O caminho entre a padaria e a casa de Victoria foi feito em silêncio. Um silêncio ensurdecedor, no qual Joana percebia a angustia, decepção e curiosidade da amiga.  Ao chegarem no duplex de Victoria, a jovem falou:

-Vic, vai tomar um banho, dar uma relaxada enquanto eu preparo um café pra nós duas, pode ser?

A mais velha se aproximou da amiga e deu um abraço apertado.

-Obrigada pela companhia, acho mesmo que preciso conversar com alguém.

-Não é só você que precisa conversar Vic, eu também preciso conversar com você.

A morena a olhou com olhos de interrogação, mas estava tão cansada que deixaria as perguntas para depois e apenas disse:

-Vou pegar uma toalha e um pijama meu, para você também tomar um banho no banheiro do quarto de hospedes e ver se se livra um pouco dessa catinga de balada.

Com uma expressão de ofendida Joana respondeu:

- O quê? Você está me chamando de fedida?

Victoria então se aproximou e simulou estar cheirando a jovem a distância e respondeu já saindo de perto da outra.

- Nossa dá pra sentir daqui o azedo.

A mais nova jogou o casaco que estava em sua mão, na amiga e em tom de brincadeira gritou:

-Saiba que eu sou é muito cheirosa e só uso perfume francês, então eu sei que ainda estou muito cheirosinha sua ogra.

Enquanto isso a mais velha se afastava rindo da brincadeira que ajudou a quebrar um pouco o gelo daquela situação, mas não a fez esquecer o olhar verde de sua funcionária e também garçonete da padaria.

Quando Victoria chegou na cozinha já de banho tomado, Joana já preparava o café vestindo o pijama da empresária que a provocou:

- Ahhh agora sim esta cheirosinha.

Joana ameaçou jogar o pano de prato que tinha nas mãos na cara da amiga, dizendo:

-Mas é uma besta mesmo.

E as duas riram enquanto Joana terminava de servir o café e Victoria a aguardava sentada em uma banqueta na bancada americana da cozinha.

Com o café servido em duas xícaras, a bailarina se juntou a empresária já perguntando:

-E aí vai me contar o que aconteceu lá naquela padaria?

-É ela Joana!

A jovem ficou a olhando com uma cara de, não estou entendendo nada e perguntou:

-É ela quem, criatura?

- É ela, aquela garçonete, é a contadora lá da empresa que eu acho linda e que você fica me tirando sarro, dizendo que tenho um amor platônico.

A jovem deu uma risada e respondeu:

-E pra você ficar neste estado pela moça, pelo jeito tem mesmo.

Victoria olhou pra ela com uma cara de desdém como quem quer dizer, nada a ver, mas não disse nada. Então a jovem continuou:

-Ok, ela é a moça que trabalha na sua empresa, mas já que vocês estavam em um ambiente fora do trabalho, bom pelo menos você estava, pois ela estava trabalhando; por que você não conversou com ela, por que você travou e ficou tão surpresa?

Victoria deu um suspiro e olhou para amiga e respondeu:

-Ela mentiu na entrevista de emprego.

Joana olhou com uma cara de quem não estava entendendo e pediu para a mais velha continuar explicando.

- Joana, quando a Julia foi fazer a seletiva para trabalhar lá na empresa, preencheu um monte de ficha com seus dados pessoais e passou por uma difícil bateria de avaliações. A menina foi impecável, ela realmente foi muito bem na prova, o que fez eu prestar ainda mais atenção nela, pois além de ser uma mulher belíssima é muito inteligente e com um amplo conhecimento na área, mesmo sendo tão jovem, afinal ela deve ter a sua idade ou até menos. Mas como eu observei na ficha dela que ela declarou que não tinha ninguém, aquilo me chamou atenção, pois afinal de contas todo mundo tem pai, mãe, irmão, filhos alguém que olhe por nós ou esteja conosco não é mesmo?

-Sim amiga, em geral é assim.

