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I Want You por Leticia Petra

Ver comentários: 6

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Palavras: 4139
Acessos: 6099   |  Postado em: 10/02/2020

Capitulo 4 - Incomoda presença

- Eu... Te... Mato... Larissa! Sua... Filha da... Mãe...

- Para... Para... - a desgraçada ria, enquanto eu lhe acertava várias travesseiradas na cara. - Eu não aguento mais...

- Por que diabos você falou aquele monte de besteira? – os meus braços cansaram e eu me joguei ao seu lado na cama.

- Por que tá tão pilhada? A senhorita Allen é muito legal. - eu estava ofegante. - Eu gostei muito dela.

- Geralmente, você é a primeira a me criticar quando faço merd* e agora tá me apoiando? Por acaso a gente trocou de mente? - ela riu. - Ou estamos em outra realidade?

- Pensa pelo lado bom, Lua. A sua dívida tá paga e ainda vamos trabalhar na melhor e mais requisitada empresa do Norte e porque não, do país... Eu sempre quis uma oportunidade como essa.

Rosnei.

- Qual seu medo? De virar lésbica porque ela é gostosa demais? Aiiii. - aceitei um tapa em sua testa.

- Isso nunca irá acontecer. Eu não gosto de mulher, você sabe muito bem disso. - olhei para o teto. - Você sabia que ela foi a culpada por eu ter sido demitida? 

- Graças a Deus, assim teremos um emprego digno. - Larissa não estava colaborando. - Seremos assistentes diretas das presidentes da Allen, imagina como isso vai pesar no nosso currículo, Lua. Se eu já era fã da senhorita Allen, agora a venero...

Respirei fundo.

- É tudo o que sempre sonhamos... - Larissa estava certa.

- Sua mãe vai ficar louca quando souber disso. - coloquei a mão sobre a cabeça. - Acho que você herdou essa admiração pela família Allen dela...

- Minha mãe não é a única que vai pirar... Se anima, Lua...

      Minha mãe realmente ficará muito feliz quando souber que sai do bar e agora iria trabalhar em uma empresa de verdade. Talvez Larissa estivesse certa, eu deveria relaxar e curtir aquela pequena conquista. Aquele seria mais um degrau na escadaria até o meu objetivo: dar uma vida melhor a minha família.

Assim que entrasse em casa, contaria a eles a novidade.

- Tá mais calma? - tombei minha cabeça para o lado, encarando a ruiva.

- Sim! Eu vou pra casa, estou morta! - levantei. - Até amanhã...

- Até amanhã, namorada da Charlotte A... - antes que Lari terminasse, lhe joguei um travesseiro bem na cara. 

      Sai de sua casa, sob os protestos de sua mãe. Ela queria que eu ficasse mais um pouco. Os pais de Larissa sempre gostaram muito da minha família e de mim.

- Filha, o que faz em casa essa hora? - minha mãe estava na sala, vendo novela com Cristian.

Me joguei no sofá.

- Eu fui demitida, mamãe... - ela me olhou surpresa.

- Filha, como assim? - fechei meus olhos.

- Não se preocupa, mãe... Segunda eu tenho... Aaaaaah... Uma entrevista de emprego na Allen Magazine. - foi só o que consegui dizer, depois simplesmente apaguei.

 

27 de agosto de 2019.

      Quando acordei, era madrugada e eu estava deitada no sofá, coberta por um grosso lençol. Bocejei, ficando sentada, estava tudo escuro. Procurei por meu celular e ele estava em meu bolso.

A tela estava toda trincada.

- Era só o que faltava! - rosnei. 

      Como é que eu iria comprar outro? Ah, eu tinha dinheiro na conta. Sim, mas como faria para usá-lo sem levantar suspeitas? Minha mãe certamente iria me dar uma bela bronca ao saber daquela história toda que me meti. 

E se saísse em algum jornal?

      Droga, eu não havia parado para pensar nisso. Charlotte Allen era praticamente uma celebridade. Tudo o que ela faz em público vira notícia em revistas e jornais.

"Não, não, não... Eu só me supero!"

- Como você é burra, Luane. - quis chutar a mim mesma.

Meu celular vibrou.

      Desbloqueei a tela e para a minha surpresa, era William. Ele havia me enviado uma mensagem, perguntando o que Charlotte Allen queria comigo.

Respirei fundo.

Deveria contar a ele? 

- Não... Deixa isso assim, Luane. - mordi o lábio. 

William era uma cara legal.

