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  • Capitulo 8 - Perdendo a cabeça

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I Want You por Leticia Petra

Ver comentários: 4

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Palavras: 4301
Acessos: 6746   |  Postado em: 19/02/2020

Capitulo 8 - Perdendo a cabeça

 

       Aquela semana estava sendo uma verdadeira loucura, mas eu estava amando cada minuto dela. Pensei que trabalhar com a Charlotte Allen iria ser uma dor de cabeça, porque a mulher não é fácil, porém para a minha surpresa, ela é uma excelente chefe e trata a todos com muito respeito, uma humildade que jamais imaginei que a Allen possuía. Na terça, quando vi o outdoor com a minha imagem, senti uma emoção muito grande. E o mais impressionante: a primeira pessoa que pensei em dividir aquele momento foi com a Charlotte. Mandei uma mensagem no WhatsApp assim que vi a propaganda.

Eu não entendia o porquê.

      Em casa, minha mãe e meu irmão diziam estar muito orgulhosos. Acabei chorando, agarrada a eles na sala. Jamais imaginei que um dia aquilo poderia acontecer. Eu amava o curso de publicidade, mas pelo que parecia mais uma paixão surgia em meu coração.

      Era quinta-feira e eu estava sentada em um banco na parte de trás da faculdade. Larissa havia ido fazer algumas cópias de uma apostila.

- Posso ficar aqui com você? - tirei minha atenção do livro e mirei o homem bonito que sorria para mim.

- Claro... Senta. - sorri, guardando meu livro.

- Queria te contar uma coisa... E ficar um pouco do seu lado. - Will tentou segurar minha mão, mas não permiti.

- Ainda não... - ele sorriu.

- Desculpe! Eu não resisto. Tô me segurando tanto pra não te beijar. - mordi o lábio inferior. Fazia alguns dias que a minha cabeça andava muito confusa. - Eu tentei falar com a Pietra ontem à noite...

Franzi o cenho.

- E o que houve? - Will respirou fundo.

- Ela não me deixou terminar... Disse que se eu a deixasse, ela se mataria. - abri a boca levemente.

- Will, a Pietra precisa de ajuda médica. - Deus, era ainda pior do que pensei.

- Eu sei... Eu disse isso a ela, mas foi horrível, Lua. No fim, eu não...

- É claro que você tá aqui. - aquela voz me causou arrepios.

- Pietra, sem escândalos. - ele ficou de pé. Peguei minha bolsa e também levantei.

- Sem escândalos é uma ova. Até quando vou ter que aceitar essa pouca vergonha, William? Até quando serei obrigada a ver você correndo atrás dessa pobretona que tá se achando só porque virou modelinho? Na certa, tá trans*ndo com a sapatão nojenta da sua irmã pra conseguir subir na vida!

- NÃO FALE ASSIM DA CHARLOTTE! - a garota arregalou os olhos. Algumas pessoas que estavam ali passaram a acompanhar a confusão. - Você é uma maluca que precisa de tratamento. Sua louca.

Falei, sentindo meu sangue ferver. William me olhou surpreso.

- Você vai aprender a não me tratar assim, sua vadia! - ela tentou vir para cima de mim, mas eu não sei de onde Larissa surgiu e a empurrou, levando Pietra ao chão.

- Que foi? Tá achando que vai meter a mão na minha amiga? - olhei espantada para Lari.

Will ajudou Pietra a ficar de pé.

- Isso não vai ficar assim... Vocês duas vão me pagar bem caro. Lembrem bem do que estou falando. - ela deu as costas e saiu apressada.

- Me desculpem por isso. Eu vou atrás dela... - apenas acenei em concordância o vendo correr até a maluca.

Lari me encarou.

- Essa menina é um saco. Você tá bem, amiga? - a ruiva prendia os cabelos.

- Estou, The Rock. De onde você saiu? Lari, você deveria ter me deixado sentar a mão nela primeiro. - minha amiga gargalhou.

- Você não pode se prejudicar por causa dela, Lua... - franzi o cenho.

