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I Want You por Leticia Petra

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Palavras: 4189
Acessos: 7388   |  Postado em: 05/02/2020

Capitulo 2 - A proposta

25 de agosto de 2019.     

       A primeira aula com Wiliam foi um pouco complicada, eu diria. Não saberia dizer se ele era burro ou estava a me tirar para zoação, porque foi difícil fazê-lo prestar atenção no que eu lhe explicava. Em todo caso, já estava com o dinheiro da primeira tentativa de lhe ensinar algo.

"Estava fazendo a minha parte, se ele não levava a sério, problema dele. Ok! Talvez eu devesse me preocupar um pouco mais em fazê-lo entender algo."

- Filha, tem certeza que esse garoto não vai tentar agarrar você? - minha mãe preparava o jantar. Em meia hora, teria que ir para o inferno, vulgo, meu trabalho.

"Faculdade, mãe, irmão, dez mil..."

- Tenho mãe, não se preocupa. Toma... - tirei uma nota de cem e lhe entreguei. - Sei que não é muito, mas faça algo. Logo receberei meu salário e vamos pôr as contas em dia...

"Nem todas. Luane, por que foi tão burra? Ei, outro eu... Pode parar de atrapalhar as coisas?"

- Filha... - ela tentou me devolver.

- Não, mãe... Para. - lhe encarei. - Estamos juntas nessa. A senhora não pode trabalhar e enquanto eu viver, vai ser assim, eu vou ajudar.

- Luane... - ela olhou para o dinheiro. - Tudo bem, filha...

- O teu namorado tá lá na frente... - Cristian entrou na cozinha, abrindo a geladeira. - Não gosto dele. É um cara exibido. Quem se acha por ter uma moto?

- Calado, manezão. Eu não falo das tuas amigas. - fiquei de pé. - Já vou, mamãe... Até mais tarde.

- Cuidado, minha filha. Por Deus... - lhe beijei a testa.

- Vou tomar... - sorri.

- Tchau, chatona... - Cristian me mostrou o dedo do meio.

- Cristian! Olha o respeito menino. - gargalhei.

- Ele me ama, mamãe... - pisquei para meu irmão e sai da pequena cozinha.

      Quando cheguei em frente à minha casa, Kevin estava escorado em sua moto, ele tinha um ciúme absurdo daquele monte de ferrugem. Lhe olhei da cabeça aos pés e me perguntei o motivo de ainda estar com ele. O cara não queria nada com a vida.

Ele abriu um sorriso, fazendo um gesto para que eu me aproximasse.

- Uma semana sem aparecer e do nada, você sai das profundezas de sei lá onde. - ele me agarrou pela cintura.

- Estive ocupado, meu neném... - ergui a sobrancelha.

- Lua? Vamos? - olhei para a minha amiga, que não gostava nenhum pouco de Kevin.

Ela atravessou a rua.

- Vamos... - voltei a encarar Kevin. - A gente conversa depois...

- Tudo bem, gatinha. - rolei os olhos. - Não faz assim... Me deixa louco...

- Parem... Isso me causa ânsia de vômito. - Larissa fez um gesto com as mãos. Desvencilhei-me dele.

- Oi, ruiva linda. – Larissa ergueu as sobrancelhas.

- Pra você é Larissa. – ela rolou os olhos.

- Tchau... - lhe dei um beijo rápido nos lábios.

- Eu volto amanhã... Vamos dar uma volta! - ele falou um pouco alto.

- Eu tenho uma coisa chamada emprego, Kevin... - uma porcaria, porém ainda sim um emprego. - Não vai dá...

- Não sei como aguenta. Kevin se acha mesmo um conquistador. - Lari fez um sinal de que iria vomitar.

Gargalhei.

- O sex* é bom. Não o amo, mas a gente se entende. - Larissa me deu um tapa. - Ei! Quanta violência.

- Você nem sabe nada dele, Lua. Como pode ficar com um cara que tem quase quarenta anos e age como se tivesse dezoito? - respirei fundo. – E ele tem cara de quem nem sabe o que é um clit*ris...

- Ele não me cobra nada, a gente trans* e depois fica tudo certo... - dei de ombros. - Sem complicação.

- Como foi a aula com o William? - viram como ela odeia o Kevin? Mudou rapidamente de assunto.

- Ele é burro igual uma porta... Se bem que, a porta tem utilidade. - minha amiga riu.