      Desde que tivemos aquela conversa em sua casa, ele se portava diferente. Me travava com respeito e suas cantadas baratas haviam cessado. 

Lembrei de seu rascunho.

       Fui até o quarto, Cristian dormia parecendo uma pedra. Peguei minha mochila e voltei para a sala. Tirei o rascunho e abri na primeira página.

"Uma geração destruída."

- Quem diria que naquela cabeça oca havia tanta inteligência. - passei a ler todo o conteúdo e era genial. A escrita, as colocações, tudo muito bem explicado. Falava sobre ansiedade, depressão, baixa estima. 

Simplesmente não vi a hora passar.

 

      Quando acordei, já era dia e não havia ninguém em casa. Levantei para tomar banho e comer algo. Dali a duas horas, teria que ir para a faculdade. 

- Funcionou... - franzi o cenho.

- O que funcionou, moleque? - Cristian puxou a cadeira ao meu lado. - Pensei que não estivesse em casa. Que susto!

- Estou namorando... Ela aceitou. - ergui as sobrancelhas. 

- Viu? Eu disse que era só ser direto e pronto. - ele estava muito animado.

- Te devo essa. - ele me beijou a bochecha e saiu da cozinha. 

- Pelo menos alguém deu certo... - respirei fundo. 

      Encontrei Larissa em frente a sua casa e seguimos juntas para a parada de ônibus. Ela não parava de falar em Charlotte Allen, me deixando a ponto de lhe dar um tapa na testa. 

- Lua, e se ela te beijar? - Chegamos a parada. 

- Isso não vai acontecer, Lari. - a olhei feio. - Tem um monte de gente aqui, chega desse assunto. 

- Mas, tá no contrato que você disse...

- Para de me atormentar...

Ouvi um carro buzinar e quando olhei, me surpreendi ao ver que se tratava de William.

- Entrem! Eu levo vocês. - Lari e eu nos olhamos rapidamente.

Nos aproximamos.

- Não está muito longe da sua rota? - ele sorriu. 

- Queria falar com você. - estranhei. - Vão entrar?

Quando percebi, Lari já estava dentro do carro. 

- Você não vem, Lua? - dá para acreditar na cara de pau dessa ruiva? - Que banco macio...

      Sentei no carona, me perguntando o que Will tinha a conversar comigo. Ele colocou o carro em movimento, ligou o rádio e passou a cantarolar junto com Larissa. Essa, já se sentia amiga de longa data do inglesinho. 

       Chegamos a faculdade e novamente fomos alvos de olhares. Pietra, namorada de William, ao nos ver se aproximou com as suas outras duas amigas. 

- Por que não atende as minhas ligações? - eita! 

- Estive ocupado, Pietra... - ele coçou a cabeça.

- Com aquele livro idiota? - ergui a sobrancelha. 

Que mala!

- Will, depois conversamos. - Pietra me olhou.

- Pra você é William, suburbana. - como é?

- Suburbana com um pouco de cérebro, que tem nota mil no Enem e não entrou aqui porque o papai é prefeito da cidade. - eu não me achava aquele ponto, mas Pietra me tirou do sério. 

- Então, já que se acha tão capaz, por que anda rodeando a irmã do Will? - respirei fundo. - Quer fisgar uma milionária pra sair daquele bairro de mortos de fome?

- Pietra, para! - William a puxou, se afastando de nós.

- Dá pra acreditar nessa burguesinha? - Lari rolou os olhos. - Ela te deixou sem palavras...

- Essa história com a Charlotte não vai dar certo. - bufei. - Droga... Será que todos andam pensando assim?

- E desde quando a pessoa que se vestiu de frango pra distribuir panfleto liga para o que os outros dizem? 

- Isso é um pouco diferente, Lari. - fechei os olhos e novamente me arrependi de ter concordado com o maldito acordo. - Vamos, eu preciso me distrair. 

- Mandona...

 

      Não havia parado para pensar em como aceitar ser a namorada de mentira de Charlotte Allen iria afetar a minha vida pessoal. Agora seria vista como uma interesseira? Não, eu não podia deixar as coisas irem por aquele rumo. Iria até Charlotte, pediria que rompêssemos o contrato e eu devolveria os quarenta mil. Mas como faria para pagar os dez mil? 

Merda!

Novamente em um beco sem saída.

- Podemos falar? - tirei minha atenção do sanduíche em minhas mãos.

- Sua namorada não vai arrancar minha língua por isso? - William riu.

- Não se preocupe com ela. Onde está a Larissa? - deixei meu lanche sobre a mesa.

