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I Want You por Leticia Petra

Ver comentários: 2

Ver lista de capítulos

Palavras: 4362
Acessos: 6233   |  Postado em: 24/02/2020

Capitulo 10 - O primeiro golpe

      Eu não sabia aonde enfiar a minha cara. Definitivamente, eu não queria que a Allen mandona me visse aos beijos com o Will. O motivo? Eu também queria saber, ou talvez soubesse e não queria sucumbir de vez. Sei que não devia explicações a ela, mas ainda sim me sentia culpada.

- Você disse que não tinha ninguém em casa, Will. - ele passou a mão na cabeça.

- Eu pensei que a Charlotte havia ido jantar na casa da Helena. Mas qual é o problema, amor? Estamos juntos... Isso será normal de agora em diante.

Um nó se formou em minha garganta.

- Sua irmã é minha chefe... E essa é a casa dela. - franzi o cenho.

- A casa não é da Charlotte! Eu também tenho direito sobre tudo. - William ficou nervoso. - Me fala a verdade, você e a minha irmã tiveram algo? Você sente algo por ela?

Droga!

      O que eu iria dizer? Que a irmã dele e eu já havíamos nos beijado duas vezes e em uma delas quase trans*mos? E que eu quis muito que aquilo ocorresse? Não, nem mesmo Charlotte saberia daquele desejo.

- Olha... Eu vou falar com a sua irmã... – achei melhor fugir daquela pergunta.

Sim, as vezes sou covarde.

- Vai mesmo me deixar aqui pra ir falar com a arrogante da Charlotte? Por que tudo isso, Luane? - respirei fundo.

- William, a gente mal começou a se relacionar e você já está desse jeito? - ele mudou sua expressão no mesmo momento. – Vai ser desse jeito sempre?

- Desculpa, Luane...

- Eu vou falar com a sua irmã e depois vou pra casa...

      Sai de sua presença, indo para a cozinha. Eu não entendia a necessidade que me acometia de explicar algo a Allen, mas mesmo assim fui. Ao chegar na cozinha, escutei apenas o final da frase da menina que estava ao lado da Charlotte, para depois presenciar aquele maldito beijo. Um nó se formou em minha garganta novamente e eu senti como se meu coração fosse sair pela boca do tanto que acelerou.

Olhei sobre o balcão e havia uma panela, a derrubei para chamar atenção das duas.

E funcionou.

- Desculpe... Eu não queria interromper. - o que eu estava fazendo, meu Deus? Eu estava morrendo de... Ciúmes?

- Eu preciso ir... Boa noite, senhorita Charlotte... - a menina ficou nervosa. - Boa noite senhorita...

Ela se dirigiu a mim, mas nada respondi.

- Boa noite, Marjorie... - a Allen arrogante sorriu de forma sedutora para a menina e eu tive que olhar para o chão, não suportando ver aquilo.

E o óbvio me deu um tremendo tapa na cara; eu estava apaixonada pela Allen mandona.

"Droga! Maldita boca, Larissa! De hoje em diante vou passar a ter medo das coisas que aquela ruiva feiticeira fala."

- Deseja alguma coisa, senhorita Luane? - respirei com calma e profundamente. Eu não tinha o direito de me sentir daquela forma.

- Só queria me desculpar pelo o que você viu há pouco, mas acho que cheguei em uma hora ruim. - Charlotte ostentava um sorriso cínico, debochado. - Desculpe a intromissão. Até amanhã, senhorita Allen.

- Até amanhã, querida cunhada... - ergui a sobrancelha.

- A senhorita já pode terminar o que começou... - lhe dei as costas. - Cunhadinha...

- Você já estragou tudo... Mas quem sabe em outro momento e lugar. - fechei meus punhos com força.

"Você não tem direito a falar nada. Apenas mexa as pernas e saia daqui..."

      Saí da cozinha me sentindo tão nervosa, que nem notei a pessoa que estava a minha frente. Trombei, mas me segurei para não cair.

