso, Julia eu achei que Victoria iria conversar com você sobre sua promoção, mas acredito que ela deva ter esquecido em razão desta correria que está a empresa nestes últimos dias.
-É provavelmente. Cristina uma última pergunta, isto é só para mim, ou os demais colegas que entraram na mesma seletiva que eu também tiveram a mesma promoção?
-Olha Julia não falamos sobre a vida individual, dos profissionais, mas isso acho que posso te responder. Por enquanto apenas você foi promovida os outros dois contratados continuam no período de experiência.
-Ok, então acho melhor não falar nada pra eles, quem deve fazer isso é Tereza nossa coordenadora, mas enfim... de qualquer forma muito obrigada pela informação.
As duas mulheres se cumprimentaram e saíram da sala, voltando para seus afazeres.
Julia nem acreditava no que estava acontecendo. Em apenas um mês tudo em sua vida havia melhorado e as oportunidade começaram a acontecer, a jovem nem cabia em si de felicidade e com o novo salário, já havia decidido que iria levar Maria Clara a um passeio no sábado. Enfim, poderia dar um dia de lazer para sua filha sem precisar ficar contando as moedinhas que tinha na carteira. Ao pensar nisso uma lágrima escorreu e Julia agradeceu ao universo, por estar conspirando ao seu favor.
Trabalhou freneticamente para terminar de colocar em dia as atividades acumuladas no dia do atestado, mas a todo instante pensava onde estaria sua chefa que até aquele momento não tinha visto ainda. O dia passou e a jovem foi embora feliz por causa das novidades positivas, mas um tantinho triste por não ter encontrado com Victória.
No sábado arrumou Clara e decidiu levá-la ao Shopping Estação, pois além de ter várias opções de loja, também oferece lazer para as crianças como o teatro Dr. Botica por exemplo. Chamou um carro por aplicativo e ás 12:30 estava no shopping se deslocando direto para a praça de alimentação.
Clara estava radiante, nunca sua mãe a havia levado em um passeio assim. Mãe e filha estavam paradas conversando sobre o que iriam almoçar, quando Julia escuta uma voz ao fundo e imediatamente sente aquele arrepio conhecido:
-Julia?
Ao se virar a jovem viu Victoria de mãos dadas com uma menina linda, provavelmente da mesma idade de Clara. As duas eram muito parecidas e na hora deduziu que era a filha de Vinicius. Abriu um sorriso largo e então respondeu:
-Olá Victória que bom encontrar você por aqui.
As duas andaram uma em direção da outra e se cumprimentaram com um beijo no rosto que deixou as duas eufórica e um tanto constrangidas. Julia não aguentou a curiosidade e abaixando-se para ficar no mesmo nível de Sophie, perguntou:
- E essa mocinha linda aqui, quem é?
Sophie ficou tímida e se escondeu atrás da perna da tia. Victória sorrindo, pegou a menina no colo e respondeu:
-Essa princesa aqui é a Sophie, minha sobrinha. – olhando para a criança completou - Diz oi para Julia meu amor, ela trabalha com a tia Vic.
Julia se derreteu inteira ouvindo Victoria falar de forma tão carinhosa com a sobrinha.
A criança olhou para a mulher e respondeu:
-Oi, eu sou a Sophie.
Julia então pegou na mão da criança e disse:
-Oi Sophie eu sou a Julia e está aqui é a minha filha Maria Clara.
As duas crianças se olharam e já se conectaram de uma forma que só crianças sabem fazer.
Victoria colocou Sophie no chão e falou com Maria Clara:
-Você então é a princesa unicórnio?
A menina deu um pulinho levantando os bracinhos e disse:
-Simmmm.
Victoria sorriu e respondeu:
-Pois, saiba que você é muito mais bonita saudável e acordada e tem que se cuidar pra nunca mais dar um susto em mim e na sua mãe está bem. Promete que vai se cuidar?
A pequena Clara que era um pouco tímida, mas tinha gostado de Victoria logo de cara, pulou no pescoço da empresaria que estava abaixada para conversar com a pequena no mesmo nível.
-Prometo Tia Vic.