- Foi se agarrar com um dos sonhos de consumo dela. - olhei ao redor. Estávamos na lanchonete. - Agora me diga o que você quer conversar... 

Will passou a mão sobre a cabeça.

- Desde quando você é amiga da minha irmã? - claro, era aquele o assunto.

- Não somos amigas. - franzi o cenho. 

- Então por que ela tá deixou na faculdade? - eu deveria dizer a ele sobre o nosso acordo?

- É complicado... - lhe olhei.

- Você tá saindo com a Charlotte? - aquilo parecia mais uma acusação do que uma pergunta.

Fiquei calada.

- Eu não sabia que você se envolvia com mulheres. - respirei fundo.

- Nem eu... Olha, entendo se não quiser mais falar comigo. Talvez não mude muita coisa, afinal não somos amigos. - William mudou de expressão. Ele parecia decepcionado.

- Nossa... Eu achei que fossemos. - ele levantou.

- Não, espera... - segurei sua mão e senti um pequeno arrepio.

Soltei.

- Não vai... Me desculpa pela grosseria. - ele me olhou por uns segundos, até sentar novamente.

- Sinto que há algo mais aí, Luane. - mordi meu sanduíche. 

Pensei por uns segundos.

- Você tem razão, tem, mas eu não posso te contar. - ele franziu o cenho. - Ainda não...

- Ela tá te forçando a algo? - William segurou minha mão sobre a mesa.

- Não... Não tenta adivinhar, por favor. Só deixa as coisas assim por enquanto, tá bom? - ele respirou fundo.

- Tudo bem... Quando você quiser conversar, estarei aqui.

Sorri. 

- Obrigada!

 

      Já era noite, quando Lari e eu saímos da faculdade. Ela atravessou a passarela primeiro porque queria comprar churros antes que o moço da barraquinha fechasse. Fiquei para trás, batendo algumas cópias de apostilas, quando alguém cutucou o meu ombro.

- Que? Esqueceu de xingar os meus antecedentes também? - Pietra ergueu a sobrancelha.

- Só um recadinho, suburbana. - rolei os olhos. 

- Fala, Pietra. - ela chegou próximo a meu ouvido.

- Fica longe do Will ou você vai se dar muito mal. - ergui as sobrancelhas.

- E o que você poderia fazer? - ela sorriu.

- Posso falar com o meu pai, fazê-lo convencer o reitor a tirar sua bolsa e da sua amiga. Que tal? - meu sangue ferveu.

- Você não faria isso. - eu queria sentar a mão nela. 

- Experimenta, Luane. Eu sempre consigo o que quero. - ela piscou e saiu, me deixando a ponto de explodir.

Era só isso que estava faltando. 

- Inferno... - peguei minhas cópias e coloquei na mochila. – Anoréxica idiota...

Eu precisava me manter atenta. 

      Ralei muito para conseguir entrar na faculdade e fazer o curso dos meus sonhos, Larissa também. Eu não poderia deixar uma patricinha cabeça de vento estragar tudo por um motivo tão sem nexo. 

- Quer um? - Larissa estava com um churros na boca e segurava mais cinco. Estávamos no meio da passarela. 

- Me dá... - peguei um e enfiei na boca.

- Que bicho te mordeu? - respirei fundo, sentindo o chocolate derreter em minha boca.

- Aquela barbie latina veio me ameaçar... - descemos as escadas.

- A Pietra? - acenei em positivo. - O que ela disse?

Enfiei o resto do churros na boca e peguei mais um de Larissa.

- Ei, isso é meu...

- Preciso mais que você... - ela me olhou feio. - Ela disse que se eu não ficar longe do inglesinho, vai boicotar a nossa bolsa.

Larissa abriu a boca.

 

- Você tá distante, Charlotte. Aconteceu alguma coisa? - Helena me analisava minuciosamente. 

Maldita mania.

- Só com alguns pensamentos sem muita relevância. - peguei uma taça de champanhe de um garçom que ali passava. 

- Você tá assim desde que o prefeito saiu do seu escritório hoje. - bebi um gole da bebida. O sabor era interessante. - O que ele disse que te deixou assim? - o lugar estava cheio. Algumas pessoas dançavam, outras riam e ostentavam suas joias, vestidos e ternos caros. 

- Ele soube que estamos fazendo alguns comerciais para o partido que vira como seu adversário na eleição do ano que vem. - vi ao longe, William com Pietra. 

Aquele namoro foi conveniente no início, mas agora estava em meu caminho.