- Me desculpe, senhorita... - era a menina que estava pregada na boca de Charlotte.

- Tudo bem... - mascarei minha falta de empatia. – Boa noite!

Voltei para a sala e William estava me esperando. Ele ficou de pé quando me viu.

- Te levo em casa... - ele veio até a mim, tentando me abraçar, porém não permiti. - O que houve?

- Nada... Não se preocupe. - respirei fundo. - Volto sozinha...

- Mas amor...

- William... Por favor. - ele me olhou por vários segundos e depois se afastou.

- Tudo bem... Só tome cuidado.

      Eu não tinha cabeça para permanecer ali. A única coisa que queria era voltar para a minha casa e conversar com Larissa. Uma confusão terrível se apossou de mim. Eu sabia que estava agindo como uma idiota, mas naquele momento me permiti.

 

      Quando cheguei em casa, mandei uma mensagem para Larissa e em poucos minutos a ruiva entrou em minha casa. Pedi para Cristian dormir com a minha mãe, pois queria ter um pouco de privacidade. Em breve, quando tivéssemos em uma situação melhor, eu mandaria fazer um quarto somente para ele.

Cristian merece.

- Lua... Termina isso que você começou com o William. Sua cabeça e nem coração estão nesse relacionamento. - fechei meus olhos, aspirando o ar com força.

- Você tem toda razão, Lari... Amanhã irei conversar com o William. A minha cabeça tá uma grande confusão. - tombei a cabeça para olhar a minha amiga. - O que você tem?

Ela me encarou.

- Eu também não sei, Lua. Desde que vi a minha chefe com um moço no escritório dela hoje, não paro de pensar nisso. - ergui a sobrancelha.

- Você tá afim da Helena, Lari? - ela colocou as mãos sobre o rosto. - Larissa... Sério isso?

- Eu não sei em que momento, mas me dá um desconto. Acho que eu me lasquei, Lua. - a minha boca estava aberta de surpresa.

- Ela sabe disso? - Lari tirou as mãos do rosto.

- De jeito nenhum! A Helena é hétero, Lua...

- E você também não é, criatura? - minha amiga gargalhou, mas eu sabia que era de puro nervosismo.

- Por isso mesmo que não vou dizer nada... Acho que tô confundindo admiração com atração. - levei minha mão a testa. - Então uma hora passa e a vida segue normalmente.

- Desde quando você é tão madura? - Lari respirou fundo.

- Desde nunca, Lua... Eu tô é surtando com isso, mas preciso fingir que tá tudo bem. Não quero misturar nada... Uma hora passa.

Voltei a mirar o teto.

- Tem razão, Lari... Uma hora passa.

      Fiquei refletindo sobre seus dizeres e cheguei à conclusão que deveria deixar passar também. Talvez aquilo que eu sentia pela Allen fosse momentâneo. Eu deveria me manter afastada deles até a paz reinar na minha cabeça novamente. No dia seguinte iria conversar com William e pedir a ele que me desse um tempo.

- Eu tô com fome, Lua... Vamos fazer algo pra comer?

- Vamos... Mamãe comprou aquele cereal que você gosta.

- Tia Regina é um máximo mesmo...

      Larissa era incrível. Vivia um conflito interno assim como eu, mas por fora parecia a calma em pessoa.

 

Quarta, 11 de setembro de 2019.

      No dia seguinte, minha chefe passou o dia em reuniões fora da Allen, junto com a Helena. Larissa e eu ficamos encarregadas de algumas tarefas na empresa. Quando cheguei, Charlotte já havia saído com a Helena e deixado recado com Paola, que nos deu uma lista de tarefas.

Nem ao menos havíamos nos visto e era melhor assim.

- Já terminei a metade das minhas, Lua. Tá quase na hora de irmos pra faculdade. - olhei o relógio.

- Falta apenas duas e eu já finalizo. - estávamos fazendo alguns relatórios sobre as concorrentes da Allen.