- E você pode? Lari, agora essa louca vai pegar no seu pé. - olhei ao redor. - Vamos sair daqui... Esse bando de fofoqueiro estão olhando.

      Passamos a caminhar, pois os olhares de todos os alunos que estavam ali se encontravam sobre nós. Larissa e eu já havíamos conversado sobre William. Na verdade, falei tudo o que me assolava e a minha amiga pediu para que eu fosse mais cautelosa. Que desse tempo a mim mesma para entender meus sentimentos.

E ela estava certa.

 

7 de setembro de 2019.

       Era sábado de manhã e eu já estava acordada. Tomei café no quarto e estava esperando por Charlotte. Ao meio dia teríamos uma reunião com um empresário. Ela já havia me repassado tudo e pediu para que eu ficasse atenta, anotando tudo o que fosse necessário.

      Larissa já havia me enviado inúmeras mensagens. A semana toda ela só falava de como era maravilhoso trabalhar com a Helena. De como a morena era incrível e divertida. Ela nem sequer havia notado que a cada dez palavras, o nome da sua chefe surgia.

      Esperei até o momento da reunião, me arrumei o mais discreta possível. Ouvi batidas na porta e abri, já sabendo de quem se tratava.

- Vamos, Luane? - a mulher estava linda. Ela me olhou de cima a baixo.

Sim, Charlotte Allen era capaz de seduzir um poste como Lari sabiamente disse.

- Vamos... - peguei um tablet que a poderosa havia me dado para coisas básicas e saímos.

      O trajeto até o restaurante do hotel foi feito no mais absoluto silêncio. A Allen nem ao menos me olhava. Tão diferente da noite anterior, na qual estava tão falante dentro do avião.

Aliás, que papelão eu fiz. Digna de um feriado.

"Deus, eu só passava vergonha. Dei um show na hora da decolagem."

- Sente-se... - ela puxou uma cadeira para mim, me pegando de surpresa. Fiz o que a Allen poderosa pediu e depois ela fez o mesmo.

- Obrigada... - tentei disfarçar minha surpresa.

- Por nada... - Charlotte não me encarava.

- Eu te fiz alguma coisa? - finalmente a Allen arrogante mirou em meus olhos.

- Por que essa pergunta? - limpei a garganta.

- Você tá me tratando como se eu fosse ninguém... - franzi o cenho. Eu queria entender o porquê daquilo me incomodar tanto.

- Posso fazer uma pergunta, senhorita Luane? - rolei os olhos. - Odeio quando você faz isso.

- Odeio quando me chama de senhorita. Mas sim, você pode perguntar... - ergui a sobrancelha.

- Você está apaixonada por meu irmão? - a pergunta me pegou de surpresa. Definitivamente, jamais imaginei que a Allen me faria tal questionamento.

      O que eu responderia? Que minha cabeça estava uma verdadeira confusão? Que William não saia de meus pensamentos, porém a Allen arrogante também não? Droga!

- Nossa... Estarei tão bem acompanhado. - tirei minha atenção de Charlotte e olhei para o homem a nossa frente. Pele morena, cabelos negros e perfeitamente penteados para trás, alto, corpo atlético e muito bonito.

- Mateo... É um grande prazer conhecê-lo. - Charlotte ficou de pé, apertando a mão do homem. Fiz o mesmo. - Essa é a Luane Oliveira, minha assistente.

- É um prazer inigualável estar em tão ótima companhia. - o homem olhou de forma cafajeste para Charlotte e depois para mim.

Algo nele me incomodou.

- Essa é a Melinda, minha assistente.

      As apresentações foram feitas, sentamos e logo os pedidos foram feitos. Observei melhor o tal Mateo, que não disfarçava o interesse sobre a Allen. Ergui a sobrancelha, não gostando muito daquilo.

- Bom, enquanto os pedidos não chegam, podemos adiantar um pouco da reunião. - estávamos em uma área executiva do restaurante do hotel.  - Na verdade, serei muito direto, minha querida Charlotte. - a sua assistente lhe entregou um tablet. - Veja... Essa é a minha proposta.

      Charlotte pegou o aparelho e soltou uma risadinha ao ler o conteúdo. Para a felicidade da minha curiosidade, ela me entregou o tablet e eu pude ler o que continha.