- Ele quer que rompemos contrato. - encarei Helena novamente.

- Ele não pode fazer isso. A Allen não tem partido político de estimação. Somos uma empresa livre, que pode fechar contrato com quem bem entender. - a morena estava séria.

- Foi o que disse a ele... Mas aquele idiota se acha o dono do mundo. - rosnei. - Vamos embora, Helena? Isso já me cansou. - olhei as horas. 

Dez da noite.

- E o seu irmão? - William estava visivelmente a contra gosto na festa para arrecadação de dinheiro para a "caridade".

- Ele já é bem grandinho. - tomei o resto do champanhe.

William se aproximou.

- Já vai, Charlotte? - sua face demonstrava raiva.

- Sim... - Pietra se aproximou.

- Vou com você... - ele estava realmente chateado.

- Vai me deixar aqui? Sozinha? - a garota era em demasiado irritante.

- Vou, Pietra. Fica com suas amigas e me deixa em paz ao menos por hoje. - ele falava baixo. Acima de tudo, era um homem da elite.

- Tudo por causa daquela suburbana? Ela fez tua cabeça, Will. - franzi o cenho.

- Não fala assim da Luane, Pietra. - ergui a sobrancelha. - Até amanhã.

Ele saiu a frente. 

- Interessante... - meu irmão estaria com interesse na publicitária?

 

      Helena dirigia, dentro do veículo um silêncio se fazia presente. Pela primeira vez desde que conheci Luane Oliveira, me vi pensando na loira.

Teria ela algo com meu irmão?

      William era correspondido? Bom, não era da minha conta. Tínhamos um contrato apenas e depois que ela me fosse útil, seguiria sua vida.

- Eu não sei o que você tem com a Luane, Charlotte... - olhei para o retrovisor. - Mas sugiro que fique de olho...

- Do que falas, William? - perguntei. Helena me olhava sem nada entender.

- Pietra pegou birra da Luane e eu sei que ela é capaz de prejudica-la. - virei-me.

- E o que sua namorada poderia fazer? - William virou o rosto, encarando a janela. 

- Fazê-la perder a bolsa... - voltei a olhar para frente.

Tentaria resolver aquilo.

- Não entendo o motivo de você manter um relacionamento com essa menina. - Helena escutava tudo calada. Era uma mulher muito discreta. - Quando obviamente não existe nada em comum entre vocês.

Ainda por cima, o pai dela andava se metendo em meus negócios. 

- Não há nada pra você entender... Além do mais, você não liga. Nem sei pra que tá perguntando isso. - respirei fundo.

- Tem toda razão... - disse por fim. 

Helena me olhou em reprovação. 

      Peguei meu celular e enviei uma mensagem a Luane, para que fosse até a meu escritório no dia seguinte. Iria saber a fundo se Pietra andava a importunando. 

Meu celular vibrou. Era uma mensagem de áudio no WhatsApp. A abri.

- Ela vai sim, senhorita Allen... Aliás, eu falei pra minha mãe sobre a oportunidade que nos deu e ela disse que mandará um bolo... Minha mãe é uma deusa dos bolos... - Larissa falava pelos cotovelos, me fazendo sorrir. - A Lua tá insuportável hoje, a senhorita precisa ver...

- Larissa, desliga isso! - Luane gritou de algum lugar. - Deixa meu celular em paz...

- Você chama isso de celular? Olha, amiga, você deveria comprar um novo, porque essa porcaria já deveria tá no museu... - o áudio foi interrompido, me fazendo rir. 

- Charlotte Allen sorrindo? Nossa, esse é um momento memorável. - Helena comentou irônica. Bloqueei o celular, ficando séria outra vez. - Entendi bem? Você contratou mais gente?

- Você tá precisando de uma assistente... - dei de ombros. 

- Luane é aquela bela moça que esteve em seu escritório? - William ouvia tudo sem dizer nada.

- Sim, ela mesma... - guardei o celular.

- Charlotte, não me diga que... - Helena parou no mesmo momento.

A olhei em um pedido silencioso para não dizer nada na frente do William. 

E ela entendeu.

Eu sabia que seria interrogada por minha amiga logo. Helena me passaria um longo sermão. 

 

      Ao chegarmos, William foi direto para o quarto, me deixando com Helena na sala. Tirei o salto, me servi de uma dose de whisky e sentei. No dia seguinte teria outra festa chata para ir. 

- Estou pronta pra te ouvir, Charlotte. - a morena me encarava fixamente. 