- Você não disse isso a ele, né? - chegamos na parada de ônibus.

- E perder os meus duzentos por aula? Óbvio que não. - seria trinta minutos até chegar na espelunca.

- Você viu a irmã dele? - encarei Larissa. Ela era fascinada por Charlotte Allen, a presidente da revista Allen.

- Não... Ela deve ser desse tipo que vive pro trabalho. - fiz sinal para que o ônibus parasse. Entramos, sendo esmagadas como sardinhas enlatadas. Alguém apertou a minha bunda, fazendo meu olho tremer.

“Nada de escândalos... Você não pode gastar seu réu primário, Luane.”

      Quando uma mulher poderia andar livremente sem ser assediada ou tocada sem seu consentimento? Sociedade machista de merd*. Diariamente éramos submetidas aquele tipo de acontecimento nojento.

- Eu quero ser igual a ela. Charlotte Allen é tão chique e elegante. - a ruiva me fez sentar em seu colo. Um carinha cedeu um lugar para nós. – Uma deusa do mundo da publicidade...

Pelo menos a humanidade ainda tinha salvação.

- Bota os pés no chão, Lari. Só espero que não seja uma riquinha fresca quando estiver no auge. - Larissa me beliscou.

- Para de jogar água fria. Deixa eu sonhar, poxa... - eu ri.

- Desculpa, ruiva... Eu só gosto de implicar com você. - lhe beijei a bochecha.

- Isso não é lugar pra ficarem se amassando... - uma senhorinha que estava ao nosso lado, nos empurrou. – Que pouca vergonha...

- Deixa de ser careta, senhora. O mundo é outro. - ela me encarou com indignidade. - Tenho certeza que quando a senhora ainda tinha os peitos no lugar, tinha um fogo daqueles...

- Como ousa? - ela ficou de pé. Larissa colocou a mão sobre a boca, para abafar o riso.

- O que? Falei alguma mentira por acaso?

- Alguém tire essas desavergonhadas do ônibus? Motorista? Essas meninas me faltaram com respeito...

Eita!

Três minutos depois.

- Parabéns, Einstein... - Lari me deu um tapa na cabeça. - Agora como iremos chegar no trabalho a tempo?

      Sim, fomos expulsa do ônibus, depois que a senhorinha fez um verdadeiro escândalo. Da para acreditar? Não entendo essas pessoas das antigas que tem dez filhos e acha que uma demonstração de afeto entre pessoas do mesmo sex* é algo horrendo, desavergonhado.

Idiotice!

 

      Era domingo à tarde, eu terminava de me vestir para a segunda aula de William. Vesti algo básico, não queria ser alvo de suas cantadas baratas. Ele tinha uma namorada, mas mesmo assim me lançava olhares nada inocentes.

- Te levo até o ponto. - Cristian entrou no quarto.

- Por que? - coloquei a mochila na costa e o encarei

- Nada... Não posso ser legal com a minha irmã favorita? - ergui a sobrancelha.

- Eu sou a única irmã que você tem... – apertei sua bochecha. - Você só é legal quando quer algo. Desembucha. - cruzei os braços.

- Ok... Eu conheci uma garota. - ele sorriu sem jeito. - Eu não sei o que fazer. Tenho medo dela não me achar interessante...

- Cristian... Você já se olhou no espelho? - ele franziu o cenho. - Você é lindo e muito inteligente... E sabe se expressar. Chame-a pra sair e diga que gosta dela. Melhor um não, do que a dúvida.

Meu irmão coçou a cabeça.

- Você tem razão... - Cristian me encarou. - Então eu sou bonito e inteligente, é?

- Cala a boca...

 

      A minha entrada foi permitida depois de ter dado até meu CPF e endereço. O que eles pensavam? Que eu era alguma terrorista? Eu estava dentro do condomínio, um dos mais luxuosos da cidade. A minha cabeça doía em demasiado. A noite de ontem foi difícil. Os três patetas voltaram ao bar, em uma ameaça silenciosa.

Da onde eu tiraria tanto dinheiro, meu Deus?

      E para deixar tudo melhor, Zeca passou meia hora gritando com Larissa e eu. A ruiva ainda não havia me perdoado pelo incidente no ônibus.

- Bem-vinda de novo. - William abriu a porta. - Minha irmã está em casa, mas não se preocupa, ela não vai interferir.

- Tudo bem. Podemos estudar na sala? - ele ergueu as sobrancelhas.