E deu um beijo no rosto de Victoria. Deixou-a de lado e olhou para Sophie pegando na mão da outra criança e perguntou:
-Oi Sophie, vamos almoçar juntas? Minha mãe disse que eu posso escolher o que eu quiser? O que você quer comer?
A outra criança que sorria meio tímida, mas feliz por ter encontrado uma amiguinha, disse:
-Quero aquele da coroa.
Apontou para o Burguer King de onde algumas crianças saiam usando suas coroas.
-Pra mim aquele está bom também. Pode ser aquele mamãe?
Julia então olhou para Victoria e questionou:
-Nós iriamos almoçar, se vocês estiverem livres, que tal almoçarmos juntas?
-Claro será ótimo. Ficarei com Sophie até amanhã, para o Vinicius e a Jasmim poderem curtir um momento casal, então será ótimo ter outra criança junto para brincar com ela. Vocês têm programação para agora a tarde?
-Minha ideia era almoçarmos, depois ver um teatro de bonecos ali no Dr. Botica, dar um tempo para ela brincar no parquinho e depois voltar para casa.
-Que ótima programação, podemos passar o dia com vocês?
-Claro será ótimo.
As duas mulheres vibravam de alegria por poderem passar um tempo juntas fora do trabalho, mas nenhuma das duas queria demonstrar isso abertamente.
-Então vamos almoçar um lanche é isso mesmo?
As duas mulheres riram e Julia respondeu:
- Pelo jeito é a escolha destas monstrinhas.
E quando olharam as duas já estavam na fila para pedir o lanche e conversavam como se já fossem amigas a muito tempo.
Fizeram seus pedidos, as duas crianças usavam suas coroas que ganharam no restaurante, escolheram uma mesa e sentaram para almoçar seus deliciosos sanduíches. Quem as olhava de longe, facilmente diria que eram uma família muito feliz, tamanho a interação e conexão que rolava entre as quatro. Victória pegou o celular e tirou uma foto das duas meninas que estavam toda melecadas de ketch*p e mandou para Vinicius que na hora que viu já respondeu:
“Que bagunça essas meninas lindas estão fazendo heim? E quem é essa fofura com a Sophie?”
“É a Maria Clara filha da Julia, nos encontramos no shopping por acaso.”
“Por acaso? hummm sei...”
Então Victoria chama Julia e fala vamos fazer uma selfie, pra registrar esse encontro. Julia pegou Clara no colo e Vic pegou Sophie, as duas meninas não paravam de conversar, e saíram na foto uma olhando para outra, e as duas mais velhas estavam próximas, bem próximas, talvez mais do que o necessário para tirar uma selfie e menos do que elas gostariam de estar.
A foto ficou linda e Vic falou:
-Vou mandar pro Vini tudo bem pra vc?
-Claro pode mandar e manda pra mim também.
Victoria enviou a foto para os dois e o irmão imediatamente respondeu a mensagem:
“A Jas falou que vocês formam um casal lindo, eu também acho. Ela parece ser gente boa irmã, investe aí que eu acho que vai dar bom,”
Ao ler a mensagem Victoria deu uma gargalhada que chamou a atenção de Julia, porém a jovem não disse nada, mas a mais velha fez questão de esclarecer.
-Não é nada não esse meu irmão é muito besta só isso.
-Pelo jeito vocês são bem ligados né?
-Sim somos. Ele não é só meu irmão... Vini é meu melhor amigo, meu confidente, amo de mais aquele chato.
Julia sorriu e disse:
-Que lindo isso, eu sempre quis ter irmãos, mas infelizmente não tive.
Neste momento Sophie explodiu um sache de Ketch*p e voou molho vermelho para todos os lados. As duas crianças riam de doer a barriga e Victoria num tom de voz mais alto fala:
-Sophie o que você fez?
-Desculpa Titia, mas eu estava tentando abrir e explodiu.
-Ok meu amor sem problemas, me dá aqui sua mão vamos limpar, olha a sua roupinha meu anjo, toda suja.
As duas crianças olharam a mancha depois se olharam e caíram na gargalhada. Victoria fingiu indignação e disse:
-Ahh é? Vocês estão rindo? Pois vocês duas vão ver o monstro da gargalhada agora então.