Não era possível.

- Você só pode estar brincando, Mateo. - tirei minha atenção do tablet e olhei para o homem, lhe entregando o aparelho. - Você não mencionou nada disso antes...

- Porque sabia que você não iria vir até aqui, querida Charlotte. - minha chefe riu.

- É uma quantia considerável, senhorita Allen. Talvez não encontre nada parecido nos próximos anos. - a assistente de Mateo falou com convicção. – Sua empresa poderá ser ainda mais... Requisitada e poderosa no meio da publicidade. Poderá investir no que já tem...

- Sim, de fato é uma quantia de encher os olhos, mas isso eu já tenho. Aliás, bem mais que isso. - a Allen arrogante foi firme. - A Allen não está à venda.

- Não diga nada agora, Charlotte. Pense com carinho... São apenas cinquenta por cento. - Charlotte me olhou rapidamente. – Pense nos benefícios...

Ele achava mesmo que a Allen iria dividir seu império?

- O que você acha, senhorita Luane? - eu? Oh, meu Deus. – Me conhecendo, como a senhorita conhece... Diga ele qual é a minha resposta.

Respirei fundo.

- Acho que o senhor Mateo, com todo respeito, apenas lhe fez gastar energia vindo até aqui. - Charlotte Allen me olhou por alguns segundos e o ato fez meu coração acelerar.

Então ela sorriu.

- Como é maravilhoso ter uma assistente tão eficiente. - ela ficou de pé e eu fiz o mesmo. - Só entre em contato quando for algo relacionado a publicidade. A Allen Magazine não está à venda. Com toda licença. Luane, vamos...

Olhei para o homem, que estava ficando vermelho de raiva, e sorri.

- Licença...

      Segui Charlotte até o elevador, sentindo cada vez mais aquela administração crescer em meu interior. Aquela mulher não era desse mundo.

- Até eu senti medo... - ela me olhou.

- Tem medo de mim, Luane? - sua voz saiu um tanto rouca.

Um frio estranho visitou minha barriga.

      Antes que eu pudesse responder, algumas pessoas entraram no elevador. Mordi o meu lábio, tentando pensar com clareza. Que diabos estava acontecendo comigo?

 

- A noite, vou visitar meus pais. Desejo que vá comigo. Tudo bem pra você? - estávamos na porta do meu quarto.

- Claro... A que horas iremos? - Charlotte olhou em seu relógio.

- As seis... Coma algo e descanse. - dizendo isso, a Allen bipolar se afastou, me deixando com um incômodo no peito.

      Fechei a porta do quarto, olhando ao redor. Levei a mão a cabeça, tentamos acalmar o tanto de pensamentos que me assolavam. Por Deus, aquela mulher mexia com algo em mim.

- Preciso comer. Isso só pode ser fome... Depois que eu estiver bem alimentada, a Allen bipolar vai deixar de existir na minha cabeça.

      Pedi algo para comer e tomei um banho breve. Depois do almoço, liguei para a minha mãe, conversamos por vários minutos. Mandei mensagens e algumas fotos para Lari e dormir um pouco. Eu precisava ficar inerte por umas horas.

 

      Quando acordei, percebi que estava quase no horário que Charlotte havia me dito que sairíamos. Tomei outro banho, coloquei um vestido básico e uma sandália rasteira. Deixei os cabelos soltos e nada de maquiagem. Ouvi batidas na porta, peguei o celular e fui abrir.

- Por Deus, esses funcionários são uns incompetentes... - a Allen parou de falar quando me olhou. - Você está linda.

Minha face ardeu. Desde quando eu era tão tímida?

- Você também está. - sorri e ela fez o mesmo. - Vamos?

- Sim, sim... Vamos. - era inédito, mas a Allen poderosa ficou sem jeito.

Charlotte Allen era uma caixinha de surpresas.

 

      Pegamos um táxi e durante o trajeto, Charlotte me mostrava alguns pontos turísticos da cidade maravilhosa. Sim, de fato o Rio de Janeiro era um lugar de tirar o fôlego.