-Então, mas ficando curiosa por essa informação eu perguntei a ela se ela tinha filhos, se era casada, ou algo assim, e ela respondeu que não. Depois daquilo eu só conseguia pensar, como deveria ser triste ser alguém sozinha no mundo, sem ninguém. Então hoje, lá na padaria, após eu trombar com ela e derrubar todos os pedidos no chão, apareceu um serzinho muito fofo, uma menininha linda a chamando de mamãe e eu fique lá observando aquilo com uma cara de tacho e com a impressão de que eu fui enrolada por aquela menina.

Joana então concluiu.

-Você se sentiu enganada é isso?

-Sim, é isso. Profissionalmente eu sei que eu poderia demiti-la caso eu queira, afinal se ela mentiu sobre algo natural que é ter filhos, quem me diz que ela não pode mentir sobre outras coisas, ou até tentar roubar informações da empresa para repassar para nossos concorrentes?

As duas amigas ficaram se observando, Joana ponderou sobre aquilo e respondeu:

-Bom obviamente, mentir em uma entrevista de emprego não é algo que se deve fazer, até por que em geral o empregador descobre a mentira como aconteceu agora e o funcionário fica em maus lençóis e corre sérios riscos de perder o emprego. Entretanto, Vic não acho que a garota tenha feito isso por maldade, já te ocorreu que ela possa ter feito isso por necessidade?

Victoria olhou para amiga incrédula.

-Como assim Jo, tá louca? Por que alguém mentira sobre algo assim?

A jovem balançou a cabeça negativamente e sorriu.

- Aí, Aí amiga, bem se vê que você nunca fez uma entrevista de emprego na vida sendo uma mãe solo.

Victoria fingiu uma risada e falou:

-A tah falou a experiente em ter filhos.

- Vic, eu nunca passei por isso, mas tenho amigas que passaram e o mercado de trabalho sabe ser cruel com mães sozinhas. Talvez ela tenha mentindo na entrevista por que cada vez que ela dizia que tinha uma filha, os empregadores não lhes davam o emprego, por que viam ali alguém que talvez faltasse no trabalho para levar a criança ao médico, ou pra ir em alguma reunião da escola, ou que em breve poderia ter uma possível gravidez novamente e teria que sair de licença maternidade. Amiga infelizmente em um país como o Brasil no qual alguns parlamentares defendem a ideia de que mulher tem que ganhar menos por que engravida ou que ter filha mulher é um fraquejada, constrói-se um sistema no qual a produtividade vale mais que as vidas das pessoas e nesta perspectiva, para muitos empresários contratar mulher é perder dinheiro.

As duas amigas ficaram se olhando enquanto a jovem completou:

-Veja bem Vic, não estou afirmando que seja esse o caso dela, mas talvez possa ser... eu não sei... E você só vai descobrir quando chegar na empresa na segunda feira e chamá-la em sua sala pra conversar.

- Mas Jo isso é um absurdo, nossa empresa não é assim. Nunca faríamos isso com uma mulher, eu sou mulher e jamais permitiria isso e o Vini é advogado é super defensor dos direitos humanos.

-Pois é amiga, eu sei disso, você sabe disso, mas será que ela sabia disso no momento da entrevista?

Victoria ficou pensativa, pois independente de qualquer coisa ainda estava se sentindo enganada e aquilo estava em um âmbito mais pessoal do que deveria estar.

Joana continuou e soltou mais uma informação importante:

- Victoria, agora preciso te contar uma coisa que talvez vá te surpreender.

- O que guria, fala logo que tá me deixando curiosa?

- Eu a conheço.

Com uma cara de interrogação Vic pergunta:

-Quem? A Julia?

Joana faz o gesto afirmativo com a cabeça.

- Como assim? De onde?

- Nós dançávamos juntas.

- Como assim? Ela fazia ballet com você?