- Sabe o que eu acho? A Allen deveria fazer algo relacionado ao feminismo. Tá super em alta. Poderiam chamar algumas personalidades locais. Homens e mulheres, pra não ter muita polêmica e acusação de sexismo...

- Você não acha que isso iria causar muitos haters? - a ideia de Larissa era ótima, mas o feminismo sempre causava polêmica.

- A Allen já tem muito disso. - Lari deu de ombros. – Nunca ligou para palavras de ódio...

- Isso é verdade... Sabe, seria bom também produzirem alguns vídeos e expor nas redes sociais. Com o número crescente de casos de violência doméstica e feminicídio, acho que seria interessante.

- Podemos anotar isso... Eu passo pra Helena, já que você não tá falando com a sua ex-namorada de mentira. - Lari sorriu e eu apenas rolei os olhos.

- Muito engraçada... Vamos logo fazer isso e depois ir embora. - a ruiva idiota gargalhou, me fazendo rir também. - Vaca...

- Muuuu...

 

      Terminamos os relatórios e fomos para a faculdade. Era muito cansativo, porém prazeroso. Larissa deixou a nossa sugestão na mesa de Helena. Charlotte me mandou uma mensagem avisando que retornaria apenas a tarde. Achei melhor daquela forma, pois não queria lhe ver por agora.

- Ei, aonde você vai? - William me parou na saída da faculdade. - Vamos comer algo na lanchonete e conversar...

Talvez fosse o momento de lhe pedir aquele tempo.

- Vamos... Eu preciso conversar com você. - ele franziu o cenho. - Depois tenho um pequeno compromisso...

- Tudo bem... Vamos.

      Fomos até a lanchonete e para o meu desprazer, Pietra estava em uma das mesas com suas amigas. Ela tentou levantar e vir até nós, mas uma de suas amigas não permitiu.

Eu não tinha tempo para nada daquilo.

- O que tá acontecendo, Luane? Eu pensei que depois que a gente ficasse juntos, iríamos ficar mais próximos, mas você está tão distante.

Respirei fundo.

- Eu sei que sim... É sobre isso que queria falar com você. - lhe encarei. O homem bonito me olhava com uma expressão de tristeza. Seria mais difícil do que imaginei. - Will... - eu precisava fazer aquilo. Não era justo com ele permanecer ao seu lado, pensando em sua irmã. - Eu quero que a gente dê um tempo...

William passou a mão sobre a nuca.

- Por que isso, Lua? Pensei que estivéssemos apaixonados...

Deus...

- Estou confusa, Will... Preciso de um tempo pra organizar a minha cabeça. - tentei pegar em sua mão, mas ele repeliu o ato.

- Isso é por causa da Charlotte, não é mesmo? - William ficou de pé. - Claro que é... Charlotte é uma miserável. Sempre teve tudo e a primeira vez que tenho algo que realmente amo na vida, ela quer tomar...

- Will... Senta. Você está falando bobagens...

- Você tem seu tempo, Luane. - o inglesinho não deixou eu falar mais nenhuma palavra e foi embora, me deixando com um aperto no peito.

- Droga!

     Respirei fundo diversas vezes, até ficar de pé e sair da lanchonete. Ainda precisava ir até meu antigo trabalho e acertar minhas contas com o Zeca. Larissa não poderia ir, pois não queria faltar mais aulas. A ruiva estava mais empenhada do que nunca para terminar o curso com louvor e eu a entendia.

- Droga de família Allen... – bufei.

Se a minha cabeça já estava confusa, agora havia virado uma zona de guerra.

 

- Aqui... - Zeca me entregou um envelope. - Não pensa em voltar pra cá? Nossos clientes estão sentindo a tua falta.

Ele sorriu, asqueroso como sempre.

- Quem sabe no dia que você ficar bonito, eu volte... - o sorriso dele morreu no mesmo momento. Abri o envelope. - Mil e duzentos reais? Cadê o resto do meu dinheiro?