Chegamos a um condomínio de alto luxo.

- Minha mãe não é uma pessoa muito fácil. Se em algum momento ela disser algo que te ofenda, a gente vai embora. Ok? - era a primeira vez que a via daquela forma.

Preocupada? Não, a Allen arrogante não era assim.

- Tudo bem... - estranhei. Ela e a mãe não se davam bem?

      Poucos segundos depois estávamos na porta de uma mansão gigantesca. Nem preciso dizer o quão exagerado era, não é mesmo? A porta foi aberta por uma senhora uniformizada e muito gentil.

- Menina Allen... É tão bom vê-la. - a minha boca quase foi ao chão quando Charlotte abraçou a gentil mulher.

- É bom te ver também, Lúcia. Como está tudo?

- Bem, criança. Graças a Deus. E essa moça linda?

- É a Luane, uma amiga. - sorri.

Amiga? Uau.

- Seja bem-vinda, Luane. Que linda você é...

- Gentileza sua... Muito obrigada! É um prazer... – tentei incorporar a Larissa e relaxar.

- O prazer é todo meu, querida. Entrem crianças. Seus pais estão na sala, querida... Vou preparar o jantar.

- Obrigada, Lúcia... – ok, eu não estava acostumada a Allen toda gentil.

      A senhora doce foi para a cozinha e eu me senti nervosa. Estava com medo de fazer ou dizer algo errado.

- Tá tudo bem? - Charlotte me vez olha-la.

- Só um pouco nervosa... - admiti.

- Se você quiser, podemos ir embora. - ela estava tão gentil e atenciosa. Charlotte me confundia.

- Não... São seus pais... Vamos. - ela me olhou por vários segundos.

- Tudo bem...

Eu queria saber o que se passava em sua cabeça.

      Seguimos até a sala de estar, onde dois senhores estavam a conversar. Ao nos ver, apenas o homem se levantou e veio até a nós.

- Filha... - ele abraçou Charlotte, mas não foi retribuído. - Que surpresa. Você não disse que viria...

- Preciso avisar agora, papai? - ela foi rude.

- Como sempre, uma mal educada. - a mulher se pronunciou. – Você não toma jeito mesmo, Charlotte.

Franzi o cenho.

- E quem é essa que você trouxe? Quem é você, garota? - paralisei por alguns segundos.

O que estava acontecendo?

- E eu sou a mal educada, não é mesmo? Não fale assim com a Luane, Joanne. Cadê sua classe?

- Classe? Você traz a sua... O que ela é mesmo pra você?

- Namorada... - a mulher ficou de boca aberta. Ergui a sobrancelha, não me deixando rebaixar.

Charlotte me olhou pasma.

 

       Olhei para a mulher ao meu lado, totalmente abobalhada. Luane segurou a minha mão, apertando forte. Aquela mulher iria me deixar louca se continuasse assim.

- Você teve a cara de pau de trazer... Isso pra minha casa? - eu nem estava mais prestando atenção em minha mãe.

Minha atenção estava toda em Luane.

- Mulher, por favor! Ela é nossa filha. - era a primeira vez que meu pai me defendia.

- Ela não é minha filha... - senti uma pancada ao ouvir aquela frase. Olhei para a mulher que um dia achei que admirava. - Eu não tenho filha assim... Você é a minha vergonha, Charlotte Mitchell Allen...

      Imediatamente, meus olhos se encheram de lágrimas, mas segurei, pois não iria permitir que aquela mulher me visse chorar.

- E quem precisa de você, Joanne? O que você é na vida, além de uma dondoca que só pensa em bolsas e sapatos? Não fez uma faculdade ou sequer trabalhou pra comprar um lápis. É só uma mulher fútil, vazia e mal amada... – jamais deixaria ninguém me diminuir.

      No mesmo momento em que eu terminava de falar, minha mãe tentou me esbofetear, mas Luane segurou firme em seu pulso.

- Não ouse... - meu coração bateu absurdamente forte.

Eu quis beija-la ali mesmo. Aquela mulher não era desse mundo.

- Me solte, sua mulherzinha de quinta... - minha mãe puxou seu braço.