- Tá com medo de ficar a sós comigo e não resistir? - o cara era a presunção em pessoa.

- Bem menos, viu? - entrei na enorme mansão.

      Qualquer casa que fosse maior que a minha já era uma mansão, mas aquela daria umas vinte da minha. Meu Deus, era assim que os milionários viviam? Quanto exagero.

- Fez os exercícios? - sentei no sofá branco, impecável de tão organizado e limpo.

Tudo ali era muito organizado.

- Sim, dê uma olha... - ele me entregou a folha.

Estava tudo perfeito.

- Ok... William...

- Will... - ele me olhou. - Me chama de Will...

- Will... Tudo bem. - limpei a garganta. - A princípio, achei que você fosse burro... - ele gargalhou, não levando a sério meus dizeres. - Mas, olha isso... Tá perfeito.

- Eu não sei o que acontece, sabe... - ele se remexeu no sofá, passou a fitar o caderno sobre suas pernas. - Às vezes eu travo... Por mais que eu saiba a resposta.

- Não gosta do que faz? - ele me olhou.

Algo naquele olhar perdido me fez ficar curiosa.

- Até gosto, acho que tá no sangue, mas não era bem isso que eu queria...

- E o que você quer, Will? - ele sorriu.

- Eu queria ser escritor... - abri levemente a minha boca em surpresa.

- E sobre o que você escreve? - os olhos azuis brilharam.

      William abriu sua mochila e tirou de dentro um pequeno livro. Não havia capa personalizada, nem nada, apenas uma frase na primeira folha.

- O que esperar do futuro? - encarei William. - Psicologia?

- Um pouco... E sobre a geração chamada de "geração canguru". - fiquei muito surpresa.

- Posso levar pra ler? - o bonito homem sorriu.

- Claro... E me diga o que achou. Será muito importante. - sorri.

Incrível como ele acaba de mudar totalmente a minha percepção sobre si.

      Acho que eu deveria julgar menos as pessoas e passar a observa-las melhor. Will não é nada do que pensei.

- Você será a primeira pessoa a ler. - guardei o volume em minha mochila.

- Por que sua namorada nunca leu? - ele coçou a cabeça.

- Ela não curte livros... Só quer saber de academia e dietas... - franzi o cenho.

- Deve ser um saco... - quando me dei conta do que disse, o encarei. - Desculpa...

Eu e minha maldita boca grande.

- Tudo bem, é um saco mesmo. - William gargalhou.

- Me explica uma coisa... Por que você age como um idiota? – ele ergueu a sobrancelha. – Sendo que você não é.

Will sorriu.

- Eu já me meti em encrenca por ser muito tolo. – franzi o cenho. – Foi a forma que encontrei de afastar gente interesseira... Deixando de ser bobo.

O que aquilo queria dizer?

- Vamos estudar? - deveríamos mudar de foco. Eu estava simpatizando com ele até demais para o meu gosto.

- Claro, vamos...

      Começamos com os estudos, William prestava atenção em tudo, diferente da primeira vez. Fazia três horas que estávamos ali, quando o telefone dele tocou.

- Desculpa, Lua... Preciso atender. - apenas acenei com a cabeça.

Olhei para o meu caderno.

- Claro, amor... Vou te buscar. - franzi o cenho. - Sim, estou... Não, você pode sim... Já estou indo. - ele encerrou a ligação. - Luane, você pode esperar aqui? Eu vou buscar a Pietra, mas não demoro.

- Tudo bem, eu te espero aqui... - sorri.

Ele levantou, saindo com pressa.

- Será rápido...

Concordei com acenar.

Soltei o ar com força.

      Levantei um pouco, para esticar as pernas. Andei pela sala enorme e me perguntei o porquê do exagero. Havia fotos de William com a irmã. Sabia como ela era, pois Charlotte Allen vivia a sair nos jornais e capas da própria revista.

"Nossa, nem poeira tem aqui... Caramba, que casa limpinha..."

- Luane Farias Oliveira... - virei-me para saber de quem se tratava e no primeiro degrau da grande escadaria, uma elegante mulher me encarava.

Então essa é a poderosa Charlotte Allen?

      Ela me olhava de uma forma esnobe, debochada até. Lhe observei, a poderosa estava com roupas elegantes, um terninho feminino preto. Os cabelos eram tão negros, que brilhavam. Que shampoo ela usava? A boca com um batom vermelho, parecia uma miss universo. Sim, ela de fato é uma mulher lindíssima.