- Pede pra toda poderosa... Afinal, ela te comprou, então que pague o restante.

- Ora seu... Filho da puta! - tentei avançar no idiota, mas um armário que sempre estava dentro de sua sala não deixou.

      Fui colocada para fora, com muito menos da metade do que seria a minha indenização. Se possível, eu estava ainda mais puta.

- SEU BABACA! - gritei como se fosse alguma louca. – ESCROTO! AAAAH!

      Sai pisando duro até a parada de ônibus, onde estava mais duas pessoas. Sentei no banco em estado precário. Quando iria pegar o celular que estava escondido dentro da minha calça, próximo ao tornozelo, dois caras desceram de uma moto.

- Passa tudo... – um deles veio diretamente a mim.

      O homem com um capacete de lentes escuras apontava uma arma para mim. Nervosa, entreguei minha mochila com meus matérias da faculdade e o dinheiro que havia recebido há pouco.

- Mandaram esse recado pra você... - não deu tempo de absolutamente nada, porque no momento seguinte fui atingida por um tapa tão forte, que fez meu nariz sangrar e um ferimento se abrir em meu lábio.

Os dois subiram na moto e foram embora.

- Deus...

Um senhor se aproximou para me ajudar.

 

 

- Tem certeza? Não pode ligar pra ela? - olhei para Helena.

- Charlotte, a faculdade fica no nosso caminho. Tudo isso é pra não falar com a Luane? - rolei os olhos. - Tentei ligar pra ela, mas o telefone está dando desligado.

Estávamos voltando de uma reunião com alguns empresários na cidade vizinha.

- Tudo bem... - respirei fundo.

- Seu celular está tocando e é a Luane. - fiquei surpresa. - Quer que eu atenda?

- Sim... Por favor. - o sinal abriu.

- Oi querida, é a Helena... Não... Estávamos indo pra lá. Onde? Mas você está bem? Não... Estamos indo aí... Fica calma.

Helena finalizou a chamada.

- O que foi isso, Helena? - olhei para a morena.

- Luane pediu para a buscarmos. Ela foi assaltada e está machucada. - senti como se um soco me acertasse o peito.

- Onde ela está?

      Helena me falou o endereço e ficava próximo ao antigo local de trabalho da loira. Mas o que ela estava fazendo naquele lugar tão perigoso? Depois de alguns minutos, chegamos a uma parada de ônibus. Avistamos Luane sentada e havia mais algumas pessoas próximo. Na certa, curiosos.

Estacionei o carro e fui até a ela, sendo seguida por Helena.

- Ei... Você está bem? - me agachei a sua frente e para a minha surpresa, Luane me abraçou. Ela tremia bastante.

- Vem... Vamos pro carro. - Helena nos chamou. A contra gosto, interrompi o abraço e fiquei de pé, cobrindo o ombro de Luane com meu braço.

- Vai ficar tudo bem... - eu estava preocupada. - Helena, você pode dirigir?

- Claro... Eu dirijo. - a morena olhava com preocupação para a loira.

      Entrei com Luane, ocupado os bancos detrás do carro. Helena não demorou e deu partida. Olhei para o rosto da loira e a face bonita estava vermelha, o lábio inferior com um pequeno golpe e o nariz um pouco inchado.

- O que aconteceu? - segurei suas mãos.

- Eu vim buscar o meu pagamento e quando estava na parada... - seus olhos se encheram de lágrimas. - Dois caras em uma moto pararam e levaram as minhas coisas... Um deles me deu um tapa e disse que era recado de alguém.

Franzi o cenho.

- Quem poderia ser capaz de tamanha covardia? - Luane passou a mão sobre o rosto.

- Eu não sei ao certo... Um pouco antes, Zeca e eu discutimos e ele me colocou pra fora daquela espelunca... Eu tentei agredi-lo.

- Por que você fez isso? - Helena perguntou.