E ao dizer isso a morena levantou as duas mãos simulando garras com os dedos, fez uma careta para criar um monstro e começou a fazer cócegas nas duas crianças que riram muito, depois disso beijou as duas crianças e voltou a limpar a sobrinha que ainda estava melecada. A empresária interagia com as crianças de uma forma fácil, mas em nenhum momento deixou de perceber que estava sob o olhar atento, curioso e admirado de Julia que após esse momento de brincadeira comentou.
-Meninas terminem de comer, daí vamos ao banheiro nos lavar e vamos assistir o teatro de bonecos o que acham?
Ouviram as duas gritando um “EBA” em coro que fez as adultas rirem.
Então fizeram como o combinado. Após assistirem a apresentação do teatro de boneco que foi linda, foram no espaço Kids. As crianças entraram correndo pra brincar na cama elástica, piscina de bolinhas e tudo o mais que crianças adoravam. Os adultos ficavam do lado de fora, sentados em uns banquinhos olhando as crianças brincarem. Julia e Victoria sentaram lado a lado, admirando a interação das duas, até que Julia falou:
-Nossa Victoria, foi muito bom ter encontrado vocês aqui. Nunca vi Maria Clara tão solta, tão à vontade com uma amiguinha. Com certeza isso deixou o nosso passeio muito mais divertido.
A mais velha olhou nos olhos de Julia.
-Eu também gostei muito de encontrar vocês aqui... ou melhor, nós gostamos. – se virou para disfarçar o constrangimento e olhou para as crianças – olha como elas estão felizes juntas.
Julia sorriu e respondeu:
-É estão mesmo.
Então Victoria voltou a olhar para a jovem e perguntou:
-Julia desculpa se estou sendo invasiva, mas qual é a sua história? Você disse que não tem irmãos, que não tem família, mas você é uma mulher educada, fala outros idiomas, percebe-se que teve uma boa educação... se não quiser responder não precisa responder eu só estou curiosa, só isso.
Julia respirou fundo, pois falar daqueles dias difíceis ainda doíam, não mais por mágoa ou pena de si mesma, mas sim por saudades dos pais, saudades de uma carreira que nunca teve.
-Bom Victoria, não tenho problemas em falar sobre minha história, mas é um assunto que me deixa triste e hoje estou em um dia tão feliz que eu não gostaria de trazer essas lembranças, mas o que você sabe é tudo verdade. Estudei em boas escolas, quase me tornei uma bailarina profissional, perdi meus pais aos 16 anos, sou filha única de filhos únicos por isso não tenho parentes e engravidei da Julia também aos 16... Você consegue imaginar a loucura que foi? Na verdade, o que realmente me salvou em meio a tudo isso foi Maria Clara.
As duas mulheres ficaram em silêncio. Victoria percebeu a tristeza no olhar de Julia e não querendo deixar a mulher triste, mas ao mesmo tempo querendo demonstrar que se preocupava e se importava com ela tocou em sua mão e disse:
-Ju não precisa dizer mais nada agora, mas saiba que eu quero ouvir sua história, quero te conhecer por inteiro, mas só quando você estiver disposta a isso ok?
Julia sorriu e instintivamente levou a outra mão ao rosto de Victoria que fechou os olhos ao sentir o toque que veio acompanhado de um arrepio.
-Muito obrigada pelo apoio e compreensão. - e dando um grande sorriso completou – ahh e muito obrigada pela promoção, eu nem acreditei quando Cristina me falou.
Victoria sorriu e respondeu:
-Não me agradeça, isso é resultado do seu esforço e da sua dedicação e na nossa empresa buscamos valorizar pessoas que mostram interesse e trabalham com afinco.
A magia daquele momento foi quebrada quando ouviram a voz das crianças gritando:
-Mamãe, titia, olhem o que a gente consegue fazer!
As duas olharam para as meninas que de mãos dadas pulavam de uma plataforma de mais ou menos um metro de altura dentro da piscina de bolinha.
As mulheres aplaudiram e gritaram bravo, para as meninas que não cabiam em si de felicidade.
A tarde passou voando e perto das 18h Julia falou para Victoria:
-Precisamos ir Vic já está ficando tarde e não é bom para Maria Clara tomar a friagem a noite.
-Claro você tem razão. Já que eu moro perto da sua casa, você aceita um carona?