- Vamos, Lua... Você não merece passar por isso. - Luane me olhou, abrindo um sorriso que eu julguei ser o mais bonito que já vi.

Deus, como eu estava sentimental.

- Boa noite, madame... Senhor. – ela fez uma espécie de reverencia, segurando a ponta do vestido e eu quis rir do atrevimento da loira.

      Saímos da casa dos meus pais, os deixando perplexos. Eu nem acreditava que aquilo havia mesmo acontecido. Somente quando já estávamos do lado de fora do condomínio, notei que minha mão ainda estava grudada a de Luane. Nós desfizemos do contato, nos olhando por algum tempo.

- Eu preciso beber... - não era bem o que desejava dizer, mas acredito que deveria guardar tudo o que estava preso em minha garganta.

Chega de exposição.

      Luane estava apaixonada por meu irmão e ele por ela. O que eu poderia fazer? Depois daquela viagem, eu tornaria a nossa relação apenas profissional. As mudanças que aquela mulher estava ocasionando não eram nada boas. Já não me reconhecia mais. De onde havia saído aquelas bobagens de coração acelerado, sentimentalismo e gentileza? Não, eu sou Charlotte Allen. Não tenho tempo para nada disso.

- Eu vou junto...

      Apenas acenei em concordância e chamei um táxi. Me sentei o mais distante possível. A minha cabeça estava uma zona. Não era de meu feitio perder o controle.

Eu precisava me afastar dela.

       Voltamos para o hotel, pedi que levassem uma garrafa de Whisky até a área da piscina. Sentei em uma espreguiçadeira com Luane ao lado.

- Calma... É a terceira que você vira. - ela me olhou feio.

- Eu quero esquecer que existo por um tempo... Me deixa beber em paz, Luane...

- Tava demorando a Charlotte arrogante dar as caras... - apenas dei de ombros, tomando mais uma dose. - Me dá... Deixa eu beber com você. Também tô precisando.

Ela encheu o copo, bebendo uma bela golada.

- Desse jeito você fica porre antes de terminar um copo. - a loira rolou os olhos e continuou a beber.

- Sua mãe... Ela é uma...

- Babaca, idiota, burguesa preconceituosa...

- Sempre foi assim? - tomei mais um gole, sentido o corpo ficar relaxado.

- Sim... Quando ela soube, ano passado, que sou lésbica, decidiu fingir que eu deixei de existir... - olhei ao redor. Não havia mais ninguém naquela área. Nós nem deveríamos estar ali também, mas o sobrenome da minha família tinha poder. - Obrigada... Pelo que você fez. Ninguém nunca me defendeu...

- Acho que nunca precisou. Você é tão independente. - mirei a mulher que também me encarava.

- Anos de prática... - dei de ombros.

- Eu nunca vou esquecer aquilo... Sua mãe me olhou de uma forma muito engraçada. - a loira começou a gargalhar. Eu não sabia se era efeito do álcool, mas também passei a rir.

- Quando você chamou ela de madame... Ela ficou horrorizada. Levou até a mão ao peito. - rimos mais ainda.

      Quando me dei conta, já estávamos nos últimos milímetros do Whisky. Luane estava totalmente embriagada. A loira falava coisas sem nexo, me fazendo rir como nunca aconteceu.

- Acho melhor irmos para o quarto. - olhei as horas e já se passavam das onze da noite. Nem ao menos vi o tempo passar.

- Acho que estou um pouco bêbada. - ela ficou de pé, mas cambaleou.

Fui até a loira, lhe segurando pela cintura.

 - Eu te ajudo... Um pouco é? – ela deu de ombros.

- Obrigada, senhorita Allen... - sua voz estava arrastada.

- Você costuma beber assim? – o seu corpo estava colado ao meu, dificultando o ato de pensar. Passamos a caminhar levemente, mas em um certo momento quando passávamos pela piscina, a loira se desequilibrou e fomos as duas parar dentro da piscina.

- Essa é a primeira... E última vez...