- Aquele desgraçado me pagou menos da metade do que seria o certo. Eu surtei e... - ela respirou fundo. - Eu não sei quem poderia ter feito aquilo. Tentei ligar pra Larissa, mas o celular dela só dava desligado, então decidi ligar pra você...

A loira desandou a falar.

- Me desculpe, eu não queria incomodar...

- Tá tudo bem... - a puxei para meu peito. - Vamos te levar em casa... Quer prestar um boletim de ocorrência?

- Eu só quero ir pra casa... - respirei fundo.

- Vamos te levar... - Helena respondeu. A morena me olhou pelo retrovisor.

      Luane apertou um pouco mais a minha cintura e eu passei a fazer carinho nos fios. Deixei qualquer tipo de problema pessoal com ela de lado, porque naquele momento só havia espaço para preocupação.

 

       Depois de quarenta e cinco minutos, estávamos na rua em que a loira morava. Helena estacionou em frente a desgastada casa. Descemos do carro e minha amiga disse que esperaria ali dentro, o que estranhei um pouco.

- Deus, o que houve? - uma senhora que parecia bastante com Luane atendeu a porta. - Minha filha, o que houve com seu rosto?

- Oi, senhora... – ela me olhou e arregalou os olhos ainda mais.

- Senhorita Allen? Entrem... Por favor. - ela nos deu passagem.

- Mãe... Tá tudo bem. - Luane me fez sentar.

- O que aconteceu? - me mantive calada.

- Fui assaltada, mãe. A senhorita Allen veio me trazer em casa... - a senhora me olhou.

- É um prazer, senhora?

- Regina... Fico feliz em conhecê-la. - a senhora segurou minhas mãos, me pegando desprevenida. - Queria lhe agradecer por trazer a minha filha e por tudo que tens feito. Desde que a senhora entrou na vida da minha filha, muita coisa tem mudado.

Pela primeira vez na vida, eu sabia o que responder. Olhei no fundo dos olhos daquela mulher.

- Simpatizo muito com a sua filha, senhora. Ela é uma mulher extraordinária e uma profissional incrível. - Luane me olhou com uma expressão que eu não soube identificar.

- Obrigada! - dona Regina ficou emocionada, me deixando sem saber como reagir. - Vou buscar algodão e álcool pra limpar. A senhorita quer um café? Fiz bolo...

- Eu aceito senhora Regina. Traga o álcool e algodão, que limparei os machucados de Luane...

      A loira me encarou com surpresa e eu a entendia, porque eu também estava muito surpresa com as minhas atitudes. Tudo aquilo não era típico de mim.

A mãe de Luane trouxe um pequeno kit de primeiros socorros e nos deixou novamente a sós.

- Você precisa ser mais cuidadosa, Luane. - a encarei, enquanto limpava seu lábio.

- Luane, sem senhorita... - ela arqueou a sobrancelha. – Interessante.

- Posso voltar com o senhorita, se preferir. - ela sorriu e eu senti aquele sentimento de leveza, paz. - Você não vai mais voltar àquele lugar, me entendeu?

- Não tenho planos de voltar lá... - ela respirou fundo. - Mas tô preocupada... E se foi a...

- Luane... - Larissa entrou na sala e se jogou nos braços da amiga. - Meu Deus...

- Lari... Não aperta muito. – de quem Luane iria falar? Aquilo passou a martelar em minha cabeça.

- Eu fiquei tão preocupada. Por que não me avisou? Olha o que fizeram com sua boca... Meu Deus!

Eu havia mandado mensagem para ela quando estávamos no carro.

- Seu celular estava desligado... Quem te contou o que aconteceu?

Lari me olhou rapidamente.

      As duas passaram a conversar, enquanto dona Regina me servia o café com bolo. Mandei uma mensagem para Helena, para que ela entrasse e momentos depois Larissa levantou para abrir a porta.

- Helena? Não sabia que estava aqui. – a ruiva ficou olhando para a minha amiga, enquanto a mesma parecia ter esquecido que estávamos ali. Eu não queria interromper aquele momento, mas fui obrigada.