- Sim, quer dizer não. Nós não dançávamos na mesma escola de dança, mas nos encontrávamos em muitos festivais de dança pelo país. Ela era uma bailarina maravilhosa, provavelmente melhor do que eu, pois nós sempre concorríamos nos festivais uma contra a outra e geralmente ela ganhava de mim.

Victoria estava incrédula.

-Sério?  Como assim? Se ela era tão boa assim como ela foi se tornar contadora, trabalhando na minha empresa, sendo mãe tão jovem e também sendo garçonete numa padaria?

-Bom amiga eu não consigo te dar todas as respostas, mas acho que posso te dar um caminho pra você tentar descobrir caso você queira perguntar a ela.

-Então me diz o que você sabe.

- Bom, como eu te disse nós não erámos amigas, nós apenas nos encontrávamos nos festivais e a última vez que eu a vi, foi na seletiva quando eu ganhei a bolsa de estudos para estudar na escola do Royal em Londres. Na primeira prova da seletiva eu achei que a vaga já era dela, pois ela foi perfeita, impecável, ela e o namorado dela, bom ex-namorado. – neste momento Victoria fez uma careta e Joana sorriu – então continuando, a primeira prova ela foi muito bem e eu também foi muito bem, mas sabia que ela tinha mais chances do que, porém uma semana depois quando fomos fazer a segunda prova, ela foi muito mal e eu percebendo que ela estava indo mal na seletiva fui me esforçando cada vez mais, para ser notada pelos professores da banca, após ela dançar o pas de deux com o ex namorado dela, percebi que os dois discutiam na coxia e ela estava chorando. Então nos chamaram para receber os resultados, e eu fui aprovada junto com o Kevin, o ex dela. Naquele momento eu fiquei tão feliz, tão eufórica que eu havia conseguido a bolsa de estudo que nem passou pela minha cabeça o que poderia ter acontecido e depois disso eu nunca mais a vi. Porém uns dois anos depois quando eu já estava estudando em Londres junto com o Kevin, uma noite a nossa turma saiu para comemorar o fim do ano e a indicação de vários de nós para algumas companhias de dança pelo mundo e naquele dia o Kevin tomou um porre e veio chorar no meu ombro que achava que podia ter um filho com a Julia, mas ele não acreditou nela, não acreditou que fosse possível, pois ele tinha usado camisinha.

Victoria indignada comentou:

-Que cara mais imbecil, como se nunca ninguém no mundo tivesse engravidado usando camisinha.

-Pois então, depois daquele dia ele também nunca mais tocou no assunto e eu também não perguntei, até porquê apesar de sermos dois brasileiros em Londres estudando na mesma escola, nós não éramos melhores amigos, na verdade sempre achei ele um egocêntrico, narcisista que adorava flertar com todas as meninas. Porém agora lembrando de tudo isso, acho realmente que Julia pode ter descoberto a gravidez naquela semana, o que afetou o desempenho dela no teste consequentemente destruiu o sonho dela e possibilitou eu alcançar o meu.

As duas ficaram pensando, em silêncio sobre as possibilidades em relação a vida de Julia. A mais jovem por que se sentia solidaria a ex colega em ter seus sonhos cerceados por um fato do destino e a mais velha por além da solidariedade, também se sentia pessoalmente engana, mas sem ter motivo para isso já que a relação das duas é unicamente profissional e até por que a ex bailarina é hetero não havendo possibilidade de ter nada entre as duas.

Por fim, Joana rompeu o silêncio e tocando a mão da empresária disse:

-Amiga, você terá que conversar com Julia na segunda, mas pense bem e não a demita, ela tem uma filha pequena, provavelmente precisa muito deste emprego. Agora vou dormir um pouco lá no quarto de hóspedes e depois a hora que acordar vou para a casa dos meus pais, se você estiver dormindo nem vou te chamar, qualquer coisa nos falamos amanhã, pois vou querer saber de tudo sobre sua conversa com Julia.

As duas amigas se abraçaram e Victoria completou:

- Obrigada, por tudo, pela amizade, pelo café, pelos conselhos e por contar tudo o que sabia sobre Julia.