-Claro seria ótimo.
Na verdade, nenhuma das duas queria se separar e pelo jeito as crianças também não.
Chamaram as meninas que a contragosto saíram, da área dos brinquedos, calçaram os sapatinhos e foram de mãos dadas as quatro as duas crianças no meio e as mulheres nas pontas, de fato pareciam uma família.
Chegando no carro identificaram que havia um problema. Só havia a cadeirinha para levar Sophie, mas então elas deram um jeito de improvisar para que Clara coubesse na altura do cinto de segurança e foram torcendo para não serem paradas por nenhum a gente de trânsito, pois sabiam que estavam andando de forma ilegal e colocando em risco a vida da pequena caso houvesse algum acidente.
Ao chegarem na frente da casa de Julia, a mais jovem não querendo se despedir, virou para a empresária que dirigia o carro e disse:
-Vocês gostariam de jantar com a gente? Não será nada glamoroso, mas prometo que faço um macarrão muito saboroso.
Victoria que já queria ter dito um sim imediatamente, virou para trás e perguntou para Sophie que estava na cadeirinha:
-Sophie quer jantar aqui na casa da Julia e da Clarinha?
A pequena sem pensar duas vezes respondeu:
-Simmmm.
E as duas crianças davam pulinhos no banco de trás do carro.
Então todas desembarcaram e quando entraram na Kitinet as crianças foram correndo para o quarto de Maria Clara para brincar com as bonecas da menina. Julia olhou para Victoria e disse:
-Você confia em minhas habilidades culinárias?
-Eu confio em você!
A resposta teve uma conotação muito além do que a pergunta realizada sobre o ato de cozinhar, por isso a mais jovem corou com a resposta e continuou.
-Olha te digo que não sou nenhuma “master chef” mas, me viro bem.
-Eu gosto de cozinhar, se precisar de alguma ajuda é só dizer que eu faço.
Julia olhou desconfiada.
-Sério mesmo que você gosta de cozinhar? Victoria Kramer uma leoa nos negócios, cozinhando? Nunca imaginei isso.
As duas riram da brincadeira, mas a empresaria se fez de ofendida e respondeu:
-Que ideia você faz de mim?
- A ideia que eu faço de você? É de uma mulher poderosa, que bota aquele monte de macho que se acha da contabilidade pra ficar mansinho, que é muito bem resolvida, muito vivida, que não se apega e saber ser cruel pra fechar um bom negócio.
Victoria balançou a cabeça como quem diz “é mais ou menos isso”
-Mas o que você não sabe Julia Mendes é que eu sei cortar um tomate muito melhor que senhorita – e caminhando em direção da moça – passar pra cá essa faca e esse tomate e deixa eu terminar isso.
Pegou a faca da mão da mais jovem e picou o tomate com a habilidade de uma chef profissional. Julia ficou olhando besta, não acreditando no que via.
-Você tá de brincadeira? Agora fique até com vergonha da minha habilidade pífia na cozinha.
As duas deram risadas e Victoria completou:
-Então deixa que eu faço nosso jantar e você providencia um vinho pra nós, o que acha?
-É pra já.
Julia foi até geladeira, mas viu que só tinha um pouquinho de vinho então disse:
-Vou ali na padaria buscar um vinho e já volto, mas Vic o vinho que eles vendem ali é de uma vinícola local, não tem nada a ver com os vinhos chiques e caro que você deve estar acostumada a tomar.
-Julia para de frescura e vai logo buscar o vinho.
As duas riram e Julia saiu, voltando rapidinho e disse.
-Trouxe duas garrafas e deduzi que você prefira vinho seco, acertei?
-Sim acertou.
Julia posicionou o saca rolha no bico da garrafa, mas não estava conseguindo puxar a rolha para fora. Victoria percebendo a dificuldade da jovem perguntou:
-Precisa de ajuda aí?
Julia mostrou a mão já vermelha de tanto fazer força para tentar puxar a rolha e disse:
-Esta muito duro, acho que vou levar pro padeiro puxar pra mim.
Victoria se sentiu ofendida.
-Claro que não dá isso aqui pra mim, tá duvidando da minha capacidade é?
-Claro que não.