      Como ela sabia meu nome? Senti uma coisa estranha, uma sensação de que eu iria me meter em problemas.

- Senhorita Charlotte Allen. - tentei me recompor. - Eu só estava... Olhando. Não mexi em nada.

Ela ainda me analisava, se aproximou e erguendo a sobrancelha bem feita, disse:

- Acho que você vai servir muito bem... - franzi o cenho. – Perfeitamente...

Oi?

Do que aquela mulher estava falando?

- Desculpa, senhorita, não estou a entender. - tentei falar difícil. - Como é?

      Eu estava tremendo, confesso. Ela tinha um olhar intimidador, tanto que me fez querer sair correndo. Até me imaginei fazendo isso.

- Tenho uma proposta pra lhe fazer. - ela foi até um pequeno móvel que continha algumas bebidas alcoólicas. Se serviu de uma doze de Whisky, dos caros, e sentou em uma enorme poltrona branca.

- Que proposta? - me senti curiosa.

Ela sorriu.

- Pago pra você sair comigo... - se eu fosse desenho animado, meu queixo estaria no chão naquele momento.

      Quem aquela mulher pensava que era? Chega do nada, me fazendo uma proposta ridícula daquelas. Quem ela pensa que eu sou? Ora, quanta falta de respeito. Definitivamente, ela merecia um belo tapa naquele pele tão limpinha.

Que produto ela usava?

“Luane, deixa de ser moloide.”

      Peguei minha mochila e coloquei nas costas, ficando de costa para ela. Eu iria embora dali, sem cabimento permanecer. Ela estava pensando que eu era o quê?

- Olha, ficou lisonjeada, mas não gosto de mulheres. - tentei não falar nada de grosseiro. - Mas a cidade é grande, tem muita mulher por aí... Certeza que irá encontrar alguma que tenha a mesma preferência por mulheres. Boa tarde, senhorita Allen...

Era só o que me faltava. Ela achava que eu era alguma prostituta?

- Eu pago cinquenta mil...

Parei no mesmo momento, me virando para ela.

- Cinquenta mil?

 

       Sim, a mulher a minha frente era perfeita para os meus planos. Sua beleza me seria muito útil. Não posso negar, ela era linda. Mesmo com roupas simples, se sobressaia com maestria e tinha uma postura interessante.

Eu quis rir com a expressão de perplexidade na face bem feita e a irá nos bonitos olhos azuis.

       Tomei um gole do meu Whisky, deixando ele descer queimando deliciosamente em minha garganta. Fiquei de pé, deixando o copo sobre a mesa de centro e colocando as mãos em meus bolsos.

- Olha, não sei com que tipo de mulher você se envolve, mas eu não sou uma delas. Pegue seu dinheiro e enfia naquele lugar... - ergui a sobrancelha. Quem essa garota pensa que é?

Respirei fundo.

Em outro momento, não aceitaria tal tratamento, mas por agora deixaria passar.

- Vai me dizer que não precisa? Afinal, você deve muito... - ela ergueu as sobrancelhas. - Sua família está sendo ameaçada, não é mesmo?

Os olhos bonitos oscilaram.

- Como sabe disso? - sorri. – Responda, como sabe de algo tão particular?

- Tenho meus contatos... - a menina parecia querer me estrangular. - Você tem problemas, eu tenho as soluções. Todos saem ganhando.

- Não vou me vender, senhorita. - era notório que ela se controlava para não gritar ou me xingar. - Não sou garota de programa pra ser paga pra sex*...

- E quem disse que é sex*? God... Eu não quero trans*r com você... - ela franziu o cenho. Em sua cara havia um grande ponto de interrogação.

- Então o que a senhorita quer? - sorri.

- Quero que vá comigo a um casamento e se passe por minha namorada. Apenas isso, senhorita Oliveira. - percebi que ela ficou na dúvida. - Sem contatos físicos... Encare isso como uma pequena encenação em uma peça teatral...

Eu não diria tudo naquele momento.

- Não me dê a resposta agora, pense e quando tiver uma decisão... - peguei o pequeno bloco sobre a mesinha e uma caneta. Anotei o meu número privado. - Me ligue...

Ela pegou o papel, me encarando com receio.

Linda, Luane Oliveira é uma linda mulher.