Deu um beijo na testa da mais nova e Joana foi para o quarto enquanto Vic terminou de tomar o seu café pensando em toda a conversa que teve com sua amiga.

 

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Após ver Victoria saindo abraçada com aquela moça, Julia sentiu aperto no peito seguido de uma sensação de perda, pegou sua pequena no colo e caminhou para a kitnet, sem prestar atenção em Clara que contava sobre seu pesadelo.  Então a criança percebeu que não estava sendo ouvida pela mãe.

-Mamãe?

-Mamãe, você tá ouvindo?

Julia colocou Clara no chão e respondeu, abaixando e ficando na mesma altura dos olhos da menina.

-Ah desculpe princesa, a mamãe estava pensando na bagunça que deixou para tia Beatriz arrumar sozinha lá na padaria.

-Mãe o monstro era feio horrível e se escondeu dentro do meu armário!

-Ah, mas então a mamãe vai ter que dar um jeito nele. Você quer que a mamãe bote ele pra correr?

A menina deu pulinhos de alegria e disse um sonoro – Simmmm!

- Então eu vou pegar a minha arma anti monstros e vou lá no seu quarto resolver isso já, já!

-Mãe, você tem uma arma anti monstro?

- Sim meu amor, todas as mães do mundo têm uma arma desta, você não sabia?

A menina olhou com uma cara desconfiada para mãe, fazendo um movimento de negativo com a cabeça.

- Pois você vai ver.

Então Julia foi até o armário e pegou uma raquete de matar mosquito e disse:

-Isso é uma arma poderosa, ela fica disfarçada de raquete de mosquito, mas quando perto de um monstro do armário ela se transforma e solta raios poderosos, que coloca todos os monstros pra correr.

A menina dava pulinhos de alegria ouvindo sua mãe falar. Julia completou:

- Agora você fica aqui sentadinha no sofá que a mamãe vai lá no seu quarto botar esse monstrão pra correr.

A garotinha animada e com olhinhos curiosos perguntou:

-Posso ir junto?

- Não, claro que não, essa é uma luta que deve ser travada apenas entre mães e monstros, mas assim que eu conseguir expulsar ele eu volto aqui e te chamo pra me ajudar a dar uma geral no quarto e verificar se ficou algum monstro perdido o que acha?

-Ok mamãe combinado!

Julia foi para o quarto da menina, e fechou a porta, simulou barulho de briga, abriu a janela e alguns minutos depois voltou para sala.

-Pronto Clara, a luta foi dura, mas o monstro se mandou.

A criança bateu palminhas e pulou no pescoço da na mãe a enchendo de beijos.

- Você é a melhor mamãe do mundo!

Julia beijou e abraçou sua filha.

-Agora vamos dar a geral no seu quarto?

A garotinha animada pegou na mão da mãe como se estivesse tomando coragem para entrar no seu quarto novamente e disse:

-Vamos!

As duas foram lá e Julia abriu o armário, mostrou em baixo da cama e por fim contou que o monstro tinha fugido pela janela e que nunca mais voltaria, mas que por via das dúvidas iria deixar a arma anti mostro no lado de sua cama, caso ele resolvesse aparecer novamente.

A pequena ficou satisfeita com fim que sua mãe deu no mostro e pediu para ir pra sala, ver um desenho e tomar um leitinho na sua caneca favorita.

Quando se tem filhos eles sempre serão prioridade, então mesmo se sentindo muito mal Julia cuidou de sua filha com todo amor e carinho tentado relevar o que havia acontecido na padaria, mas quando Clara dormiu novamente no sofá e ela voltou a ter o silêncio gritante de seus pensamentos e não conseguiu controlar uma lágrima que insistiu em rolar por sua face e pensou: - Eu não deveria ter omitido Clara, provavelmente Dona Victoria irá me demitir.

Neste momento Beatriz bate levemente na porta, pedi licença e entra a tempo de ver Julia secando a lágrima e preocupada pergunta:

- Ei Julia o que aconteceu, você esta bem?