Então Victória tomou a garrafa da mãe de Julia e sem fazer muito esforço tirou a rolha da garrafa e disse:
-Voila!
- Ahhh você só conseguiu por que eu já tinha feito muita força.
-Claro.
E as duas riram enquanto Julia servia o vinho para as duas na taça.
A conversa fluía de forma tranquila. O jantar ficou pronto perto das 19:30. Chamaram as meninas que ainda brincavam no quarto. Jantaram em um clima alegre e descontraído. As meninas foram para frente da tv e ligaram o desenho Barbie e o Quebra Nozes e Julia olhou pra Victoria e perguntou:
-Você sabe quantas vezes eu já assisti esse desenho?
Victoria sorriu e perguntou:
-Quantas?
-No mínimo umas 50 vezes.
As duas riram e Julia completou.
-Olha eu amo o ballet O Quebra Nozes, mas eu não suporto mais ver este desenho.
-Pois é... crianças.
-Vic abre o outro vinho pra nós que eu vou lavando a louça pode ser?
Em um tom zombeteiro a empresaria respondeu:
-Sim senhora, aqui é você quem manda!
Julia que já se sentia bem soltinha por causa do vinho mostrou a língua para chefa e respondeu:
-Besta.
Lavou a louça e voltou se sentar com Victoria na bancada da cozinha, a conversa rolava de forma fluida e tranquila, parece que elas já se conheciam a muito tempo, mas ao mesmo tempo ainda não sabiam nada uma sobre a outra e aquela estava sendo uma excelente experiência para se conhecerem um pouco mais.
Perto das 23 horas perceberam que as meninas dormiam no sofá e a segunda garrafa de vinho havia acabado.
-Acho que já está na hora de irmos. Sophie e Clara dormiram no sofá, estão esgotadas de tanto brincar.
-Sim é verdade, acho que esse encontro foi muito bom para as duas.
Julia disse isso e levantou-se para levar as taças até a pia. Chegando perto da pia deixou as taças e apoiou-se sentindo uma leve tontura em razão da quantidade de vinho. Victoria percebendo que a jovem quase caiu se aproximou rapidamente passando o braço em volta da cintura da jovem dizendo:
-Você está bem?
-Sim foi só uma tonturinha boa por causa do vinho.
E então levantou a cabeça e percebeu o quão próximo Victoria estava, seu coração acelerou, as respirações estava muito próxima e o cheiro amadeirado do perfume da empresaria misturado com o vinho entorpeciam ainda mais os sentidos de Julia.
Os olhos de Victoria estavam presos no verde e percebendo que a jovem passou a língua levemente pelo lábios em um gesto simples, mas que para Victoria foi extremamente sensual a mais velha não resistiu, prendeu a jovem ainda mais, entre o seu corpo e a pia, empurrando seu quadril fazendo uma leve pressão no quadril da jovem que também não resistiu e deu um leve gemido, levando Victoria ao limite de sua resistência, então Victoria colocou sua mão direita na parte de trás do pescoço da jovem fazendo-a levantar um pouco mais a cabeça e lentamente foi se aproximando até que os lábios se tocaram, primeiramente de uma forma leve, se reconhecendo. Julia sentiu um choque em todo o corpo. Victoria se deliciava com o sabor doce, viciante enquanto o corpo entrava em ebulição.
O beijo foi ganhando intensidade, urgência, as duas mulheres queriam se sentir, queria se conhecer mais e as línguas se exploravam em uma dança sensual. Julia passou os braços pela cintura de Victoria depositando a mão no detalhe aberto na parte de trás da blusa da outra, tocando a pele quente e arranhando levemente fazendo carinhos que estavam levando a mais velha ao limite. Victoria deu leves mordiscadas puxando com os dentes o lábio inferior de Julia que era carnudos como um morango maduro, a jovem gem*u e movimentou instintivamente seu quadril para frente querendo aumentar ainda mais o contato entre os corpos. A mão de Victoria que estava no pescoço de Julia, foi descendo passando por toda a lateral do corpo da mais jovem, deixando uma trilha de fogo na pele dela e quando encontrou o quadril, Victoria posicionou sua perna entre as pernas da mais jovem e com a mão no quadril dela ajudou a iniciar um movimento de vai e vem, esfregando a intimidade da loira na coxa da morena, o que fez surgir um gemido nas duas mulheres e deixou as duas enlouquecidas, ainda mais encharcadas e com aquela característica dorzinha de quem está excitada, sendo facilmente sentido o calor que emanava da intimidade das duas mulheres. Porém em um lapso de consciência, Julia leva as duas mãos ao rosto de Victoria e interrompe o beijo e com a respiração ofegante e com as duas testas encostadas diz:
-O que é isso, o que estamos Vic?