- Tá tudo bem por aqui? - me afastei da mulher, que estava paralisada e olhei para o meu irmão, que estava com a sua namorada.

- Claro, maninho. Estou de saída... - olhei para Luane. - Pense com carinho, querida.

      Sai de casa, certa que ela iria aceitar a proposta. Quando Afonso me enviou o e-mail com as informações que havia apurado, senti que poderia tirar proveito. Ela seria perfeita para o que eu queria. Apenas teria que lhe cultuar e deixá-la uma dama da alta sociedade.

Entrei em meu carro.

      Ela devia dez mil reais para agiotas, trabalhava em uma verdadeira espelunca, sua casa não era lá aquelas coisas e ainda tinha um irmão e um mãe para sustentar.

- Ela vai aceitar... - sorri.

      Não contei tudo o que de fato ela iria fazer, deixaria somente para o dia, assim não teria como ela se negar. Luane seria de grande utilidade.

Ri.

 

      Cheguei ao restaurante, onde Helena havia marcado nosso jantar. A comida era boa, a melhor massa da cidade. Quando me aproximei da mesa, notei que havia mais duas pessoas. Eu quis estrangular Helena. Será que ela não tinha aprendido nada com o último encontro forçado?

- Boa noite... - sentei, sorrindo falsamente.

- Boa noite... - Helena piscou para mim. - Charlotte, esse é o Stevie... - o homem bonito e galante, sorriu para mim. - E essa é a Alessandra...

A bela mulher me olhou, na verdade, me "comeu" com os olhos.

- É um grande prazer conhecê-los...

Ah, Helena.

Ela iria me pagar.

 

   A conversa rendeu, surpreendentemente, Alessandra era uma mulher muito interessante. Linda por fora e cheia de conteúdo. Passava das onze da noite, quando deixamos o restaurante. Helena foi para seu apartamento com Stivie e eu fui sutilmente convidada para uma trans* em um motel.

      Eu não poderia negar, o meu corpo precisava daquela gostosa maratona de exercícios sexuais. Alessandra era uma amante sensacional. A belíssima espanhola me deu orgasmos memoráveis e eu não pude fazer menos do que lhe retribuir.

- Quando poderemos repetir? - ela ainda estava nua, jogada sobre os lençóis brancos.

      Eu me vestia, era uma da manhã e precisava voltar para casa, aquele seria um longo dia de trabalho.

- Anote meu número, querida. - ela pegou o seu aparelho celular e me entregou.

Disquei meu número e salvei.

- Agora, preciso ir... - lhe dei um beijo nos lábios. - Tchau...

- Tchau, meu bem...

      Sorri, deixando o quarto, a conta já estava paga. Eu não queria nada sério, não tinha tempo para romances melosos, mas uma boa trans* de vez em quando, não seria nada ruim.

      Cheguei em casa, tomei um banho demorado e logo me joguei em minha cama. Dormi quase que instantaneamente. O meu corpo estava em demasiado relaxado.

 

26 de agosto de 2019. Segunda-feira.

- Bom dia, senhorita vice... - entrei em minha sala.

      Helena mexia em alguns papéis, mas quando entrei, ela parou o que estava a fazer e veio em minha direção, segurando meu rosto.

- Então você finalmente saiu do celibato. - sua expressão era séria. - Formidável... Alessandra virou a minha heroína.

A idiota gargalhou.

- Deixe de graça, Helena. - ela soltou o meu rosto e voltou para os papéis. - Daqui a duas semanas, preciso ir até o Rio de Janeiro, você pode cuidar de tudo? - sentei em minha poltrona.

- Óbvio... O que vai fazer lá? - respirei fundo. 

- Um possível negócio com uma agência de modelos. Eles querem que façamos a divulgação e alguns comerciais... Coisa grande. - passei os documentos para Helena. - Está tudo aí... Eles querem estreitar relações e me chamaram para um jantar...

- E você vai viajar para outro estado? Por que eles não podem vir? - ela ergueu a sobrancelha.

- Você sabe como são... Mas, irei e assim vou ver meus pais. - Helena me encarou.

- Charlotte, sua mãe vai te atacar, você sabe... - rosnei.

- Me mata por dentro saber que minha mãe me despreza por algo tão vil. - fechei meus olhos, massageando minhas têmporas. - Ela nem ao menos me faz uma ligação para saber se ainda estou viva.