Julia tenta disfarçar.

- Nada não Bia, apenas minha mão esta doendo.

A colega de trabalho olha desconfiada.

- Juuulia não mente pra mim que é feio. Sei que você é uma pessoa reservada, mas diz pra mim o que aconteceu lá na padaria, por que você ficou tão nervosa?

Julia olhou para a colega enquanto terminava de passar um café e disse.

- Sabe aquela mulher em quem esbarrei?

-Aquela morena bonitona com cara de artista de cinema?

-Sim, essa mesma.

-Sei.

-Então, ela é minha chefe. Ela é Victoria Kramer dona da empresa onde eu trabalho.

Beatriz olhou sem entender a amiga e questionou.

-Tá mas e daí? Qual é o problema de você encontrar sua patroa no seu outro emprego? Você tem algum contrato de exclusividade na empresa dela?

-Não, claro que não é isso.

Julia ruborizou na hora em que pensou na sua chefe, o que não passou despercebido pela amiga.

-Então me diz o que é, por que não faz sentido essa sua reação.

Julia não queria dizer para Bia que se sentia intimidada e afetada pela presença da chefe, mas precisava responder alguma coisa.

-Bom primeiro eu me assustei e vê-la na padaria, nunca me imaginei encontrando com ela fora do espaço de trabalho, mesmo que por acaso, e depois que nós trombamos Maria Clara chegou me chamando de mãe, o problema é que na hora da minha entrevista eu menti, dizendo que não tinha filhos.

-Putz, mas por que você fez isso? Por que mentiu?

- Por que eu estava cansada de ser reprovada nas minhas entrevistas de emprego cada vez que eu dizia que era mãe solteira.

Beatriz se solidarizou com a angustia da colega e como sabia que o mercado de trabalho não era fácil para mães solo então entendeu o motivo da omissão de Clara no registro funcional de Julia.

-Mas e agora o que você acha que vai acontecer?

-Eu não sei Bia, mas acho que existe grandes possiblidades de eu ser demitida.

-Mas será que ela faria isso? Justamente por ela ser mulher deveria compreender e apoiar uma mulher nas suas condições, pois sabe o quanto este trabalho é importante para você e sua filha.

- A questão é que desde que eu entrei naquela empresa sempre deixaram claro que precisavam confiar nos seus funcionários e eu quebrei esse elo de confiança.

- Bom Ju, acho que agora você não tem muito a fazer, tente apenas se preparar e procure-a para explicar o que aconteceu, pois tenho certeza que ela entenderá o seu lado, até por que se te mandarem embora vão perder uma excelente funcionária.

As duas sorriram e Julia agradeceu o apoio de Beatriz que se mostrou uma excelente colega a apoiando.

-Menina vou voltar lá pra frente, por que deixei seu João sozinho cuidando da padaria. Você fique aqui mais um pouco dê uma relaxada e a hora que se sentir melhor você volta lá pro balcão, enquanto isso fica tranquila que vou segurando as pontas.

- Obrigada Bia pelo apoio. Vou só me organizar aqui e já volto para padaria.

Julia cobriu Clara que dormia serenamente no sofá, ajeitou o curativo do dedo machucado, terminou de tomar uma xícara de café e foi trabalhar na padaria, afinal era melhor ocupar a sua cabeça do que ficar lembrando daquele olhar decepcionado de Victoria para si. Porém por mais que tentasse não se sentir afetada com a situação, aquele toque em sua mão que lhe arrepiou o corpo seguido daquele olhar de desapontamento não saia da sua cabeça.

Desejava profundamente que não tivesse jogado sua oportunidade de ouro no lixo quando resolveu mentir naquela entrevista, não queria perder seu emprego e também não queria que Victoria tivesse uma impressão errada sobre si. Agora teria um final de semana angustiante esperando até segunda-feira para poder resolver a sua vida.

Fim do capítulo