- Helena? Venha conhecer a dona Regina...

      Minha amiga pareceu despertar e nos olhou, sorrindo para mascarar seu embaraço. As apresentações foram feitas e as duas iniciaram um diálogo. Momentos depois os pais de Larissa, dona Cláudia e seu Júlio, chegaram e fomos apresentados. Eram pessoas divertidas e muito calorosas. Trataram Helena e eu com muita educação e simpatia.

Então era daquela forma que uma família de verdade agia?

      Luane e Larissa tinham sido abençoadas por terem pais tão amorosos e solícitos. Tão diferentes dos meus que não ligavam para a minha existência.

Respirei fundo.

      Alguns minutos depois, nos despedimos de todos, com a promessa de voltar. Conheci o irmão de Luane, Cristian. Era um rapaz muito inteligente e pelo cuidado que vi o mais jovem tendo com a irmã, altamente protetor.

A loira insistiu para nos levar até o carro.

- Tome mais cuidado e não vá mais para aquele bairro, Luane. – Helena a advertiu.

- Não irei... Fui somente pra receber meu dinheiro. – o seu lábio estava consideravelmente inchado e o nariz avermelhado.

- Não precisa ir trabalhar amanhã. Aliás, volte somente segunda... – falei, tentando ser gentil, porém a loira era teimosa.

- Mas Charlotte, eu quero ir pro trabalho. Eu gosto de trabalhar. – ela me surpreendeu com a última parte.

- Não... Isso é uma ordem de sua chefe. Vá a festa no sábado, mas por esses dias, tire uma folga. – arqueei a sobrancelha.

- Tudo bem... – ela bufou. – Eu queria agradecer por terem ido ao meu socorro. Serei eternamente grata a vocês...

- Obrigada por terem salvado a minha amiga... – Larissa deu um abraço breve em Helena e eu. A ruiva era dona de uma espontaneidade incrível.

- Só mantenha ela longe daquele lugar... E você também, moça. – Helena segurou a mão de Larissa e as duas se olharam de forma intensa.

      Arqueei a sobrancelha e olhei para Luane, que também me encarou com a sobrancelha altiva.

- Vamos, Helena? – fingir olhar o relógio. – São quase sete...

- Sim, sim... Vamos. – minha amiga soltou a mão de Larissa, ficando desconcertada, algo inédito. Novamente Luane e eu nos encaramos, e a loira colocou a mão sobre a boca, tentando não rir.

Confesso que também queria.

- Bom, até sábado Luane e novamente, cuidado. – Helena a abraçou.

- Obrigada, Helena... Irei tomar.

- Até sábado, Luane e cuide desses machucados. – estendi minha mão e a loira a apertou.

- Obrigada, Charlotte. Por tudo. – aquela mulher me desconcertava. – Até sábado e vão com cuidado.

      Me despedi de Larissa e entramos no carro, mas dessa vez eu assumi a direção. Durante o trajeto, a minha cabeça não parava de pensar no que Luane iria dizer. Tinha quase certeza que ela iria citar o nome da Pietra.

- No que você está pensando? – saí de meus questionamentos ao ouvir a voz da minha amiga.

- Tenho quase certeza que a Luane iria dizer que desconfia da Pietra... – respirei fundo. – Ela anda tendo problemas com aquela garota.

- Charlotte, isso é algo muito grave. – senti uma veia em meu pescoço tufar. – É caso de polícia...

- Infelizmente, sabemos que a polícia nada fará. É a filha do prefeito e também não temos prova... – aquela família infeliz.

- Contrate um segurança... – olhei rapidamente para Helena.

- Claro... É claro! – era uma ótima ideia. – Assim que chegar em casa, ligarei para o Afonso e tenho certeza que ele me indicará alguém de confiança.

- É bom te ver assim... – franzi o cenho.

- Do que está falando? – parei em um semáforo. Olhei para a morena que sorria.

- Você tá realmente apaixonada, não é? – rolei os olhos.

- Helena, por favor...