      Eu só podia estar igualmente bêbada, porque ao invés de reclamar e brigar com Luane, apenas passei a rir com ela. Somente por aquela noite. Talvez no dia seguinte não lembrássemos de nada.

- Sabia que... Você fica linda quando... – ela tinha dificuldade em falar. – Quando sorrir...

Ela segurava em meu pescoço e sua boca estava em demasiado próxima a minha.

- Acho que é a bebida falando por você... – ela apenas balançou a cabeça em negativo.

- Apenas... Aceite o elogio. Allen arrogante... – Luane passou a ponta dos dedos sobre a minha boca, me fazendo respirar fundo. – Queria te beijar... Mas não posso.

A confissão me deixou a ponto de cometer uma loucura.

- Senhoritas? – levamos um susto. Luane e eu nos afastamos. – Não podem ficar na piscina a esse horário...

O funcionário parecia constrangido.

- Já vamos sair... – respondi.

      Saímos da piscina, rindo como se fossemos duas loucas. Os olhares chocados dos funcionários me divertiam. Entramos no elevador, molhadas e com alguns hóspedes reclamando. Apenas dei de ombros e segui com a loira até seu quarto.

- Obrigada pela companhia... - lhe falei quando estávamos em frente a porta do seu quarto.

- Fazia tempo... Que eu não me divertia tanto. - ela sorriu.

      Olhei para aqueles lábios bonitos, avermelhados e tão convidativos. Tentei com todas as forças, mas não resistir.

Eu a queria para mim.

      Prensei Luane contra a porta e passei a devorar sua boca com toda a fome que estava guardada em mim. A princípio, ela se manteve inerte, mas quando a minha língua pediu passagem, a loira segurou firme em meu pescoço e aprofundou o ato, me deixando a beira da loucura. Me correspondia com o mesmo desespero. O meu corpo inteiro ficou quente e quando ouvi um gemido rouco escapar de sua garganta, perdi totalmente o raciocínio. Não sei como, mas abrimos a porta. Segurei na barra de seu vestido, o levantando até a cintura bem feita, sem deixar a boca maravilhosa. Quando segurei pelas laterais da pequena calcinha, um lampejo de racionalidade me atingiu e eu me afastei ofegante.

- Eu não... Não... – as palavras não queriam se conectar.

- Não... Você não... - meu coração batia de forma rápida, parecia que meu corpo iria entrar em combustão.

- Eu vou embora... - passei a mão sobre a cabeça.

      Ao abrir a porta, Luane se afastou, me olhando fixamente. Eu queria ficar, tirar sua roupa e lhe fazer gritar por meu nome, mas eu não poderia. Ela estava bêbada e eu jamais me aproveitaria de um momento daqueles.

- Senhorita? - um funcionário surgiu na porta. - Desculpe o incomodo, mas as senhoritas esqueceram isso...

Olhei para sua mão e era os nossos celulares.

- Muito obrigada... - aonde que eu estava com a cabeça?

- De nada... Boa noite senhoritas...

- Boa noite... - o rapaz se afastou.

- Vou deixar seu celular ali... Você está bem? - Luane estava com uma expressão de dor.

- Só um pouco... - ela levou as mãos a boca e correu para o banheiro.

      Joguei os celulares em cima da cama e corri para ajudá-la. Segurei seus cabelos, enquanto a loira colocava tudo para fora. Em um determinado momento, Luane olhou por cima do ombro, para mim e sorriu. Naquele momento, percebi que eu estava totalmente perdida.

A puxei para deitar em meu peito, sentindo tudo em mim responder aquela mulher.

- Fica mais um pouco... - respirei fundo.

Eu sabia que no dia seguinte tudo voltaria ao normal.

- Não vou a lugar nenhum... - Luane abraçou minha cintura.

- Deveria ser eu a te consolar. - sorri. Ultimamente eu estava fazendo muito aquilo.

      Eu a queria, eu estava me apaixonando por Luane, porém ela jamais saberia. De forma alguma eu diria a ela.

Respirei fundo.

- Por Deus...

      Ficamos por mais alguns segundos naquela posição. Eu, Charlotte Allen, estava sentada no chão de um banheiro, tendo em meus braços uma mulher bêbada e não estava reclamando. Quis rir da minha situação.