-Eu não sei Julia, só sei que eu não quero parar. Você quer?
Houve uma intensa troca de olhar o verde mais escuro, o mel mais amarronzado, mas em ambos era perceptível o fogo. Parecia que o mundo havia parado só para elas. Então voltaram a se beijar e a jovem correspondeu intensamente dando vazão aquele desejo que ela considerava insano.
A excitação tomava conta das duas mulheres, a perna de Victoria pressionando o nervo de Julia estava deixando a jovem louca, ela nunca havia sentido nada parecida com aquilo, o seu ventre parecia receber choques constante cada vez que Victoria pressionava com mais força a usa intimidade e sentia o liquido quente escorrer de dentro de si.
Victoria com a experiência de quem sabia seduzir e excitar uma mulher, seguiu com os movimentos e acrescentou beijos e leves mordidas ao pescoço da jovem, enquanto com uma mão ajudava no movimento do quadril de Julia e com a outra tocava o seio de tamanho médio hora mais forte e horas mais delicadamente e mesmo por cima da blusa e do soutien sentia o biquinho durinho, pedindo para receber mais atenção e ser ch*pado. Julia já havia perdido noção de onde estava e gemia sem pudor. Victoria sentindo que a jovem chegaria a um orgasmo ali mesmo, foi diminuindo a intensidade de seus toques e parando de beijar Julia, que a olhou meio perdida e inebriada com tantas sensações. Victória olha profundamente nos olhos da jovem e diz:
-Eu quero você. Quero muito, mas não aqui, não em pé em uma cozinha.
Julia não responde nada, na verdade não sabia o que responder, mas sabia que Victoria estava certa, ainda mais com as duas crianças dormindo ali no sofá. Então Victoria enche a jovem de pequenos beijos pelo rosto e aproxima a boca perto do ouvido e diz:
- Quero você minha menina, quero beijar seu corpo inteiro, sentir seu cheiro, sua pele... quero te ch*par e te dar prazer até você não aguentar mais!
Julia gem* alto só de imaginar essa cena e logo sente o liquido escorrer mais intensamente entre suas pernas. Abraça Victoria apertado pressionando seu quadril contra o dela. Ficam em um abraço intenso, forte até as duas sentirem que seus corpos estão mais calmos.
Então Julia diz:
-Eu não sei... eu não sei, se eu sei fazer isso... nunca fiquei com ninguém assim.
Victoria é a primeira a quebrar aquele contato e olha para aqueles olhos verdes que demonstração excitação e preocupação:
-Nunca ficou com uma mulher?
Julia abaixa a cabeça tímida e apenas responde:
-Não.
Victoria levanta a cabeça de Julia para que a mais jovem volte a lhe olhar e diz:
-Se você quiser tanto quanto eu quero, terei a maior honra em te mostrar como ficar com uma mulher pode ser prazeroso.
As duas ficam se olhando e Julia quebra o contato visual se afundando em um abraço e cheirando o pescoço daquela mulher que lhe entorpecia. E por mais que Julia estivesse com medo, naquele abraço se sentia bem, se sentia segura e protegida.
Victoria dá um beijo no topo da cabeça da mais jovem olha em seus olhos e fala:
-Eu preciso ir Ju, se não, não vou conseguir resistir a você.
Julia dá um sorriso tímido e abaixa cabeça, Victoria segura o queixo da mais jovem e a força olhar para ela novamente:
-Hei não precisa fiar com vergonha, o que aconteceu entre nós foi algo natural, nós duas queríamos e acredito que ainda queremos, não é mesmo?
Então em um momento de sensatez Julia comenta:
-Mas, não está certo Vic! Eu sou sua funcionária, você minha chefe, se isso der errado a única prejudica sou eu... e eu preciso muito deste trabalho.