- Calma! Não estou fazendo uma crítica. Estou achando incrível, porque nunca te vi dessa forma. Quando você conheceu a Daniela, mesmo no ápice da paixão eu jamais vi você desse jeito. Luane tem toda a minha admiração.

- Luane é namorada do William, como você viu perfeitamente em minha sala. – apertei o volante com força.

- Pode até ser, mas quando olho pra ela, vejo um brilho igual ao que vejo nos teus olhos...

- Ai, Helena. Para com esse papo sentimental. – a morena gargalhou. – Você tá vendo coisa aonde não existe. Por que não usa essa “habilidade” de observação e vê a sua própria situação?

- Que situação? Não sei do que você tá falando... – revirei os olhos.

 

      Depois de algum tempo, deixei minha amiga em casa e fui para a minha. Tomei banho, jantei e depois liguei para Afonso. Ao encerrar a ligação, senti uma imensa vontade de saber como Luane estava, mas o orgulho me impediu de mandar mensagem a ela, entretanto mandei para Larissa, que me mandou uma foto da loira, que dormia serenamente.

“Ela já comeu e agora tá dormindo. Se possível, passei a admirar você e Helena ainda mais. Obrigada Charlotte. Você é um anjo que Deus deixou na terra.”

- Anjo? – franzi o cenho. Ninguém jamais me disse tal coisa. – Só você mesmo, Larissa...

Sorri.

Ampliei a fotos várias vezes e me senti uma idiota por isso.

      Levantei, desejando tomar um bom vinho antes de dormir. Desci para ir até a adega e quando estava voltando, estanquei ao chegar na sala. Infelizmente, não era nenhum delírio de minha mente.

- Joanne? – minha mãe me olhou com descaso. Ela tirava o casaco.

Havia muitas malas.

- Olá, Charlotte... – ainda mais fria e acida.

- O que fazem aqui? Vocês nunca chegam dias antes da festa da Allen. – ela apenas ergueu a sobrancelha.

- Filha... – meu pai veio até a mim. – Como você está? Cadê o seu irmão?

Respirei fundo.

      Antes que eu pudesse responder, William abriu a porta e entrou, visivelmente bêbado. Joanne e James foram até ele, sem esperar nenhum segundo.

- Filho, o que você fez? – ele estava ensanguentado na região do nariz. – O que aconteceu?

- Meu neném. O que te fizeram? – minha mãe ficou agitada.

- Foi sua culpa, Charlotte... – a voz dele saiu atropelada.

Era tudo o que me faltava.

- Do que você está falando, filho? – meu pai tentou tirar algo de William, mas ele acabou dormindo.

Os conduziram até o sofá.

- O que você fez pro seu irmão? – minha mãe me olhou com rancor e desprezo.

      Apenas rolei os olhos e subi as escadas com a minha taça e o vinho. Eu não queria fazer parte daquele showzinho. Desde sempre foi daquela forma. William fazia alguma bobagem e a responsabilidade caia apenas sobre mim.

Iria adiantar o plano de sair daquela mansão e da vida dos meus pais e irmão.

Fim do capítulo

Notas finais:

boooa tarde, queridas...

vamos de mais um capítulo...

super beijo e saiam da moita!


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Comentários para 10 - Capitulo 10 - O primeiro golpe:
Naty24
Naty24

Em: 24/02/2020

Ñ falo é nada


Resposta do autor:

oxe...

por que, meu bem?

Responder

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Anny Grazielly
Anny Grazielly

Em: 24/02/2020

Eitaaaaaaaa.... adorei o capítulo... espero que ela saia logo de casa e esses dois casais comecem logo a se amarem muitoooooo... adorando Lari e Helena e claroooooooo... Charlotte e Luana... quero mais beijos e beijos entre elas... kkkkkk


Resposta do autor:

daqui a pouco tem mais uma capitulo...

não perca o pique... amo seu entusiasmo... 

jáaaaaaa volto

um super beijo...

Responder

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