      Antes que Luane pegasse no sono, a fiz ficar de pé e lhe dei um banho frio com vestido e tudo. Sai do banheiro para ela se trocar e só deixei seu quarto quando percebi que ela dormia profundamente.

A olhei por um momento, buscando no meu interior a velha Charlotte.

- Você não pode permanecer em minha cabeça, Luane. Teu coração pertence a outro. - peguei me celular. - Durma bem.

      Sai do quarto indo para o meu e assim que adentrei, passei direto para o banheiro, já me despindo. Entrei embaixo do chuveiro, sentindo meus mamilos excitados e meu sex* implorando para ser tocado, mas não por qualquer pessoa e sim por ela. Fechei meus olhos, encostando nos azulejos e a imagem daquela mulher infernal me veio à mente. Mordi meu lábio, tocando em meu sex* de forma bruta, imaginando ser ela a estar ali.

      E o meu corpo pediu por mais. Acelerei os movimentos sobre meu ponto sensível, gem*ndo alto sem perceber e quando senti as pernas bambas, meu corpo foi tomado por um orgasmos forte, longo e delicioso.

      Ao abrir meus olhos, a frustração foi tremenda ao me dar conta que aquela garota insolente não estava ali.

- Shit... Maldita! Você não vai vencer!

      Terminei de tomar banho e me joguei na cama, não conseguindo pensar em mais nada. Até mesmo as palavras duras da minha mãe não estava tendo vez.

- Preciso me afastar dessa garota... - recordei novamente da forma como ela me defendeu. - Não... Eu não posso ficar pensando nela. Luane está interessada no meu irmão... É dele o seu interesse.

“- Apenas... Aceite o elogio. Allen arrogante... Queria te beijar... Mas não posso.”

Aquelas palavras me vieram a mente com força.

      Coloquei o braço sobre meus olhos, sentindo a minha cabeça latejar forte. Eu só queria poder dormir e esquecer tudo aquilo. Fui até a minha bolsa e tirei de lá dois comprimidos para poder pregar os olhos.

Somente daquela forma os meus pensamentos me dariam a paz que eu necessitava.

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

boa tarde...


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Comentários para 8 - Capitulo 8 - Perdendo a cabeça:
rhina
rhina

Em: 14/06/2020

 

Autora..

Estou tentando achar as palavras ou expressões certas para elogiar não somente a história mas a linha ou estratégia que vc está usando para criar.

Tem algo de diferente......

Rhina...

Responder

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fabsales
fabsales

Em: 20/02/2020

Eu tô amando tudo isso. Elas são lindas juntas.

Pena que vai acontecer muitas coisas pra elas ficar juntas de verdade, mas isso não impede delas se pegar entre tapas e beijos excitate hehe 

E Allen vai negar muito que tá apaixonada por Lua, mas não vai conseguir resistir por muito tempo kk Amo 


Resposta do autor:

aaah... são né?

e bota tapas e beijos...

eu fico feliz que os meus amorecos estão sendo bem recebidas... ;)

Responder

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Cma24
Cma24

Em: 20/02/2020

Aiaiai... sempre tem "uns omi" pra atrapalhar a coisa toda! Rs

As reviravoltas dessa viagem estão sendo ótimas. Adorei o enfrentamento à madame. A ousadia da Lua ainda vai leva-la bem longe, mas tomara que tbm pra bem perto da Allen ;)

Responder

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Aurelia
Aurelia

Em: 20/02/2020

Mas que coisa não, devia ter perdido a cabeça e tudo mais, onde já se viu parar bem na melhor parte, mas estava certa, a Luane estava bêbada e não é correto jamais agir dessa maneira, ela te quer Charlotte não desiste dela não. Lute até o fim, seu irmão que se vire lá com a outra. Inté sexta


Resposta do autor:

Charlotte sabe seus limites... apesar da arrogancia, nem ela mesma sabe que é uma peessoa boa... ;)

infelizmente, as pessoas boas também sofrem... 

kkkkkkkkkkk oxe... tadinho do Will.

Responder

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