Victoria entendeu o receio da mais jovem e respondeu:
-Julia aqui eu não sou chefe, sou apenas uma mulher que está absolutamente, atraída, encantada e excitada desejando outra mulher... e eu quero que isso aconteça mais vezes se você também quiser. Ju pode ficar tranquila que seu trabalho sempre será preservado e lembre-se sempre que lá essa nossa relação intima não existe, ok?
Ouvir isso deixou Julia um pouco mais tranquila, mas ainda tinha muitos medos e receios, porém optou apenas por concordar com a chefa.
-Ok.
-Agora vou levar Clara pra cama, pois você está levemente alcoolizada e depois eu e Sophie vamos pra casa.
Julia concordou com a cabeça, enquanto Victória foi pegar Clara no sofá, mas não sem antes dar um cheiro no pescoço da mais nova que sentiu um choque em sua intimidade novamente, deu um longo suspiro e logo após foi arrumar a cama para a pequena dormir. Victoria a depositou Clara na cama e deu um beijinho de boa noite na cabeça da criança, o coração de Julia errou um passo ao ver tamanho afeto que a empresária tinha com sua filha. Ambas voltaram para sala, Julia deu uma mantinha para Victoria enrolar em Sophie pois àquela hora já estava bem frio em Curitiba e não seria bom a pequena pegar uma friagem. Pegou a pequena no colo a levou até o carro, colocando-a na cadeirinha, a pequena continuava dormindo e Victoria voltou até o portão para se despedir de Julia que olhou para mais velha e disse:
-Eu adorei o nosso dia.
-Eu também adorei.
E de repente fez-se aquele silencio constrangedor novamente. Até que Vic falou;
-Eu quero repetir o dia de hoje, quero te ver mais vezes fora do escritório...
Definitivamente o coração de Julia estava sendo testado naquele dia pois, mais uma vez ele acelerou ao ouvir as palavras da mais velha e meio boba com tudo o que havia vivido e sentindo apenas respondeu:
-Eu também quero.
Vic sorriu como uma criança que ganha um presente e diz:
-Bom, isso é muito bom.
As duas sorriram juntas e Julia pela primeira vez tomou a iniciativa puxando Victoria para um beijo... um beijo ardente de despedida e com gosto de quero mais.
As duas se soltaram, mas foi difícil se despedir, porém era inevitável e necessário já que havia duas crianças precisando de atenção. Victoria entrou no carro e seguiu para sua casa, com o pensamento naquela moça de olhos verdes.
Ao chegarem no prédio e ir tirar Sophie do carro a pequena abre os olhos ainda sonolenta e pergunta para a tia:
-Tia Vic, a tia Julia é sua namorada?
Victoria surpresa com a menina, pois achou que ela estivesse dormindo respondeu:
-Não meu amor, por que?
-É porque eu vi vocês se beijando no portão e eu iria achar bem legal se a Clara fosse minha priminha.
Victoria sorri e responde em voz alta:
-Eu também gostaria meu anjo.
Mas a pequena Sophie já havia fechado os olhos e embarcado para os seus sonhos infantis.
E Victoria pensou: Quem sabe.... Quem sabe!
Fim do capítulo
Garotas, Garotas, então até que enfim o tão esperado primeiro beijo chegou...
E aí o que acharam?
Capitulo longo, com bastante interação entre as Clarinha e Sophie e um clima de "love is in the air" entre Julia e Victoria.
Espero que tenha valido a espera da semana... e o proximo então? Aí, Aí nem conto pra vocês hahaha
Quem quiser me seguir no insta @anapformighieri
Beijos suas lindas e até sexta que vem!
Comentar este capítulo:
Alci
Em: 14/03/2020
Eu comecei a ler a história,como a Vitória tratava as mulheres sabe?Objetivando" Vou ler aqui enquanto não acho algo melhor( não se ofenda)". Porque no final do primeiro capítulo eu já estava como a energia magnética emanada,a mesma que existe entre olhares de Virilha( o chip Jullia e Victoria).!E eu comecei a ler às nove e com olhos estavam cansados eu dormi ,embora eu quisesse continuar a história que parei no esbarrao no dia da inscrição lá.. .E o meu sono ficou meio pertubado pcpela ansiedade de saber mais e os contratempos da vida e tal ...acordei às três da madruga estive lendoo até agoraa pouco e digo :émuitobomContratempoo , então algo melhor para ler...vou ler de novo Contratempo. Mas tipo o Carlos.. o Carlos não me engana já vi homem como ele em "la Pilota" Um tal de Oscar Lúcio,que era todo machão e foi pego pela empregada empurrando o caneco! Parabéns e escreva cada vez melhor!
i
Resposta do autor:
Olá Alci!
