AZUL VIOLETA por alex72
Capitulo 11 - 20 anos depois.
20 anos depois
Aline
Eu estava toda afobada, saí do meu serviço em cima da hora para o mestrado, depois de tantas atribulações na minha vida eu estava finalmente conquistando meus sonhos, já dava aula para meus meninos, trabalhava no Senac como professora de contabilidade, mas precisava do mestrado se quisesse alçar voos maiores, meu sonho era dar aula em faculdade e agora estava dando o primeiro passo.
Cheguei correndo a faculdade com livros nas mãos e correndo no corredor a procura da sala, sabia muito bem que no meio acadêmico era imprescindível a pontualidade e comprometimento não queria nunca chegar no primeiro dia de aula atrasada, vinha olhando as salas distraída quando trombei com alguém, os livros voaram das minhas mãos ao chão e praguejei alto.
- Merda! Baixei para pegar os livros e escutei uma voz que me deu calafrios.
- Não vê para onde anda não, moça?
Não, devo estar variando, pensando que é ela. Aliás depois de séculos e com rede social nunca consegui achar ela, por que cargas d’agua daria um encontrão nela?
Catei as coisas e me levantei lentamente a mulher estava vestida com um terninho, e ao ficar em pé dei de cara com um par de olhos violetas que durante todos estes vinte anos assombram meus sonhos, engoli em seco.
Lorena
Vinha distraída pensando na minha vida, precisava levar nina no veterinário e Arthur meu filho no dentista, vida de mulher divorciada e mãe não era fácil. Acabava que tudo era comigo, além de Arthur tinha minha filha mais nova Luiza.
Dividia minha vida entre a empresa de assessoria que eu tinha com minha irmã, meus filhos e minha gata e ainda dava aula no mestrado duas vezes na semana, ufa não era fácil, mas não tinha muito tempo na vida para reclamar.
Estava assim listando mentalmente o que tinha para fazer no dia seguinte quando um ser deu um encontrão em mim, escutei a mulher praguejando e não pude deixar de rir, da cena dos livros voando e ela baixando para pegar os livros deixando suas nadegas para cima, pude observar muitos olhos masculinos seguindo a cena.
Revirei os olhos, como podem ser tão idiotas senhor, sempre nos veem como pedaços de carne.
Finalmente a mulher se levantou e ao cruzar os olhos com os meus, uma sensação estranha tomou meu corpo como um dèjá vu, vi a mulher morena mais baixa que eu empalidecer um pouco a minha frente, arqueei as sobrancelhas em um questionamento mudo.
A mulher nada disse, assim perguntei.
- Não vê para onde anda não, moça?
Vi ela engolir em seco, a respiração presa, quando enfim respondeu.
- Desculpa, estava com pressa.
O som daquela voz só fez que aquela sensação de desconforto aumentasse, ficamos assim olhando uma para a outra meio sem reação.
Ela então voltou a caminhar e ao passar por mim o cheiro de seu perfume invadiu meu olfato e assim descobri o que estava me incomodando, não podia ser verdade.
Ela já estava de costas para mim, caminhando naquele jeito lento dela, quando consegui falar.
- Aline?
Ela estagnou e virou-se lentamente olhando diretamente para os meus olhos, balançou a cabeça em sinal afirmativo e sem dizer uma só palavra me deixou ali, sem ar e sem chão.
Aline
Minhas pernas estavam bambas, sonhei com este reencontro tantas vezes, ensaiei tantas cenas, tantas falas, mas jamais imaginei que seria daquela forma.
Quando me levantei hoje pela manhã da cama da minha atual ficante, não podia pensar que iria reencontrar meu grande amor.
Sempre tive uma grande curiosidade de como seria a vida dela, se tinha casado, se tinha filhos o que ela passou.
Depois dela tanta coisa aconteceu na minha vida, por causa dela havia me descoberto, ela foi um grande divisor de águas na minha história.
E ai do nada aquela mulher reaparece num lugar que jamais imaginaria vê-la, quantas vezes dentro de um bar onde havia casais com seus filhos eu a procurei? Quantas vezes em redes sociais a busquei, sem encontrar? Era como se ela tivesse tomado chá de sumiço.
Senhor por que? Para que? Comecei a questionar.
Teria duas aulas hoje no mestrado, entrei na sala e o professor já se encontrava, fechou a cara, comecei mal pensei, bem mal.
Sentei na cadeira e comecei a observar os mestrandos , alguns mais velhos, alguns da minha faixa etária, fui olhando um a um, até ver uma loirinha linda mais a frente, ela também me olhou soltando um sorriso lindo.
Hum bem divertido. Pensei.
Voltei a concentrar na aula e no professor não queria passar uma imagem ruim, e o foco era minha graduação, não mulheres.
Assim passou a aula e no intervalo para a próxima a loirinha que se chamava Ângela se aproximou.
_Ola, Aline né?
- Sim, respondi . E você Ângela correto?
- Isso mesmo, posso sentar perto de você?
_ Claro.
Entabulamos uma conversa sobre os nossos objetivos e descobri que a menina também era professora só que de Administração e já vinha fazendo algumas matérias antes de entrar no mestrado mesmo. Ela flertava comigo abertamente, o que fez pensar que eu devia mesmo parecer sapa, mentalmente sorria, ela se aproximou de mim apoiando a mão em minha perna, eu estava bem distraída quando escutei alguém tossindo.
Virei para o som e dei de cara com a professora do mestrado.
Maldição Deus só podia estar de brincadeira comigo.
Para quem não me conhece sou Lorena, falou ela.
Quem dera que eu não te conhecesse, quem dera.
Fim do capítulo
Um capitulo novo para vocês.
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