- Luane vai acabar com o casamento da Daniela... - fazia dias que não me recordava dela. Aquela infeliz, graças a Deus, havia deixado de habitar e minha cabeça e coração. Só restava um ódio sem dimensão.

Aquele amor que achei que ainda sentia, percebi que era raiva acumulada.

- Não acredito que você vai mesmo usar uma pessoa nesse seu plano mirabolante. - ela me lançou um olhar severo. - Essa moça sabe disso? 

- Ela foi paga... Não precisa saber de muitos detalhes. - dei de ombro.

- Então você pagou ela? Charlotte, por Deus... Essa menina é uma mercenária? - não sei o porquê, mas acabei por explicar.

- Ela tinha uma dívida, estava sendo ameaçada. Não teve muita escolha... - Helena levantou, me olhando com reprovação. - Luane foi praticamente obrigada pelas circunstâncias...

- Sinceramente, Charlotte... Você precisa de terapia. - a morena foi até a porta e sem cerimônia, saiu da minha casa.

Respirei fundo.

Deixei o copo sobre a mesinha e decidi subir. Precisava de um banho quente.

 

28 de agosto de 2019.

      No dia seguinte, fui cedo para a empresa, naquele dia seriam iniciadas as filmagens do Edson Cunha, candidato do partido oposto ao atual prefeito. Cheguei, revisei alguns conteúdos e quando me preparava para sair, Paola me liga.

- Pois não? - franzi o cenho.

- Senhorita Allen, Luane Oliveira está aqui... - já havia esquecido da mulher.

- Mande-a entrar, Paola... Obrigada.

- Sim senhora... - voltei a sentar.

Esperei por sua entrada.

- Bom dia, senhorita Charlotte. - a bela loira entrou. Mesmo com um vestido branco simples, ficava formidável.

- Me chama de Charlotte, Luane... Sente, por favor. - ela não estava nenhum pouco feliz em estar ali. Era visível seu descontentamento. - Sei que não gosta de mim, mas pelo menos disfarce.

Ela ficou surpresa.

- Eu não...

- Charlotte? - Helena entrou, interrompendo a loira. - Oh, desculpe. Não sabia que estava ocupada. Como vai, Luane? 

Luane sorriu e eu estranhei.

- Estou bem, senhorita Helena. E você? - rolei os olhos.

- Bem, obrigada. - Helena se aproximou, dando dois beijinhos e suas bochechas. - E me chama de Helena, sim? 

- Tudo bem, Helena...

- Só queria avisar, Charlotte, que a atriz e modelo contratada ficou doente. - droga!

- Mas logo hoje? - fiquei de pé. - E agora? Onde arrumaremos alguém encima da hora?

Helena ficou muda por uns segundos, até que abriu um sorriso.

- Podemos usar a Luane... - Helena disse como se não fosse nada demais.

- Eu?

- Ela?

- Eu não sei atuar, senhorita Helena. - era só o que faltava.

- É um texto bem pequeno. Você se encaixa perfeitamente no perfil pedido. - de onde Helena havia tirado aquela ideia sem nexo?

- Helena, não acho que a Luane dê conta. Ela não é qualificada pra isso. - a loira me encarou no mesmo momento.

Sua sobrancelha arqueou.

- Eu aceito, senhorita Helena... - minha amiga abriu um grande sorriso e eu respirei fundo.

 

      Estávamos no estúdio de gravações. A equipe de maquiagem preparava Luane, enquanto Helena checava todo o resto com a parte cinematográfica.

Peguei uma cadeira de plástico e sentei.

      Foi pedido do próprio candidato que eu inspecionasse toda a produção. Olhei para o relógio, impaciente. Queria voltar para a minha sala e terminar de analisar alguns documentos.

- Vamos iniciar! Todos em suas posições, por favor. - Helena se colocou ao meu lado. - Ela é divina... - olhei para Luane. - Sua namorada de mentira...

- Fique com ela... - Helena riu baixinho.

- Se não te conhecesse, diria que teve uma pontinha de ciúmes ai... - rolei os olhos.

- Por Deus, Helena...

- Ação... - gritou o diretor.

- Se você quer um futuro melhor para si e seus familiares, a hora da mudança é agora. Deixe o velho para trás e vise o novo...

Abri levemente a boca.

- Corta! Corta!

- Falei algo errado? - ela perguntou para Max.

- Da onde tiraram essa menina? - ele veio até Helena e eu.

- Fui eu quem a chamou. - tão certinha a minha amiga.