Seja Bem vinda aqui no comentários.
Saiba que você me deixou imensamente feliz com suas palavras.
Fica tranquila pois não me ofendo, acredito que em geral procuramos histórias de autoras que já conhecemos e gostamos isso é natural, e no meu caso este é meu primeiro romance longo então acho plausível a sua reação... mas que bom que você gostou e esta achando muito bom, saiba que tenho me empenhado para fazer um trabalho que agrade as leitoras e que também retrate questões e problemas sociais, superando apenas a ideia do romance e isto sinto falta na literatura lésbica.
Se tiver tempo e interesse leia também meus dois contos que estão publicados no lettera, eles são curtos uma média de 5 paginas cada e se chamam "Do outro lado da Rua" e "23 d.C", eu pretendo transformá-los em histórias mais longas futuramente, mas primeiro preciso encerrar Contratempo com a qualidade que eu desejo.
Beijos e muito obrigada pelo apoio!
Mille
Em: 13/03/2020
Ola Ana
Mim surpreendi com o beijos delas, mais gostei desse momento delas juntas com as crianças.
Sophia e Clarinha se deram bem e amizade foi instantânea.
Carluxo ainda vai dar dor de cabeça a Julia, ela acha que deu uma parada nele mais é bom ela ficar atenta.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Olá Mille!
Gostaria de saber o que te surprendeu no beijo delas, foi uma supresa boa ou ruim? Se você tiver tempo e disponibilidade de responder eu agradeceria.
E crianças são 8 ou 80, ou se amama ou se odeiam sem muito filtro e que bom que Sophie e Clara se deram bem já de cara não é mesmo?
Esse Carluxo, aí aí menina... quero só ver o que ele vai aprontar nesta história ainda.
Beijos e até o próximo capitulo
[Faça o login para poder comentar]
cris05
Em: 13/03/2020
Cara, valeu muito a pena esperar. Capítulo longo e lindo!
Amei a interação entre Clarinha e Sophie.
E aí eu fico como? Super ansiosa pelo próximo capítulo.
Beijos autora e até amanhã (não custa tentar, né... kkkk)
Resposta do autor:
Olá Cris!
Menina pensa num capitulo que deu trabalho pra escrever... fique mais de uma semana trabalhando nele pra tentar deixar ele do jeitinho que eu queria e pelo jeito atingi o objetivo.
Essas crianças são lindas não é mesmo? E Victoria caidinha por Julia, Julia com medo de se envolver com a chefe... Carluxo puto com Julia pq levou uma invertida evamos que vamos que tem muita coisa pra escrever ainda.
Beijos e até sexta que vem (haha vc tentou)
[Faça o login para poder comentar]
Marta Andrade dos Santos
Em: 13/03/2020
Eita que o parquinho pegou fogo.
Resposta do autor:
E não é menina, que Julinha nos suprendeu sendo fogosa hahaha mas e a consciência em ficar com a chefe pesando fica como?
Aí Aí quero só ver...
Beijos e até sexta que vem
[Faça o login para poder comentar]
Master
Em: 13/03/2020
E que beijo heim,valeu muito a espera se o beijo foi assim imagino a primeira vez delas nossa temperatura a mil, muito legal que a clarinha e a shofia de deram bem e agora são amiguinhas linda demais essa familia.
Resposta do autor:
Pois é né Master, Victoria a gente já sabia que era pegadora e sabe muito bem o que fazer e como fazer com uma mulher não é mesmo... mas esse lado fogoso de Julia nem eu esperava hahaha mas e a consicência pesando em ficar com a chefe será que não vai atrapalhar essa primeira vez?
Sim concordo com você, formam uma familia linda!
Beijos e até sexta que vem
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]