- Ainda acho que ela vai se dar conta e te pedir perdão, Charlotte. - Helena se agachou a minha frente, segurando minhas mãos. - Você é uma pessoa maravilhosa.

- Acho que jamais disse isso, mas obrigada por ser a melhor amiga que alguém pode ter, Helena... - a morena ficou visivelmente sem jeito.

- Você é como a irmã que nunca tive, Charlotte. - o telefone tocou.

Helena ficou de pé.

- Vou ler esse material e depois te dou uma opinião... - ela saiu da sala.

- Vou aguardar...

- Bom dia, senhorita Charlotte, o diretor do RH quer falar com a senhora...

- Bom dia, Paola, peça para ele entrar... Por favor.

Respirei fundo.

- Vamos lá!

 

      Aquele dia havia chego ao fim, mas decidi ficar um pouco mais no escritório. Precisava adiantar algumas coisas para o dia seguinte. Minha cabeça doía, abri a gaveta para pegar algum analgésico e me deparei com o dossiê sobre a Luane.

Peguei a pasta com as informações que havia imprimido.

- Você vai ser muito útil... - abri a minha rede social e busquei por seu nome.

Havia muitas fotos.

- Será que ela nunca pensou em ser modelo?

      Luane era uma mulher muito linda, olhos azuis ou verdes, ainda não havia decidido, lhe deixavam a beira da perfeição. Os cabelos dourados, os lábios fartos. Abri uma foto em que ela estava vestida com um vestido preto de alças finas e uma venda interessante.

"A noiva de Daniela não resistirá aos dotes físicos da bela loira." Sorri.

- Você vai sentir como é o gosto da traição, Daniela... Vai me pagar na mesma moeda, minha cara...

Olhei novamente para a foto de perfil da linda loira.

Luane Oliveira.

      Recordei dos seus dizeres no dia anterior e da forma chocada que me encarou ao ouvir minha proposta. Se pudesse, tenho certeza que teria me batido.

Gargalhei.

- Isso será divertido.

Olhei para o relógio.

- Preciso ir para casa...

      Guardei o dossiê em minha bolsa, desliguei as luzes e sai do meu escritório indo para o elevador. O prédio obtinha seis andares com as mais diversas funções existentes no meio da publicidade.

- Boa noite, Guilherme... - o segurança sorriu.

- Boa noite, senhorita Allen...

      Fui para o estacionamento, não havia mais ninguém por ali. Entrei no meu carro e quando iria dar partida, meu telefone celular tocou. Olhei para a tela e estranhei.

Não reconhecia o número, mas mesmo assim resolvi atender.

- Charlotte Allen, quem fala?

- Boa noite, senhorita Allen, aqui é a Luane, Luane Oliveira... - ergui a sobrancelha, sorrindo.

- Ah, senhorita Luane... O que tens de bom para mim? - ouvi um suspiro do outro lado.

- Eu aceito sua proposta. - abri ainda mais o sorriso que havia em minha face.

- Muito bem, senhorita... Venha amanhã ao meu escritório, para combinarmos alguns detalhes, sim? - ela demorou alguns segundos.

- Sim... Em que horário? - sua voz estava robótica.

- As dez da manhã, sei que a senhorita sai em demasiado tarde do seu... Trabalho. - ouvi novamente a sua respiração mudar.

- Tudo bem... Estarei lá às dez. Boa noite, senhorita Allen...

- Boa noite, senhorita Luane... - finalizei a ligação.

Perfeito!

"Mais um passo dado e tudo sairia conforme o planejado."

      No mesmo momento recebi uma mensagem de Alessandra me convidando para ir ao seu apartamento. Em imediato, confirmei, pois eu precisava de deliciosos exercícios eróticos. Liguei o carro e dei partida, com uma satisfação rara.

A minha vingança seria memorável. Daniela Carvalho que me aguardasse.

    Ah, minha cara Daniela, vai sentir na pele a dor de um par de galhos e ainda por cima bem no dia do seu casamento. Vai me pagar pela traição e pelo deboche de ainda por cima me convidar para o casamento.

- Você não perde por esperar... Vou pisar em você sem dó quando vier se arrastando, me pedindo perdão. Vai me pagar com juros!

Fim do capítulo

Notas finais:

hiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

continuando...


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Comentários para 2 - Capitulo 2 - A proposta:
Master
Master

Em: 24/02/2020

Essa proposta apareceu em boa hora a luane tava precisando muito mais dai acho que vai surgir um grande amor😍😍

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