- Helena do céu, essa menina é divina! Vamos pra segunda parte que a primeira ficou maravilhosa... - ele saiu batendo palmas.

Helena me lançou um olhar convencido. 

Apenas rolei os olhos.

 

- Você foi fantástica, Luane... - Helena mais uma vez paparicava a garota.

- Obrigada, Helena... Eu estava tão nervosa. - ela sorriu. Nunca sorria assim para mim.

Mas, o que estou pensando?

- Nem pareceu... Você foi excelente. Toma, isso é seu... - Helena entregou um cheque a loira.

- O que é isso? - ela leu o conteúdo e arregalou os olhos.

- Seu pagamento... - eu apenas a observava.

- Mas, tem muito dinheiro aqui... Eu não... São dois mil, Helena!

- Você trabalhou por ele... É seu. - Helena a cortou. - Preciso fazer algumas ligações. Luane, quando houver algo que seu perfil se encaixe, posso entrar em contato? - a loira ficou surpresa.

Até mesmo eu.

- Claro, Helena... Obrigada por isso. - girei minha cadeira, olhando através da janela. 

- Perfeito... Te vejo em breve, querida... Novamente, parabéns!

Ouvi a porta sendo fechada. 

- O que você queria falar comigo? - não me virei. 

- Queria que fosse a um evento comigo... - não era bem aquilo que iria dizer, mas decidi não falar na filha do prefeito ainda. - Uma festa beneficente. Helena terá um encontro essa noite, não poderá me acompanhar...

- Eu não tenho roupa pra sociais da alta... - sua voz estava carregada de ironia.

- Não há problema algum... Eu me encarrego disso. - virei-me. - Vamos agora mesmo comprar algo... Depois te deixo na faculdade...

- Eu não posso aceitar... E sobre isso... - a loira ficou de pé. - Não quero que nos vejam juntas na faculdade.

Ergui a sobrancelha.

- E por que não? - Luane me encarou.

- Não quero que achem que estou dando um golpe na magnata da cidade. - respirei fundo.

- É somente por isso? - deixei de olha-la.

- Não... - ela parou de falar. 

- Continue... A senhorita está com vergonha de todos acharem que é lésbica, certo? Olha, Luane, se quer romper o contrato, o faremos. Você devolve todo o dinheiro e está livre. - lhe encarei.

A menina colocou a mão sobre a nuca.

- Eu não tenho como conseguir os dez mil que já gastei. - eu sabia que não. - A que horas iremos?

- As oito... Chame Larissa. Ela irá a festa conosco, vamos as três comprar algo para usar. Assim você não precisa ficar a sós com a minha incomoda presença. 

Ela me olhou em surpresa.

- Não é nada disso, eu...

- Se poupe... Vou aguardar até as onze e sairemos. - peguei alguns papéis, tirando minha atenção da bela mulher. - Ligue para ela... 

      Eu estava irritada. Era um insulto alguém sentir vergonha de me ter por perto. Sempre fui assediada por ambos os sex*s, muitos adorariam estar ali.

Respirei fundo.

Garota insolente!

 

Fim do capítulo


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Comentários para 4 - Capitulo 4 - Incomoda presença:
Andreia
Andreia

Em: 16/01/2021

Será que Lu vai colocar Charlotte na linha ela vai repensar as coisas que ela faz.

Mais acho que Luane vai passar poucas e boas com está fia do prefeito.

Será que Luane vai ter vergonha de se relacionar com uma mulher.

Bjs e abt nossos.

Responder

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rhina
rhina

Em: 13/06/2020

 

É Charlotte nem todos são todos.

Rhina

Responder

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Master
Master

Em: 24/02/2020

Hum a toda poderosa ficou magoada porque pensou que a luane não queria ir com ela a festa por vergonha acho que não heim.

Responder

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bicaf
bicaf

Em: 11/02/2020

Não desiste autora, a garotada tá lendo, têm é vergonha de aparecer kkkkk.


Resposta do autor:

É preguiça mesmo... Rs

Desistir não... Mas que tá fraquinho, isso tá. 

Responder

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bicaf
bicaf

Em: 11/02/2020

Kkkkk, isto cada dia tá ficando melhor. ;)

 


Resposta do autor:

aaaaaah

isso é maravilhoso... :)

Responder

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Naty24
Naty24

Em: 10/02/2020

Kkkk hummmmmm chateouuu foi 


Resposta do autor:

kkkkkk

tu pegaste birra da Charlotte... que demais...

envolvimento 100%

Responder

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